Relatório 66

De 2/9 a 8/9

Temas:

  • Suspensão do X (antigo Twitter)
  • Queimadas florestais
  • Acusações sofridas por Silvio Almeida
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 2/9 a 8/9, cinco grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 50 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 - Lulistas - votaram em Lula no segundo turno e aprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.

Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) decisão de Alexandre de Moraes, em suspender o X (antigo Twitter); ii) aumento do número de queimadas no país; iii) acusações de assédio sofridas pelo Ministro dos Direitos Humanos.
Ao todo, foram analisadas 176 interações, que totalizaram 9.973 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados Eleitores Flutuantes Lulodescontentes Lulistas Evangélicos
Suspensão da rede social X O grupo considerou a suspensão do X como um ato de censura à liberdade de expressão e autoritarismo, acusando Moraes de abuso de poder. Alguns participantes viram a ação do ministro como um excesso, interpretando-a como uma disputa de poder pessoal. Outros apoiaram a decisão, apontando que as leis devem ser cumpridas por todos. O grupo se dividiu entre aqueles que apoiavam a decisão do STF, argumentando que as empresas devem respeitar as leis do Brasil, e aqueles que criticavam a medida, como uma reação exagerada. Houve um apoio majoritário à ideia de que as empresas devem seguir as leis brasileiras, embora alguns participantes tenham visto a decisão como um exagero e "preocupação desnecessária". Unanimemente o grupo apoiou à decisão de Alexandre de Moraes, afirmando que Elon Musk deveria respeitar as leis brasileiras e compreender que" o dinheiro não compra tudo". Os participantes deram suas respostas em concordância com seus grupos originais de pertencimento.
Queimadas florestais Os participantes preocuparam-se mais em questionar a falta de críticas por partes dos defensores do meio ambiente e artistas. O grupo via a questão das queimadas como complexa, envolvendo tanto ações criminosas quanto problemas decorrentes do aquecimento global. As queimadas foram vistas como resultado de ações criminosas, de acidentes, da negligência e desinformação dos cidadãos e da ação de empresas. Os participantes avaliaram o problema como complexo, resultado de muitos fatores, tanto criminosos quanto de ações negligentes e agravadas pela questão climática das secas. O grupo avaliou que a maioria das queimadas eram provenientes de ações criminosas e de desinformação. Alguns também mencionaram motivações políticas como causas. Os evangélicos adotaram posicionamentos em concordância com seus grupos de participação.
Acusações de assédio O grupo utilizou a questão como motivo para ironizar e criticar as bandeiras defendidas pelo governo, acusando Lula de ser conivente com o caso. Os participantes defenderam a necessidade de uma investigação detalhada e imparcial, com muitos apoiando o afastamento do ministro enquanto os fatos fossem apurados. O grupo posicionou-se a favor de uma investigação rigorosa antes de qualquer julgamento, com foco na punição justa e o afastamento temporário do ministro. O grupo defendeu a realização de uma investigação séria e imparcial, com afastamento temporário do ministro. Alguns demonstraram surpresa e decepção por se tratar de Silvio de Almeida. A maioria dos participantes foi surpreendida. Todos aguardavam uma postura diplomática de Lula e eventual punição, caso as acusações fossem confirmadas. Os participantes repudiaram os atos de assédio, em conformidade com seus grupos de pertencimento.
Pergunta 61
O Supremo Tribunal Federal (STF) solicitou a suspensão do X (antigo Twitter) nesta sexta-feira (30). Inicialmente, o ministro Alexandre de Moraes deu um prazo de 24 horas para a empresa nomear um representante legal no Brasil. A plataforma de Elon Musk informou, porém, que não cumpriria a decisão, de forma que a penalidade acabou se confirmando. Alexandre de Moraes determinou a “suspensão imediata, completa e integral” do funcionamento do X no Brasil “até que todas as ordens judiciais proferidas nos presentes autos sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional”. Vocês estão acompanhando o caso? O que pensam sobre essa decisão?
Decisão ditatorial

Unanimemente entre os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) e entre alguns participantes do grupo 2 (bolsonaristas moderados) houve um sentimento predominante de que a suspensão da plataforma X (antigo Twitter) seria um ato de censura e uma ameaça à liberdade de expressão.

