Relatório 42

De 26/02 a 03/03

Temas:

  • Manifestação pró-Bolsonaro
  • Isenção tributária a entidades religiosas
  • iii) Mudanças nos mandatos
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 26/02 a 03/03 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, com 18 participantes, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) impressões sobre a manifestação pró-Bolsonaro; ii) isenção tributária a entidades religiosas; iii) proposta de mudanças nos mandatos e nas eleições.
Ao todo, foram analisadas114 interações, que totalizaram 5.119 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Manifestação Pró-Bolsonaro O grupo aprovou a maneira como a manifestação ocorreu, avaliando-a como pacífica, organizada e representativa da força de Bolsonaro. Muitos também avaliaram como uma forma de demonstrar descontentamento com o atual governo. O grupo avaliou a manifestação como demonstrativa da força de Bolsonaro, insuflando dados do número de participantes (milhões) e validando o direito democrático do ex-presidente realizar sua defesa. O caráter pacífico do evento foi associado ao patriotismo da direita.
Isenção Tributária das Entidades Religiosas O grupo ficou dividido entre os que apoiavam a proposta e os que rejeitavam. Porém, independente dessas posições, a maioria avaliou que a ação seria uma jogada política de Lula, para conquistar apoio da classe religiosa. O grupo ficou dividido. Entre quem apoiava a iniciativa, poder aumentar as ações solidárias foi visto como um benefício decorrente da redução de impostos. Quem era contrário, argumentou que a isenção iria aumentar os impostos de outros segmentos.
Proposta de Mudanças O grupo teve bastante dificuldades em debater o tema. Muitos não compreenderam a proposta, acusando Lula de tentar manipular o sistema. A maioria discordou das sugestões de modificações, sobretudo em relação ao aumento do tempo dos mandatos. A maioria dos participantes desaprovou as mudanças propostas, avaliando que 10 anos de mandato para um Senador seria um tempo muito longo e preferindo que em todos os cargos fosse barrada a possibilidade de reeleição.
Pergunta 15
Ocorreu ontem na Av. Paulista a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Vocês acompanharam as informações sobre a manifestação? O que vocês viram sobre os acontecimentos? Como vocês avaliam a mesma coisa?
Ordeira, pacífica e representativa

Os participantes, de ambos os grupos, demonstraram forte apoio ao evento, elogiando a organização e destacando a união da "população", que teria conseguido demonstrar a força do ex-presidente, apoiando-o e defendendo-o das acusações injustamente sofridas.

Alguns exageraram as estimativas do número de manifestantes, falando em milhões de pessoas. Outros entenderam o ato como uma confirmação de que houve mesmo fraude nas urnas.

Muitos falaram sobre a representatividade da direita, que conseguiu demonstrar seus valores e sua força no evento.

"Eu não acompanhei mas vi as materias e as fotos do povo, lindo de mais ver o povo unido em busca de melhorias, nas materias que li ele falou um pouco sobre o que passou e o que vem passando e sua esposa realizou orações e classificou a manifestação como "o exercito de Deus nas ruas". Me arrepiei com a quantidade de pessoas que foram a manifestação, desejo imensamente que ele volte a presidência e que cumpra com todos os seus ditados." (G1, 24 anos, analista de TI, MT)

"Acompanhei tudinho e compartilhei os acontecimentos tbm. Se pudesse, estaria lá tbm, sem dúvidas. Foi tudo perfeitamente organizado. Uma pessoa se acidentou e foi socorrida prontamente. Estiveram lá acima de 1 milhão de pessoas, o que mostra ao mundo quem o povo quis na presidência e vejo a mídia diminuindo significativamente o número de pessoas. Houve jornalismo estrangeiro preso no aeroporto, pq iria mostrar ao mundo o que acontece no Brasil, sendo liberado depois. Muitas pessoas tbm foram paradas na estrada pela polícia mandada pelo governo, para não chegarem até a Avenida Paulista." (G1, 46 anos, babá, PR)

"A manifestação foi um ato democrático. Que mostrou a força que a direita tem no nosso país. Espero que o ex presidente Jair Bolsonaro volte a cadeia da presidência." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"Sim, havia muita gente mesmo na manifestação do dia 25, claro que é algo positivo pra ele afinal mesmo sendo ainda investigado, a população estava lá sendo fiel ao ex presidente. A repercussão foi enorme, tem jornais do mundo inteiro falando e criticando ou até elogiando, Vejo como algo positivo porque faz com que Bolsonaro ganhe forças , e mantém seus eleitores firmes e unidos pra quem sabe no futuro voltar novamente a governar o Brasil." (G1, 48 anos, modelista, SC)

