Relatório 44

De 11 a 17/03

Temas:

  • Segurança Pública em SP
  • Nikolas na Comissão de Educação
  • 60 anos da Ditadura
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 11 a 17/03 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, com 18 participantes, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) avaliação das ações de segurança pública em SP, defendidas por Tarcísio de Freitas; ii) avaliação de Nikolas Ferreira como presidente da Comissão de Educação; iii) o debate dos 60 anos da ditadura.
Ao todo, foram analisadas 134 interações, que totalizaram 4.518 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Ações de Tarcísio de Freitas O grupo defendeu Tarcísio das acusações, concordando com as medidas violentas de combate ao crime. Muitos criticaram o posicionamento da ONG, afirmando que essas instituições serviam apenas para defender bandidos. Os participantes foram favoráveis a adoção de medidas rígidas no combate à criminalidade, defendendo e elogiando Tarcísio de Freitas por suas decisões. Alguns criticaram as ONGs, caracterizando-as como de esquerda.
Aprovação de Nikolas Ferreira Majoritariamente os participantes aprovaram Nikolas no cargo, considerando-o apto por sua honestidade e pela defesa de princípios conservadores na educação. Entre os contrários, sua inexperiência no tema foi citada. A maioria do grupo aprovou a ocupação do cargo por Nikolas, considerando-o inteligente e articulado. Muitos relativizaram o fato de ele não saber o formato da Terra. Entre os contrários a ele, sua intolerância à diversidade foi citada como motivo da reprovação.
Percepções sobre a Ditadura O grupo ficou dividido entre os que reconheciam a ditadura como um golpe militar, que atentou contra a democracia e os que defendiam que nunca houve golpe, enaltecendo o período como "uma das melhores épocas" do país. Alguns afirmaram que Lula e Dilma eram ladrões na época e que agora o presidente quer esconder isso, vetando os debates sobre o tema. A maioria dos participantes discordou de Lula, defendendo que o tema deveria ser debatido e rememorado, como aprendizado sobre o passado e erros cometidos. Alguns defenderam o período como um governo militar de sucesso, questionando as acusações de golpe.
Pergunta 21
Nesta sexta-feira (8), a ONG Conectas e a Comissão Arns denunciaram as operações letais e escalada da violência policial na Baixada Santista (SP). Segundo as denúncias, haveria fraudes para que corpos de pessoas mortas na Operação Verão da PM na Baixada Santista fossem levados como vivos para hospitais, para evitar perícia. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu a operação e afirmou que ela está sendo feita com profissionalismo e inteligência, minimizando as denúncias. "Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí", disse o governador. Vocês são a favor de medidas drásticas como essas da operação Verão da PM em São Paulo sobre a segurança pública? E acham que PM precisa ser investigada sobre os procedimentos adotados nas operações?
Totalmente favoráveis

Ambos os grupos aprovaram as medidas mais enérgicas para combater a criminalidade, especialmente em relação ao crime organizado. Houve um forte apoio às operações policiais conduzidas com maior rigor e determinação, com a percepção de que a criminalidade está em ascensão e as punições são insuficientes para deter os criminosos.

Muitos participantes criticaram as ONGS e os defensores dos direitos humanos, com a percepção de que essas entidades muitas vezes priorizam os direitos dos criminosos em detrimento das vítimas e dos cidadãos de bem, associando-os "às coisas da esquerda.

"Se for para o bem de pessoas honestas eu sou a favor. Todos nós sabemos que essas pessoas recebem a PM com bala e a mídia quer o que? Que a PM revide com flores?" (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"O Tarcísio tem toda razão, e direitos humanos para bandido? Cadê os direitos humanos para as famílias que esses bandidos fizeram vítimas? Ninguém fala sobre isso. O bandido rouba, mata, agride, estrupa, e ainda tem apoio da ONU, e ainda são injustiçados quando presos, levados, vivo ou morto. Porque não minha opinião o bandido não vai pensar duas vezes para atirar, e matar. Os policiais são guerreiros enfrentando esses bandidos. E ainda friso: bandido bom, é bandido morto!"" (G1, 58 anos, empresária , PR)