Os participantes interpretaram a medida como uma forma de autoritarismo, apontando para uma suposta tentativa de controle sobre a livre circulação de ideias, especialmente nas redes sociais. A percepção de que o ministro teria ultrapassado os limites de sua autoridade e que sua decisão contrariava os princípios democráticos foi compartilhada por muitos.

Além disso, as opiniões expressaram uma desconfiança em relação às motivações do STF, com vários membros sugerindo que o tribunal estaria agindo em benefício de interesses políticos específicos, tomando tal medida para censurar as críticas ao governo vigente.

"Estou acompanhando o caso e na minha opinião Alexandre de Morais está agindo como um ditador pois não existe na constituição brasileira nenhuma lei que obrigue as plataformas a cumprir decisões inconstitucionais. Já passou da hora de o parlamento entrar com pedido de imptchemam não apenas de Moraes mas de todos juízes que compactuam com suas decisões autoritárias." (G1, 54 anos, músico, RS)

"Eu penso que esse ministro parece que não tem mais o que fazer pra ficar brigando por causa de redes sociais, parece até que não recebe bem pra exercer a função de ministro. Na verdade o Moraes quer a censura no Brasil e tá se empenhando muito bem pra que isso aconteça logo. O Elon Musk tá certo de não se render a esse ditador da toga, porque só assim o mundo vai ficar sabendo que não temos mais uma democracia no nosso país." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Que democracia é essa? O Alexandre de Moraes quer mandar e desmandar no Brasil como bem quer, e ele sabe que nas redes sociais todos podemos nos expressar contra o PT, atual desgoverno. E o Elon Musk tem razão, já sou fã desse cara. Mete as caras e fala o que pensa! E digo mais impeachment já, para Alexandre de Moraes, e seus comparsas." (G1, 64 anos, empresário, PR)

"É lamentável caso de cerceamento da liberdade de expressão, haja visto que o que o ministro quer é que não haja críticas ao atual governo e demonstra que não poupará esforços para proteger o governo que aí esta." (G1, 50 anos, engenheiro, SP)

"Vejo Alexandre de Moraes como um ditador e as pessoas não conseguem enxergar isso. Acho q ele está agindo mais por questões políticas do que por justiça. Infelizmente as pessoas não percebem que o Brasil está indo em direção a uma ditadura. Acredito q Moraes está perseguindo certos grupos por interesses políticos, evitar que falem a verdade desse governo..." (G2, 43 anos, administradora, GO)

"O pouco que se vê e se ouve nos noticiários é de extrema preocupação, será que não está se vendo que isto que está acontecendo no Brasil é uma coisa que chamamos de ditadura? Eu vejo uma abertura antidemocrática acontecendo no nosso Brasil,isso irá acontecer com outras redes sociais,caso o Alexandre mantenha com a ordem arbitrária dele,tenho certeza que o Elon musk não vai cumprir a ordem do juíz, porque a muitas falhas e se percebe que tem um teor nacizista do Juíz." (G2, 42 anos, assistente logístico , PE)

Decisão exagerada

A opinião mais recorrente no grupo 2 (bolsonaristas moderados) e entre alguns participantes dos demais grupos (exceto o 5, lulistas) foi de que a medida era um ato exagerado e pessoal por parte do ministro, que estaria mais preocupado em vencer a disputa travada contra Elon Musk. Havia um sentimento recorrente de que a decisão representava uma ameaça à democracia, com acusações de que o ministro estaria agindo por interesses políticos pessoais e não em conformidade com os princípios legais estabelecidos.

Para muitos, ainda, a situação foi percebida como uma distração em meio a problemas mais urgentes no Brasil.

"Isso aí é briga de alto escalão, ninguém vai dar o braço a torcer e vai ficar por isso mesmo. Creio que os dois são insensatos com o ocorrido, resta saber quem vai ceder." (G2, 43 anos, professora , SP)

"Acho tudo está se excedendo como tudo no Brasil, é tanto dinheiro envolvido que muitas questões são questionadas . Mas como sempre não acredito que tenha alguém no meio que venha a ceder,mas é briga de gente grande" (G2, 50 anos, auxiliar , SP)

"Eu tenho opinião um pouco parecida com a dos colegas acima acredita que isso já virou uma palhaçada já saiu de uma situação que deveria ser resolvida para uma briga pessoal dos dois então isso pode completamente do interesse com a melhora para todo mundo é claro que o início da ideia da proibição e da restrição era interessante por isso que a gente realmente precisa combater esse tipo de coisa que vem acontecendo há muitos anos mas virou algo pessoal entre eles e já está afetando muita gente desnecessariamente por eu acreditar que seja uma falta de maturidade uma falta de respeito da parte deles conosco" (G2, 24 anos, técnica em enfermagem , RJ)

