Relatório 28

De 20 a 26/10

Temas:

  • Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 20 a 26/10 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, com 12 participantes, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) rejeição dos EUA ao texto proposto pelo Brasil, na ONU; ii) eleições na Argentina e o candidato da extrema-direita, Javier Milei; iii) os ataques e depredações ocorridos no Rio de Janeiro, por milicianos.
Ao todo, foram analisadas 110 interações, que totalizaram 3.949 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Veto à proposta brasileira na ONU Majoritariamente o grupo foi contrário à postura dos Estados Unidos, acusando a nação de agir por interesses econômicos e não se importar com a causa humanitária defendida na proposta. O grupo ficou dividido. Alguns criticaram os Estados Unidos, acusando o país de ter vetado a proposta por interesses econômicos na região. Outros apoiaram o veto, criticando o Brasil por não condenar o Hamas na proposta.
Eleições na Argentina Quase todos conheciam a trajetória de Milei, elogiando-o por sua propostas conservadoras, de resgate da economia e de combate à corrupção. Os que não o conheciam, aprovaram-no prontamente, devido à comparação com Bolsonaro. A maioria do grupo não conhecia a trajetória de Milei e não estava acompanhando as eleições do país vizinho. Houve divisão de opiniões, entre os que o conheciam, com alguns o avaliando de modo negativo e outros o elogiando por ser similar a Bolsonaro.
Ataques das milícias no RJ O grupo atribuiu a responsabilidade a ambos os governos - estadual e federal - responsabilizando Claudio Castro por não cumprir suas promessas de campanha e o governo federal pela falta de enrijecimento das leis e punições aos criminosos. O grupo avaliou que a responsabilidade deveria ser compartilhada, com políticas e leis mais incisivas para o combate à criminalidade, com reforços federais para que, com as forças estaduais, ações efetivas fossem realizadas em espaços ocupados por milicianos.
Pergunta 80
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou na quarta-feira o texto proposto pelo Brasil sobre a guerra entre Hamas e Israel. O Brasil propôs uma pausa humanitária no conflito entre Israel e o Hamas, que já matou mais de 5 mil pessoas - cerca de 4 mil palestinos e 1,3 mil israelenses durante o ataque do Hamas no dia 7 de outubro. O texto brasileiro que foi à votação condenava os ataques do Hamas e pedia o fim do bloqueio à Faixa de Gaza. Somente os EUA foram contra, mas o país possui o poder de veto. O que vocês acham dessa posição dos EUA? Estão a favor ou contra essa decisão?
Contrários aos Estados Unidos

A maioria dos participantes foi contrária ao veto imposto pelos Estados Unidos, criticando o país por supostamente ter interesses econômicos com a continuidade da guerra e avaliando suas decisões como desumanas.

Muitos elogiaram a tentativa do Brasil em criar o corredor humanitário para preservar a vida dos cidadãos palestinos.

"Contra. Eua tem interesses na guerra. Tanto no petróleo quanto nas armas" (G1, 34 anos, artesã , SC)

"Eu sou totalmente contra esse veto dos EUA, que na minha opinião, foi desumano demais! O pedido da ONU foi por um corredor humanitário, para salvar as pessoas que estão sendo bombardeadas diariamente! Não tem razão que justifique esse veto, humanamente não tem! A guerra está dizimando os palestinos... E os EUA não poderiam condena-los a morte, como fizeram! É cruel demais... São crianças morrendo em nome de um ódio secular!" (G1, 39 anos, contadora, BA)

"Achei horrível essa posição dos EUA de ir contra , será que há interesse por trás disso tudo ? Sou totalmente contra essa posição dos Estados Unidos e favor da intenção do Brasil de ajudar e cessar essa guerra toda que está matando diariamente diversas vidas ." (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Na verdade, foi um recado dos EUA para todo o mundo! Eles fazem o que quiserem no mundo, guerreiam como sempre fizeram contra quem quiserem a hora que quiserem: Iraque, Líbia, Vietnam e Israel não se distingue do comando dos EUA e do mundo. Somos todos descartáveis nas mãos dos mercadores da morte." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Na verdade os estados unidos utiliza a guerra pra lucrar com a venda de armas. Os americanos não tem interesse na paz" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"Os EUA tem interesse geo política na região...e o Brasil queria atrapalha kkkk. Eles lucram vendendo armas, dominando tudo e garantindo o petroleo" (G2, 35 anos, gestor, RR)

Favoráveis ao veto

Em menor escala, alguns participantes, com maior ocorrência no grupo 02 (bolsonaristas moderados), apoiaram a decisão estadunidense, criticando a iniciativa brasileira por não criminalizar o Hamas como um grupo terrorista.

