Relatório 14

De 14 a 20/07

Temas:

  • Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 14 a 20/07 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) o encerramento do programa PECIN (escolas cívico-militares) ; ii) o atos de violência contra Alexandre de Moraes; iii) o início da segunda etapa do programa Desenrola.
Ao todo, foram analisadas 135 interações, que totalizaram 2.800 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Encerramento das Escolas Cívico-Militares Unanimamente o grupo repudiou a decisão de Lula, avaliando se tratar de interesses puramente políticos: os de acabar com tudo de bom que Bolsonaro havia feito. O grupo criticou o encerramento do programa, lamentando tanto a perda da qualidade do ensino, decorrente da decisão, quanto a perda dos ensinamentos morais e disciplinares que as escolas ofertavam.
Ataque a Alexandre de Moraes A maioria dos participantes criticou os atos praticados, repudiando todas as formas de violência, mas alguns levantaram suposições sobre o ocorrido, inclusive validando os ataques realizados. Unanimamente o grupo repudiou os atos cometidos contra o ministro, colocando-se a favor do respeito e almejando punições aos praticantes.
Programa Desenrola A maioria dos participantes criticou o programa, levantando suposições acerca da integridade do mesmo, ou afirmando que não era algo novo e nem benéfico de fato para a população. Poucos participantes aprovaram a iniciativa. A maioria do grupo aprovou o programa e seus benefícios, mas muitos comentaram sobre tratar-se apenas de uma mudança de nome de um mesmo programa que já existia (Serasa Limpa Nome).
Pergunta 39
O governo federal anunciou na quarta-feira (12.jul.2023) a extinção do Pecim (Programa de Escolas Cívico-Militares) criado em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL ). O que vocês acham dessa decisão?
Perseguição política

Unanimamente os dois grupos lamentaram e discordaram da decisão de encerrar o programa.

O grupo 01 (bolsonaristas convictos) criticou incisivamente Lula, avaliando que o mesmo havia tomado essa decisão por perseguição política a Bolsonaro e a seu legado. Mais uma vez, o petista estaria destruindo os excelentes programas do ex-presidente.

Outro argumento recorrente foi o de prejudicar a educação de qualidade para aumentar a alienação da população, privando os alunos de um ensino com a base em valores "de bem" e disciplina, em prol da retomada do ensino "esquerdista".

"Eu acho uma tristeza, porque mal ou bem essas escolas ensinam as crianças a terem princípios fora de casa! Eu estou preparando o meu filho de 7 anos para ele poder entrar em uma Escola Cívico Militar aqui de Belém do Pará, haja vista que o ensino é de qualidade" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)"

"Eu acho que essa decisão foi péssima, pois está na casa que o PT quer acabar com tudo que Bolsonaro fez, e não estão nem se importando se vai ser bom ou não!" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)"

"Isso é péssimo, as melhores escolas são as militares que realmente ensinam e não fazem militância esquerdistas, mas é isso que eles querem, o povo bem ignorante pra ser manipulado! E esse é o governo da vingança contra tudo que foi feito de bom nos últimos quatro anos. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos livre desse governo que tem orgulho de ser comunista!"" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu discordo totalmente, é uma atitude ridícula, tanta coisa para se resolver e priorizar, eles preferem tirar um projeto que deu e estava dando muito certo simplesmente por politicagem. É um retrocesso sem tamanho, nem justificativa, politicagem mesmo. A qualidade das escolas militares é muito melhor do que as públicas civis. Sem falar que muitas pessoas nascem e crescem com o perfil familiar e profissional voltados a disciplina militar. Fim das oportunidades de alunos que buscam crescimento, que buscam muito mais do que bolsa família na vida. É a educação dando um passo para trás. É lamentável." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"A pior decisão que já vi por simples briga política. Porém se vê atitudes que prejudicam a formação de pessoas com valores morais e quem dar apoio a pessoas de má índole como é o caso de ter vagas para faculdade de medicina exclusiva para os integrantes do MST. Lamentável mas pelo jeito vão conseguir."" (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Com certeza ele vai extinguir, quanto mais ignorante for o povo pra ele vai ser melhor para controlar" (G1, 47 anos, microempreendedora , SP)

