Relatório 90

De 12 a 18/5

Temas:

  • Número de Deputados Federais
  • Mídia e INSS
  • CPI das BETS
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 12 a 18/5, cinco grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 50 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 - Lulistas - votaram em Lula no segundo turno e aprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.

Ao longo do período, três temas foram abordados: i) aumento do número de deputados federais; ii) credibilidade dos meios de comunicação no caso do INSS; iii) CPI das apostas esportivas.
Ao todo, foram analisadas 157 interações, que totalizaram 8.645 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados Eleitores Flutuantes Lulodescontentes Lulistas Evangélicos
Aumento de cadeiras Houve rejeição intensa ao aumento de deputados, visto como desperdício de dinheiro público e reflexo de ineficiência política. Alguns participantes acusaram o governo federal de promover esse aumento. O grupo criticou o aumento por gerar mais gastos. A maioria desconhecia como se dava a distribuição das cadeiras. Alguns defenderam a redistribuição, mas sem ampliar o número total. Houve total rejeição à proposta, por ser vista como injusta diante da crise econômica e da baixa efetividade dos deputados. O desconhecimento do sistema foi comum entre todos. Predominou a percepção de que o aumento representa mais privilégios e inchaço da máquina pública, sem retorno à população. Defendeu-se redução e maior fiscalização da atuação parlamentar. Unanimemente o grupo criticou a proposta por ampliar gastos e por haver número suficiente de deputados. Alguns defenderam reorganização das cadeiras em vez de aumento, com foco em maior representatividade e controle. Os participantes demonstraram igual rejeição à proposta, indignados com o aumento potencial de custos.
Mídia e INSS A fraude no INSS foi tratada como fato consumado e associado ao atual governo. A mídia tradicional foi desacreditada, enquanto redes sociais e figuras da direita foram vistas como fontes confiáveis de informação. Predominou a desconfiança generalizada nas instituições e na imprensa. Muitos disseram buscar informações por conta própria, mas sem confiar plenamente em nenhuma fonte, revelando ceticismo diante da disputa política. A maioria expressou cautela e dificuldade em confiar em informações durante momentos de crise. Muitos disseram preferir aguardar investigações e análises aprofundadas para formar opinião, reconhecendo a influência da polarização. Houve forte percepção de distorção nos meios de comunicação, mas as mídias tradicionais foram avaliadas como mais corretas do que as redes sociais. A verdade foi vista como difícil de acessar, exigindo pesquisa em múltiplas fontes. A politização das notícias foi criticada, com destaque para o uso recorrente de fake news, especialmente por figuras da direita. Os participantes buscavam checar informações em fontes oficiais e rejeitaram discursos extremistas. Os participantes formularam seus argumentos de acordo com seus grupos de participação, sem fundamentação religiosa ou moral nítida.
CPI das BETS O grupo defendeu que os influenciadores devem ser responsabilizados por promover apostas, mas expressou desconfiança quanto à CPI, vista como manobra para desviar o foco de escândalos mais graves, como o do INSS.O grupo reconheceu os riscos das apostas e a influência dos influenciadores, mas considerou que a responsabilidade maior recai sobre as empresas e o Estado. A maioria defendeu a regulamentação, mas não proibição.Os participantes destacaram a necessidade de regras rígidas e campanhas de conscientização. Parte do grupo defendeu investigar todos os envolvidos, enquanto outra relativizou a culpa dos influenciadores, vendo-os como peças secundárias. O grupo classificou a responsabilidade como compartilhada, entre influenciadores, empresas e o próprio jogador. A maioria rejeitou a proibição e defendeu mais educação financeira e foco nas plataformas como alvos centrais da CPI. A maioria defendeu a proibição das apostas online e imposição de punições severas aos influenciadores. O grupo ainda criticou fortemente a condução da CPI, vista como espetáculo ineficaz diante da gravidade do problema. Os participantes formularam seus argumentos de acordo com seus grupos de participação, sem fundamentação religiosa ou moral nítida.
Pergunta 24
A Câmara aprovou em 6 de maio o projeto que aumenta o número de deputados de 513 para 531. O incremento de 18 cadeiras a partir da eleição de 2026 foi incluído por meio do relatório do deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB). O tema começou a ser discutido na Câmara porque, em 2023, o STF determinou que a Casa teria de fazer a redistribuição das bancadas estaduais de acordo com o Censo de 2022, para adequar o número de deputados à população de cada Estado. Mas, ao invés de readequar, foi proposto o aumento do número de cadeiras. Vocês sabem como é feito atualmente a distribuição de deputados federais por estado? O que pensam sobre esse aumento?
Rejeição Generalizada

A análise das opiniões dos cinco grupos revelou um forte consenso entre os cinco grupos quanto à rejeição da proposta de aumento no número de deputados federais. Também em comum, a maioria dos participantes declarou não saber como ocorre a distribuição das cadeiras entre os estados, embora alguns tenham mencionado superficialmente a relação com a população.