"Por mim pra bandido quando mais rigida a lei será melhor pq aí vai pensar duas vezes em fazer a merda! Com todo respeito. Tarcísio sempre manda bem no que faz não é atoa que é um dos melhores e mais votados. Ele tá certo, no Bradil é muito molesinha ser bandido. O sistema do crime não sente peninha de ninguém quando executa uma morte.. Só é não matar, não roubar e não estuprar que não irá pra cadeia" (G1, 27 anos, professor, AM)

"Engraçado eu nao vejo estas mesmas ONGS. Indo pra cima do crime organizado quando acontecem as guerras por territorios entre facçoes e muintos inocentes ficam a mercê dos marginais . tbm nao vejo eles. E nem os ditos direito dos manos ( ops..Humanos) sair em defesa de policiais e vitimas destes vagabundos .. O pais vive num estado de narcotrafico e ninguem faz nada .. Tava na hra de alguem tomar uma atitude radical .. Dito isso eu apoio a decisao do tarcisio ..." (G2, 54 anos, músico, RS)

"Na minha opinião a bandidagem está tomando conta de tudo, não só em SP, mas no Brasil inteiro. O que acontece é que ninguém faz nada mais agressivo para combater isso, e quando alguém faz vem reclamar. Sou a favor de uma abordagem mais agressiva sim, os bandidos estão abusando depois que uma certa pessoa falou que roubar celular para comprar cervejinha não é crime. Já não era sem tempo de tomar atitudes radicais, quando um morador morre só sabe dizer que é culpa da polícia mesmo sendo provado que quem atirou foi um bandido. Outra coisa que precisa ser revista é a maioridade penal, não faz sentido jovem de 16 anos votar mas não responder por crimes, está complicado." (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

Reforço à imagem de Tarcísio de Freitas

O governador de São Paulo foi enaltecido por suas decisões, muitos participantes expressaram apoio às medidas adotadas por ele e pela sua gestão no combate à criminalidade, elogiando sua determinação e competência para lidar com o problema da violência. Muitos também mencionaram apoio a sua candidatura para presidência, em 2026.

"Sou totalmente a favor do governo Tarcísio, sobre o combate ao crime. Não sou a favor de bandido. Já que temos um desgoverno que apoia e defende o crime, afinal é só para comprar uma cervejinha, diz ele, pelo menos em São Paulo tem um governador de direita, de é a favor de Deus, Pátria e Família."" (G1, 46 anos, babá, PR)

"Eu confio na gestão do Governador, nosso futuro presidente, para alguns tipos de situação e necessario uma medida drástica... Não sou a favor de chacina nem nada, porém em alguns casos é necessário uma medida assim ... como ele msm bem disse essas medidas são realizadas com profissionalismo e competência!!! .." (G1, 38 anos, administradora, SP)

"Essa atitude de críticas ao atual Governador de São Paulo por parte da Impresa podre e comprada já era esperada, até porque o Governador é amigo é colaborador do Ex Presidente Bolsonaro, já querem minar ele também, que vem pra presidente" (G2, 62 anos, corretor de imóveis, MA)

"Parabéns ao Governador Tarcísio, São Paulo tá no rumo certo tomando essas iniciativas de combate só

crime organizado. Gostaria que líderes de outros estados fizessem o mesmo. Não acho que precise ser investigado, acho que essa Ong devia procurar algo útil pra fazer." (G2, 44 anos, radialista, DF)

"Sou muito a favor das medidas tomadas pelo nosso governador, a bandidagem esta sem limites . Matam, destroem familias, onde vamos parar. É necessárii uma medida mais pesada sim." (G2, 54 anos, corretora de imóveis, SP)

"O governador de SP está de parabéns pela sua competência, coragem e compromisso para enfrentar a bandidagem e quem os defendem, por mais ações energéticas como essa para maximizar de vez nesta limpeza do crime organizado." (G2, 27 anos, analista de sistemas , PA)

Pergunta 22
Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais parlamentares da oposição do governo Lula, foi eleito presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Em setembro de 2023, o deputado se tornou réu por transfobia, após expor uma adolescente transexual de 14 anos nas redes sociais. Também não soube responder a um internauta que lhe perguntou em uma live sobre a "Terra plana". Ele disse: "Nunca parei para pesquisar sobre isso, de verdade. Não me importo, sério mesmo, se a Terra é plana, oval, quadrada". Vocês avaliam que Nikolas Ferreira está apto para assumir esse cargo na Câmara?
Aprovam a ocupação do cargo

A maioria dos participantes, de ambos os grupos, aprovou o nome de Nikolas Ferreira. Muitos o defenderam das acusações, considerando-o inteligente e com significativa habilidade política para o cargo.