"O atual presidente preza mesmo é pela falta de educação do povo, pois assim consegue iludir a população facilmente. Esta é a ideologia do PT." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Tá escancarado que é por vingança. Vale muito mais apenas abrir universidades federais criadoras de militantes que apoiam o comunismo." (G1, 34 anos, artesã , SC)

Perda do ensino de qualidade

O grupo 02 (bolsonaristas moderados) também criticou a decisão, argumentando principalmente sobre a perda do ensino de qualidade, uma vez que essas escolas ofertavam programas, na sua visão, superiores às demais. A disciplinarização dos alunos a partir das regras mais rígidas e valores morais também foi muito citada como um diferencial das escolas, que vai ser perdido.

Apenas um participante sabia das motivações apresentadas pelo governo para a decisão de encerramento do projeto, inclusive a discrepância de investimento entre os modelos escolares.

"Achei uma decisão ruim, independente de qual governo seja, pelo menos aqui nas escolhas próximas esse programa foi muito bom e ajudava muito na segurança das escolas, infelizmente vai fazer falta" (G2, 28 anos, autônoma, DF)

"Tenho preocupações em relação às políticas propostas pelo PT e considero essa decisão muito desfavorável, era um ensino de muita qualidade." (G2, 38 anos, gerente de imobiliária , SP)

"Achei essa decisão ridícula, tanta coisa para resolver e estão priorizando tirar um projeto que está dando certo, o patriotismo incomoda, tudo que tem ligação com valores morais nao interessa para esse desgoverno." (G2, 39 anos, administradora, BA)

"noticia negativa. Meu filho fez todo ensino medio na escola militar e foi muito positivo. Acho que as crianças e adolescentes hoje precisam de disciplina e regras que a escola militar proporciona" (G2, 43 anos, agente de turismo , GO)

"Uma decisão péssima. Pois as escolas eram muito melhores que as do governo comum" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)

"Creio que deve ser continuado, ainda mais observando nas escolas estaduais hoje, onde o jovem aprende desde menor o lado ruim, drogas, bebidas, passei todo meu ensino em escola pública e em ensino foi muito bom, porem também aprendia oque não presta pela falta de compromisso e ética até mesmo das autoridades na escola, e creio que lá é algo mais educativo onde ensina amar a pátria e dar um futuro melhor aos jovens" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

"Minha opinião nesse caso afirmam que o modelo é não abrange todas as escolas não tem resultados comprovados faltam estudos e dados e custa caro aos cofres públicos. No ano passado, o programa consumiu R$ 64 milhões e atendeu o equivalente a 0,1% das escolas do país. Ou seja não teve tanto efeito como esperado além.de sair caro." (G2, 38 anos, vendedor, RS)

Pergunta 40
Na semana passada, um grupo de brasileiros dirigiu ofensas contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes e agrediu fisicamente o filho do ministro, no aeroporto de Roma, enquanto ele voltava de uma palestra. O que vocês acham desse comportamento?
Repúdio aos ataques

A maioria dos participantes, de ambos os grupos, repudiou os atos cometidos, argumentando que o respeito está acima de toda e qualquer divergência.

No grupo 02 (bolsonaristas moderados) houve quem defendesse a realização de apurações e o julgamento e punição dos envolvidos.