"Sim acompanhei as manifestações.vi que onde Bolsonaro está ,carrega multidões, e prova que as urnas realmente foram manipuladas." (G1, 18 anos, eletricista , PR)

"Bom dia. Assisti pelo YouTube ao vivo, achei que foi pacífica, muita gente a favor de Bolsonaro, nem era campanha política, e sim um ato cívico. Houve oração, críticas, elogios, os políticos não citaram nomes, criticaram mas sem apontar. O Pastor Silas foi mais ousado, ele sim atacou e citou nomes, mas como não é político só expressou a sua opinião. Senti um clima positivo e deu para perceber que o povo está do lado da Direita." (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

"Sim, acompanhei em tempo Real pela Internet, desde o incio da manhã, a Multidão chegando para o Evento, todos muito Ordeiro, e com um único propósito, apoiar o Capitão. Não ouve baderna e nem depredação de Patrimônio, no meu ponto de vista foi muito Bom , e demonstra positivamente a força da Direita" (G2, 32 anos, auxiliar de escritório , ES)

"Se ele queria mostrar que o povo está do lado dele,ele conseguiu,foram milhões de pessoas nas ruas. E dai querem que a gente acredite que ele perdeu as eleições." (G2, 54 anos, funcionário publico, PB)

Papel da mídia

Muitos participantes expressaram opiniões críticas acerca da mídia tradicional, preferindo acompanhar o evento pelo Youtube e avaliando que alguns canais (sobretudo a Rede Globo) minimizaram a grandiosidade da manifestação.

Acusações de censura a jornalistas foram feitas, com narrativas de casos de profissionais estrangeiros que foram impedidos de entrar no país ou de se deslocarem para cobrir o evento.

"Houve jornalismo estrangeiro preso no aeroporto, pq iria mostrar ao mundo o que acontece no Brasil, sendo liberado depois. Muitas pessoas tbm foram paradas na estrada pela polícia mandada pelo governo, para não chegarem até a Avenida Paulista." (G1, 46 anos, babá, PR)

"A repercussão foi enorme, tem jornais do mundo inteiro falando, só a Globo criticando e diminuindo os dados" (G1, 48 anos, modelista, SC)

"Eu assisti parte da manifestação pelo SBT News, não vi nada na rede Globo, claro que não iriam mostrar alguma coisa em benefício ao Bolsonaro. Tinha muitas pessoas, um grande acontecimento para a história do nosso país. Desde a eleição, não tinha visto um número tão grande de pessoas reunidas pacificamente, por um só objetivo, a melhoria de nosso país. Só vejo pontos positivos nessa manifestação, e foi lindo de ver todos de verde e amarelo. Que são as cores da bandeira do Brasil!" (G1, 58 anos, empresária , PR)

"Sim, acompanhei as manifestações pelo YouTube, que mostrou a grandiosidade do evento, porque os jornais dimunuiram tudo" (G1, 40 anos, auxiliar administrativa, PR)

"Acompanhei pelas redes sociais e canais do youtube .. Pq para a grande midia nacional nada aconteceu ( fizeram a egipcia) so demonstrando cada vez mais a sua insignificancia, irrelevancia e desmoralizaçao. Foi uma festa democratica organizada e com milhares de pessoas demonstrando seu apoio ao ex presidente .. Estas imagens foram transmitidas para todo o mundo pois lá tbm se encontravam jornalistas internacionais e independentes que fizeram a cobertura .. Acho que foi um evento muinto bom e que mostra-ra ao mundo o que realmente acontece no nosso pais." (G2, 54 anos, músico, RS)

Pergunta 16
Uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (27) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade tributária de entidades religiosas e templos de qualquer culto. Os parlamentares afirmam ter recebido indicação de apoio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O que vocês acham dessa decisão? São favoráveis de que as entidades religiosas paguem menos impostos?
Favoráveis à medida

Em ambos os grupos houve divisão de opiniões. Nem mesmo entre os participantes evangélicos houve consenso acerca da proposta.

Entre os que apoiam a proposta, a importância das instituições religiosas na realização de trabalhos sociais e voluntários e o suposto papel vital que essas instituições desempenham na assistência às comunidades carentes foram citados como argumentos. Ao reduzir os impostos, sobraria mais fundos para mais investimentos e auxílios.