Independentemente do nível de conhecimento sobre o funcionamento do sistema político ou dos critérios de distribuição das cadeiras, predominou a percepção de que a medida representa um desperdício de recursos públicos em um cenário já marcado por ineficiência, privilégios e distanciamento da classe política em relação à sociedade. Os participantes associaram a proposta a um agravamento da máquina pública, com mais custos para a população e poucos resultados práticos em benefício coletivo. A insatisfação generalizada também refletiu um sentimento de descrédito nas instituições e de cansaço diante da repetição de decisões políticas vistas como desconectadas das reais necessidades do país. Assim, as respostas reforçaram um diagnóstico de crise de legitimidade do sistema político, com forte rejeição a iniciativas que ampliem seus custos e estruturas.

"Acho ridículo essa proposta. Pois é só mais um meio de tirar dinheiro da população para dar vida de bacana para muitos q estão lá dentro e não sabem nem o q estão fazendo. Sem contar q a Câmara pode ter dificuldade em tomar decisões eficientes devido ao grande número de opiniões e interesses envolvidos. Então não concordo com a quantidade de pessoas que são escolhidas. Sei que a diversidade de opinião pode ser benéfica para garantir que diferentes perspectivas sejam consideradas. Porém é muito difícil de alcança um consenso com a quantidade de pessoas. E vamos ser sinceros, muitos não sabem nem o que estão fazendo ali. Sem contar o custo." (G1, 27 anos, microempreendedora, MG)

"por lei a distribuição deveria ser feita de acordo com a população, e deve ser adequada a cada senso, sei também q com a nova distribuição Goiás q é onde eu moro teria mais deputados. Não concordo com a distribuição atual pois estados com população muito pequena tem mais representatividade proporcional q em estados tenham maior população. Discordo do aumento de cadeiras, pois isso incha ainda mais a máquina pública o q representa maior gasto com pessoal." (G2, 43 anos, administradora, GO)

"Não faço ideia de como é feita essa redistribuição, mas em hipótese alguma concordo com isso. É insano o que o Brasil está virando! Essas coisas são aprovadas em caso de urgência, tô aqui esperando o limite do MEI aumentar faz anos e nada, estamos aqui nos apertando e enquanto isso vamos ter mais gastos inúteis com 18 cadeiras a mais." (G3, 36 anos, autônoma, SP)

"Eu sinceramente acho vergonhoso aumentar a quantidade de deputados sendo que isso consequentemente aumenta o custo do Governo para nós meros trabalhadores. Deputado só aparece em época de eleição pra prometer um monte de coisas e fingir que está entregando estrada asfaltada e ambulância pra cidade do interior. O que deveria acontecer de verdade é diminuírem a quantidade de tanto funcionário ineficaz e começar a existir um acompanhamento real do que esses senhores e senhoras fazem pra valer a pena o salário que pagamos a eles." (G4, 32 anos, engenheiro mecânico, BA)

"Nossos ""queridos"" deputados não cansam de nos surpreender da pior maneira possível. Já pagamos muito caro para uma Câmara que pouco representa a gente, pouco fiscaliza e pouco faz em prol da população, agora teremos que arcar com mais 18 pessoas que continuarão sugando nossos impostos para propor projetos terríveis como esse, é de chorar. Sobre a forma como funciona a distribuição, confesso que eu já li, mas nunca entendi muito bem essa questão proporcional, pois sei que o deputado mais votado nem sempre é o que entra, pela questão da legenda e do partido. Confesso que não gosto desse sistema e deveria haver outro tipo de votação para definirmos os nossos deputados." (G5, 33 anos, tradutor, SP)

Narrativas prontas

Como de costume, somente entre alguns participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos), houve associações diretas entre o aumento do número de deputados e o atual governo. Em várias falas, os participantes responsabilizaram o governo federal pela proposta ou usaram a medida como exemplo de uma gestão que, segundo eles, prioriza gastos e privilégios políticos em detrimento das necessidades da população.

"Acho isso um absurdo. Esse governo só quer esbanjar dinheiro. Devia era reduzir custos, para que o nosso país prospere. Mas o que esperar deste governo e de seus ministros. Só farra com o dinheiro público.” (G1, 38 anos, assistente administrativo, AM)

“Eu acho que 513 já é muito para sair dos nossos bolsos, e agora querem aumentar, porque? Para enriquecer os bolsos desse bando de ladrões. Esse desgoverno dá crédito para bandido, e marginal. Mas também, o chefe da quadrilha é um descondenado! Comunista, povo brasileiro se ferra sempre.” (G1, 64 anos, empresário, PR)

“É impressionante como esse governo consegue sempre dar um jeito de piorar as coisas: em vez de cortar gastos e investir onde o povo realmente precisa, como saúde e educação, inventam de aumentar o número de deputados pra encher ainda mais a máquina pública de cabide de emprego, tudo pago com o suor de quem acorda cedo e mal consegue pagar as contas — é um deboche com a cara do brasileiro.” (G1, 57 anos, confeiteira, PE)