"Eu acho que foi um absurdo, pois independente de qual lado estão tem que haver respeito!" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)

"Eu sinceramente achei absurdo! Por mais que discordemos uns dos outros, a violência não é o melhor caminho, jamais! Além do mais, por mais errado que o ministro seja, agredir seu filho ou sua família, não é correto! Nem mesmo agredir a ele próprio, pois além de ser uma autoridade, é um ser humano! Estamos envoltos em violência, inclusive na política! " (G1, 39 anos, contadora, BA)

"Isso tudo é um absurdo com o povo não tem respeito ao próximo tudo errado isso e uma verdadeira vergonha pro brasil" (G1, 44 anos, técnico de informática, SP)

"Estava assistindo isso hoje, achei horrível.. como pessoas acham que a violência resolve alguma coisa? Discordar e não gostar é o seu direito, agredir não.. espero que as pessoas que fizeram isso sejam punidas, para que não ocorra novamente" (G2, 28 anos, autônoma, DF)

"Essas pessoas deveriam responder penalmente por essas agressões pois nada a ver agredir um filho de uma pessoa pelo simples fato do pai ter uma ideologia política" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)

"Ataques verbais e agressões físicas são comportamentos inaceitáveis e condenáveis, independentemente das circunstâncias. Eles violam os princípios básicos de respeito, dignidade humana e Estado de Direito. É importante lembrar que todos os indivíduos têm direito à segurança física e emocional, independentemente de suas opiniões políticas ou posição ocupada." (G2, 38 anos, gerente de imobiliária , SP)

"O uso da violência ou da agressão física não é um meio adequado para lidar com disputas políticas ou divergências ideológicas.

É necessário uma cultura de respeito, tolerância e diálogo, onde as diferenças possam ser discutidas e resolvidas pacificamente, contribuindo para uma sociedade mais justa e harmoniosa." (G2, 42 anos, administradora, GO)

"Comportamento totalmente inaceitável, espero que essas pessoas sejam punidas. Esse faccionismo partidário, já passou só limite." (G2, 34 anos, técnica de enfermagem , AP)

Questionamentos acerca dos fatos

Uma parcela dos participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) questionou os fatos narrados, argumentando que eram mentira de Alexandre de Moraes, baseando suas suposições em vídeos que "não mostravam nada além de uma discussão verbal" ou em supostos depoimentos de pessoas que haviam presenciado o ocorrido.

O tom de algumas dessas narrativas era de comemoração velada das agressões.

"Acho que ele é um baita mentiroso, porque outras pessoas que assistiram o ocorrido já se manifestaram e quem começou agredir o idoso de 71 anos foi o ""filhinho de 27 anos"" do iluministro. Também acho que querem mentir pra desviar o foco da fala do Barroso, que é outro episódio que não tem como engolir, tá difícil, parece que a mentira é mais forte que a verdade, mas a verdade sempre vai prevalecer! Eu creio!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Não concordo, com esse tipo de agressão. Porém e compreensível entender o nível desse comportamento, até porque conhecemos a índole desse sujeito, uma pessoa que não esconde a quem ele apoia ( partido). Na minha opinião a outras formas melhores de se manifestar, como jogar ovos( kkk), assim como antigamente como acontecia com os políticos demagogos." (G1, 25 anos, estudante, ES)

"No vídeo que assisti só mostra a mulher e dois homens no aeroporto, pode ter tido xingamentos, mas os envolvidos negaram agressão física, não vi nenhuma foto do soco no filho do Alexandre de Moraes e óculos caído no chão. Para mim isso é mais uma Fake News, não tem como acreditar em nada que esse senhor Alexandre de Moraes fala." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"A violência justifica fazer a ""Justiça com as próprias mãos"", não foi correto o que foi feito, mais as pessoas cansaram da arrogância e prepotência do ministro do STF!Creio que isso não vai parar por aí!!!"" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Procurei pelo vídeo da agressão e não achei, acredito que estejam invertando a história para serem as vítimas" (G1, 34 anos, artesã , SC)