As pautas de gênero foram mais debatidas entre os participantes do grupo de bolsonaristas convictos. Ele foi visto como uma voz necessária na oposição, alguém que lutará contra "os banheiros unissex" e defenderá a dicotomia de sexo binário, em defesa dos valores tradicionais e corretos.

O de bolsonaristas moderados amenizou o fato de ele ter declarado não saber o formato da Terra, minimizando a importância de tal conhecimento e fazendo comparações depreciativas em relação a falas passadas de Lula e Dilma.

"Acredito que o Nicolas Ferreira está apto para ser o presidente da Comissão de educação. É um rapaz com valores éticos e morais. Acredito que é isso que a educação no Brasil está precisando. Deve ser ensinado nas escolas e nas universidades conteúdos escolares, não ideologia de gênero." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"Acredito sim, no Nikolas Ferreira. Ele está apto, pq é um homem muito inteligente sobre política e dedicado a valores de bem. Nikolas foi condenado, pq foi contra, expôs o tal menino por uso do banheiro feminino em uma escola em Minas Gerais e chamou o adolescente de ""ele"". Eu concordo com Nikolas e não aceito qualquer pessoa que nasceu com órgão masculino em banheiro feminino, se identifique seja lá como for. Nikolas é bem vindo na política, é a promessa de reconhecimento de valores e um deles é o valor moral." (G1, 46 anos, babá, PR)

"Na minha opinião essa pergunta não qualifica ou desqualifica uma pessoa, Nicolas é um homem muito inteligente que defende os reais valores, pessoa perfeita para o cargo destinado." (G1, 18 anos, eletricista , PR)

"Se ele é contra o lula,é á favor da família ,enfim,tem valores morais.....e aí,porque ele na~orespondeu uma pergunta mei oque ligada pra ''educação'' no sentido da palavra ''técnica'' que se refere ao formato do planeta,ah gente....vamos focar nos valores morais pra sociedade....eu não sei se no cargo dele ele tem esta intenção:de ficar fazendo papel de professor,sabe?" (G2, 35 anos, auxiliar administrativa, RJ)

"Não é por que ele não sabe da terra plana que torna ele menos capaz do que qualquer outro parlamentar e se tem uma coisa que ele tem é capacidade e honestidade." (G2, 54 anos, funcionário publico, PB)

"Acho que o Deputado Nikolas tem total capacidade para assumir a presidência da Comissão de cultura, não teria ninguém melhor do que ele para esse missão em oposição a esse desgoverno. Ele tem razão em responder com indignação se a terra é plana, oval ou quadrada. Essa questão; e discussão sobre qual é o formato, relevo e ou diâmetro da terra em pleno século XXI, é um retrocesso." (G2, 44 anos, radialista, DF)

"Pois Bem, Vejo o Nikolas com um futuro muito promissor na Política do Brasil, sou muito fã dele, acho ele um garoto inteligentissimo. Respondendo a pergunta, acho sim que está preparado para tal cargo, e permitam me fazer uma breve comparação. " Se a Dilma foi Eleita presidente desse País, prq o NIKOLAS Não poderia ser presidente da Comissão de Educação da Câmara??" (G2, 32 anos, auxiliar de escritório , ES)

Desaprovam a ocupação do cargo

Algumas participantes, de ambos os grupos, reprovaram a ocupação do cargo por Nikolas Ferreira.

Houve críticas à falta de respeito e responsabilidade demonstradas por ele, levantando questões sobre sua adequação para liderar uma comissão tão importante.