Pergunta 25
Na última semana, o assunto das fraudes no INSS continuou forte nas redes sociais. Muitas postagens ligam políticos, partidos e autoridades ao escândalo. Algumas delas usam dados fora de contexto ou distorcidos para defender ideias que não batem com os fatos conhecidos até agora. O caso virou motivo de briga entre grupos políticos e da mídia, que usam as denúncias para atacar rivais ou reforçar suas versões dos fatos. Na opinião de vocês, como dá para saber o que é verdade em casos assim, que viram disputa política? Hoje, vocês confiam em alguém, órgão ou veículo para ajudar a entender o que está acontecendo de verdade?
Visão coesa e alinhada à direita

Os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) apresentaram um alto grau de convergência narrativa. Para esses, as fraudes no INSS foram diretamente ligadas ao governo Lula. Essa certeza se ancorou na retomada de escândalos anteriores, compondo uma narrativa de continuidade da corrupção sob governos de esquerda.

Em relação aos meios de comunicação, houve desconfiança explícita e generalizada em relação à grande imprensa, especialmente à Rede Globo, acusada de omitir ou distorcer informações para proteger o atual governo. A confiança recaiu fortemente sobre canais de comunicação da direita, redes sociais, influenciadores conservadores e a figura do ex-presidente Bolsonaro. Essa combinação de certezas políticas e rejeição à mediação jornalística tradicional resultou em um discurso politizado e homogêneo, no qual não houve espaço para ambivalência ou dúvida.

As falas indicaram que, para esse grupo, a filtragem das informações passa menos por critérios de verificação e mais por alinhamento político. Dessa forma, o julgamento sobre o que é “verdadeiro” esteve condicionado, para muitos, não a uma análise crítica das evidências disponíveis, mas à afinidade com determinados atores políticos e à rejeição de outros.

"No meu ponto de vista, pra saber se é verdade ou não, basta olhar as investigações da Policia Federal, se comprovou e está comprovado a Fraude, então conclui-se que está havendo fraude no INSS, assim às lideranças da direita cobra, porque esse governo já vem com muito roubo, Mensalão, Petrolão e agora INSS. Em relação a confia, eu confio, mas pesquiso em vários canais de comunicação, o que dou menos importância é a Globo, agora que é verdade o roubo referente ao INSS, isso é fato, mas o PT e seus aliados fecharam os olhos." (G1, 36 anos, assistente jurídico, BA)

"A mentira vem por parte da esquerda que quer ligar o presidente Bolsonaro ao roubo da aposentadoria dos idosos e pensionistas. Como faço pra saber a verdade, buscando notícias de 2019, ano em que o nosso capitão dificultou o roubo das aposentadorias e foi o período que menos fraude teve, mas quando o descondenado assumiu, tratou logo de ajudar os sindicatos, inclusive do irmão dele, que está envolvido nos roubos do INSS, revogando o que o nosso querido presidente Bolsonaro fez para evitar a roubalheira." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos, RJ)

"A fraude aconteceu nesse desgoverno todo mundo sabe, mais a mídia comprada faz o povo ver de outra forma e condena um inocente que sempre trabalhou em prol do povo. É preciso uma investigação forte em cima disso. Eu não confio na mídia quando pesquisar algo eu busco as redes sociais do capitão." (G1, 50 anos, engenheiro, SP)

“Interessante este questionamento ... durante 4 anos a Globo fez denúncias que nunca se confirmaram até hje contra o governo passado ea grande maioria da esquerda apoiava, divulgava e condenava mesmo sem provas. Agora que o governo é do Lula (condenado por formação de quadrilha e roubo) e novamente temos escándalos de corrupção, roubo e favorecimento de pessoas não ligadas ao governo, tudo isso mostrado e comprovado pela mesma Globo, entre outras mídias, a alegação é de que estão usando as denúncias para fins políticos... ue mas não fizeram o mesmo durante 4 anos. O que mudou? a preocupação tinha que ser com o roubo que ficou provado e comprovado pela PF. e não com quem ou como estão usando o escândalo. Houve um roubo com a participação do governo e isso é fato, não adianta ficar criando questões pra querer pássaro pano.” (G1, 54 anos, músico, RS)

Ceticismo generalizado e busca cautelosa por informação

Os participantes dos grupos 2 e 3 (bolsonaristas moderados e eleitores flutuantes) expressaram posturas mais ambíguas e reflexivas diante do escândalo. A maioria reconheceu a dificuldade de saber o que é verdade e o que é mentira ou manipulação das informações em um contexto de intensa disputa política e informacional. A desconfiança não se dirigiu exclusivamente a um partido ou campo ideológico, mas se estendeu a praticamente todas as instituições envolvidas — incluindo imprensa, governo, oposição e mesmo os órgãos oficiais. A sensação predominante foi a de que, em meio ao volume de informações contraditórias e à rapidez das narrativas, é muito difícil formar uma opinião com base em fatos confiáveis.

