Relatório 45

De 18/03 a 24/03

Temas:

  • Taxação dos super ricos
  • Fraude na carteira de vacinção
  • Áudios de Cid
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 18 a 24/03 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Agregamos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, com 18 participantes, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) avaliação do projeto de taxação proporcional dos super ricos; ii) indiciamento de Bolsonaro por fraude em sua carteira de vacinação; iii) áudios de Mauro Cid sobre condução das investigações.
Ao todo, foram analisadas 134 interações, que totalizaram 4.329 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Políticas de Taxação Proporcional Houve divisão de opiniões no grupo. Um pouco mais da metade dos participantes rejeitou a proposta, considerando que os ricos não deveriam pagar mais impostos. Uma minoria foi favorável, avaliando que o pagamento proporcional seria mais justo. Majoritariamente o grupo foi favorável à taxação dos super ricos e à reorganização do sistema tributário, de modo proporcional à renda. Alguns participantes questionaram o direcionamento do montante arrecadado.
Fraude da Carteira de Vacinação A maioria do grupo seguiu com as narrativas de que se tratava de perseguição ao ex-presidente e uma tentativa do atual governo de dispersar a atenção da população para os reais problemas do país. Muitos avaliaram o caso como irrelevante e não como um crime em si. A maioria do grupo avaliou o caso como mais um ato de perseguição a Bolsonaro, debatendo seu direito de não se vacinar e a apontando para a irrelevância do suposto delito. Muitos retomaram os debates sobre as ações de governo de Lula ficarem esquecidas, enquanto o ex-presidente era acusado de diversos crimes.
Áudios de Mauro Cid A maioria dos participantes se manifestou apenas sobre o trecho 2, utilizando a fala para comprovar suas hipóteses de que Alexandre de Moraes estava sendo um ditador e criando provas contra Bolsonaro. A maioria dos participantes avaliou que a delação de Cid era forjada, baseados em sua declaração de que havia sido coagido a alterar a narrativa dos fatos. Alguns declararam ansiar que os demais envolvidos fossem também incriminados.
Pergunta 24
Em 2023 foi aprovada a Taxação de Grandes Fortunas no país. A lei tributa os fundos exclusivos usados por super ricos e de offshores (empresas de pessoas físicas sediadas no exterior). De acordo com os dados levantados pela campanha, 59 mil pessoas possuem patrimônio superior a R$ 10 milhões. Isso representa 0,028% da população. Com esse imposto, segundo o movimento, será possível arrecadar mais de R$ 40 bilhões por ano. Vocês são a favor de políticas de taxação proporcional, com os mais ricos pagando mais impostos?
Contrários à taxação e reorganização do sistema

A maioria dos participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) criticou a iniciativa de taxação dos super ricos e também a proposta de reorganização tributária, com cálculos proporcionais mais condizentes à realidade brasileira. Para eles, os ricos são a classe que mantém os empregos no país e, portanto, poderiam retirar seus investimentos, ao serem mais taxados por sua riqueza.

Para eles, o princípio de igualdade seria ferido, caso algumas classes passassem a pagar mais impostos do que outras.

"Sou contra a taxação, os impostos não devem ser a mais para os mais ricos ou super ricos. A maioria dos grandes empresários geram milhares de empregos, com essa taxação acaba desensentivando os mais ricos investirem em nosso país. Os impostos tem que ser justo para todos. As pessoas ricas não deveriam pagar mais impostos, porque possuem mais riquezas isso é injusto." (G1, 40 anos, auxiliar administrativa, PR)

"Sou a favor da taxação para todos, na mesma proporção para não ter vantagem para uns e desvantagens para outros, vendo que essas grandes fortunas geram milhares de empregos, ambos deveriam pagar a mesma quantidade de impostos, já que eles ajudam a movimentar o país, então não seria correto eles pagarem mais impostos." (G1, 20 anos, auxiliar administrativo , MS)

"Sou contra pq os ricos geram empregos e já pagam muitos impostos. Isso vai acabar incentivando os ricos a se mudarem para outros países. Essa taxação de grandes fortunas não deu certo nos países que foi implementada. Os ricos deixaram o país." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"Concordo tbm que são os ricos que geram empregos. Sou a favor do pagamento de imposto como sempre foi, da maneira correta, sem excessos e abusos." (G1, 46 anos, babá, PR)