"Sim, eu era usuário do X, e acho um absurdo do Alexandre de Moraes. Perdemos um aplicativo que informava bastante." (G3, 25 anos, contador, RJ)

"Alexandre de Moraes como sempre mimado e fazendo birra. Eu ja havia dito minha opiniao sobre o banimento do instagram do Pablo Marcal e continuo com a mesma opiniao sobre o X ...... Porque Banir o X? Uma rede social aberta em que se pode falar tudo o que tem vontade" (G3, 36 anos, autônoma, SP)

"Acho que não precisava de toda essa repercussão por causa de uma rede social, com tantas coisas mais importantes para se preocupar." (G4, 27 anos, autônoma, PA)

"Eu achei muito errado na verdade e dou razão pro Elon musk pois sei que temos um monte de coisa errada aqui e alguém tinha que dizer mesmo." (G4, 27 anos, analista de sistemas , SP)

"Eu acho que censura não é caminho, o senhor Alexandre de Morais está se achando o dono do Brasil, e se não fizer o que ele quiser é multa ou prender. Em um país como o nosso, existem assuntos mais sérios para ele se preocupar." (G4, 25 anos, babá, RS)

Apoiam a decisão

Unanimemente entre os participantes do grupo 5 (lulistas) houve um amplo apoio à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o X (antigo Twitter) no Brasil. Muitos participantes acreditavam que Elon Musk deveria seguir as leis brasileiras, assim como faz em outros países. A visão predominante foi de que o Brasil não poderia abrir exceções para grandes empresas e que a decisão do ministro Alexandre de Moraes era necessária para mostrar que o país tem soberania e que suas leis precisam ser respeitadas. Vários participantes também destacaram que, ao não cumprir as ordens judiciais, Musk estaria desafiando o poder judiciário e debochando das normas brasileiras, o que exigia uma resposta firme por parte do STF.

Essa mesma percepção também foi encontrada entre muitos participantes dos grupos 3 e 4 (eleitores flutuantes e lulodescontentes) e até mesmo, de modo residual, entre alguns participantes do grupo 2 (bolsonaristas moderados).

"Concordo com a decisão do ministro. O Sr Musk estava desafiando a soberania do Brasil, coisa que ele não faz na China, onde tem negócios milionários. Lá ele acatou as diretrizes do governo, sem falar nada, mas aqui ele que ser soberano." (G5, 49 anos, bancário , CE)

"Acredito que o X deve seguir as mesmas leis válidas para outros provedores de redes sociais pois se começar a abrir uma excessão para um por insistência dessa, os donos de rede social os outros também vão querer que seja feita uma exceção e essa decisão de tirar o x do ar é uma decisão certa pois as leis existem para serem cumpridas. Pois o que o Elon Musk está fazendo é desrespeitar as leis no Brasil que foram estabelecidas"" (G5, 28 anos, auxiliar administrativa, RS)

"Estou acompanhando as notícias. E super concordo com o ministro. Achei um absurdo ele debochar das leis coisa que ele não faz em outros países" (G5, 28 anos, autônoma, MT)

"Essa rede social é mundial e por isso deveria respeitar as leis de cada país que ela está funcionando. Concordo com que o juiz fez,pra ele sentir no bolso que não pode desrespeitar as leis e apesar dele ser milionário a lei deve ser cumprida." (G4, 49 anos, artesã , CE)

"Concordo com o ministro pois o X não cumpriu as ordens judiciais, inclusive o Elon Musk afrontou o ministro com postagens desrespeitosas. Ao meu ver medida judicial pode ser discutida, mas primeiro se cumpre. E a empresa X desrespeitou as leis brasileiras.

