O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.
Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.
Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.
É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.
O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.
Entre os dias 22 a 28/09 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) delação de Mauro Cid sobre participação das forças militares em reuniões para discutir um golpe de Estado; ii) ranking dos principais meios de informação ; iii) depoimento do General Heleno à CPI do 08 de Janeiro;
Ao todo, foram analisadas 139 interações, que totalizaram 4.226 palavras.
Bolsonaristas Convictos | Bolsonaristas Moderados | |
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Delação de Mauro Cid | A maioria do grupo apoiou o posicionamento da Marinha, avaliando a instituição como "estando do lado certo da história" e o plano como uma forma de reverter as fraudes realizadas nas urnas durante as eleições. | A maioria do grupo não se posicionou em relação às duas instituições militares, aguardando provas que pudessem comprovar as falas de Mauro Cid. Alguns defenderam o exército e a democracia. |
Principais canais de comunicação acessados | Programas da Rede Record, com destaque para o Balanço Geral, e a Jovem Pan foram os veículos de comunicação mais citados, avaliados como meios que transmitiam informações imparciais e verídicas. | A Rede Record foi a mais citada pelos participantes, seguida pela Jovem Pan. O G1 - site da Globo - foi o mais citado para internet. As preferências foram por canais que não fazem sensacionalismo com as notícias, avaliados como práticos e diretos. |
Depoimento do General Heleno | O grupo criticou o uso da foto como prova, considerando ser uma imagem de um momento aleatório ou ainda uma montagem. A inocência de Bolsonaro foi reafirmada por quase todos, assim como a credibilidade do General Heleno. | A maioria do grupo avaliou a imagem como um material insuficiente para provar alguma hipótese sobre as reuniões, considerando fora do contexto ou até mesmo uma montagem. Alguns viram os questionamentos como perseguição a Bolsonaro, enquanto outros avaliaram que Heleno mentiu para tentar encobrir alguma pessoa. |
A maioria dos participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) e alguns poucos do grupo 02 (bolsonaristas moderados) apoiaram a Marinha, numa alusão de que a intervenção militar teria sido o correto a ser realizado, para salvar o país da posse de Lula. Muitos mantinham a ideia de fraudes nas urnas e inexistência da democracia.
A tratativa de golpe foi vista como uma correção dos acontecimentos e prevenção para que o comunismo não seja instaurado, bem como ação capaz de realinhar o país, que voltaria a prosperar com a liderança de Bolsonaro.
"O único golpe que teve foi a vitória do lula, todo mundo sabe que teve fraude, eu apoio a Marinha pois eles sabem que é o verdadeiro Presidente do Brasil e ele se chama Jair Messias Bolsonaro!" (G1, 47 anos, secretária, MG)
"Falam em golpe , como se o Bolsonaro precisasse , apoio a marinha e me envergonho do exército que tem se rebaixado de forma desprezível. Bolsonaro não perdeu as eleições ele foi usurpado por esses cretinos." (G1, 51 anos, pensionista, GO)
"Sou apoio a Marinha também, é só ver os vídeos das multidões que acompanhavam Bolsonaro, pra ver quem deu golpe . Tinha que ter feito algo pra evitar o comunismo que está se apossando aos poucos" (G1, 44 anos, desempregada , PR)
"Infelizmente não existe Democracia no Brasil, o povo escolheu e elegeu o Bolsonaro, mas não respeitaram a vontade do povo o roubaram a presidência dele, Infelizmente a voz do povo foi silenciada ou melhor amordaçada e a Marinha foi a unica que quis lutar." (G1, 64 anos, nutricionista, AL)
"Foi golpe na certa foi um dos maiores fraudes o Jair ganhou de lavada nessa eleição roubaram Lula tem que sair fora tá acabando com o brasil"" (G1, 44 anos, técnico de informática, SP)"
"Concordo com a Marinha, ela sempre do lado certo da história. Em qual artigo se encaixa um crime que nunca saiu do campo das ideias? Estava ouvindo uma reportagem sobre este assunto, eles falam como se nossa democracia ainda existisse. O STF rasgou a constituição faz tempo." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
"Acho que deveria ter sido feita essa intervenção sim porque a intenção dessa turma que assumiu o governo do Brasil é implantar o comunismo de vez neste país bem nos moldes do Chavismo. Missão dada é missão cumprida ? Por tudo isso eu particularmente achava pertinente a interdição do Presidente junto com as forças armadas, porém infelizmente não havia uma coesão entre as forças para realizar a operação. Não deu certo. Se a tentativa do tal golpe era para corrigir os rumos do país eu era plenamente a favor." (G2, 57 anos, analista de TI, MA)
A maioria dos participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) questionaram a validade da delação, sem a apresentação de provas comprobatórias das acusações, não se posicionando acerca dos fatos narrados.