"Acho a proposta boa pois conheço instituições religiosas sérias que ajudam pessoas carentes. Mas acredito que existe uma intenção por trás dessa decisão do presidente." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"Isso é bom , mais deveria não pagar nada ! Dependentemente qual a religião." (G1, 18 anos, eletricista , PR)

"Na minha opinião as igrejas, entidades religiosas não precisariam pagar impostos, pois fazem doações, várias igrejas ajudam jovens, idosos, pessoas carentes." (G1, 58 anos, empresária , PR)

"Com toda certeza, por que as entidades cuidam de vidas e ajudam muitas famílias necessitadas, nada mais justo que paguem menos para sobrar mais ,para ajudar mais." (G2, 54 anos, funcionário publico, PB)

"Assisti ontem a reportagem. Como foi proposto eu concordo e sugiro que haja uma fiscalização dos que acontece nessa entidades . Seja religiosas ou não." (G2, 47 anos, professora, AL)

Contrários

Entre os que se manifestaram contrariamente à proposta, os argumentos foram de que as entidades religiosas deveriam pagar tributos como qualquer outra instituição, uma vez que geram lucros e recebem montantes elevados a partir de suas arrecadações. Esses ainda pontuaram que as igrejas (sobretudo católicas) eram muito ricas e expressaram preocupações quanto ao uso inadequado de fundos por parte de líderes religiosos.

Alguns avaliaram que, com a isenção, esses tributos seriam cobrados de outras formas, para não gerar prejuízos ao governo, o que redundaria em aumento de impostos para outros setores.

"Não concordo eu acho que independente de ser algo religioso ou não tem que ser direitos iguais sou cristã mas acho errado isso" (G1, 24 anos, do lar, GO)

"Eu acho que tudo que gera uma receita tem que ser aplicada com a msm regra de medidas !!! Muitas pessoas utilizam dessa estratégia de não pagar o imposto para sonegar,msm sendo de instituição não lucrativa ... na vdd existe líderes milionários com o dinheiro de igrejas .. enquanto um mero empreendedor se mata para pagar seus impostos.. se a instituição gera lucro e necessario pagar sim !!" (G1, 38 anos, administradora, SP)

"Na minha opinião, as igrejas não precisam disso, a igreja, principalmente a católica, é rica. Existem muito mais causas precisando de apoio e são prioridades, no entanto estão abandonadas ou em decadência." (G1, 46 anos, babá, PR)

"Sou a favor de que as entidades religiosas pague rigorosamente seus impostos de forma integral pq há muitos líderes religiosos se aproveitando dessa questão pra lavar seus milhões, essa PEC não favorece os menos favorecidos só os burgueses dos Dízimos e Ofertas"" (G2, 21 anos, enfermeira , GO)

"Sou totalmente contra, acho que todo mundo deveria pagar impostos, as entidades religiosas não fazem nada de graça. A Igreja cobra dízimo, ganha muito dinheiro, não cobrar impostos incentiva o desvio de verba. Não digo só a igreja mas qualquer entidade religiosa, acho que quem não cobra nada do povo pode ficar isento de impostos como as ONGS que recolhem animais na rua ou fazem caridade doando comida para quem precisa, para NÃO PAGAR IMPOSTO PRECISA NÃO COBRAR NADA DO POVO." (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

Manobra política

Com maior recorrência no grupo 01 (bolsonaristas convictos), independente da aceitação ou não da proposta, muitos participantes avaliaram a medida como uma jogada política de Lula, que estaria buscando angariar apoio, "comprando", as entidades religiosas, especialmente a influência da bancada evangélica.

"não sou favoravel tem que pagar os tributos igual a todos o lula esta fazendo isso para ter mais apoiadores dos das entidades religiosa porque a bancada dos evangelicos é muito forte e ele quer mais aliados porque esta vendo que a coisa vai mal para ele e o pt" (G1, 63 anos, autônomo, DF)

"Eu não sou favorável,mas é um absurdo,o Lula está querendo o povo evangélico,pra ter mais força e mais poder, depois não sei se vai continuar assim" (G1, 32 anos, pipoqueiro, MG)

