Relatório 93

De 2 a 8/6

Temas:

  • Política migratória dos EUA
  • Câmeras corporais nas fardas
  • Condenação de humorista.
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 2 a 8/6, cinco grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 50 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 - Lulistas - votaram em Lula no segundo turno e aprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.

Ao longo do período, três temas foram abordados: i) decisões de Trump sobre a política migratória dos EUA; ii) benefícios da utilização de câmeras nas fardas policiais; iii) condenação do humorista Leo Lins
Ao todo, foram analisadas 159 interações, que totalizaram 8.245 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados Eleitores Flutuantes Lulodescontentes Lulistas Evangélicos
Política migratória de Trump A maioria defendeu a política migratória rígida como necessária para manter a ordem e o cumprimento das leis, mesmo reconhecendo os impactos individuais. Prevaleceu a crítica à forma agressiva da política migratória, com defesa de medidas mais humanizadas e graduais. Muitos destacaram a importância de avaliar caso a caso antes de punir. As opiniões oscilaram entre reconhecer a ilegalidade dos imigrantes e criticar a dureza da repressão. Houve destaque para a necessidade de equilíbrio entre cumprimento da lei e sensibilidade humana. A maioria criticou duramente a política de Trump, destacando seu autoritarismo e desrespeito aos direitos dos imigrantes. Alguns, no entanto, lembraram da responsabilidade individual de buscar regularização. Predominou a condenação à postura de Trump, considerada desumana, radical e discriminatória. O grupo expressou forte empatia com os imigrantes e indignação com a criminalização de suas trajetórias. Os participantes responderam de acordo com seus grupos de pertencimento.
Uso de câmeras Predominou a defesa do uso das câmeras como instrumento de proteção mútua — tanto para policiais quanto para cidadãos —, com foco na prevenção de abusos e falsas acusações. A maioria apoiou o uso das câmeras, mas com ressalvas quanto à fiscalização e eficácia prática. Houve críticas sobre o real impacto da tecnologia diante da possibilidade de manipulação e falhas institucionais. Mesmo favoráveis ao uso da tecnologia, muitos apontaram que indivíduos mal-intencionados sempre encontrarão maneiras de burlar o sistema. A maioria dos participantes se declarou favorável à medida, reconhecendo seu potencial para inibir abusos. Alguns demonstraram preocupação com a possibilidade de manipulação dos equipamentos por policiais mal-intencionados. O apoio foi praticamente unânime, com ênfase na redução da violência policial, no efeito inibidor da câmera e na importância de manter e expandir o programa. Os participantes formularam seus argumentos de acordo com seus grupos de participação, sem fundamentação religiosa ou moral nítida.
Condenação de humorista Embora tenham reprovado o conteúdo das piadas, a maioria considerou a condenação exagerada e interpretou a punição como parte de uma perseguição política à direita. O grupo reconheceu o caráter ofensivo do humor, mas defendeu punições mais leves e questionou a proporcionalidade da pena aplicada. Houve forte reprovação ao conteúdo das piadas, com destaque para o repúdio moral. A maioria apoiou a condenação, mesmo que parte tenha achado a pena excessiva. O grupo foi majoritariamente favorável à punição por considerar o conteúdo discriminatório, mas houve críticas à seletividade e comparações com impunidade de figuras públicas. Defendeu-se a condenação com veemência, com forte repulsa ao tipo de humor apresentado e ênfase na necessidade de limites à liberdade de expressão quando há ofensa e preconceito. Os participantes formularam seus argumentos de acordo com seus grupos de participação.
Pergunta 33
O estudante brasileiro Marcelo Gomes, de 18 anos, foi detido por agentes de imigração em Massachusetts, nos Estados Unidos, um dia antes de sua formatura no ensino médio. Marcelo, que vivia no país sem documentação há cinco anos, foi preso a caminho de um treino de vôlei. A detenção gerou comoção na comunidade local, levando a protestos durante a cerimônia de formatura da Milford High School, com a participação de estudantes, professores e autoridades, incluindo a senadora estadual Rebecca Rausch e a governadora Maura Healey. Críticas foram direcionadas à política migratória do governo Trump, que recentemente ordenou a realização de 3 mil prisões diárias de imigrantes. O que pensam sobre essa política migratória?
Estado forte

Os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) revelaram um posicionamento majoritariamente favorável à política migratória mais rígida, com ênfase na defesa da legalidade e da soberania nacional. A maior parte dos respondentes reconheceu que permanecer ilegalmente em outro país implica riscos e consequências, independentemente das circunstâncias pessoais de quem vive essa condição. A retórica predominante legitimou as ações de deportação como parte de uma tentativa legítima de “colocar ordem na casa”, traçando paralelos com a desorganização percebida no Brasil e valorizando o cumprimento estrito das leis estrangeiras.