"Sou a favor dos Estados Unidos,como eles explicaram para tomar essa posição, o Brasil não reconheceu o Hamas como grupo terrorista,e os partidários desse presidente são todos a favor do Hamas achando que Israel atacou primeiro,ele deveria se preocupar com violência do Rio,Bahia e Rio Grande do Norte,que vem aumentando,como em todo o Brasil depois que ele tomou posse." (G1, 64 anos, nutricionista, AL)

"pelo que pude entender nesse veto foi que o brasil não condenou nem chamou os ataques do hamas de terrorismo, e tentou inverter a culpa para israel, achei valido o veto, concordo com o que foi justificado" (G2, 38 anos, corretor de imoveis, SC)

"Concordo com o veto. O Brasil não se pronunciou de forma concreta sobre esse conflito. Somente blá blá blá blá" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)

"Estou de acordo com o veto. O que o grupo TERRORISTA Hamas fez é genocídio da pior maneira, atacando de surpresa pessoas desarmadas, civis somente por serem judeus. O que o Hamas quer não é ajudar a Palestina e sim destruir os judeus." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Sou a favor do veto.Tinha que fazer igual fizeram com o Bin Laden, acabar logo com essa guerra isso sim. É inivitável algumas pessoas morrerem, então que resolva logo. Minha opinião." (G2, 50 anos, dona de casa , DF)

Pergunta 81
Ontem, dia 22/10, os argentinos foram às urnas para escolher o novo presidente. A disputa será decidida no segundo turno. Vocês já ouviram falar do candidato Javier Milei? Algumas pessoas o comparam a Jair Bolsonaro. O que sabem sobre ele?
Apoiam Javier Milei

O grupo 01 (bolsonaristas convictos), sempre mais bem informado que o grupo 02 (bolsonaristas moderados), conhecia melhor os dados acerca do candidato argentino.

Majoritariamente ele foi elogiado pelos painelistas, principalmente por ser similar a Bolsonaro. Sua postura conservadora, de combate à corrupção, salvador da economia (destruída pela esquerda) e postura outsider foram características citadas. Alguns participantes já se preocupavam com fraudes nas eleições, supondo que seria a única maneira de ele ser derrotado, "assim como ocorreu no Brasil".

"Sei que ele é um candidato de direita e tem um bom plano de governo, pra tirar a Argentina da situação que se encontra com a inflação acima de 100%! Sei também que ele tem multidão por onde passa, mas como aconteceu aqui foi para o segundo turno, muita conhecidencia com o que aconteceu aqui no Brasil. Sei que a extrema esquerda também foi para a Argentina pra ajudar o candidato de esquerda, a ministra Carmem Lucia também foi, fazer o que não sei, porque não resolve os nossos problemas que esse desgoverno tem causado, foi se meter onde não foi chamada, eu acho que teve fraude lá também, vi vídeos na internet de denúncias de fraude na Argentina" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu ouvi falar e apoio ele , acho por ser honesto e querer acabar com a corrupção do país , por isso comparam ele com Bolsonaro, torço pelos Argentinos espero que ele ganhe e consiga fazer o que Bolsonaro não conseguiu por um ter um sistema corrupto aqui ." (G1, 44 anos, desempregada , PR)

"Boa tarde sei pouco sobre ele, sei que é um candidato da direita, ele quer acabar com a inflação e mudar a moeda peso argentino para o dólar, espero que não tenha fraude nas eleições, como teve aqui e que ele seja eleito Presidente da Argentina." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Javier Milei é do estilo Bolsonaro, ele promete uma reforma econômica para poder tirar a Argentina da lama!!! Candidato de extrema direita, têm formação em Economia este sim saberá muito bem como acabar com a ""mamata"" de alguns políticos de seu país!"" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Não ouvi falar. Mas sendo de direita já simpatizei. E se estão comparando ao Bolsonaro é porque é de boa índole." (G1, 34 anos, artesã , SC)