A busca por múltiplas fontes apareceu como uma estratégia recorrente para tentar contornar a parcialidade percebida em veículos e instituições. Além disso, muitos disseram preferir acompanhar a evolução das investigações e aguardar o "desenrolar dos fatos" para compreender melhor o caso. Foi recorrente a ideia de que somente com o tempo e com análises mais maduras — como reportagens investigativas, entrevistas ou materiais mais aprofundados — seria possível se aproximar da verdade.

Alguns participantes do grupo 3 (eleitores flutuantes) expressaram preocupação com o uso crescente da inteligência artificial na produção de conteúdos falsos, destacando o temor de que essa tecnologia amplifique ainda mais a desinformação e torne ainda mais difícil distinguir o que é verdadeiro em meio às disputas políticas.

"Sinceramente eu acredito sim que em alguns casos tenham virado disputa política e eu de fato não consigo ver algum órgão que dê 100% de certeza do que é verdade ou não infelizmente eles vinculam tudo que é do interesse deles do que favorece a eles né E se a gente como população né no caso minoria não procurar saber com as nossas próprias mãos às vezes a gente vai levada fake News ou então notícias que não condizem com 100% da realidade." (G2, 24 anos, técnica em enfermagem, RJ)

"Hoje não confio realmente em ninguém, pra falar a verdade até o alto escalão não tem capacidade de fazer uma investigação direito, muitos políticos e partidos, não tem noção do que acontece dentro do próprio partido ou com o colega da política, em questão de política eu confiava e pendia mais pela direita hoje desconfio dela e do resto eu busco por pessoas aleatórias que conseguem mostrar a verdade com provas, não sigo políticos grandes." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)

“Eu concordo com a colega acima. Só consigo acreditar e compreender melhor tudo o que aconteceu depois de um tempo, quando são feitas análises, reportagens com estudos, entrevistas e tal sobre o assunto. Eu também pesquiso em diferentes fontes, mas tenho bastante dificuldade em saber o que é verdade ou não é sobre um assunto tão polêmico assim." (G3, 37 anos, médica veterinária, PR)

"Atualmente não se pode acreditar em mais nada. Além do disse me disse e telefone sem fio, as IA tem sido utilizada para desinformação e fraudes. O negócio é pesquisar em locais confiáveis seja rádio, TV, internet e ir acompanhando para ver o que dá." (G3, 37 anos, assistente administrativa, MG)

Crítica à manipulação política e valorização da checagem

Nos grupos 4 e 5 (lulodescontentes e lulistas) a preocupação central foi com a forma como escândalos como o do INSS são utilizados politicamente para reforçar disputas partidárias e manipular a opinião pública. Os participantes criticaram tanto a cobertura sensacionalista da mídia quanto o uso estratégico da informação por atores políticos para culpar adversários e evitar responsabilidades. Muitos reconheceram a existência de irregularidades no sistema, mas se mostraram incomodados com a rapidez com que se formam narrativas fechadas, sem espaço para investigação séria e imparcial. A politização dos fatos foi vista como um obstáculo à apuração da verdade, e não como um caminho legítimo de cobrança.

O diferencial desses grupos foi a valorização ativa da checagem de informações e da busca por fontes mais confiáveis. Muitos relataram que evitam conteúdos com tom fortemente ideológico, independentemente do lado, e que confiam mais em órgãos oficiais, veículos tradicionais com apuração jornalística e ainda conteúdos que apresentem dados e evidências concretas.

No grupo 5 (lulistas), em especial, houve um posicionamento mais crítico em relação à direita política e ao uso sistemático de fake news, com destaque para influenciadores identificados como propagadores de desinformação. Esses participantes demonstraram uma postura vigilante diante da guerra de versões, rejeitando discursos extremistas e defendendo uma mediação mais racional da realidade.

"Fica difícil saber o que é verdade de fato, para entender melhor sobre os acontecidos o indicado é pesquisar em diferentes locais, vários canais de tv, internet mas os sites dos jornais conhecidos. Eu costumo fazer isso para tentar entender qual a verdade dos fatos e ainda sim corre o risco de não sabermos a verdade." (G4, 36 anos, instrutor de informática, SP)

"Temos que analisar bem o que lemos e onde lemos. Diante dos dias de hoje onde tudo vira mídia, temos que procurar fontes realmente imparciais e não somente uma. Ler portais de notícias, artigos de jornal, podcasts e de pessoas sem viés político, pois no fim todo esse meio político só pensa em seu dinheiro, seu bolso e nós meros mortais que sofremos as consequências." (G4, 32 anos, engenheiro mecânico, BA)