Nesse sentido, a figura da autoridade migratória foi apresentada como alguém que apenas cumpre sua função diante de regras previamente estabelecidas, que devem ser respeitadas por todos, sendo valorizada por representar uma retomada da disciplina institucional, frequentemente associada a uma visão mais moralizante e punitiva do papel do Estado. Ainda que algumas falas tenham reconhecido o sofrimento individual gerado por tais medidas, prevaleceu a noção de que os custos pessoais são inevitáveis diante da necessidade de preservar a ordem nacional.

"Eu penso que eles estão certos, entram no país estrangeiro com visto de turismo e querem ficar a vida toda como se fosse o Brasil, que aqui tudo pode. Mesmo a pessoa estando trabalhando e não cometendo delitos, está errada, e a maioria faz o L aqui e depois foge pra morar em outro país, eles estão certíssimos." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"A gente que é pai ou mãe sente na pele quando vê certas situações… e impossível não se comover, a empatia bate forte mesmo mas também dá pra entender o lado do Trump ele tá tentando colocar ordem no país, e isso acaba, infelizmente, atingindo até pessoas de bem, não quer dizer que ele esteja errado, só que ele tá colocando a segurança da nação em primeiro lugar, isso, às vezes, tem um preço difícil , e é algo que nosso presidente descondenado não prioriza!" (G1, 45 anos, padeiro , PB)

"Ele estava a 5 anos com visto vencido e estudando em universidade ? Pelo jeito no governo Biden não existia controle de nada, isto explica o pq o nome do Filipe Martins apareceu registrado dando entrada lá enquanto ele se encontrava no brasil. Imagina quantas falcatruas iguais a está não foram feitas. Agora Com trump estão pondo a casa em ordem, quem está regularizado está tranquilo, já quem ficou vivendo lá durante anos na base do jeitinho brasileiro, agora sofre as consequências de seus atos e decisões.. Não adianta agora ficar se vitimizando, mudou o governo e com ele mudou tbm a política de imigração." (G1, 54 anos, músico, RS)

"É triste porque é um jovem buscando um ensino de qualidade, pensando no futuro mais ele estava lá de forma ilegal e sabia dos riscos que corria agora com o Trump. Mais o presidente está certo, o quintal é dele e tem que cuidar." (G1, 50 anos, engenheiro, SP)

Estado justo

A maioria dos participantes dos grupos 2 e 3 (bolsonaristas moderados e eleitores flutuantes) considerou que, embora o cumprimento das leis migratórias seja necessário, a abordagem adotada foi excessivamente dura e careceu de sensibilidade diante de situações humanas complexas. Muitos reocnheceram que a situação do garoto era de ilegalidade, que ele deveria ser deportado por conta disso, mas criticaram a rigidez aplicada ao caso. Houve forte ênfase na necessidade de analisar caso a caso, considerando méritos individuais e trajetórias de vida, especialmente quando se trata de imigrantes que contribuem com estudo ou trabalho para o país. A política foi frequentemente caracterizada como inflexível, autoritária e até contraproducente, por afetar negativamente pessoas produtivas e integradas à sociedade americana.

Também se destacou entre os participantes a percepção de que a política migratória, ao tentar demonstrar força e autoridade, acaba alimentando o nacionalismo e a exclusão, promovendo um ambiente de hostilidade para os imigrantes. Ainda que alguns reconhecessem a legitimidade do controle migratório, a maioria defendia uma abordagem mais humanizada, com prazos para regularização e sanções graduais antes da deportação.