"Eu sou a favor de cobrança de impostos, contato que não seja abusivo o valor. Tanto para ricos e pobres. Os ricos geram emprego para a classe operária, então, dependemos deles também. Igualdade nesse quesito." (G1, 58 anos, empresária , PR)

"Sou contra a taxação, tbm acho que os ricos é bque seguram nosso país com a demanda de empregos, todos devem pagar impostos, todos precisam das mesmas necessidades básicas é justo. Se queremos igualdade não podemos querer que ricos paguem mais." (G1, 48 anos, modelista, SC)

Favoráveis à taxação e reorganização do sistema

A maioria dos participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) demonstrou ser favorável a adoção de medidas de reorganização tributária, para que impostos fossem calculados conforme os rendimentos de cada indivíduo. Muitos avaliaram que a taxação proporcional era uma modelo justo de cobrança. Alguns participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) também demonstraram essa opinião.

Entre os que debateram a taxação dos super ricos, embora favoráveis, surgiu o questionamento sobre o uso dos recursos, com acusação de que poderiam ser desviados pelo governo.

Alguns participantes do grupo 01 também foram a favor da reformulação do sistema.

"Sou sim a favor eu concordo em parte,se os pobres pagam impostos,o rico também tem que pagar,mas o rico tem que pagar do direito de cada um, não por que a pessoa rica tem que pagar mais" (G1, 32 anos, pipoqueiro, MG)

"Eu acredito que a taxação proporcional, onde os mais ricos pagam mais impostos, pode ser uma forma mais justa de distribuir a carga tributária. Isso pode ajudar a reduzir as desigualdades sociais e contribuir para um sistema fiscal mais justo. Claro que é importante considerar os impactos econômicos e sociais de qualquer mudança no sistema de impostos, para garantir que seja feita de forma equilibrada." (G1, 18 anos, eletricista , PR)

"Sim. Até que fim uma lei coerente. Não é justo pagar igual a quem tem um patrimônio inferior." (G2, 47 anos, professora, AL)

" Os cidadãos devem pagar impostos na mesma proporção, só que isso seria viável em um país onde houvesse igualdade social. Infelizmente não é isso o que acontece no Brasil. O pobre cada vez mais pobre e o rico cada vez mais rico. Então concordo sim. Quem ganha mais que pague mais." (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

"Sim eu concordo, já que os mais pobres pagam mais impostos porque não os ricos pagar mais impostos, eu acho que quem ganha mais deve pagar mais, mais na realidade a gente não ver isso, e sim os mais pobres pagam mais impostos." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)

"Se este imposto cobrado dos bilionarios pelo governo, fosse usado para politicas publicas, até concordaria com esta taxaçao. Mas como sabemos os verdadeiros motivos pelo qual este governo quer taxar tudo e todos , prefiro me manter neutro sobre o assunto em questão." (G2, 54 anos, músico, RS)

"Apoiar eu apoio, desde que esse dinheiro fosse para um fundo que fosse fiscalizado por um tribubal de contas internacional e revertido realmente por exemplo, para saude brasileira...segunda coisa, essa taxacao ira 'pegar" tb toda a ala da politica de esquerda que detem tb grandes fortunas no exterior?" (G2, 51 anos, eletrotécnico, RN)

"Eu seria a favor se isso retornasse pro povo, mas já sabemos pra onde vai" (G2, 45 anos, consultora, RJ)

Pergunta 25
Jair Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal, por fraude em sua carteira de vacina. Além dele, mais 16 foram indiciados por crimes como associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações. A ordem para falsificar os certificados de vacinação contra covid-19 de Jair Bolsonaro e de sua filha partiu do próprio ex-presidente. A PF tomou as conclusões após colher depoimentos e apurar uma série de provas, incluindo mensagens em aplicativos de celular, registros de login em sistemas da Saúde e dados de geolocalização dos investigados. A notícia repercutiu em diversos jornais internacionais, como nos EUA e Inglaterra. Considerando que o ex-presidente participou e se beneficiou da fraude de falsificação de documentos, o que vocês acham desse fato?
Mais um capítulo de perseguição política

A maioria dos participantes, de ambos os grupos, e consoante a seu comportamento nas últimas semanas, avaliou o caso como mais um ato de perseguição ao ex-presidente. Para eles, a esquerda, a Polícia Federal e a mídia estariam agindo em conluio, para acabar com a carreira política de Bolsonaro.