"Sei sobre essa eleição que tá acontecendo lá, agr sobre esse candidato não tô sabendo não. Si for igual a Bolsonaro que ganhe" (G2, 44 anos, autônomo , AL)

"Sim ouvi falar sei que ele é de direita,e que não gosta do presidente daqui,que de todas as maneiras tenta influenciar nas eleições da Argentina mandando dinheiro para o candidato de esquerda que vai ao segundo turno junto com ele,espero que ganhe para reverter esse quadro de comunismo nas américas." (G1, 64 anos, nutricionista, AL)

"Tbm não sei sobre mais concordo com o colega se for igual bolsonaro que ganhe" (G2, 43 anos, motorista de aplicativo , GO)

"Não o conheço, não ouvi muito falar dele, mais espero que estejam comparando a parte boa de ser conservador, prezar pela familia, e ser patriota onde o bem do país está em primeiro lugar" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

Desconhecimento e críticas

Conforme já falado, a maioria dos participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) desconhecia os fatos sobre as eleições na Argentina e sobre o candidato em si. A maioria o apoiou devido à comparação com Bolsonaro.

Entre alguns participantes, dúvidas e preocupações foram expressas, acerca do seu plano de governo, por ser superficial ou por prever cortar relações com o Brasil e China. Sua postura, avaliada como radical e inconsistente ao cargo disputado, também foi questionada, mas apenas por poucos participantes.

"Ele por ser economista pensa que entende de economia, mas ele parece mais um doido do que um economista. Se a Argentina romper relações com o Brasil e com a China pra ficar lambendo a bunda dos americanos eles vão afundar mais ainda, porque os maiores parceiros comerciais da Argentina é o Brasil e a China. Mas vamos ver o que o futuro reserva pra todos" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"Javier Milei é um economista e político argentino que que vem se destacando na política argentina, mas não tenho informações específicas sobre a candidatura, não sei se ele pode ser bom ou não, o pouco que vi de sua postura informal não me agrada, mas de fato só tenho informações superficiais." (G2, 42 anos, administradora, GO)

"sim o cara é muito doido, pelo que vi nas noticias seria o melhor pelo pais, mas eu não tenho certeza, me parece que ele não tem planos reais pro país, só falas de impacto, agora a parte de comparação com o Bolsonaro não tinha ouvido falar ainda" (G2, 38 anos, corretor de imoveis, SC)

"Trata-se de um candidato de extrema direita que é totalmente contra o peronismo que levou o país ao.estado atual de penúria. A esquerda Argentina destruiu o país, como pode vir a acontecer aqui no Brasil. Só q Millei parece se pior que Bolsonaro quanto a distribuir farpas aos seus adversários. Ainda não sei seu plano de governo" (G2, 57 anos, analista de TI, MA)

Pergunta 82
Nessa segunda (23/10), no Rio de Janeiro, pelo menos 35 coletivos e um trem foram incendiados após a morte do sobrinho de um miliciano que atua na zona oeste da capital fluminense. Segundo o governador, Cláudio Castro, 12 pessoas já foram presas. De quem vocês acham que é a responsabilidade pelo combate à criminalidade e aos ataques (chamado por alguns de terroristas), o governo estadual do RJ ou o governo federal?
Responsabilidade Compartilhada

Os grupos convergiram unanimemente em suas respostas, atribuindo a responsabilização pelo combate aos atos recentes a ambos os governos. Pedidos por enrijecimento das leis e punições severas foram constantes, avaliando que somente ações rígidas e combinadas entre as esferas estadual e federal poderiam restabelecer a segurança pública.

O governador do Rio foi criticado por não cumprir suas promessas de campanha. O problema foi avaliado como de longa data no estado, e os políticos como omissos, ou mesmo como parceiros de milicianos.

O governo federal foi criticado por não interferir no problema, enviando as forças armadas e criando políticas públicas mais severas para o combate à criminalidade. Também houve acusações acerca de Lula e Flávio Dino compactuarem com traficantes e milicianos.