"É difícil opinar, descer do muro, de um lado a pessoa que foi morar nos EUA e não regularizou sua situação, sabendo que esse seria um quesito essencial para viver lá, e do outro, a política do Trump decidido a fazer uma limpeza na casa. Penso que cada caso deveria ser analisado. Esse rapaz já há cinco anos lá, estudante, deveria receber a cidadania pelos seus méritos." (G2, 43 anos, professora , SP)

"Essa política vejo como rigorosa, entendo que não teria necessidade de prender os imigrantes, mas sim notificar e dar um prazo pra pessoa se regularizar, caso não cumpra arque com as consequências (deportação, multas, talvez prisão)." (G2, 35 anos, contadora, RS)

"É praticamente o país com uma das menores tolerâncias contra imigrantes que vejo, infelizmente creio que seja pela proteção ao seu nacionalismo americano, eles querem se manter o mais ""puro"" possíveis. Infelizmente isso afeta muito os imigrantes mas estão no direito deles."" (G2, 24 anos, suporte TI, DF)

"Acho que algumas coisas tem que ser revistas, mas, também ir pra outros países achando que é a mesma bagunça que é no Brasil e pode fazer o que bem quer. Penso que é direito de querer melhorar de vida e tal. Mas ir ilegal bagunçar o país do outro, não" (G3, 37 anos, assistente administrativa , MG)

"Acho necessária, para controlar a imigração e a permanência de estrangeiros ilegal no país.Se a pessoa quer ir tentar a vida em outro país tem que seguir a lei imigração de lá, até pra segurança.A pessoa vai na cara e coragem chega lá não procura meio de se legalizar tá errada. O Trump tá exagerando nas prisões podia só deportar." (G3, 41 anos, funcionária pública , GO)

Estado mais humanizado

As respostas dos grupos 4 e 5 (lulodescontentes e lulistas) refletiram majoritariamente uma postura crítica à política migratória conduzida pelo governo Trump, destacando o caráter excessivamente rígido e a insensibilidade frente às realidades individuais dos imigrantes. A maioria dos participantes manifestou indignação com a forma como os imigrantes são tratados, enfatizando que muitos deles estão nos Estados Unidos em busca de melhores oportunidades, trabalham, estudam e contribuem para a sociedade. Nessa perspectiva, a deportação sumária ou a prisão foram vistas como medidas desproporcionais, que desconsideram o mérito pessoal, a situação familiar e a complexidade do processo de legalização. Termos como “injusto”, “ditador” e “radicalismo” foram usados para caracterizar a condução dessa política, demonstrando repúdio tanto ao conteúdo quanto ao estilo da ação governamental.

Ainda que alguns participantes tenham reconhecido que as leis devem ser respeitadas e que a regularização da situação migratória é responsabilidade do imigrante, esse argumento foi frequentemente acompanhado de críticas ao sistema de imigração dos EUA, que foi retratado como travado, excludente e seletivo. Defendeu-se, de modo geral, que o cumprimento da lei deve ser equilibrado com o respeito aos direitos humanos, sugerindo que políticas migratórias deveriam priorizar estabilidade social, julgamento justo e oportunidades de regularização.

"Acho de um absurdo enorme,pois muitas pessoas constituíram família,tem seus empregos,deveriam ver a possibilidade deles terem seus Green Card e poder continuar sua vida. Mas eles não dão a mínima chance deles normalizarem sua permanência no país. Esse presidente é um ditador!" (G4, 49 anos, artesã , CE)

"Eu não concordo com as atitudes e intervenções tomadas pelo governo Trump, referente a migração de estrangeiros residentes no país, uma vez que no caso deste estudante que foi em busca de evoluir nos estudos e de uma vida melhor. Na minha opinião, a política migratória deve garantir que os direitos humanos de todos migrantes sejam respeitados, independentemente de sua situação legal ou nacionalidade e consequentemente deve contribuir para a estabilidade dos migrantes no país, evitando conflitos sociais e econômico. Vale ressaltar que a migração é importante para o desenvolvimento social e econômico pois trás novos talentos, habilidades e culturas." (G4, 36 anos, instrutor de informática , SP)

"Eu acho um completo absurdo tudo o que o Trump vem fazendo nos Estados Unidos, por muito menos, Cuba e Venezuela são chamadas de didatura, só que vindo de lá, um país "desenvolvido" e rico, as pessoas acham normal. Eu confesso que não vi esse caso do estudante, mas é apenas mais um no meio de tantos que serão presos e deportados, sendo que construíram suas vidas lá, geram empregos, pagam impostos e também ajudam no PIB do país. Uma pena, mas isso será cada vez mais comum, infelizmente!" (G5, 33 anos, tradutor, SP)