Segundo as narrativas dos bolsonaristas, como não haveria nenhum crime em seu governo (no sentido de corrupção), as instituições estariam buscando meios (avaliados como espúrios) para prendê-lo. O caso das vacinas é um exemplo, bem como o caso da importunação da baleia, entre outros.

Acusações de uso de perseguição política para encobrir os erros do atual governo também foram feitas novamente.

"Como não tem do que realmente condenar por algo o ex presidente terá que responder por uma coisa a qual deveria ser escolha dele vacinar se ou os seus se quisesse ou não.. pra mim já passou de perseguição isso !!! Lamentável.." (G1, 38 anos, administradora, SP)

"Que bom que o político que defendo é acusado apenas da falsificação da carteira de vacinação, que diz respeito apenas a ele . Enquanto o governo petista foi condenado em 10 estâncias, por 10 Juízes e 20 Procuradores da República de todo o País. A esquerda acumula processos. Lembrando que Lula não foi inocentado de nenhum crime e nem deveria ter saído da prisão. Se saiu foi pq o STF permitiu." (G1, 46 anos, babá, PR)

"Tudo isso não passa de perseguição política. Ficam procurando meios de acusar Bolsonaro. Mas até agora não vimos um crime de fato. Enquanto não acharem provas de corrupção por parte de Bolsonaro, continuo acreditando em perseguição política." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"Essa política é tão suja , que estão preocupados com a carteirinha de vacinação de Bolsonaro, mobilizaram a PF para tal investigação enquanto as criancinhas da ilha de Marajó morrem da maneira mais cruel e ninguém fala nada." (G1, 18 anos, eletricista , PR)

"Essa 'vingança" do sistema contra Bolsonaro tomam formas epopeicas. Se hoje eu for cortar a unha do meu pé e me ferir , alguem que me ver contudido, ira denunciar Bolsonaro no aparelhado judiciario . Ja tentaram prende-lo com CPI, vacinas, joias, baleias, Mariette, golpe, hómofobia, ate por terraplanismo...ai agora, mais uma narrativa com "falsificacao" de cartao de vacina...hilario o que esta acontecendo de frente aos nossos olhos." (G2, 51 anos, eletrotécnico, RN)

"O Bolsonaro está igual massa de pão 🍞 quanto mais bate nele mais o homem cresce. A única liderança política no país capaz de enfrentar é derrubar a esquerda no Brasil. Ou seja tudo que puderem acusa - lo vão acusar. Mas ninguém consegue acusa - lo por corrupção, propina, formação, petróleo, mensalão, crise dos Correios.. Nada disso Coisas sem fundamento como importunação de Baleia, carteira de vacinação, faça me o favor. Mande parar que já está feio esquerda"" (G2, 32 anos, auxiliar de escritório , ES)

"A esquerda está muito desesperada.....Querem imputar qualquer crime ao Ex. Presidente tão somente por vingança e pelo fato de bater em encontrado até agora nenhum indício de corrupção que manche o currículo dele, isso se torna até vergonhoso pra própria esquerda, creio que deveriam se preocupar com a gestão que está sendo praticada por eles." (G2, 62 anos, corretor de imóveis, MA)

Questionamentos à vacina

O tema levou muitos participantes a retomarem os debates sobre a eficácia das vacinas, questionando a sua obrigatoriedade e seus supostos efeitos colaterais.

Alguns acusaram Lula de também não ter se vacinado, com supostas provas retiradas de um vídeo divulgado nas redes.