"No meu entendimento isso é uma manobra de aproximação com os cristãos, vejo que a questão de imunidade tributária deveria ser aplicada de uma melhor forma, mas a ideia foi boa, a questão é, qual a intenção por trás disso. Lula sempre foi intencional e tudo que ele faz é sutil pra conquistar as pessoas e depois meter a facada por trás (é o que vemos acontecer diante dos nossos olhos). Alguém aí viu Lula cortar impostos? Isso foi unicamente do governo anterior. Mas em questão eu vejo essa Proposta de Emenda Constitucional como sendo uma isca para pegarem o peixe 🐟." (G1, 27 anos, professor, AM)

"Concordo com a ampliação da imunidade tributária, a maioria das instituições religiosas fazem muitos trabalhos voluntários e projetos sociais nas comunidades. É óbvio que é uma manobra de aproximação do presidente Lula, que visa uma aproximação com as entidades religiosa." (G1, 40 anos, auxiliar administrativa, PR)

"Pra mim isto tem um nome .. Manobra eleitoral de Lula e aliados.... Sou contra ampliaçao de imunidade tributaria . todos nos pagamos impostos pq este tipo de privilegio para instituições religiosas .. Ate ONGS tem que pagar . ta com cara de jogada politica do lula para tentar arrecadar votos da comunidade religiosa." (G2, 54 anos, músico, RS)

"Eu sou a favor da peça mas deve haver um controle,fiscalização para que os líderes religiosos não se aproveitem disso e desviem a verba para outros fins senão o benefício da própria entidade,outro ponto é o governo corrupto atualmente que está parecendo se promover as custas desta peça,agora o Lula querendo dar uma de bom samaritano com isso" (G2, 35 anos, auxiliar administrativa, RJ)

Pergunta 17
Os líderes do Senado discutiram nesta quinta-feira (29) a PEC das eleições, que estuda mudanças no formato. Há consenso sobre a principal parte da proposta: o fim da reeleição para cargos do Executivo, ou seja, para presidente, governador e prefeito. Esses teriam então um único mandato, de 5 anos. Também há acordos para aumentar os mandatos de vereadores, deputados estaduais e federais para 5 anos. Já para senadores, o mandato seria aumentado de oito para dez anos. Para os deputados e senadores, haveria ainda a possibilidade de reeleição. O que vocês acham dessas mudanças? São a favor do fim da reeleição e do aumento do tempo dos mandatos? Por que?
Reeleição

O assunto foi bastante complexo para os participantes, que não compreenderam completamente as proposições.

O tema da reeleição gerou mais debates. Entre os favoráveis à reeleição, essa foi avaliada como uma decisão soberana da população, que teria como verificar a eficiência ou não do mandatário e assim decidir por sua continuidade ou não.

Entre os contrários, apoiadores das mudanças propostas, acabar com a reeleição foi visto como uma ação que traria renovação política ao país. Muitos apoiaram o fim da reeleição para todos os cargos.

"Sou totalmente contra essa proposta. A maioria dos políticos são acomodados. Acho que deve continuar como está. Se o político for bom ou ruim, será reeleito ou não. 10 anos para um Senador é muito tempo de comodismo." (G1, 46 anos, babá, PR)

"acho que se um presidente esta fazendo seu trabalho certinho sem corrupição e não gastando o dinheiro do povo, eu acho sim que poderia se reeleger, mais senador não nem deputado" (G1, 63 anos, autônomo, DF)

"Eu concordo com o fim das reeleições para cargos do Executivo. Lá não é cabide de emprego" (G1, 40 anos, auxiliar administrativa, PR)

"Eu acho excelente,e sou sim a for da reeleição, pra que isso tudo de ano, se não fazem nada, só aparecem no ano da eleição, não investe em nada, gasta dinheiro público e aumentar não sou a favor não, é uma palhaçada, só pra ficar mais tempo no governo, não, dá" (G1, 32 anos, pipoqueiro, MG)

"Sou a favor que acabe a reeleição, mais p todos . E concordo com o aumento de tempo de mandato pq seriam mais produtivos. Dependendo da atuação de cada um." (G2, 47 anos, professora, AL)

"Nossa isso é complicado hein, vamos em partes: fim de reeleição para cargos do Executivo sou contra pois é um trabalho que precisa de continuação na maioria das vezes. A extensão do mandato não concordo, pois se der errado seremos obrigados a aturar uma gestão ruim por mais tempo." (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

Cargos legislativos

O aumento do tempo dos cargos legislativos gerou rejeição da maioria, com destaque ao cargo de 10 anos para senadores. Muitos avaliaram que a medida resultaria em políticos ineficientes permanecendo no poder por períodos prolongados, contribuindo para acomodação e falta de renovação.