"""O que o Trump vem fazendo é desumano,um absurdo, uma ditadura, Ele conseguiu fazer o que ninguém revê coragem de fazer ,um retrocesso, os imigrantes bem sofrendo n mão de um cara ditador ,sem piedade. Deveria ele ser preso,"" (G5, 38 anos, chefe de RH, BA)

Pergunta 34
Desde 2020, a Polícia Militar de São Paulo passou a usar câmeras nos uniformes dos policiais por meio do Programa Olho Vivo, com o objetivo de reduzir o número de mortes em ações policiais. A iniciativa se baseia em experiências semelhantes de outros países. De acordo com um relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da UNICEF (2025), as mortes caíram até 76,2% nos batalhões que aderiram ao programa, enquanto nos que não adotaram a redução foi de 33,3%. No dia 24 de maio, um caso ganhou repercussão: um policial teria pedido ao colega que mudasse o ângulo da câmera durante uma abordagem. O jovem abordado acabou morto, o que reacendeu o debate sobre o uso das câmeras pela polícia. Na opinião de vocês, o uso de câmeras nos uniformes muda a forma como a polícia age? Vocês acham que essa tecnologia ajuda a evitar abusos e arbitrariedades?
Favoráveis ao uso da tecnologia

A maioria expressiva dos participantes dos cinco grupos se mostrou favorável ao uso das câmeras nos uniformes policiais, demonstrando confiança no potencial da tecnologia para melhorar a conduta dos agentes, garantir mais transparência nas abordagens e evitar abusos de autoridade. Muitos relataram que o simples fato de estar sendo filmado tende a inibir comportamentos violentos ou ilegais por parte dos policiais, ao mesmo tempo em que protege os bons profissionais de acusações infundadas. Foi recorrente a percepção de que as câmeras também oferecem segurança jurídica ao policial honesto, garantindo que, em caso de confronto ou denúncia, haja registro confiável de sua atuação dentro da legalidade.

Esses participantes destacaram que a presença das câmeras muda a forma como a polícia age, promovendo mais cautela, responsabilidade e respeito durante as ações. Para eles, a tecnologia cumpre uma função preventiva e educativa, atuando como um instrumento de fiscalização permanente que eleva o padrão das abordagens e fortalece a relação entre forças de segurança e população. Em várias respostas, as câmeras foram vistas como um avanço necessário diante de um histórico marcado por denúncias de truculência e arbitrariedades, tal qual o caso utilizado na questão.

"Bom dia! Eu concordo com o uso das câmeras, elas são uma forma de proteger bons policiais e a população, se o policial for honesto e trabalhar em prol da sociedade ele não irá se importar em usar." (G1, 50 anos, engenheiro, SP)

"Em primeiro lugar,eu sou contra a qualquer tipo de agressão a pessoa seja ela pobre,rica ou de cor de pele. Vendo esse assunto em discussão observo que precisamos treinar e capacitar os nossos policiais para que esses absurdos não aconteçam e não manche a imagem da polícia militar ou civil. Nesse caso eu sou favorável a tecnologia em prol da preservação da imagem, tanto do policial,como do cidadão,eles ficam protegidos e assegurados,contra qualquer sinal de prevaricação. Não tem como não aceitar o uso da tecnologia,eu acredito que ela trás uma segurança a mais ao dia do policial e do cidadão abordado.” (G2, 42 anos, assistente logístico, PE)

"Bom dia, sou a favor do uso de câmeras pelos policiais. Acredito que eles mudem sim o comportamento por saber que tem gente de olho nas atitudes deles. Acho que quando não tem ninguém ali para observar a forma como agem, são muito mais abusivos, violentos e acabam cometendo mais crimes. Concordo que se a pessoa é mal intencionada, ela consegue driblar a câmera, mas acho que essa tecnologia inibe os atos repentinos que podem ocorrer no momento de tensão." (G3, 37 anos, médica veterinária, PR)

"Uma excelente ideia,pois vemos muitas arbitrariedades que acontecem em abordagens. São inúmeras vítimas e ainda tem que burle as câmeras. Que seja feita a justiça também nesse caso do rapaz que morreu,se comprovado que a câmera foi desviada. Todos em todo o Brasil deveriam usar.” (G4, 49 anos, artesã, CE)

"Acho que ajuda e muitoooo! Já foi comprovado por estudos e pesquisas que a letalidade policial diminui bastante com o uso de câmeras! Mesmo quando há essas atitudes criminosas de desligar a câmera e mudar o ângulo da abordagem, ainda assim, protege o bom policial e intimida os corruptos e violentos a não cometerem tais atos. O mais importante de tudo é demonstrar como a violência policial está em todo lugar e que necessita haver uma mudança no treinamento para uma melhor abordagem." (G5, 33 anos, tradutor, SP)