"Sobre esse assunto, que tanto rendeu e tanto gerou debates, fake news, manipulações e o uso de inverdades para atacar o atual governo, eu sinceramente fiquei cansado de ler matérias com informações incompletas e fiz a minha própria verificação dos fatos. Mais uma vez, o vídeo do Nicolas Ferreira só traz inverdades e ataca sem nenhum tipo de comprovação. Infelizmente, já o vi em dois grupos diferentes, de família e de futebol e como ele realmente tem uma capacidade de comunicação muito boa, mesmo que o conteúdo seja todo falso, acaba propagando essas mentiras que são complicadas de serem desmentidas depois. O que eu faço é sempre ir em órgãos oficiais e eu mesmo ler para checar cada uma das informações que estão na mídia, dessa maneira, fico mais tranquilo e bem informado sobre qualquer tipo de assunto!” (G5, 33 anos, tradutor, SP)

“Eu particularmente sempre desconfio de notícias que fazem ataques políticos muito claros a determinado partido ou lado, eu sei que tem um dedo de manipulação então tento sempre ser mais neutra possível quando consumo esse tipo de notícia, porém essa matéria em particular sobre a fraude do INSS a que tive acesso foi a reportagem do Cabrini, achei bem esclarecida." (G5, 28 anos, auxiliar administrativo, AM)

Pergunta 26
Nesta semana, a CPI das Apostas Esportivas ("CPI das Bets") ficou em destaque por chamar influenciadores famosos, como Virginia Fonseca e Rico Melquiades, para depor. A investigação tenta entender se as apostas estão sendo usadas para fraudes, lavagem de dinheiro e para atingir pessoas mais vulneráveis, e se os influenciadores ajudam nisso ao divulgarem. O tema gerou debate: de um lado, há quem ache que os influenciadores devem ser responsabilizados. De outro, há quem diga que o foco deveria estar nas empresas de aposta e nas regras que controlam esse setor. Também cresce a preocupação com o vício em jogos e com o impacto de ver apostas sendo normalizadas por perfis com milhões de seguidores. Na opinião de vocês, seria bom criar regras mais duras ou até mesmo proibir as apostas online? E o que acham de chamarem influenciadores para a CPI? É o mais certo ou outras pessoas e instituições deveriam vir antes nessa discussão?
Foco prioritário da responsabilização

Nos grupos 1 e 5 (bolsonaristas convictos e lulistas) a maioria dos participantes apoiou a convocação dos influenciadores pela CPI, entendendo que sua atuação tinha potencial de contribuir para a disseminação do vício em jogos, especialmente entre pessoas mais vulneráveis. Houve um consenso de que a publicidade feita por essas figuras públicas era enganosa ou apelativa, gerando expectativas irreais de lucro fácil. Para esses participantes, os influenciadores não podiam ser vistos apenas como agentes neutros, mas como partes interessadas que se beneficiavam financeiramente da exploração de comportamentos compulsivos.

Já nos grupos mais centrais (bolsonaristas moderados, eleitores flutuantes e lulodescontentes) nem todos concordaram que os influenciadores deveriam ser os principais alvos das investigações. Parte dos participantes entendeu que, como prestadores de serviço contratados para fazer publicidade, esses indivíduos só deveriam ser responsabilizados caso estivessem diretamente envolvidos com as empresas ou com práticas ilícitas. Mesmo concordando com a investigação dos influenciadores, para essa parcela, o foco da investigação e da responsabilização deveria recair prioritariamente sobre as plataformas e os agentes econômicos por trás do negócio, incluindo autoridades que permitem sua operação.

"Estou a favor de chamar os influenciadores, afinal de contas eles influenciam as pessoas. E devem responder por qualquer falcatrua que estão vinculados. Principalmente com a conta fake na qual eles têm acesso para mostrar apenas ganhos. Então precisa investigar e punir a todos. Entendo que aposta quem quer. Porém quando muitas pessoas começam a divulgar vários ganhos, a pessoa acaba caindo na ilusão que também vai ganhar. Mas... Vejo também que estão usando essa audiência para encobrir o principal que é a CPI do INSS." (G1, 27 anos, microempreendedora, MG)

"Esse é um tema que me deixou extremamente triste e indignado com os nossos Senadores. Ver eles tirando foto e tietando a Virgínia, quando deveriam estar investigando e questionando as suas ações é o puro suco do Brasil, não do Brasil que eu gostaria de ter, mas do Brasil real, no qual uma milionária tira dinheiro de milhões de pessoas e dorme com a consciência tranquila no travesseiro, como se não tivesse feito nada de errado. [...] Apostas é um vício, não são escolhas, não são diversão e muito menos uma forma de ganhar dinheiro. A OMS classifica apostas como uma SID, assim como o alcoolismo e outros vícios que temos. Por isso, colocar em cima do apostador a culpa e isentar totalmente as empresas e os influenciadores é um absurdo." (G5, 33 anos, tradutor, SP)

“Acho que todos devem ser investigados, inclusive quem divulga, no entanto o foco não devia ser justamente apenas os influenciadores, a não ser que tenham algum tipo de sociedade com as empresas de apostas. Teoricamente essas apostas já são proibidas por lei, pois o jogo de azar já tem previsão de punição. Se estão funcionando é com a conivência com as autoridades. Alguém além da banca está ganhando muito dinheiro pra que esse jogo de azar continue funcionando no país." (G2, 43 anos, administradora, GO)