Elas expressaram preocupações sobre sua conduta passada, especialmente em relação à exposição de uma adolescente transexual e sua falta de conhecimento sobre assuntos fundamentais, como a forma da Terra, usando tais fatos para fundamentar suas opiniões de que ele não seria apto ao cargo.

"Como que uma pessoa que dá uma resposta absurda dessa está apto pra assumir qualquer cargo que seja, principalmente um com tanta urgência de que se dirige a Presidente da Comissão da Educação. Primeiro ele que precisa ser educado pq sinceramente da vergonha da postura de alguns governantes que estão no poder governantes.Nikolas Ferreira jamais poderia está na cargo na câmara.E nem assumir nada ele não pensa nas consequências de seus atos, pq expor uma adolescente ou dar resposta sem sentido, faz dele uma pessoas sem nenhum tipo de atitude e responsabilidade." (G1, 48 anos, modelista, SC)

,"Se ele não sabe nem como a Terra é vai saber elaborar projetos relevantes para a população? O que e sabido que cada vez mais ocorre o desmonte da Educação e quem tem acesso e a parte que tem mais dinheiro quem e pobre não sai do Be a ba. Ele pra mim não está apto. Só fazer oposição não quer dizer que seja capacitado para exercer um cargo desse." (G1, 38 anos, administradora, RJ)

"Eu acho isso um absurdo como uma pessoa transmofobica que não tem um pingo de respeito pelas pessoas pode ser presidente da câmera, isso é um desrespeito contra os direitos humanos, acho um absurdo quem votou nele para exercer esse cargo, o cara não tem um pingo de conhecimento e nem competência publica para exercer cargos de educação." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)

"Acho que ele não está apto... E só dele expor uma adolescente já prova isso. A pessoa pra ocupar qualquer cargo desses tem que ter o mínimo de respeito pelo ser humano."" (G2, 30 anos, dona de casa, PA)

"acho que não deveria assumir cargo de tamanha importancia, poderia até assumir outra posiçao, devemos no minimo entender um pouquinho de cada assunto, principalmente uma pessoa publica." (G2, 54 anos, corretora de imóveis, SP)

Pergunta 23
O governo orientou ministérios a não realizar nem críticas nem atos em memória dos 60 anos do golpe de 1964, marca que será alcançada em 31 de março, em meio a um esforço para distensionar as relações com as Forças Armadas e diante da polarização persistente no país. A orientação foi passada pela Presidência da República, após o presidente Lula (PT) afirmar que prefere não ficar remoendo as consequências do golpe de 1964 porque isso "faz parte do passado" e quer "tocar o país para frente, que já conquistou sua democracia novamente”. Em contrapartida, o governo espera que, nos quartéis, o aniversário de 60 anos do golpe passe em completo silêncio. Como vocês avaliam essa situação? Vocês acham que o tema da ditadura ainda deve ser debatido?
Importância da História

Muitos fizeram críticas ao governo por tentar silenciar o aniversário do golpe de 1964, refletindo uma preocupação com a liberdade de expressão e a transparência histórica. Para esses, o golpe precisaria ser constantemente rememorado, para que os atos de violência contra a democracia e contra os cidadãos nunca mais fossem repetidos.

"Com certeza sim,deve ser debatido esse tema,muitas pessoas foram presas, torturadas, sofrendo absurdo situações,cheio de corrupção,e muito golpe,e tem que ser sempre lembrada pra nunca mais ser esquecido" (G1, 32 anos, pipoqueiro, MG)

"Sim,o debate sobre ditaduras é importante para entendermos a história e suas consequências, além de refletirmos sobre os valores democráticos. É fundamental analisar as lições do passado para garantir que tais eventos não se repitam no futuro. A democracia e os direitos humanos são temas cruciais que merecem ser discutidos abertamente." (G1, 35 anos, assistente fiscal, SP)

"Deve ser debatido sim! Para ambas as partes tanto quem não sabe o que aconteceu na ditadura e reforçar aos que tem consciência do assunto! E não deixar para lá pq ficou passado todo e qualquer ato de democracia precisa ser reforçado para sempre." (G1, 32 anos, líder de produção, SP)