Entre alguns, houve defesa da democracia e do exército, avaliado como instituição com princípios e que respeita a constituição acima de tudo, tendo agido corretamente ao se recusar a participar da tentativa de golpe.
"Bom, ele terá de apresentar provas ,pois muito fácil denunciar alguém sem provas. Não acredito nisso, isso não ocorreu" (G2, 58 anos, administrador, MA)
"Acredito que ele está falando a verdade. Agora ele deve mostrar as provas pois apenas palavras não são suficientes. Se ele tiver provas aí o presidente tem que ser julgado e se for culpado deve pagar por seus erros" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
"Bom dia acho normal eles serem convocados pra reuniões nelas vão decidir algumas estratégias cabe aceitar ou não, mais acho que nunca houve intenção de golpe do anterior presidente, querem incriminar-lo de qualquer forma. Se houve isso, cadê as provas?" (G2, 50 anos, dona de casa , DF)
"Ate agora temos palavras vamos esperar ele mostrar provas concretas e robustas para tal alegação" (G2, 38 anos, técnico eletricista , RS)
"Eu não acredito nessas informações, mas é importante que a investigação seja justa e clara. Até agora, o governo atual não foi muito transparente, o que pode ser uma tática para distrair as pessoas dos problemas reais do país. Sobre os militares, eles geralmente devem proteger o país. Na última hipótese mesmo não acreditando nas informações, se eu tivesse que escolher, talvez o exército teria mais razão." (G2, 42 anos, administradora, GO)
"Eu sou totalmente contra qualquer golpes , então se for verdade que isso tenha acontecido, o exército na minha opinião está corretíssimo" (G2, 53 anos, fiscal, CE)
"As forças armadas devem garantir a democracia! Se essa reunião realmente ouve, nesse caso eu apoio o exército e a aeronáutica. porém eu duvido que tudo isso seja verdade" (G2, 30 anos, pensionista, TO)
"bom se realmente houve isso e for golpe achei a atitude do Exército certíssima ainda mais que é um “ órgão “ tão sério e respeitoso creio que eles não quiseram se sujar .. nesse caso estou com o Exército ! Eu achei a participação das forças militares bem surpresa na verdade , já que é algo super sério se sujeitarem a isso se realmente for verdade !" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)
"Ele tem que provar o que está dizendo! Sobre a tal reunião, apesar de apoiar Bolsonaro, eu não sou a favor de um novo golpe militar no Brasil, pois acho que isso não traria vantagens pra o povo em si e, por isso, entendo que a posição do Exército foi a mais sensata, uma vez que ele sabe que talvez não tivesse o apoio necessário para um golpe de estado!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
Os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) elencaram com maior frequência os programas da Rede Record, com destaque para o programa Balanço Geral, seguido pela Jovem Pan. Os canais foram escolhidos por suas narrativas, isentas de opinião e imparciais. Programas jornalísticos do SBT e Band também foram citados.
As redes sociais e canais dos políticos seguiram sendo citados, como meios de acessar a notícia sem qualquer tipo de interpretação midiática.
Jornais/filiais locais da Rede Globo foram citados por alguns participantes (AL TV, RBS TV, Bom Dia Pará), mas o Jornal Nacional não.
Os participantes expressaram preocupação unânime em acompanhar programas que não manipulariam a notícias e os fatos.
"Gosto do programa do Ratinho no SBT, Balanço Geral RJ - Manhã, Domingo Espetacular, Câmera Record. Prefiro esses programas porque sei que não tem manipulação da mensagem, são sérios e entregam a reportagem sem maquiar a notícia como ela deve ser." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Balanço Geral : notícias do cotidiano por ser um ótima fonte de informações , além do mais o apresentador ser neutro e espetacular
Google : uma fonte na maioria das vezes confiável onde tem milhares de notícias e sites. Site uol : tbm por ser acredito eu uma ótima fonte de informação que fala de tudo , do mundo todo" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)
"Minhas informações eu capto,de meios de comunicação isentos,sem ladainha,tipo jovem pam,Instagram,às vezes SBT e o jornal local,AL TV. A imprensa no geral está muito dissimulada,atacando só um lado,como se p Brasil estivesse uma maravilha,indo de vento em polpa.perdeu a credibilidade." (G1, 64 anos, nutricionista, AL)
"Eu assisto o Jornal da Record, bem como a Record News, CNN, as vezes vejo k Jornal da Globo tbm! Na internet, além do Google, UOL, Terra, eu tbm acompanho as páginas do PL e seus políticos, para me manter bem informado e não me deixar manipular pela mídia corrupta! Em relação ao rádio, acho a Jovem Pan a melhor e mais comprometida com a verdade!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
A rede Record liderou a preferência dos participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados), sobretudo o canal Record News, da rede fechada. A Jovem Pan foi bastante citada como veículo seguro de informação, com destaque para o programa Pingo nos Is. O jornalismo do SBT também figurou entre as preferências de programas televisivos.