"Os influenciadores estão trabalhando, ganhando o deles para fazer a divulgação, se houver irregularidades que sejam responsabilizadas as casas de apostas." (G2, 54 anos, aposentado, PB)

"Acho que deveria criar regras mais eficientes pra jogar online. Não adianta proibir, quem gosta de jogo vai dar um jeito pra jogar. [...] Esse negócio de chamar influenciadores pra depor não vai adiantar — eles só divulgam os jogos. Os responsáveis são os donos dos sites de apostas que criam já com a intenção de fazer a pessoa perder pra eles ganharem." (G3, 41 anos, funcionária pública, GO)

"A CPI deveria focar em investigar as empresas e sites de apostas para ver se estão dentro da Lei. Também é preciso se criar mecanismos para bloquear sites de apostas internacionais e que não seguem as regras das bets nacionais." (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)

Eficácia da CPI

As avaliações sobre a CPI também foram diversas.

Entre os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) a CPI das apostas foi avaliada com forte ceticismo. Sua criação foi vista mais como uma manobra política para desviar a atenção de escândalos mais graves (especialmente o do INSS), sendo então uma “cortina de fumaça” para evitar investigações mais incômodas ao governo.

O grupo 5 (lulistas) também criticou duramente a CPI, mas por motivos diferentes: não por achá-la desnecessária, e sim por entender que ela perdeu a seriedade ao se transformar em espetáculo. A presença de celebridades foi vista como um “circo” e como sinal do despreparo dos parlamentares para lidar com um tema tão grave. A diferença de tratamento entre os depoentes e a postura dos senadores — como tirar fotos e tietar influenciadores — foi vista como um retrato da desconexão entre o poder público e os problemas reais enfrentados pela população, especialmente os impactos devastadores do vício em jogos.

Por outro lado, novamente os grupos 2, 3 e 4 (bolsonaristas moderados, eleitores flutuantes e lulodescontentes) apresentaram visões mais pragmáticas e menos polarizadas sobre a CPI. Para esses grupos, a CPI só seria efetiva se concentrasse esforços nos responsáveis diretos pelas plataformas e nas falhas do Estado em fiscalizar o setor. Houve uma expectativa de que a CPI pudesse gerar algum tipo de regulamentação útil, embora muitos duvidassem de sua eficácia plena. A crítica, nesses casos, foi mais voltada à superficialidade da investigação, e não à sua existência em si.

"Na minha opinião eu concordo com nossa amiga acima penso como ela esses influenciadores tem culpa sim pq eles influenciam pessoas a se viciarem nessas bets, e tbm acho q isso e uma cortina de fumaça para abafarem o escandalo do inss, pq e o que eles sabem fazer de melhor qdo tem um escandalo, eles logo dão um jeito de tirar o foco do povo.” (G1, 57 anos, confeiteira, PE)

“Acredito que essa Cpi é para tirar de foco a Cpi que todos estamos querendo ver: Que é a Cpi do INSS! Enquanto isso estão dando tempo dos envolvidos sumirem com o dinheiro desviado do INSS.” (G1, 38 anos, assistente administrativo, AM)

“Esse é um tema que me deixou extremamente triste e indignado com os nossos Senadores. Ver eles tirando foto e tietando a Virgínia, quando deveriam estar investigando e questionando as suas ações é o puro suco do Brasil, não do Brasil que eu gostaria de ter, mas do Brasil real, no qual uma milionária tira dinheiro de milhões de pessoas e dorme com a consciência tranquila no travesseiro, como se não tivesse feito nada de errado.” (G5, 33 anos, tradutor, SP)

“Eu achei sinceramente uma palhaçada, assim como a do bebê reborn, se eles tavam tentando parecer sérios, pareceu mais um circo de horrores, a diferença de tratamento entre a Virgínia e o Rico foi vista de forma escancarada.” (G5, 25 anos, estudante, AL)

“Acho que todos devem ser investigados inclusive quem divulga, no entanto o foco não devia ser justamente apenas os influenciadores a não ser que tenham algum tipo de sociedade com as empresas de apostas. Teoricamente essas apostas já são proibidas por lei, pois o jogo de azar já tem previsão de punição, se estão funcionando é com a conivência com as autoridades. Alguém além da banca está ganhando muito dinheiro pra que esse jogo de azar continue funcionando no país.” (G2, 43 anos, administradora, GO)

“A CPI deveria focar em investigar as empresas e sites de apostas para ver se estão dentro da Lei. Também é preciso se criar mecanismos para bloquear sites de apostas internacionais e que não seguem as regras das bets nacionais.” (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)

“Acho que deveria criar regras mais eficientes pra jogar online, não adianta proibir quem gosta de jogo vai dar um jeito pra jogar, engraçado que agora até jogos de loteria se faz online e tem muitas pessoas que são viciadas e gastam muito dinheiro com isso [...] Esse negócio de chamar influenciadores pra depor não vai adiantar — eles só divulgam os jogos, os responsáveis são os donos dos sites de apostas que criam já com a intenção de fazer a pessoa perder pra eles ganharem.” (G3, 41 anos, funcionária pública, GO)

Proibição dos jogos

Somente o grupo 5 (lulistas) defendeu majoritariamente a proibição total das apostas online. Para esses participantes, os danos sociais e psicológicos associados ao vício em jogos superavam qualquer possível benefício, e medidas como bloqueio de sites, punição aos divulgadores e criminalização da atividade foram sugeridas como formas legítimas de enfrentamento.