Entre os que apoiavam o fim da reeleição, a aplicação da medida também para os cargos legislativo foi mencionada como ideal.

"Brasil éo pais da piada pronta.. Os mesmos que querem acabar com reeleiçao do executivo querem para si , mais tempo de mandato e reeleiçao.. Este pais nao tem jeito mesmo eo povo bancando estes parasitas que so legislam em causa própria. Sou totalmente contra .. Isto é um deboche a populaçao que paga impostos altissimos e nada ganha em troca." (G2, 54 anos, músico, RS)

"Sou totalmente contra essa proposta. A maioria dos políticos são acomodados. Acho que deve continuar como está. Se o político for bom ou ruim, será reeleito ou não. 10 anos para um Senador é muito tempo de comodismo." (G1, 46 anos, babá, PR)

"Sou a favor do fim da reeleição, mais acredito que essa mudança deve valer para todos os cargos." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"Isso seria muito válido se fossem políticos sérios e honestos, mas conhecendo os políticos brasileiro, como seria aguentar um político ruim por tanto tempo? " (G1, 46 anos, babá, PR)

"Eu não apoio o aumento de anos não... Tem muitos que nada fazem e assim não vai ter uma alteração no cenário. Eles só começam a se movimentar quando está perto de encerrar o mandato."" (G1, 38 anos, administradora, RJ)

"Não concordo com o aumento de 5 anos para os mandatos de vereadores e deputados. Não concordo com o aumento dos mandatos de senadores pra dez anos. Acredito que deveriam aprovar um único mandato para todas as esferas políticas, assim ficará mais fácil identificar os corruptos logo no único mandato, tem muitos que estão lá no poder a 10 anos e só mudam a vida deles." (G1, 40 anos, auxiliar administrativa, PR)

"Já no aumento de mandato para os senadores, tenho receio apesar de estar a favor em alguns aspectos, essa preocupação em prolongar os anos no poder pode acarretar em um cenário de menor renovação política e pode comprometer as pessoas que poderiam representar melhor no senado e gerar mais dependência política, e interesses pessoais." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)

"Aumentar mandatos de vereadores e deputados? Não mesmo, o povo precisa decidir se eles continuam ou não e estender isso seria empurrar uma gestão com a barriga. E se for ruim, teremos que aguardar o prazo acabar? Não dá. Aumentar mandato de senadores? Nem pensar, já está difícil agora imagine estendendo o prazo, sem chance."" (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

"Na verdade não sei muito sobre esse assunto.mas não acho muito legal o senadores passar para 10 anos não faz em oito anos não irá fazer nada aumento o tempo de mandatos." (G2, 33 anos, desempregado , MA)

Considerações Finais

O evento de domingo parece ter servido efetivamente para reforço das diversas crenças e valores bolsonaristas, como o sustento da crença de que são os representantes legítimos da pátria brasileira e a (re)apropriação das cores da bandeira como símbolo desse movimento. A manifestação foi avaliada como um ato democrático e legítimo da direita, por seu caráter pacífico, sem depredações e violência, uma leitura que serviu também para confirmar a narrativa de que o caráter violento de 8 de janeiro foi induzido pela esquerda infiltrada. A imagem de Bolsonaro inocente foi reforçada perante seus seguidores, convictos e moderados, que demonstram seguir acreditando em suas narrativas particulares dos fatos.

A complexidade dos outros dois temas parece favorecer a interpretação básica de que se tratam de maquinações ou mesmo erros de Lula e de seu governo. Tanto as pautas de maior isenção tributária às instituições religiosas quanto a de mudanças do sistema eleitoral foram vistas, por muitos, como ações de Lula para manipular a sociedade e se manter no poder, sem qualquer reflexão acerca de suas formulações, responsabilidade e esferas de atribuição. Qualquer oportunidade, para parcela dos bolsonaristas, é motivo para dirigir acusações ao atual presidente.

Os participantes evangélicos, mesmo na questão sobre religião, não se posicionaram de modo diferente dos demais.

Distribuição da Participação
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Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro

#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró

#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula

Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM

Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa

Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal

Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos

#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana

Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF

#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis

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#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM

Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro

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Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar

Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno

Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo

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Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.