O posicionamento do ministro tem todo meu apoio." (G4, 53 anos, artesã , SP)

"Acho válido. Pois as empresas têm que parar que falar que o Brasil não tem lei e regras. Se esse decisão fosse em um país estrangeiro, a decisão teria sido acatada e até mesmo sanada. Mas como sabe que o Brasil é um país da farra, do não cumprimento de leis, fazem o que bem entendem." (G3, 37 anos, assistente administrativa , MG)

"Concordo totalmente! Achei correta a decisão para mostrar que quem não obedece é punido também. Não estou acompanhando muito, mas ao mesmo tempo só se fala disso...." (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)

"Elon musk,pensa que o Brasil, é cão sem dono que ele pode fazer e acontecer,só porque tem dinheiro,ele têm que entender que aqui têm regras e leis, não é bagunça não." (G2, 26 anos, vendedora , AL)

"Decisão certíssima,por que se todos no Brasil tem representante,por que Elon Musk não teria,ele tem mais dinheiro,mas não é melhor que ninguém, então nada mais justo que ele tenha um representante aqui." (G2, 54 anos, aposentado, PB)

Pergunta 62
O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto de 2024. O resultado mostra crescimento de 144% em relação ao mesmo período de 2023, quando o país registrou 28.056 focos de incêndio. No norte do país foram registrados 33.639 casos. No Centro-Oeste foram 20.441 focos, seguido por Sudeste com 6.440; Nordeste 5.655 e Sul com 2.460 registros. Vocês estão acompanhando esses casos? Vocês acham que esses incêndios são, na maioria, criminosos? De quem deve ser a responsabilidade de prevenção?
Ações criminosas e irresponsáveis

A maioria dos participantes de todos os grupos avaliou que a questão das queimadas era um problema complexo. Para esses, a maioria dos casos teria origem criminosa - tanto intencional (com exemplos dos casos apresentados nas mídias) quanto fruto da negligência, imprudência e desinformação da população, que ainda utiliza o método das queimadas em lavouras.

Houve também um reconhecimento de que as condições climáticas, como a seca prolongada e o aumento das temperaturas, contribuiriam para a propagação dos focos de incêndio.

Vários participantes enfatizaram a importância da conscientização e da responsabilidade compartilhada entre o governo e os cidadãos. Alguns apontaram que, embora muitos incêndios sejam acidentais ou causados por imprudência, esses casos também poderiam ser evitados com maior educação e campanhas de conscientização.

"Os incêndios são na maioria criminosos. Pela quantidade de focos e em biomas diferentes, é criminoso pois são de pecuaristas que desmatam para criação de gado. A responsabilidade deveria ser do governo, porém, essa turma de madeireira e desmatamento tem suas próprias leis. Quem reclama, eles matam" (G1, 35 anos, artesã , SC)

"Estou acompanhando os fatos , e alguns está sendo criminosos os incêndio, no entanto tem até gravações desses incêndio ,agora me fala o que leva. A pessoa a fazer isso" (G1, 37 anos, professora de educação infantil , SP)

"Eu acredito q o Brasil está passando por uma grande seca por causa do aquecimento global, desmatamento e lixos em excesso, muitas queimadas foram provocadas de propósito e isso é considero um crime. Eu penso que o governo deve punir severamente os responsáveis com multas e ate prisões, além de conscientizar as pessoas sobre a seriedade do problema que agrava não só a natureza, mas saúde e a economia. Eu acho que a falta de fiscalização nas áreas florestais contribui, e o governo deveria focar mais nessas questões ambientais." (G2, 43 anos, administradora, GO)

"Sim acredito que seja sim, porém não em totalidade, teve uma frente de calor que ajudou muita o fogo se propagar além de muitos lugares estar sem chuvas a mais de 100 dias...A responsabilidade nesse caso é mais dos agentes ambientais e corpo de bombeiros entrarem em ação para controle desses incêndios e também da segurança pública para investigação dos que estiveram por trás dos criminosos que atearam fogo." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)

"Acho que esses incêndios não são criminosos, mas ocorrem por irresponsabilidade e negligência das pessoas e empresas. Muita gente que se nega a fazer os protocolos corretos de segurança por preguiça, empresários que não pagam por atualizações ou melhorias nas estruturas de suas empresas e acabam acontecendo incêndios, coisas assim. E para ajudar, temos no Brasil muitas regiões de seca e clima árido, favorecendo as queimadas." (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)

"Creio que a sua grande maioria seja criminal, ou até msm sem intenção; uma guimba de cigarro , um monte de folhas secas e outras coisas. E necessário um controle maior pq houve um aumento considerável . Precisa se ter maior controle sobre isso. A prevenção deve ser de todos , mas o controle deve ser do governo" (G3, 50 anos, pedagoga, RJ)