"Cada um teve o direito de escolher se ia ou não tomar a vacina, ele falsificar os comprovantes mentindo que tomou a vacina foi o fim da picada. Obvio que ele não se vacinou, aquilo é um veneno, ta cheio de gente morrendo por conta da vacina" (G1, 20 anos, auxiliar administrativo , MS)

"Para começar, esse veneno que chamam de vacina, nem deveria ser obrigatório. Eu não tomei e nem meus filhos, passamos em paz e com saúde desde o início da pandemia até hj e nunca pegamos covid. Tomamos os cuidados que achamos necessário seguindo as orientações dos médicos adequados. Não fizemos isolamento como muitos fizeram. . Hj estou com uma prima enfermeira na UTI, com todas as vacinas em dia, com covid. A saúde dela nunca mais foi a mesma e é a segunda vez com covid. Vi o atual des'governo tomando a tal vacina e vi a hipocrisia ali. Fingiu tomar, não tomou, inclusive uma enfermeira fez questão de falar alto. Vi vários políticos e celebridades fingindo tomar e ficou bem claro que não tomaram." (G1, 46 anos, babá, PR)

"O Lula também não tomou a vacina, na verdade tem um vídeo em que enfermeira afirma que o presidente Lula toma uma vacina de fachada e que não podia receber o cartão de vacina carimbado." (G2, 44 anos, radialista, DF)

"O ex Presidente Jair Bolssonaro não tem sossego, se falsificou que seja provado, e se provador for, o ex presidente sabia que existia alguma coisa errada com as vacinas , e não quis colocar a vida de sua familia em risco." (G2, 54 anos, corretora de imóveis, SP)

Favoráveis ao indiciamento

Poucos participantes, distribuídos nos dois grupos, avaliaram a situação como um crime, agravado por envolver uma menor de idade. Esses, pontuaram que Bolsonaro deveria ser julgado e punido de acordo com a lei.

"Ele sabia o que estava fazendo e quando se negou a tomar as vacinas, sabia que não podia ir para outros países por conta de levar o vírus. A irresponsabilidade maior e saber que não imunizou uma criança. Que a justiça seja feita seja quem for."" (G1, 38 anos, administradora, RJ)

"Acredito que se realmente houve falsificação o ex presidente Jair Bolsonaro, tem que pagar pelo crime, mas sabemos que está havendo uma grande perseguição contra ele." (G1, 40 anos, auxiliar administrativa, PR)

"Isso é lamentável um ex presidente falsificar documentos e além disso colocar sua filha no meio de seus tramedes, cada um tem um livro árbitro de fazer o que quer livre de escolha mais usar criança já é a mais. Se isso é crime, que seja punido" (G1, 32 anos, líder de produção, SP)

"Acho que assim com o ex-presidente Jair Bolsonaro falsificou, fraudou documentos de vacinação e se for provado que realmente houve fraude; o mesmo deverá responder por isso." (G2, 44 anos, radialista, DF)

"olha,eu lembro que ele na pandemia não queria tomar vacina,ficava se opondo e tal...se já tiveram alguns fatos que posssa comprovar isso....aí já não sei.mas que isso é complicado,é....porque teoricamente a vacina é pra nos resguardar ,mas tem gente que realmente não toma e ainda divulga um monte de coisa contra isso....enfim,eu acho que independente de quem seja,todos devem pagar por coisas erradas que cometem quando comprovado." (G2, 35 anos, auxiliar administrativa, RJ)

"Olha se é verdade eu não sei, mais ultimamente não se espera nada desse governo que está no poder eles estão tentando de tudo querendo incriminar o ex presidente bolsonaro, mas de fato se for comprovado algo tem que pagar sim." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)

Pergunta 26
Em áudio obtido pela Revista Veja e divulgados ontem, o tenente-coronel Mauro Cid desabafa com um conhecido a respeito dos depoimentos que prestou e de sua vida atualmente. Além de reclamar de sua atual condição financeira (trecho 1), ele também criticou Alexandre de Moraes e a Polícia Federal, pela forma como conduziram as investigações (trecho 2). Por fim, Mauro Cid concluiu dando a entender que não pretende ser a ‘bucha de canhão’ dos preguiçosos golpistas. E que, se necessário for, entregará todo mundo (trecho 03). O que vocês acham dessas falas dele? Trecho 01: “Quem mais se fodeu fui eu, quem mais perdeu coisa fui eu. Pega todo mundo aí. Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo, né? O presidente teve pix de milhões, ficou milionário. Pra quem é político é até bom essas porras porque depois ele consegue se eleger fácil.” Trecho 02: “Eles queriam que eu falasse coisas que eu não sei, que não aconteceram. Já estão com a narrativa pronta, não queriam saber a verdade. Só queriam que eu confirmasse a narrativa deles” Trecho 03: “E se eu não colaborar vou pegar 30 ou 40 anos porque estou em vacina, em joia. Então vai entrar todo mundo em tudo. E se somar as penas vai dar mais de 100 anos pra todo mundo. E arrisco dizer que os ‘bagrinhos estão pegando 17 anos, os mais altos vão pegar quanto?”
Trecho 02