O site G1 dominou as preferências para internet e o Jornal Nacional aqui foi citado por alguns.
Jornais online foram mais citados nesse grupo, como Gazeta do Povo, Metrópoles, Correio Braziliense e Zero Hora.
A preferência dos participantes foi decorrente do tipo de narrativa utilizado pelos veículos de comunicação, por noticiar os fatos sem narrações longas ou sensacionalistas.
"Vejo tv a cabo Record News, Bandnews e o jornal da Globo local Dftv, rádio ouço rede Clube Brasil, jornal impresso não uso. Gosto dos jornais que passam a notícia sem drama, curto e rápido" (G2, 50 anos, dona de casa , DF)
"Gosto muito dos jornais da Record e SBT. Mas redes sociais gosto da jovem pan. Mostram os fatos sem sensacionalismo" (G2, 43 anos, comerciante, TO)
"Costumo assistir os pingos nos is, YouTube de notícias, algumas vezes jornais da Record, Band e SBT. Sempre q percebo algum canal que me passa segurança nas informações eu assisto e procuro analisar e tento checar as fontes." (G2, 57 anos, analista de TI, MA)
"Jornal da Record, jornal do SBT e a jovem Pan. Os meios que eu acho que dão a notícia com mais clareza e verdade." (G2, 44 anos, autônomo , AL)
"JP, G1 e Record. Assitir Na TV só JP por questão de costume desde o período da pandemia e as vezes Domingo espetacular na Record (mas o programa é um resumo da semana, então geralmente já vi ou li a matéria). Os demais canais de TV não tenho hábito de assistir, acompanho pelas redes sociais." (G2, 42 anos, administradora, GO)
"Eu assisto jornal nacional, rede globo, globo news com Mirim leitão, e g1 nas redes sociais , pra mim são os melhores jornais políticos e informativos que eu assisto" (G2, 53 anos, fiscal, CE)
"Eu acompanho os sites G1, metrópoles, correio braziliense, canais de TV como Record, globo e SBT, eu prefiro esses meios porque acho que a notícia é clara e direta" (G2, 28 anos, autônoma, DF)
Todos os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) e a maioria do grupo 02 (bolsonaristas moderados) descredibilizaram a imagem como evidência de que General Heleno havia mentido. Os argumentos foram baseados no fato da foto não ser oficialmente datada, portanto, poderia ser de qualquer momento. Alguns chegaram a afirmar que tratava-se de uma montagem, claramente ignorando as informações contidas no questionamento (sobre o local de divulgação da mesma).
Novamente o PT foi acusado de estar perseguindo Bolsonaro, criando provas falsas para incriminá-lo.
"O general Heleno tem credibilidade e é de confiança. Essa foto aí pode ser qualquer coisa, eles trabalharam juntos, porque não pode ter uma foto juntos, e quem pode afirmar que nessa foto estava ocorrendo uma reunião, pode ser uma foto de outra coisa, a esquerda vive inventando fake News pra incriminar pessoas honestas, mas não conseguem nada com isso, ao invés de governar ficam de narrativas." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Acho que o general Heleno não mentiu e esta foto pode ter sido tirada em outro momento, porque para mim tudo inventam sobre Bolsonaro! O PT já está no poder e mesmo assim a perseguição ao ex-presidente nunca mais teve fim, é lamentável!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)
"Não acho que essa foto prove alguma coisa. Eles trabalham juntos e pode ter sido fotografado em qualquer reunião" (G1, 34 anos, artesã , SC)
"Uma foto como essa ela pode ser colada em qualquer cenário com fundo branco ainda + kkkk claro que é uma foto fake! O que acho é que o PT deve se preocupar com o Brasil mas não fica procurando agulha no palheiro 🙆🏻♂️ querendo que o ex presidente pague com a mesma moeda!" (G1, 41 anos, promotor de vendas , RS)
"O fato é essa perseguição já ficou cansativa e criminosa, pq toda hora se levanta uma fake sobre Bolsonaro e seus apoiadores e no final não dá em nada, pq não existem provas! E vamos combinar que, uma foto de uma reunião entre pessoas que comumente se reúnem, não é prova de nada!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
"esta com cara de montagem essa foto, fundo totalmente branco, fora outros detalhes que chamam a atenção" (G2, 38 anos, corretor de imoveis, SC)
"Acho que ele não mentiu sobre o assunto da reunião ,essa foto em questão não prova nada porque pode ter sido uma reunião pra outros assuntos,se fosse um vídeo com áudio aí sim seria uma excelente prova." (G2, 50 anos, dona de casa , DF)
"Entendo que essa foto não prova nada, sempre vão achar coisas pra culpar independente de quem for e que tinha ligação com o ex-presidente" (G2, 34 anos, contadora, RS)
"Acredito realmente uma reunião aconteceu agora qual eu não sei, e se não for verdade essa fala creio que sera fácil de provar que se tratava de outra reunião, essa foto específica não diz nada, tinha q ser vídeo ou algo do tipo" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)
Poucos participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) questionaram as falas de General Heleno, acreditando que ele estaria modificando os fatos para proteger os envolvidos. A foto foi vista como uma evidência muito fraca de que ele teria mentido.