"Acredito que alguns foram criminosos e outros por causa do tempo muito quente,mais os que foram crime os culpados devem ser encontrados e presos. Pois além de prejudicar os seres humanos ainda tem os animais que sofrem e até morrem decorrente há esses incêndioa" (G4, 49 anos, artesã , CE)

"Deve ter algum criminoso porém creio que tem a questão climática e o tempo bem mais seco. A responsabilidade de prevenção é de todos os cidadãos, acredito que se houver ajuda de grande parte irá diminuir pelo menos um pouco." (G4, 27 anos, analista de sistemas , SP)

"Alem de muito descuido de algumas pessoas e crime de outras, pq infelizmente existem pessoas que cometem essa barbaridade, temos também as razões climáticas, que é o caso de Ribeirão Preto, ja morei la e sei bem como é, o tempo seco nessa epoca do ano faz com que o número de incêndios naturais cresça, infelizmente" (G5, 25 anos, estudante, AL)

Motivação política

Alguns participantes do grupo 5 (lulistas) mencionaram a existência de motivação política por traz dos incêndios, mas sem desenvolver mais detalhadamente tais ideias.

"Eu estou acompanhando com atenção, até porque moro em Ribeirão Preto e fui diretamente afetado por essas queimadas, as quais, claramente são criminosas e tem motivação política! Isso acontece por alguns fatores: 1- A farra do passa boi, passa boiada acabou. Temos uma ministra séria, que está implementando medidas que dificultam o desmatamento e também a exploração ilegal de áreas. 2- Teremos a COP 30 no Brasil ano que vem, ou seja, os olhos do mundo inteiro estarão no país, fiscalizando as nossas ações e cobrando medidas mais severas contra crimes ambientais. 3- Por fim, ainda há a banca do boi e do agro que foram derrotadas em alguns projetos e por isso estão querendo na violência modificar algumas decisões do governo Federal."" (G5, 33 anos, tradutor, SP)

"É impossível não acompanhar quando a cidade onde eu moro está completamente coberta por fumaça o dia inteiro, não vemos mais o azul do céu a quase 1 mês ou mais. eu acredito sim que todos os incêndios são criminosos sim, por mais que alguns envolvam assuntos políticos e outros questões da agro, mas de qualquer forma, qualquer incêndio causado pelo homem, é criminoso. E o que as autoridades fazem a respeito? o prefeito daqui por exemplo, foi respirar o ar limpo dos lençóis maranhenses, pois de acordo com ele, aqui está impossível respirar. as autoridades não estao nem ai pra ninguém." (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)

"São incêndios criminoso feito por pessoas criminosas. Comentei em.casa que para mim essas queimadas em todos os lugares tem alguma motivação política do pode as eleições batendo na porta e acontecem isso ,muito estranho .Enfim acho que são pessoas que não têm massa encefálica na cabeça para queimar algo feito por Deus" (G5, 38 anos, chefe de RH, BA)

"Acredito que tenha mais cunho político envolvido que de fato climáticos. Responsabilidade deve-se aos representantes do povo com medidas preventivas adequadas" (G5, 26 anos, fisioterapeuta , PE)

"Estou acompanhando com grande preocupação o aumento de focos de queimadas em todo o país. Acredito que as mudanças climáticas influenciaram nos aumentos, porém os incêndios criminosos estão por trás das maioria dessas queimadas e há motivação política." (G5, 46 anos, vendedora, AL)

Cobranças desiguais

Entre os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) houve uma crítica recorrente de que, durante o governo de Bolsonaro, havia grande pressão e campanhas públicas acusatórias de negligência, enquanto, na visão deles, no atual governo, a reação estaria sendo menos intensa. Além disso, muitos comentários expressaram desconfiança sobre a postura de figuras públicas, como artistas e ativistas, que anteriormente se manifestaram com vigor, mas que, segundo os respondentes, estariam em silêncio diante do aumento dos focos de queimadas. Esse contraste entre as reações públicas aos diferentes governos foi um ponto de debate, com vários respondentes vendo uma conexão entre a mudança de posicionamento e interesses pessoais ou políticos.