Céticos quanto à eficácia da tecnologia

Embora a maioria tenha se declarado favorável ao uso das câmeras, parte dos participantes demonstrou ceticismo quanto à efetividade prática da tecnologia, especialmente em contextos onde há falhas estruturais, permissividade institucional ou ausência de fiscalização rigorosa. Para esses participantes, o uso das câmeras, por si só, não seria suficiente para conter abusos, já que policiais mal-intencionados ainda encontrariam formas de manipular o equipamento — como alterar o ângulo, desligar a gravação ou agir fora de seu alcance.

Nos grupos 3 e 4 (eleitores flutuantes e lulodescontentes) surgiram alguns discursos mais desconfiados, que avaliaram a medida como positiva apenas na teoria, mas ineficaz na prática devido à falta de manutenção, falhas no armazenamento das imagens ou ausência de responsabilização efetiva.

Importante ressaltar que, mesmo entre os céticos, não houve rejeição ao uso das câmeras. O que se observou foi uma defesa condicional da tecnologia, isto é, o reconhecimento de que as câmeras podem ser úteis, desde que inseridas em um sistema mais amplo de controle externo, transparência institucional e, acima de tudo, reforma na cultura policial.

"Nem a implantação da câmera nos uniformes dos policiais está funcionando já que foi constatado que o rapaz pediu ao colega para mudar o ângulo da câmera dessa forma a gente já vê a má índole desses policiais que acham que estão acima da lei e que podem resolver as situações com o uso de força como acontece frequentemente. Nem essa tecnologia vai conseguir evitar esses abusos e arbitrariedades." (G2, 43 anos, professora, SP)

"Eu acredito que a câmera inibe, faz com que se pense uma segunda vez. Se a pessoa já for mal caráter não dispositivo no mundo que a impeça de cometer crimes. E além disso se o policial agir sempre dentro da lei, inclusive se chagar a matar, a câmera será uma segurança pra ele também, poderá provar que agiu dentro das regras. Mas além das câmeras deveria existir a prática de estar sempre relembrando aos policiais quais seus deveres, quais seus direitos e como aplicar isso de modo correto no dia a dia. Remunerar melhor, proporcionar descanso adequado, tudo isso é um conjunto de coisas. Quando uma pessoa está estressada por estar ganhando mal e tendo péssimas condições de trabalho vai interferir em como ela toma decisões na execução do seu trabalho. Sou muito a favor das câmeras, pois funcionário público também precisa prestar contas à sociedade. Quando trabalhamos no setor privado temos que fazer isso. Eu mesma trabalho em uma sala que tem uma câmera, contam que antes não tinha, mas um funcionário roubou a empresa então agora tem. Eu não me importo pois não tenho essa índole, mas entendo que a empresa não sabe quem eu sou então precisa se resguardar. E caso aconteça algo que seja injusto para comigo posso solicitar que as imagens sejam averiguadas." (G3, 45 anos, turismóloga, RJ)

"Como muitas coisas realizadas, a teoria é maravilhosa mas a pratica em si não é tão boa assim. A ideia das cameras é maravilhosa pois em teoria deveria diminuir as mortes e também proteger as pessoas de serem violentadas, não nego que teve uma diminuição, mas não é só dar as cameras, é preciso fazer manutenção delas, ter cartões para gravar as imagens, armazenar essas imagens em algum local que não possam ser alteradas ou apagadas e um orgão para fiscalizar tudo isso, inclusive as imagens para poder indiciar quem cometer infrações. São muito detalhes que nem sempre são feitos na pratica pois tudo isso custa muito dinheiro." (G4, 36 anos, instrutor de informática, SP)

"Eu tenho a opinião que o uso de câmeras nos uniformes surte efeito de melhoria das abordagens e atuações policiais. Mas para ter real efeito, a filmagem deve ser obrigatória durante todo o tempo e haver gravação externa remota em tempo real e haver uma vistoria em tempo real da filmagem de forma ativa. Não com foco principal no punitivo contra os policiais mas na melhoria contínua do trabalho dos policiais. As câmeras também colaboram numa diminuição dos abusos policiais e das abordagens violentas. Mas o uso de câmeras não devem inibir as ações mais fortes muitas vezes necessárias." (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)