"Está mais claro do que nunca que Realmente houve um complo para um golpe político no Brasil. Que só não houve porque as forças armadas não aceitaram. Mas não é esse material que prova, essa foto não prova nada" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
"Se ele mentiu pra proteger alguém tem que ser investigado pra saber quem ele está protegendo e assim também ser punido na forma da lei. Está claro que ele está protegendo alguém, resta saber quem" (G2, 30 anos, pensionista, TO)
"A foto não explica muita coisa, porém tem que ser abordada a veracidade dessa foto, inclusive datas e fatos, porque se ele estiver mentindo talvez seja para acobertar algo, ou alguém..." (G2, 28 anos, autônoma, DF)
Essa semana detectamos um preocupante o sinal de golpismo renitente, particularmente entre os bolsonaristas convictos. Mesmo entre os moderados teve quem apoiou a Marinha. A convicção de que houve fraude eleitoral é dominante entre as pessoas que esposam essa posição, além de um profundo sentimento antipetista, anti-Lula e anticomunista. Ou seja, é um posicionamento insuflado pela desinformação. No grupo de moderados e, em menor grau, no de convictos, houve quem defendesse a democracia e a postura do exército de recusa ao golpe, na referida reunião. O que podemos dizer é que há uma tendência bem mais pronunciada ao golpismo no grupo de convictos do que no de moderados, como era de se prever.
A pergunta sobre os canais de informação preferidos revelou claramente a alta exposição dos convictos a canais bolsonaristas da mídia tradicional, como Jovem Pan e TV Record (Balanço Geral), e também a canais de políticos e influenciadores nas redes sociais alinhados a esse pensamento. Foi unânime a rejeição ao que veem como manipulação da informação, prática que não atribuem a esses canais, mas à Rede Globo, particularmente ao Jornal Nacional.
Mesmo entre os moderados, preponderou a preferência pela Rede Record, a Record News, particularmente o programa Pingo nos Is, além da Jovem Pan e SBT. Por outro lado, houve quem declarasse consumir informações sobre política no site G1, da Globo, e assistir ao Jornal Nacional. Nesse grupo também houve referência a canais online de uma gama de orientações ideológicas, como Gazeta do Povo, Metrópoles, Correio Braziliense e Zero Hora. O grupo também manifestou rejeição pelo que chamaram de sensacionalismo jornalístico, ao próximo da ideia de manipulação. É importante notar que, se por um lado os moderados são bastante contaminados por meios francamente bolsonaristas, por outro têm abertura para outras fontes de informação. Mais uma vez observamos um nexo entre hábitos de consumo de informação e posicionamento político.
A pergunta sobre o depoimento no qual o General Heleno nega ter participado ou saber de reunião entre Bolsonaro e comandantes militares colocou quase todos os participantes em um mesmo lado, o do rechaço dessa evidência como fabricação que tem por objetivo perseguir Bolsonaro. Isso parece ser evidência de que há um limite a partir do qual o efeito Teflon passa a vigorar não somente entre convictos, mas também entre moderados. Ou seja, talvez o efeito Teflon não seja absoluto e varie conforme (1) a contundência da notícia e (2) a radicalidade do recipiente da notícia.
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Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro
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GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança
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Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo
Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS
O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF
Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas
Relatório #19 MED
ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS
Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula
Bolsa família, Laicidade do Estado e MST
Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma
Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula
Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista
Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro
Julgamento, Cid e políticas sociais
Valores: Marcha, Parada e Aborto
Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro
Meio Ambiente
Monitor da Extrema Direita
Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an
As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.
O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.
O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.
Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.
O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.
Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.
O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.
Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.
Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.
Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.