Em ambos os grupos, o trecho 2 foi o que mais repercutiu no debate. As falas de Cid foram utilizadas como argumentos para reforçar as respostas mais recorrentes dos grupos: a de que Bolsonaro era perseguido e de que Alexandre de Moraes, juntamente com a esquerda, estariam fazendo de tudo para incriminá-lo.

As falas sobre ter sido coagido a responder sobre determinados conteúdos foram então utilizadas como base para comprovar a interpretação de que a operação foi montada para perseguir e prender, a qualquer custo, o ex-presidente.

"Acredito que isso tudo é manipulação política. Como o próprio Mauro Cid fala em depoimento eles querem que ele fale coisas que não aconteceram. Existem muitas coisas que tem que ser esclarecidas." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"primeiro não acredito na revista veja ela é petista,segundo estão precionando demais o cid para ele falar oque não aconteceu é a tal historia se correr o bicho pega e se ficar tanbem é a casa as bruxas ,vamos amarrar uma pedra no pé dele e jogar no rio se ele sobreviver é inocente se morrer é porque ele era culpado é asim que a banda toca" (G1, 63 anos, autônomo, DF)

"Eu acho que o Alexandre de Moraes tem um poder absurdo, e quem vai controlar esse poder, ele prende e solta quem quer. Esse é o governo do atual presidente Lula. O que está acontecendo no Brasil é um absurdo. O Cid na minha opinião está sendo coagido, ele tem que falar msm de coisas que não aconteceram. Está sobre tortura mental." (G1, 58 anos, empresária , PR)

"Mauro Cid foi pressionando e ameaçado para responder aquilo que queriam que ele respondesse. Como Mauro Cid afirmou, o "sistema" já está com a narrativa deles pronta e a lei não existe mais, a lei são eles, o Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende e ele solta quando ele quiser, com Ministério Público ou sem Ministério Público, com acusação ou sem acusação. Mauro Cid afirma que eles queriam que ele falasse coisa que ele não sabe e que não aconteceu. Existe uma perseguição política e isso é fato e essa é a prova." (G1, 46 anos, babá, PR)

"A fala dele mostra que estamos vivendo em uma ditadura, que quem manda no Brasil é o Alexandre de Moraes. Ele é o dono do Brasil né gente manda e desmanda, prende e solta, faz o que quer no governo é a autoridade maior então isso não vai parar por aí." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)

"Como ele mesmo disse, o STF já e a narrativa pronta só esperando alguém cair no caso ele quer que alguém confesse algo que não fez como sempre né para emcriminar ex-presidente de qualquer forma eu fico muito sentida pelo coronel te perdidos para seus direitos,dinheiro mas tem que dizer só a verdade coisa que o STF não quer ouvir né na verdade quer ouvir a verdade deles." (G2, 33 anos, desempregado , MA)

"Acho que essa fala dele por si só já cancela todo o depoimento prestado por ele,pois aí ele deixa claro que foi coagido a falar,ou melhor, confirmar o que já estava pronto." (G2, 54 anos, funcionário publico, PB)

"Creio que esse desabafo foi uma forma de colocar toda a população ciente do quão perigoso está sendo esse desgoverno, estão agindo de forma autoritária tentado implantar uma ditadura a qualquer custo. Foi muito feliz ao denunciar publicamente." (G2, 62 anos, corretor de imóveis, MA)

"Ja dizia o ditado:" Pior cego é aquele que nao quer ver"!. Centenas de milhares de pessoas que numa psicopatia, ainda acreditam na narrativa da esquerda, bem como a narrativa do Primeiro Supremo, o qual, como disse o Mauro Cid, ja tem a sehtença pronta. Uma verdadeira lastima o acontece no pais." (G2, 51 anos, eletrotécnico, RN)

Trecho 03

Alguns participantes, dos dois grupos, debateram o trecho 3, argumentando que a justiça deveria se preocupar em investigar os mandatários de tais crimes.