"Não houve violência, eles foram hostilizados. É totalmente diferente. Eles não conseguiram nem comprovar que foram agredidos. Agredidos somos nós trabalhadores do bem que somos e que constantemente ofendidos e humilhados por tantos ministros e os pais de famílias, brasileiros que estão presos perseguidos por esse ativista e tirano. Eles fazem coisas em seu próprio favor todos os dias com o NOSSO dinheiro, então estão sujeitos a sentirem a revolta de quem realmente paga a conta no NOSSO país. Esses ministros não se dão o respeito. Atropelam a Constituição. O povo não suporta mais. O povo está acordando, nem fora do Brasil as pessoas aguenta mais tantas injustiças feita por esses ministros." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

Pergunta 41
O governo lançou a segunda etapa do Programa Desenrola Brasil, uma iniciativa que visa a ajudar a renegociação de dívidas da população, podendo auxiliar na redução do endividamento do país e aquecimento da economia. Esse projeto foi uma das promessas de campanha de Lula. O que vocês acham desse programa?
Aprovam o programa

Muitos participantes aprovaram o programa, avaliando a iniciativa como capaz de ajudar a população e aquecer a economia.

O desejo por uma extensão do programa foi uma narrativa de muitos participantes, para que a educação financeira fosse ofertada à população, a fim de que gerencie melhor suas economias.

"Se realmente for vdd e eles cumprir o que prometem me interessa muito rs , e que por sinal vou até atrás para procurar saber mais" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Eu acho que isso vai ajuda muita pessoas de baixa renda que não tem condições de paga uma conta que está atrazada e vai poder ter seu nome limpo,espero que o governo cumpre com o que estão prometendo vai fica bem melhor para as pessoas de baixa renda" (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)

"Eu achei neste primeiro momento sim um programa interessante, mas sem uma educação financeira que possibilite um planejamento dos gastos, a curto ou médio prazo, as famílias irão se individuar ainda mais. De toda forma, antes uma ação do que nada. Gostei do programa. Torcendo pra que funcione e melhore a qualidade de vida dos nossos irmãos." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Pra quem está com restrições no SPC Serasa foi uma ótima oportunidade pra ter sei nome limpo , muito bom vai ajudar muita gente" (G2, 53 anos, fiscal, CE)

"Boa iniciativa pela atitude de cumprir algo que prometeu." (G2, 32 anos, autônoma, AP)

"Eu gostei muito desse programa, pois estou endividado até o pescoço! Será uma excelente oportunidade pra negociar minhas dívidas, visto também que mais de 70% da população está com alguma restrição no SPC/SERASA!" (G2, 26 anos, administrador , GO)

"Também gostei muito, saímos de uma pandemia com muitas dívidas e é importante também pensar, pois o consumidor quebrado sem crédito inviabiliza outros setores da economia também," (G2, 31 anos, contadora, BA)

"Uma boa iniciativa para quem está endividado. Sendo ou não uma cópia do Serasa o importante é tentar limpar o nome." (G2, 34 anos, técnica de enfermagem , AP)

"O governo deveria fazer também uma campanha mais ampla de educação financeira em paralelo ao desenrola." (G2, 31 anos, contadora, BA)

Críticas ao Programa

Em ambos os grupos o programa foi criticado por ser visto "apenas" como uma cópia do antecessor "Serasa Limpa Nome" e criticado por não ofertar, posteriormente, restituição de score de crédito.

No grupo 01 (bolsonaristas convictos) as críticas foram, como de costume, baseadas em "achismos e especulações", avaliando que o governo estaria se beneficiando de alguma forma, ou enganando a população, para que fizessem novas dívidas, mas sem ofertar empregos para quitar as mesmas.

"Trabalho em uma assessoria de cobrança. Primeiro, o programa no qual se refere já existe como serasa limpa nome. As negociações com descontos de até 90% São de dívidas até 100,00 reais. O lula mudou o nome pra algo que já existia. Típico do pt"" (G1, 34 anos, artesã , SC)

"Logo esse programa não passa de uma farsa pois isso já existiu. Ele não criou nada!" (G1, 34 anos, artesã , SC)