"Tenho acompanhado esse caso. Moro na região Norte e aqui nós estamos sentindo na pele as consequências destas queimadas. Aumento das doenças respiratórias. Quando saímos de casa vemos a fumaça que se forma no ar. E o mais incrível de tudo é que os artistas famosos que viviam se manifestando na internet com vídeos no governo Bolsonaro, agora estão todos calados. Cadê a indignação dos artistas agora com esse crescimento absurdo das queimadas. Hipócritas!" (G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)

"incêndios criminosos .... como assim, de 2019 até 2022 os únicos culpados eram o presidente da republica e seu ministro do meio ambiente... o que mudou .. para mim não mudou nada temos que continuar com a campanha contra o atual governo tbm. afinal de contas em apenas quase 2 anos ja superou as queimadas que ouveram em 4 anos do governo anterior . devemos cobrar os artistas tbm pois até agora não vi nenhum deles fazendo videozinho indignado ou cantando musiquinha pra salvar a amazonia." (G1, 54 anos, músico, RS)

"Gostaria de destacar uma diferença que tenho percebido entre os incêndios durante o governo Bolsonaro e agora, naquela época, muitos artistas faziam questão de criticar o ex-presidente, o que acredito ter sido motivado, em parte, pela insatisfação com os cortes na Lei Rouanet, Bolsonaro reduziu os incentivos culturais, e isso gerou muita resistência por parte da classe artística, hoje, porém, parece que esses mesmos artistas, agora apoiados pelo governo atual, estão menos vocalizados sobre as queimadas e outras questões ambientais que afetam nossas florestas brasileiras. Isso levanta uma reflexão sobre o impacto das políticas culturais no posicionamento e na atuação desses grupos em relação a temas tão importantes para o país." (G1, 45 anos, padeiro , PB)

"Estou acompanhando sim, e acho que essas queimadas na maioria são criminosas, porque já vi vários vídeos de pessoas denunciando quem está tocando fogo no mato seco na beira das estradas e rodovias e nada está sendo feito para evitar esse crime, que pode ser uma represália contra o agro brasileiro, se fosse com o presidente Bolsonaro os artistas da lei Rouanet já teriam feito uma novela pra incriminar Bolsonaro, mas como estão com os bolsos cheios de dinheiro ficam calados, nunca foi pela proteção da fauna e flora, sempre foi pelo olhos grande desses artistas mercenários que só pensam em enriquecer as custas do povo brasileiro com essa quadrilha que se instalou em Brasília. Esse governo federal maldito representado pela Marina Silva é o único culpado porque não tem feito nada para para acabar com essas queimadas." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"E o aumento das queimadas aumentaram muito, enquanto que no governo do Bolsonaro eram bem menos, e crucificaram ele. E agora me pergunto cadê a Marina Silva, para fazer uma atitude quanto esses incêndios? E os artistas que meteram a boca no trombone, quando era o Bolsonaro. Eles ganhando bem, é isso que importa. Tenho vergonha desses políticos que estão no poder, todos nós vamos sofrer muito!! E o comunismo impera! A cultura é muito mais importante que todo o restante, uma vergonha!!" (G1, 64 anos, empresário, PR)

"Concordo com os demais que no governo passado a culpa foi só do presidente Bolsonaro e agora não se houve falar da responsabilidade do atual governo." (G1, 50 anos, engenheiro, SP)

Pergunta 63
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, foi denunciado à organização Me Too Brasil por supostos episódios de assédio sexual contra mulheres. Entre elas, estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT). Em nota, o ministro repudiou com veemência as acusações: "Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro". O presidente deve se reunir nesta sexta (6) separadamente com Silvio Almeida e com Anielle Franco para ouvir o relato de cada um deles. Vocês ficaram sabendo desse caso? Quais medidas vocês acham que devem ser adotas por Lula?
Julgado e punido

Todos os grupos concordaram sobre a necessidade de uma investigação detalhada e imparcial para apurar os fatos antes de Lula tomar qualquer decisão definitiva. Houve consenso de que, caso as acusações fossem comprovadas, o ministro deveria ser punido de acordo com a lei, com muitos defendendo a exoneração. Muitos também manifestaram a importância de garantir que tanto o ministro quanto as supostas vítimas tivessem seus direitos preservados, demonstrando cautela e equilíbrio em relação às alegações.

Além disso, alguns participantes adotaram uma visão crítica quanto à posição do ministro no governo, apontando que o fato de ele ser o Ministro dos Direitos Humanos tornava o caso ainda mais sensível e alarmante.