Nos demais grupos (G1 a G4), a tendência predominante foi defender uma regulamentação mais rígida, mas não a proibição completa. Esses participantes reconheceram os riscos envolvidos, mas acreditaram que o jogo continuará existindo — legal ou não — e que o mais eficaz seria estabelecer limites, fiscalizar a atuação das plataformas, proibir propagandas enganosas e promover campanhas de conscientização. A comparação com produtos como cigarro e álcool foi usada por alguns para argumentar que o Estado deve intervir, mas sem eliminar totalmente o direito de escolha individual.

“Na minha sugestão era que não deveria existir esses tipos de apostas, porque não tem como fiscalizar, apesar de já existir casas regulamentadas, outra questão são os influenciadores que têm uma influência grande de pessoas — eu acho que ela deve sim ser responsável pelo que ela indica, deveriam ser punidos com o rigor da lei. As leis deveriam ser mais severas. Vejo gente se matando por isso.” (G5, 38 anos, chefe de RH, BA)

“Deveria ser proibido aposta online. Eles deveriam criar tipo uma chave que quando a pessoa acessasse o site de jogos bloqueava. Acho que ajudaria bastante. O que mais vejo é pessoas que estão endividadas por conta do jogo.” (G5, 28 anos, autônoma, MT)

“Bom dia. Deveriam criar regras mais claras e pôr impostos bem altos sobre esses jogos. Influencers e celebridades apenas estão divulgando como qualquer outro produto que eles fazem. Bobo é quem acredita em toda bobagem da internet e segue o que esses famosos falam.” (G3, 37 anos, assistente administrativa, MG)

“As regras devem ser rígidas pois estamos falando de um problema viciante. Os influencers só servem para se promoverem nessa situação.” (G3, 25 anos, contador, RJ)

“Como qualquer jogo de azar oficializado no Brasil, deveria ter sim regras a se seguir, até mesmo algum tipo de fiscalização, incluindo já respeitar as regras que existem.” (G4, 36 anos, instrutor de informática, SP)

“Acho que deveria ter uma regulamentação para essas apostas, mas acredito também que não deveriam chamar esses influenciadores para fazerem a propaganda, porque isso faz com que as pessoas achem que é muito fácil ganhar fazendo esses jogos online.” (G2, 43 anos, professora, SP)

Considerações finais

As três temáticas debatidas na semana — aumento do número de deputados federais, mídia e fraudes no INSS, e apostas online — evidenciaram um traço comum entre os participantes: a profunda desconfiança nas instituições políticas e a percepção de que decisões públicas são frequentemente orientadas por interesses próprios dos governantes, mais do que por compromisso com o bem coletivo. Em todos os casos, ainda que em graus diferentes, prevaleceu a ideia de que o sistema político tem atuado de forma ineficiente, dispendiosa e desconectada das necessidades reais da população.

A análise das opiniões sobre o aumento do número de deputados federais revelou um forte consenso entre os cinco grupos quanto à rejeição da proposta. Independentemente do nível de conhecimento sobre o funcionamento do sistema político ou dos critérios de distribuição das cadeiras, predominou a percepção de que a medida representa um desperdício de recursos públicos em um cenário já marcado por privilégios, ineficiência e distanciamento da classe política. A insatisfação generalizada refletiu um sentimento de descrédito nas instituições e de cansaço diante da repetição de decisões vistas como desconectadas da realidade da população.

Em relação à fraude no INSS, ficou evidente que os participantes não consumiram informações de forma neutra, mas adotaram estratégias diversas em suas buscas e tenderam a reinterpretar o caso a partir de seus próprios filtros ideológicos e informacionais. Enquanto alguns grupos recorreram a convicções políticas consolidadas como forma de dar sentido imediato aos acontecimentos (bolsonaristas convictos), outros adotaram o ceticismo (bolsonaristas moderados e eleitores flutuantes) ou a checagem ativa como tentativa de resistência à manipulação (lulodescontentes e lulistas). Em comum, emergiu o sentimento de que a corrupção é crônica e presente em todas as esferas institucionais. Ao mesmo tempo é notável o descrédito dos meios de comunicação em geral e a percepção frequentemente expressa de que o consumidor de informação deve fazer a sua própria checagem dos fatos.