"O mesmo Serasa limpa nome. Muito bom porém apesar de limpar o nome a pessoa vai ficar no registrado do banco central. O score que é essencial para obtenção de crédito fica baixo e não é possível comprar mais nada parcelado ou financiado. Se não fosse assim seria ótimo." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Isso é uma cópia do Serasa limpa nome. 🤷🏻‍♂️ isso já existia." (G2, 44 anos, autônomo , AL)

"O problema é que a população que limpar o nome dessa maneira vão continuar sem fazer financiamentos ou ter cartão ou crédito. Sei disso porque quando meu pai faleceu me endividei e quando fui acertar no Serasa limpa nome tive descontos muito bom mas a partir daí meu score nunca mais saiu de 350. Não consigo fazer nada no crediário a não ser em lojas de crediário próprio. Tentei financiar uma casa e não consegui mesmo tendo renda e nome limpo. Se resolver isso seria bom demais" (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Não sei dizer nada sobre esse assunto porque não sei quais foram as promessas de campanha do ladrão, mas se for como diz ajudar a renegociação de dívidas, creio que deve ser algum acordo com os bancos pra arrecadar dívidas pendentes, com certeza ele vai levar a porcentagem dele." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu não sei o que pode estar por traz disso, pq com toda certeza, esse governo deve receber uma parcela desses acordos, mas a grosso modo, eu acho e espero que isso ajude as pessoas que precisam organizar suas dívidas e limpar seu nome. Agora, não adianta propor as pessoas a limparem seus nomes e posteriormente fazer novas dívidas, sem oferecer a eles emprego e renda!" (G1, 39 anos, contadora, BA)

"É um projeto interessante, mas vai ter muita gente que vai deixar a dívida no SPC para entrar nessa jogada. Poderia é ter uma lei para reduzir os juros do cartão que beira a 12‰, isto o governo n faz. Cheira TB um pouco de pilantragem... vão ver o que dá" (G1, 25 anos, estudante, ES)

"Não sei se vai ser bom ou ruim, pelo que li pessoas que tem dívidas de até 100,00 vão ficar automaticamente com o nome limpo, isso vai fazer que os golpes aumentem. Não tem nada de bom nas propostas do luladrão." (G1, 47 anos, secretária, MG)

Considerações finais

O tema das escolas Cívico-Militares induziu um alto grau de consenso interno e entre os grupos, mostrando que o conservadorismo é um elemento que caracteriza os eleitores de Bolsonaro em geral, sejam eles exaltados ou moderados. Mesmo os moderados declaram valorizar a disciplina militar e a suposta moralidade militar aplicada ao ensino de crianças em geral.

O fato de apenas um participante moderado conhecer os argumentos do governo para justificar o encerramento do programa mostra que o Governo não teve êxito em se se comunicar com a população no que toca esse assunto. Como já notamos, se os convictos tendem a ser bastante isolados do ponto de vista comunicacional, os moderados são consumidores da mídia tradicional.

Já quanto ao ataque a Alexandre de Moraes e família foi repudiado pela maioria dos participantes, confirmando a forte tendência que as pessoas em geral têm de repudiar atos violentos, quando instados a se manifestar sobre eles. Aqui houve diferença entre os grupos, pois entre os convictos houve os que justificaram a agressão, enquanto os moderados rejeitaram-na por unanimidade, com alguns manifestando inclusive o desejo de ver os agressores punidos.

O tom de comemoração das agressões por parte de alguns bolsonaristas convictos mostra que há ainda nesse setor do eleitorado pessoas dispostas a apoiar, senão praticar, ilegalidades patentes.

O Programa Desenrola também se prestou bem a revelar mais uma divisão entre convictos e moderados. Os primeiros o veem de maneira bastante negativa, como uma falsa promessa e fator de aumento do endividamento da população, enquanto os segundos manifestam aprovação, ainda que alguns o vejam mais como uma jogada de propaganda do que uma política efetiva. A desinformação novamente se fez presente nas falas dos convictos, mostrando sua proximidade com canais de comunicação que circulam tais narrativas.

Distribuição de Participação
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Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.