Pergunta 35
O humorista Leo Lins, de 42 anos, foi condenado a oito anos e três meses de prisão por propagar discursos considerados discriminatórios contra diferentes grupos sociais durante um show de stand-up publicado na internet (o vídeo enviado mostra um exemplo, para quem não viu). O que acham dessa condenação? Casos de humor dessa natureza devem ser condenados?
Perseguição política e crítica à seletividade da Justiça

Entre parte dos participantes dos grupos 1 e 2 (bolsonaristas convictos e moderados), prevaleceu uma leitura política da condenação, interpretada como reflexo de um sistema judicial parcial e autoritário. Muitos enxergaram a punição como seletiva, voltada contra figuras associadas à direita, e apontaram o uso da justiça como instrumento de repressão ideológica. Houve críticas à incoerência na aplicação das leis, com menções a outros humoristas e artistas que, apesar de fazerem piadas semelhantes, não teriam sido punidos. A condenação foi vista, por esses participantes, como sintoma de uma democracia fragilizada, na qual opiniões divergentes teriam cada vez menos espaço.

"Não conhecia esse humorista e achei de muito mau gosto alguém pagar pra ouvir tanta coisa ridícula. Mas eu acho que é um exagero condenar a 8 anos de prisão por falas, ele não matou ninguém, e essa juíza usou uma lei de 2023 pra punir um crime cometido em 2022. Se é pra punir tem que punir o Lula também que já falou contra gaúcho, que pode bater em mulher se o cara for corinthiano, que a escravidão foi boa, falou que uma moça negra gostava de batuque e outras mais, mas estamos vivendo uma ditadura da extrema esquerda e tudo que eles falam é lei, se não for apoiado por eles é condenado em tempo recorde. Soltaram o MC com ligação ao tráfico de drogas que ficou preso 4 dias e prendem patriotas a 17 anos , comediante medíocre a 8 anos, é só pensar que situação estamos vivendo, querem calar o povo com essas condenações absurdas, não sei onde vamos parar." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos, RJ)

"Minha opinião é de que aqui diante da esquerda que está dominando esse País, não é o mesmo peso para Chico e para Francisco. O povo esquece que o mesmo peso será para ambos, quando calarem todos, mas não questão da justiça, quando é a esquerda que comete coisas contrárias, passam pano e quando é a direita, não pode piscar que é errado. Eu acho total exagero o humorista pegar 8 anos de prisão por uma piada. Se fosse humorista da esquerda, ninguém falaria nada. Se fosse anos atrás, todos os humoristas estariam presos, pq eram piadas de todos os tipos. Os Trapalhões então... Hj em dia, as pessoas parecem frágeis e doentes mentalmente. Se doem por tudo." (G1, 46 anos, cuidadora infantil, PR)

"é só no Brasil que um comediante é condenado por fazer piada no seu ambiente de trabalho. enquanto isso mc que faz apologia ao tráfico é preso tem comoção nacional a seu favor, inclusive da imprensa. Fica 3 dias preso, é solto e tem sua saída festejada na porta do presídio. Temos tbm presidente da República fazendo viagens ao exterior gastando milhões do dinheiro publico sem qualquer explicação dos seus gastos e nada é cobrado. Temos escândalo no INSS com roubo de bilhões e os responsáveis não são presos . Temos um juiz abusando dos poderes querendo calar todos que não fasem parte do espectro político que governa o país. Primeira dama querendo implantar política chinesa de regulação das mídias sociais. Amazônia queimando o dobro de vezes em relação ao governo anterior, ea ministra atual que antes reclamava, agora foge da CPI inventando suposta discriminação, para não ter que explicar sua incompetência.