"esse desabafo do Cid e mais uma das inúmeras pessoas que já estão cansada de tanta bandidagem e políticos corruptos se dando bem espero que todos paguem pelo que fez de forma justa e que para as pessoas que ainda acredita nesses políticos corruptos abra os olhos só não enxerga quem não quer" (G1, 24 anos, do lar, GO)

"Não estou acompanhando o assunto, mas pela fala dele só se confirma que a corrupção, a cúpula, é muito grande e se um dia acontecer de serem presos não haverá presídios suficiente para tanta gente." (G1, 18 anos, eletricista , PR)

"Uma palavra resume, ABSURDO. Acredito que a verdade sempre aparece, que a polícia federal possa identificar os crimes e que todos envolvidos paguem, porque é inadmissível tamanhas falas." Os plíticos envolvidos precisam ser indiciados e não só o peixe pequeno (G1, 20 anos, auxiliar administrativo , MS)

"Apesar de tudo,eu ainda acredito na justiça, se ele sabe de algo, ele tem que dizer o que sabe, se tem mais gente envolvida, tem que pagar pelo erro. A política é tão suja e nojenta, que ou vc apoia alguém que faz algo certo . Mas tmb faz errado, ou Vc apoia quem faz o errado, mas tmb faz o certo . Essa é a politica do Brasil . Um buraco de podridão. Um inferno aberto" (G2, 32 anos, auxiliar de escritório , ES)

"Acho que se ele sabe de algo tem que falar mesmo e os responsáveis tem que arcar comas consequências!!!! Gostaria que não tivesse nem um tipo de privilégio e todos os envolvidos teria que arcar." (G2, 30 anos, dona de casa, PA)

"Eu acho que ele ficou cansado de guardar tanta coisa,se sentiu mal em querer ser conivente com coisas que ele discorda e decidiu soltar ,mesmo falando palavrões, acredito que ele saiba de muita coisa verídica que poucos dão atenção" (G2, 35 anos, auxiliar administrativa, RJ)

Considerações Finais

Os temas da semana foram novos, mas as respostas retomaram narrativas anteriores.

A mais recorrente delas, e que tem demonstrado capacidade de unir os dois grupos (convictos e moderados) em seus posicionamentos foi a de que Bolsonaro é alvo de perseguição do sistema de justiça, em conluio com a esquerda e a grande imprensa. Os áudios vazados de Mauro Cid, sobretudo na parte em que ele fala sobre ter sido coagido a responder e a narrar fatos de acordo com os interesses da polícia e de Moraes, foram fartamente utilizados para fundamentar tais argumentos. Ou seja, o “vazamento” desse áudio parece ter cumprido com eficiência a função de municiar o camp bolsonarista como uma “base material” para a contranarrativa da perseguição.

As acusações sobre a fraude no sistema de vacinação foram praticamente satirizadas pelos participantes, que não avaliam os atos do ex-presidente como criminosos. Sua conclusão é de que se trata de mais uma tentativa da esquerda de prendê-lo. Mesmo entre os que concordam com a existência de delito, a avaliação foi de que Bolsonaro atentou apenas contra sua própria saúde, sem consequências deletérias para o coletivo, ao contrário dos crimes de corrupção, por exemplo.

É bastante relevante o fato de vários participantes manifestarem espontaneamente a percepção de que, até o momento, não foi apresentada qualquer prova irrefutável de que Bolsonaro tenha cometido sequer um delito enquanto presidente.

A questão sobre tributação dividiu os grupos em suas opiniões. Somente os convictos defenderam a manutenção dos privilégios tributários dos mais ricos, utilizando o argumento que são eles que criam os empregos. Já os moderados, e parte dos convictos, conseguem perceber que a política tributária deve ter um caráter menos regressivo, mostrando-se inclinados a apoiar as decisões do governo.

Distribuição da Participação

G1=69,199,108,344,261,193,65,110,117,257,167,173,131,125,160,98, 100, 120

G2=60,131,87,64,183,89,252,89,106,155,123,77,141,131, 190, 102, 98,220

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Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula

Bolsa família, Laicidade do Estado e MST

Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma

Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola

Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula

Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista

Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro

Julgamento, Cid e políticas sociais

Valores: Marcha, Parada e Aborto

Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro

Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.