"O tema da ditadura deve ser sempre colocado em pauta, sei que relembrar o passado e sofrer duas vezes. Mas é lembrando do passado que não cometemos o mesmo erro duas vezes." (G2, 44 anos, radialista, DF)

"Deve ser debatido sim,por que faz parte da história,e não devemos lembrar só das coisas boas,mas das ruins também." (G2, 54 anos, funcionário publico, PB)

"Eu acho que essa decisão do governo é tentar evitar polarização e não quer que gere conflitos, porém a discussão sobre a ditadura é importante para o marco da história do Brasil isso ajuda a todos a aprender com os próprios erros, e seguir em frente." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)

Governo Militar

Muitos participantes, de ambos os grupos, expressaram ceticismo quanto à narrativa histórica predominante, defendendo que não houve golpe político e avaliando a atuação do governo militar como benéfica para o país. Ideais de ordem e o progresso foram citados para exemplificar o período, com narrativas sobre estabilidade econômica, gestão política idônea e segurança pública.

Lula e Dilma foram acusados de propagar mentiras sobre o período, para acobertar seus atos na época (de roubo a assassinato, em nome do comunismo).

"A esquerda insiste em falar sobre golpe em 1964 e isso não é verdade. Quem realmente se importa com o rumo do nosso País, deveria aprender a verdade sobre nossa história. Nessa época Lula, Dilma, José Dirceu, entre outros, eram assaltantes de Bancos, que roubavam para financiar o comunismo, comprar armas. Dilma além de roubar, tbm matou e foi presa como assassina. Nunca lutaram pela liberdade, mas sim para a implantação do comunismo, que houve estão aí os frutos e sofremos por isso. Se naquela época fosse como eles tentam fazer as pessoas acreditarem, nem vivos eles estariam, pq o Exército daquela época não teria permitido. Mas sobreviveram (infelizmente), para trazer o comunismo e tudo de ruim que existe e ainda não é o fim, pq ainda não terminaram." (G1, 46 anos, babá, PR)

"Esse tema tem que ser debatido sim! O PT não quer falar sobre o assunto, pois tinha bandidos na época que viraram governantes, estou falando de Dilma, o atual presidente Lula, e outros. Tem pessoas que não tem muito conhecimento sobre o acontecido na época, e deve ser lembrado. Sou a favor das forças armadas, minha Pátria amada, Brasil! Sou contra o comunismo, e se bobear o Brasil vai virar comunista com esse governo atual! Infelizmente!" (G1, 58 anos, empresária , PR)

"Discordo com a fala do Presidente, não houve golpe , nem ditadura como a esquerda afirma. O regime militar trouxe ordem ao país na época e até hoje desfrutamos de várias emendas que foram aprovadas no regime, muitas delas inclusive trabalhistas. É um tema que tem sim, que ser debatido e o dia 31 de março tem que ser comemorado." (G1, 40 anos, auxiliar administrativa, PR)

"Estou com 51 anos...vamos dizer que "convivi" com a tal "ditadura" que eu me lembre, de 1978 ate 1985...isso que eu lembre...vamos la: foi um periodo em que o Brasil teve crescimento...periodo em que nao se via a bagunca que ta, corrupcao, ...periodo em que meu pai, pedreiro, ganhava bem, periodo que eu estudava em colegio particular, periodo em que tinhamos dinheiro para fazer feira em supermercado e voltar de taxi, periodo que tinhamos dinheiro para ir para praia, circos...periodo que a saude funcionava e bem...sim! Periodo que meus irmaos estudavam em escolas publicas e eu sonhava em estudar OSPB E EDUCACAO MORAL E CIVICA..e por ultimo periodo em que todos os anos iamos assistir ao desfile civico-militar no 7 de setembro....sinceramente eramos felizes e nao sabiamos...triste realidade hj com esses 3 poderes no Brasil." (G2, 51 anos, eletrotécnico, RN)

"A bem da verdade, essa esquerda maldita chama esse período como ditadura militar, mas foi o período em que a Nação Brasileira mais cresceu, inclusive saiu da 58a colocação para a 8aa maior economia do mundo, precisamos resgatar a Nação Brasileira antes que esse Bandido a destrua toda." (G2, 62 anos, corretor de imóveis, MA)

O paradoxo de Lula

Alguns participantes criticaram Lula por sua indicação para não ocorrer debates e manifestações sobre o tema, considerando que pautas sobre golpe têm sido constantes em seu governo e não debater o suposto golpe militar seria contraditório.