"Se for comprovado deve perder o cargo e ser punido com certeza. Assédio sexual é crime!" (G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)

"Acompanhei por alto mais sou a favor de uma punição exemplar se for comprovado crime de assédio, não podemos mais tolerar este tipo de comportamento." (G1, 50 anos, engenheiro, SP)

"Não estou acompanhando, mas acho que deve ser muito bem investigado e se for comprovado ,que ele pague,como qualquer outro cidadão pagaria." (G2, 54 anos, aposentado, PB)

"Eu acho que esse caso veio abrir um baú sempre fechado sobre o machismo e a violência com que as mulheres são tratadas no Brasil. Acredito que deva ser intensamente investigado e resolvido, mostrando o respeito que se deve ter a nós mulheres." (G2, 43 anos, professora , SP)

"Não vi, mas cabe investigação séria. Esse assunto é delicado, pois provar essa atitude é complicado. Mas precisa investigar e muito, se provado exonerar. Não é porque ele faz parte do ministério dos direitos humanos que não seria capaz de tal coisa." (G3, 45 anos, turismóloga , RJ)

"Ministro dos direitos humanos o qual nem deveria estar envolvido em uma assunto desse. Eu não fiquei sabendo desse caso. Mas ele deve ser afastado e o caso investigado e se o mesmo não tiver devendo nada que prove ao contrario." (G3, 36 anos, autônoma, SP)

"Triste ver que um Ministro dos Direitos Humanos envolvido num episódio de assédio se realmente cometeu um crime desse que seja punido.Vi no jornal agora a noite." (G4, 49 anos, artesã , CE)

"Eu realmente não quero acreditar nesse absurdo, sempre admirei essa pessoa pela história de vida dele, vou aguardar as investigações antes de julgar, pra então poder opinar, espero mesmo que não proceda isso." (G4, 25 anos, babá, RS)

"Ainda não.li a matéria não posso opinar muito. Mais minha opinião que o presidente tem que se reunir com todos e tem que investigar e caso a denúncia seja verídica tem que ter a mão firme e punir no rigor da lei."" (G5, 38 anos, chefe de RH, BA)

"Eu fiquei sabendo através do jornal e as informações que chegaram até mim foi que Silvio Almeida já foi demitido pelo presidente Lula, acredito que seja necessário investigações mais amplas para apurar melhor os fatos." (G5, 46 anos, vendedora, AL)

Abertura para críticas

Entre os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) além da defesa de uma punição rigorosa, houve uma forte presença de ceticismo e críticas ao governo atual. Muitos participantes questionaram a capacidade do governo de tratar o caso de forma imparcial, sugerindo que ele poderia ser abafado por interesses políticos. Algumas falas apontaram para a percepção de hipocrisia no governo, mencionando que os mesmos que condenam assédios em outras situações poderiam passar pano em casos envolvendo seus aliados. Além disso, houve comentários que consideraram o episódio um vexame para o atual governo, com referências irônicas à postura de figuras ligadas ao poder, especialmente em relação à postura pública que o governo toma sobre questões de gênero e feminismo.

Esse grupo trouxe um tom mais ácido, destacando que o caso seria mais uma demonstração da fraqueza moral do governo e de possíveis contradições internas, especialmente ao lidar com escândalos envolvendo seus próprios membros.

"Acabei de ver em vários portais de noticias .. supostos episódios de assédio ... ué mas não são eles mesmos deste governo que falam que a palavra da mulher em caso de abuso vale mesmo sem provas. kkkkkkkk ele que lute .. kkkkkkkkk e se lula tiver um pouquinho de caráter ( coisa que sei que ele não tem ) deveria afastar os 2 até que tudo se esclareça." (G1, 54 anos, músico, RS)

"Não fiquei sabendo e quem é o Lula pra decidir algo? Tem que chamar o Xandao. Porque o Lula vai dizer que se o ministro for corinthiano, tudo bem assediar." (G1, 35 anos, artesã , SC)

"O Bolsonoro já iria dizer que a aniele nem é bonita para quererem assedia-la" (G1, 35 anos, artesã , SC)

"Quem tem a obrigação até por faser campanha contra violência as mulheres é janja e Lula.. QUEM CRIOU MATHEUS QUE EMBALE... como diz um ditado popular aqui no meu estado😂😂😂😂😂" (G1, 54 anos, músico, RS)

"Ai que me preocupa. Não consigo confiar em nada ligado diretamente ao governo. Ainda mais depois de anos acusando o bolsonaro de ter matado a irmã da Aniele." (G1, 35 anos, artesã , SC)