Por fim, houve consenso quanto à gravidade dos impactos sociais causados pelas apostas online, especialmente no que diz respeito ao vício, ao endividamento e à vulnerabilidade de parcelas da população. As críticas à CPI das Apostas foram amplas: muitos consideraram a atuação do Senado desmoralizante. Predominou a percepção de que a comissão, da forma como foi conduzida, perdeu sua efetividade ao priorizar o espetáculo em vez de enfrentar estruturalmente o problema. Essa teatralização da política, longe de mobilizar confiança na capacidade do Legislativo de responder a questões complexas, aprofundou a descrença nas instituições e alimentou discursos de desilusão com o sistema democrático.

Distribuição da Participação
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Fraude no INSS; Papa Francisco; Viagem de Lula à Rússia

Prisão de Collor; Terapias hormonais em adolescentes; Camisa vermelha da seleção

Bolsa Família como Inclusão Social; Minha Casa, Minha Vida para Moradores de Rua

Ampliação da Isenção para Igrejas; Código Brasileiro de Inclusão

Governadores em Ato pró-Anistia; Percepções sobre os EUA; Percepção sobre Donald Trump

Identidades políticas adversárias; Autoidentificação de grupo; Percepções sobre crimes de abuso sexual

Aumento da Faixa de Isenção do IR.; Condenação de Carla Zambelli.; Bolsonaro Réu por Ataques à Democracia.

Passeata de Bolsonaro por anistia; Licenciamento de Eduardo Bolsonaro; Avaliação do Governo Federal.

Prisão de Braga Netto;Aprovação do do pacote de cortes de gastos;Concessão de benefícios extras

Tarcísio de Freitas e o uso de câmeras;Regulamentação de IA;Declarações de Moro e a Cassação de Caiado.

Isenção do IR; PEC dos Gastos Públicos; Divergências entre Mercado e Governo.

Tentativa de Golpe: informações gerais; Indiciamento de Jair Bolsonaro; Pedido de Anistia

Especial G20: Falas de Janja; Percepeções gerais; Avaliação de pautas

Símbolos religiosos em órgãos públicos; PEC para fim da escala de trabalho 6x1; Atentado em Brasília.

Retirada de livros com conteúdo homofóbico.; Vitória de Trump.; Programa Pé de Meia.

Fragmentação da Direita; Anulação de condenações da Lava-Jato; Reunião de Lula com governadores

Participação do Brasil no BRICS; Mudanças de candidato no 2T; Caso Gustavo Gayer

Privatização de estatais; Fake News nas eleições; Eleição de policiais e militares

CPI das apostas online; Aumento da pena para crimes contra a mulher

Decisão do voto: Direita x Esquerda; Voto no PT; Campanha 2024 e expectativas; Avaliação dos Resultados

Descriminalização das Drogas; Ens. Religioso; Escola cívico-militar; Aborto; Prisão de mulheres que abortam

Violência entre Datena e Marçal; Regras do debate eleitoral; Definição do voto

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Suspensão do X (antigo Twitter); Queimadas florestais; Acusações sofridas por Silvio Almeida

Semana Temática: Bolsa Família; Auxílio Brasil; Privatização das Estatais

Pablo Marçal; Folha contra Moraes; Suspensão das Emendas

Temático: Casamento Homoafetivo; Adoção por casal Gay; Cotas Raciais

ESPECIAL ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Interesse pelo Pleito; Gestor Ideal; Apoios de Lula e Bolsonaro

Temático Segurança: Porte de Armas; Pena de Morte; Redução da Maioridade Penal

Desistência de Joe Biden; Declarações de Maduro; Declarações de Tebet

Atentado contra Trump; Cotas na Política; Fala de Lula

Espectro ideológico; Avaliação do Governo Lula; Isenção de Multa para Irmãos Batista

Saúde de Pessoas Trans; Lula e o Câmbio; Indiciamento de Bolsonaro

Aumento para os Procuradores de SP; Descriminalização da Maconha no país; Golpe na Bolívia

Lula no G7; Críticas de Lula ao BC; PL dos Jogos de Azar

Eleições nos EUA; Arthur Lira e o Conselho de Ética; PL 1904

Parada LGBT+; Terceirização da Escola Pública ; Escolas Cívico-Militares

Acusações contra Zambelli; PEC das Praias; Veto à criminalização das Fake News

Benefício Emergencial no RS; Absolvição de Moro; Imposto sobre Importações

Fake news da tragédia; Fala de Eduardo Leite; Fuga de condenados bolsonaristas

SEMANA PETROBRÁS - Privatização, Desenvolvimento e Meio Ambiente

Saídas Temporárias, Condenações de 8/1, Atuação de Presidentes em Calamidades Públicas

Manifestação pró-Bolsonaro em Copa, Novos programas para pequenos empresários e empreendedores; Elon Musk e Alexandre de Moraes

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#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres

Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos

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#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró

#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula

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Relatório #19 MED

ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS

Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula

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Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma

Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola

Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula

Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista

Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro

Julgamento, Cid e políticas sociais

Valores: Marcha, Parada e Aborto

Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro

Monitor da Extrema Direita

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.