Está é a Democracia Relativa de Lula e seus comparsas .. Para os inimigos a aplicação da lei mesmo injusta ou inconstitucional. Se já não estamos numa Ditadura, então a Venezuela é uma Democracia." (G1, 54 anos, músico, RS)

"Em primeiro lugar sou contra a falas preconceituosas,e que incentivam a atos errados. Porém "Acredito que essa decisão está errada", penso que existe alguma coisa por trás dessa condenação. Não se pode condenar um artista, comediante assim. Se é pra condenar tem que condenar vários artistas que crítica,que zombam,fazem piadas de mau gosto etc... É isso que penso!" (G2, 42 anos, assistente logístico, PE)

"Bom dia eu acredito que essa condenação realmente foi um pouco alta demais, o estilo de humor dele é realmente muito mais pesado do que os demais, mas é algo complicado de você falar, porque muitas das coisas que ele faz piada é crime mas ele não realiza o ato, existem piadas com vários tipos de minorias e se muitas delas fossem reclamar do mesmo tipo e pedirem uma condenação do mesmo seria muito complicado, porque na maioria das vezes nada aconteceria, outra coisa que tem que se avaliar é porque não somente proibir que ele faça shows, ou volte a comentar sobre esses tipos de conteúdos E caso realmente aconteça novamente punisse de maneira financeira ou equivalente, prender alguém por uma coisa que ela diz e não faz é você dar uma condenação de homicídio para um cara que te ameaçou de morte mas não a executou." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)

Repúdio e defesa de limites para o humor

As opiniões dos demais grupos (3, 4 e 5 - eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas), incluindo alguns participantes dos grupos 1 e 2 (bolsonaristas convictos e moderados), indicaram forte reprovação ao conteúdo apresentado pelo humorista, com destaque para o repúdio moral às piadas envolvendo temas sensíveis como pedofilia, incesto e abuso infantil. A maior parte dos participantes expressou indignação com o teor das falas, considerando-as ofensivas, repugnantes e inaceitáveis como forma de entretenimento. Para muitos, esse tipo de humor não apenas ultrapassa os limites éticos, como também reforça violências sociais, especialmente contra vítimas já vulneráveis.

Apesar do consenso sobre a necessidade de responsabilização, houve algumas divergências em relação à pena aplicada. Parte dos participantes entendeu que a condenação foi justa e poderia servir de exemplo para coibir práticas semelhantes, enquanto outros avaliaram a punição como excessiva, defendendo alternativas menos severas. Ainda assim, mesmo entre os que ponderaram sobre a pena, a crítica ao tipo de humor e à banalização de violências permaneceu como ponto comum. A maior preocupação esteve centrada na mensagem transmitida e no impacto social de se legitimar piadas com temas tão sensíveis.

Algumas falas do grupo 5 (lulistas) indicaram que o problema vai além do artista, envolvendo também o público que legitima e dá espaço para discursos discriminatórios. Para esses, a responsabilização direta deveria ocorrer não apenas para o comediante, mas para todos que promovem ou se beneficiam da normalização do preconceito sob o rótulo de humor.

“Nunca assisti isso antes, apenas 1 minuto e já me deu asco. Pedofilia, abuso infantil e incesto são coisas muito sérias, não não coisas em que a gente sequer deveria pensar em tom de brincadeira, será que se a filha ou filho dele sofresse qualquer desses atos ele acharia engraçado? Na minha opinião a pena foi é pouca, pois o desejo acerca dessas coisas não nasce na prática, nasce no pensamento. Uma pessoa sā mentalmente não fica pensando em como fazer graça desses assuntos.” (G3, 45 anos, turismóloga, RJ)

“Boa noite, eu acho sim que casos como esse devam ser condenados , pois é muito desrespeito com as vítimas. A quantidade de criança que sofre abuso dos próprios pais é imensa, e o cara vem e diz "se quer cometer abuso, vai com o seu filho pq ele não pode reclamar pro pai". Dá nojo! Essas crianças de fato não conseguem reclamar para ninguém e ficam sofrendo horrores durante anos! Isso nunca será motivo de piada! Ele consegue desrespeitar todos os grupos e minorias da sociedade em poucos minutos! Espero que esse ser humano fique mofando na cadeia durante os 8 anos e 3 meses, refletindo bastante sobre cada piadinha que ele fez! A condenação foi justa, quem sabe assim outros pensem um pouco antes de fazer piada com coisa séria. Sou mãe e esse tipo de piada mexe demais com a nossa cabeça, a platéia rindo, como se não fosse nada demais... Quantos abusadores será que tem lá no meio?” (G3, 37 anos, médica veterinária, PR)

“Eu acho que uma coisa não pode ser confundida com a outra, sou a favor da prisão dele? Siiim, pois se alguém se sentiu ofendido não é o mesmo contra que é preconceituoso e faz "piada" com pretos? Pois se for assim, quem chama o preto de macaco e diz que é brincadeira, pq ele é condenado?!! Para mim, a condenação é justa sim, agora ele diz que é personagem, mais por vezes reafirmou muitas dessas piadas em seu instagram!! Não se sente atingido quem nunca passou por piadas no dia a dia como a que ele faz, não se sentiu ofendido quem nunca teve um filho morto ou preso confundido com bandido, piadas com filhos autistas ou com diversas outras doenças intelectual.” (G4, 30 anos, gestão em TI, SP)