"O Regime militar fez parte da nossa história..e ele tem que ser comemorado, lembrado, ensinado e revivido !!! As novas gerações precisam saber o que houve em todas as áreas e todas as épocas!! Imperdir e como se calar, sensurar.. isso não é permitido para nosso país!! A medida que se sensura algo, deveria existir para ambos os lados .. como pode uma única medida servir para uma coisa é não para outra !!!" (G1, 38 anos, administradora, SP)

"Não entendo que não quer relembrar o golpe de 1964 e hoje fica falando que existiu golpe. Na minha opinião não podemos esquecer o passado que faz parte de um processo da nossa história infelizmente." (G2, 47 anos, professora, AL)

"Olha que contraditório...não quer remoer o passado mas não larga do pé do Bolsonaro. Acho que não podemos deixar o livre arbítrio de lado, ele não pode proibir nada. É como proibir alguém de comemorar o próprio aniversário. Ele está aprendendo isso com os amiguinhos dele dos países que ele tanto ama e defende. É o cúmulo do absurdo. O tema faz parte da história e não pode ser esquecido."" (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

"Interessante esta decisao do governo. O suposto golpe da suposta ditadura de 64 ele nao quer que fale nem comemore.. Mas o atual golpe ea atual ditadura imposta pelo STF ele faz questao de comemorar e se vangloriar em todo lugar que vai , dizendo que sao os protetor da democracia ..democracia esta que ele chama de relativa ." (G2, 54 anos, músico, RS)

Considerações finais

Os três temas da semana demonstraram como os ideais do conservadorismo seguem fortes entre os bolsonaristas. A aceitação de medidas extremas para o combate da criminalidade, a defesa da educação conservadora, mantendo princípios morais em sua base, retirando a ideologia de gênero de suas pautas, e ainda a defesa de que o golpe militar não ocorreu foram discursos majoritariamente presentes entre os participantes.

Conforme observado nas últimas semanas, os grupos vêm convergindo em suas opiniões. Mas se, por um lado, as diferenças não tem mais ocorrido de modo acentuado entre convictos e moderados, por outro, outras variáveis tem se tornado mais relevantes para eventuais divergências, como o sexo ou a escolaridade dos participantes.

No tocante às ações comandadas pelo governador de São Paulo, o repúdio aos princípios de direitos humanos ficou evidente, com forte apoio às operações policiais conduzidas com maior rigor e determinação, com a percepção de que a criminalidade está em ascensão e as punições são insuficientes para deter os criminosos.

A pauta sobre educação foi debatida sob o viés do combate a ideologia de gênero, supostamente ensinada nas escolas, doutrinadora de crianças. A temática dos banheiros unissex foi muito mais debatida do que a falta de conhecimentos universais e intolerância de Nikolas Ferreira. Aqui, uma separação foi mais evidente: somente mulheres manifestaram reprovação ao deputado e às suas condutas.

O tema da ditadura, embora tenha dividido mais os participantes, encontrou em ambos os grupos defensores de que foi um governo legítimo, necessário ao combate do comunismo e com resultados significativos para o desenvolvimento do país, narrativas essas condizentes com as de Bolsonaro e com os ideais militaristas.

Quanto à Ditadura Militar, houve divisão entre os que defenderam que a preservação de sua memória para que isso nunca se repetisse e aqueles que defenderam as supostas virtudes do regime. Isso mostra mais uma vez que os bolsonaristas não são homogeneamente defensores de um regime autoritário. Por outro lado, a história mostra não é preciso apoio majoritário para se dar um golpe de Estado.

A disposição anti-Lula de ambos os grupos se mostrou bastante pronunciada, particularmente no uso de todos os assuntos para fazer crítica ao presidente e a seu partido, mesmo naqueles que não diziam respeito diretamente ao petista.

Distribuição de Participação
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Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.