"Tbm acho que nao vão faser nada... mas a questão é outra, tanto este governo quanto a impressa demonização Bolsonaro contra as mulheres é agora surge um escândalo sexual neste governo ... quero ver a passação de pano da hipocrisia desta corja. Torcendo pra que piore 😂😂😂😂😂" (G1, 54 anos, músico, RS)

"Vi diversas notícias sobre o assunto. Não são eles que são governo do amor? Não me estranha nada o caráter de cada um deles. São todos da mesma índole. Quando é com os outros eles não se doem, mas quando é com eles é diferente. Não foi o Lula que teve aquela fala sobre assédio? Os corinthianos podem, segundo ele. A turma dele pode. Eles que se resolvam." (G1, 46 anos, cuidadora infantil, PR)

"Eu vi fiquei sabendo sim e acho que vão fazer vista grossa e fingir que nada aconteceu, porque esse é o governo mais canalha que existiu. Quem é o descondenado pra chamar os envolvidos e achar uma solução? Isso é papel da polícia, na certa eles vão chegar a um acordo milionário que vai sair do nosso bolso e calar a vítima que também é da mesma quadrilha e terminar em pizza. Crimes só acontecia no governo do presidente Bolsonaro. As medidas que deveriam ser adotadas seriam, exoneração e passar por um inquérito de assédio sexual e a justiça ser feita porque esse ministro não tem mais moral pra continuar no cargo, e a vítima ter os direitos preservados. Mas duvido que alguma coisa será feita, porque o filho do Lula bateu na mulher dele e não aconteceu nada a ele, pelo contrário li que ele quer entrar na política!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu vi alguma coisa sobre esse caso. Mas acredito que não vai ser resolvido nada, vão passar pano na sujeira, como sempre. E falar do ministro do direitos humanos, eles fazem tanto fervo sobre o assunto, mas ele mesmo não respeita o direito alheio, que vexame" (G1, 64 anos, empresário, PR)

Considerações finais

Somente os bolsonaristas convictos foram unânimes em condenar o ministro Moraes no caso da suspensão da rede social X, os moderados se dividiram entre aqueles que compram a narrativa de trata-se de uma violação da liberdade de expressão e outros que acham que Musk e sua empresa desrespeitaram as leis brasileiras. Os flutuantes tiveram reação similar, se dividindo entre as duas posições. Já os lulodescontentes penderam mais para a defesa de Moraes, ainda que alguns partilhem da leitura de trata-se de um exagero da parte do ministro do STF. Somente os lulistas fecharam apoio às ações de Moraes.

Em suma, o alinhamento das respostas ao espectro ideológico foi forte e previsível, mostrando que ela está sendo lida de maneira fortemente politizada. Por outro lado, trata-se de um conflito entre um agente do mercado, Musk, e um representante de uma instituição pública fazendo cumprir a lei. Ou seja, a politização é em grande medida produzida pela extrema-direita, como em tantas outras questões, mas se irradia para outras bandas do espectro ideológico.

A questão das queimadas foi menos politizada, a não ser da parte dos bolsonaristas convictos que aproveitaram a chance para atacar os ambientalistas e os artistas sensíveis a essa agenda. O fato de as reações não serem politizadas não é em si uma notícia boa, contudo. Os respondentes demonstraram grande dificuldade de identificação de responsáveis e de interpretarem a questão pela ótica as políticas públicas, perdendo-se em narrativas da fatalidade dos eventos naturais e dos acidentes. Mesmo a responsabilização de “criminosos” não deságua em uma demanda por endurecimento no cumprimento de políticas ambientais. Como em pesquisas anteriores que fizemos sobre o tema, é disseminada a percepção de que problemas ambientais são em grande medida produto da má índole ou falta de educação dos indivíduos e não uma responsabilidade de governo e corporações.

As acusações de assédio contra o então ministro Silvio Almeida foram tratadas de maneira politizada somente pelos bolsonaristas convictos, que aproveitaram a oportunidade para ironizar o governo. Todos os outros grupos convergiram para a opinião de que é necessário o afastamento do ministro, seguido da condução de investigações e, se for o caso, sua punição. As respostas foram dadas antes da notícia da demissão de Silvio Almeida.

Distribuição da Participação
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Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura

#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres

Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos

Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro

#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró

#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula

Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM

Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa

Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal

Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos

#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana

Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF

#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis

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#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM

Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro

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GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança

Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio

Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar

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Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo

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Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.