“achei totalmente justa! e sim, todos os casos desse tipo devem ser condenados. essas pautas importantes não devem ser motivo de piada, pois isso normaliza o preconceito em cima delas. com essa condenação podemos ver o carater de muita gente ai, quantos famosos defenderam esse cara ridiculo? eu vi uns 10 desde que essa noticia saiu. eu como preta, que passei a infancia sofrendo ataques racistas, sei muito bem como é doloroso, e isso nunca sera motivo de piada. ainda mais vindo de um branco. por mim, podia prender ate a plateia.” (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)

"Achei muitoo desrespeitoso me deu nojo desse cara achei que a pena nele foi bem dada espero que ele fique la os 8 anos mesmo e ñ saia antes por bom cpmportamento,porem tbm devo concordar que os artitas de certas novelas tbm deveriam pg por certas senas pois muitos seres mau carater seguem o que vem em novelas bem e isso..." (G1, 57 anos, confeiteira, PE)

"Boa tarde, achei certíssimo, alguns desses homoristas perdem a noção, quando vai fazer suas apresentações, sem se preocupar com a crença, religião das pessoas, têm que ser penalizado para servir de exemplo." (G2, 26 anos, vendedora, AL)

Considerações finais

A pergunta sobre a política migratória adotada por Donald Trump provocou reações opostas entre os participantes. Enquanto o grupo de bolsonaristas convictos valorizou a rigidez como forma de garantir a ordem e o cumprimento das leis, valorizando a função de um Estado forte, os demais, mesmo em escalas diferentes, consideraram a postura do presidente dos EUA como desumana, autoritária e desproporcional, lançando críticas severas às suas decisões. O contraste maior se deu entre os dois grupos posicionados mais nos extremos, a direita abraçou a valorização da nacionalidade acima de tudo ao passo que a esquerda preferiu a defesa dos direitos humanos. Os grupos mais centrais tentaram conciliar ambas as dimensões, defendendo a aplicação da lei de forma mais equilibrada, com consideração pelos contextos individuais.

A segunda questão não gerou clivagens significativas de opiniões entre os grupos. A maioria dos participantes se posicionou favoravelmente ao uso de câmeras corporais por policiais, reconhecendo a medida como um avanço na transparência e no controle das abordagens. Em todos os grupos houve o reconhecimento de que a presença das câmeras modifica comportamentos, protege bons policiais de acusações injustas e coíbe abusos cometidos contra a população. Ainda que com diferentes níveis de entusiasmo, o apoio à medida foi consistente. Apesar disso, emergiram dúvidas quanto à eficácia prática da tecnologia, sobretudo em contextos onde há permissividade institucional, falhas na fiscalização ou ausência de punição efetiva. Muitos participantes afirmaram que policiais mal-intencionados continuam encontrando formas de burlar o sistema, e alguns relativizaram os abusos como parte da atuação legítima da força policial. Essa ambivalência demonstrou que a confiança no programa está condicionada não apenas à tecnologia em si, mas também à credibilidade das instituições encarregadas de seu uso e fiscalização. Além disso, foi recorrente a percepção de que a polícia precisaria passar por um processo de reeducação institucional, com novas formas de atuar, mais compatíveis com os princípios de legalidade, respeito e profissionalismo exigidos por uma sociedade realmente justa e democrática.

Na terceira questão, apesar de uma condenação quase unânime ao conteúdo das piadas, os grupos divergiram sobre a forma e a intensidade da punição. Embora a maioria dos participantes tenha defendido a prisão como uma medida justa e exemplar, alguns apontaram a pena como desproporcional, sugerindo sanções alternativas. Paralelamente, a discussão foi marcada pela politização da justiça: participantes bolsonaristas apontaram novamente a percepção da existência de um padrão de seletividade e censura que puniria mais severamente figuras ligadas à direita. A figura do humorista tornou-se, nesse contexto, um símbolo de disputas mais amplas entre valores democráticos, ressentimentos políticos e tensões em torno dos limites do discurso público.

Distribuição da participação
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Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.