"Ambos têm responsabilidade, pois se tivessem políticas públicas severas ao combate a criminalidade a situação não teria chegado a esse ponto!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Pra mim isso é terrorismo, e a culpa é do governo estadual e federal, e não podemos esquecer que nos governos interiores do PT sempre tinha as coisas, então isso é normal. Vamos ver coisas piores pode ter certeza!" (G1, 44 anos, desempregada , PR)

"Sim ouvi essa reportagem achei horrível eu acho que é do Governo do estado do Rio de janeiro de proporcionar segurança aos seus cidadão , está grande a criminalidade só aumenta a cada dia. Mas nesses casos o governo do país poderia mandar o exercito, pra acabar logo com os ataques " (G1, 48 anos, do lar, SP)

"creio que cada um tenha uma parcela .. ainda mais o Governo Federal .. esse País precisa criar leis mais severas , tendo em vista que no RJ tem muito miliciano e eles domina tudo lá ." (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"EU acho que a responsabilidade é do estado c o aval do governo federal,o Rio de Janeiro vive uma guerra civil a muito tempo,um estado onde os últimos governadores e prefeitos foram presos,por algum envolvimento com traficantes e corrupção, não vai conseguir sair disso sozinho tem que ter o apoio do governo federal,mais por outro lado como fazer isso se o governo federal é o ministro da justiça são amigos dessas facções e o STF,proibiu a polícia de fazer operações contra os bandidos fica difícil o estado atuar em defesa da população." (G1, 64 anos, nutricionista, AL)

"Ambos são culpados. O governo federal entende que milicianos são Bolsonaristas porque são militares que sujaram o farda, porém faz vista grossa para traficantes, inclusive com a ajuda STF. E o governo estadual do RJ porque normalmente são eleitos com a ajuda de um dos grupos, as vezes, ambos. Com essa parceria e com a contaminação das.policias do estado tanto militar quanto civil fica bem difícil agir. Na minha opinião tinha que mandar Flávio Dino pra lá já que ele tem acesso fácil com a marginalidade da região." (G2, 57 anos, analista de TI, MA)

"A responsabilidade nesses caso e de ambos pois trata-se de um crime que ataca de todas as formas todas nossas instituições e leis que regem nosso país. Uma política de ação em conjunto de ambos os poderes teria uma força maior do que uma ação isolada" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)

"Entendo que primeiramente é do estado a responsabilidade, mas nessa situação é também responsabilidade do governo federal, o RJ precisa desse suporte." (G2, 34 anos, contadora, RS)

Responsabilidade do Judiciário

Os participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) atribuíram também responsabilidade ao sistema judiciário, avaliando que nossas leis são brandas e "protegem bandidos". Muitos foram favoráveis ao aumento da rigidez nas leis, para que "bandidos não fossem soltos".

"acredito que a responsabilidade seja de todos principalmente do nosso judiciário que passa a mão na cabeça dos bandidos, protege criminosos, ai fica difícil, as forças de segurança prenderem os bandidos e eles soltarem, deveria ter uma pressão maior dos governos sobre o judiciário se bem que como falam tem muitos políticos e juízes envolvidos ai complica mais ainda" (G2, 38 anos, corretor de imoveis, SC)

"Responsabilidade de todos os poderes desde os que criam as leis até os que executam. Concordo plenamente com essas palavras" (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"A responsabilidade de levá-los a justiça é do governo estadual, a menos que o crime cometido seja federal. Mas cabe ao judiciário mantê-los longe das ruas e também do parlamentares em endurecer mais nossas leis." (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"A responsabilidade deve ser em conjunto, acho que todos eles são necessários para lidar com o crime no Rio, porém chegou a um nível que precisa de vários tipos de intervenções lá inclusive a força nacional e depois que os ministros não soltem todo mundo, esse é o maior problemas, essas leis brandas, que não pode prender de menor, não pode deixar preso e etc" (G2, 28 anos, autônoma, DF)

As posturas dos evangélicos

Avaliando os posicionamentos dos evangélicos, percebe-se que não viés significativo em relação ao veto dado pelos Estados Unidos na ONU, ou em relação à responsabilização pelos ataques no Rio de Janeiro. Em ambos os casos, os participantes expressaram opiniões alinhadas aos grupos aos quais pertencem.

A temática das eleições argentinas serviu como base para a explicitação à adesão a valores do grupo, com falas enfatizando posicionamentos conservadores (defesa da família, combate à extrema-esquerda e patriotismo) e elogios saudosos ao governo anterior e ao ex-presidente.

"Eu sou contra em impedir um corredor humanitário, as pessoas de bem tem o direito de sair desse campo de guerra. O alvo é somente o grupo terrorista hamas." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Achei horrível essa posição dos EUA de ir contra , será que há interesse por trás disso tudo ? Sou totalmente contra essa posição dos Estados Unidos e favor da intenção do Brasil de ajudar e cessar essa guerra toda que está matando diariamente diversas vidas ." (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Os Estados Unidos normalmente estão do lado de Israel e bloqueiam as críticas a Israel na ONU. Acredito que por esse motivo votaram contra a proposta do Brasil. Sou a favor do veto." (G2, 42 anos, administradora, GO)

"Sou a favor do veto, Terrorista Hamas está pouco se lixando pra Palestina, os interesses são outros, tomar Israel é um deles!" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

"Já ouvir falar sim,sei que é um candidato da direita, acho que milei é o melhor que pode acontecer na Argentina , o bolsonaro da Argentina como é conhecido é motivo de orgulho,a América do Sul está de saco cheio dessa extrema esquerda." (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Não o conheço, não ouvi muito falar dele, mais espero que estejam comparando a parte boa de ser conservador, prezar pela familia, e ser patriota onde o bem do país está em primeiro lugar" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

"Sim vi fala acho uma boa ideia nosso governo ele para ser bem honesto para poder ganhar a presidência porque se ele fizer tudo igual o Jair vai ser muito bom presidente para os argentinos...." (G1, 44 anos, técnico de informática, SP)

"Creio que cada um tenha uma parcela .. ainda mais o Governo Estadual .. esse País precisa criar leis mais severas , tendo em vista que no RJ tem muito miliciano e eles domina tudo lá ." (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Tanto o governo do Rio quanto o governo federal têm que trabalhar juntos para lidar com o crime e os ataques. Eles tem tarefas diferentes mas precisam cooperar para manter as pessoas seguras." (G2, 42 anos, administradora, GO)

"5 governadores presos por corrupção e o mais condenado a mais de 400 anos Sérgio Cabral já foi solto pelo STF, não temos mais justiça no Brasil, o Rio de Janeiro está largado à própria sorte!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

Considerações finais

Essa semana, mais uma vez tivemos um rompimento da bolha dos bolsonaristas convictos, geralmente avessos a reconhecer qualquer aspecto positivo no governo Lula. Supreendentemente, criticaram os EUA, país que é idealizado por farta parcela da extrema direita brasileira, como mostrou a pesquisa nacional “Bolsonarismo no Brasil”, feita pelo LEMEP em 2021. Foi entre os moderados que surgiram vozes dissonantes, de apoio aos EUA e críticas ao Brasil por não ter condenado mais veementemente o Hamas. Tal resultado confirma nossos achados anteriores de maior exposição dessa parcela de moderados à mídia tradicional, que é fortemente pró Israel.

Quando o tema debatido foi o argentino Milei, chama atenção o fato de os convictos o verem como uma cópia de Bolsonaro, projetando sobre ele as mesmas “qualidades” e expectativas, inclusive a possibilidade de que seja derrota por fraude eleitoral. Entre os moderados houve quem rejeitasse Milei por seu radicalismo. São provavelmente aqueles que votaram em Bolsonaro motivados mais pela rejeição ao PT e a Lula do que pela apreciação das qualidades do candidato.

O tema da violência da milícia no Rio de Janeiro ascendeu o debate sobre a questão da segurança, que mobiliza não somente bolsonaristas em nosso país. A unanimidade aponta para a fórmula já marretada por Bolsonaro e pela direita: endurecimento das penas e reforço da repressão e da vigilância policial. O governo federal, assim como o governo estadual fluminense, é visto como indisposto ou incompetente para lidar com o problema.

Distribuição da Participação
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Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.