O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.
Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.
Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.
É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.
O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.
Entre os dias 16 a 22/6, cinco grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 50 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 - Lulistas - votaram em Lula no segundo turno e aprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo do período, três temas foram abordados: i) percepções sobre o regime de trabalho CLT; ii) postura de Bolsonaro durante o interrogatório sobre tentativa de golpe; iii) postura dos deputados federais e senadores perante ministros e outras autoridades.
Ao todo, foram analisadas 145 interações, que totalizaram 9.660 palavras.
Bolsonaristas Convictos | Bolsonaristas Moderados | Eleitores Flutuantes | Lulodescontentes | Lulistas | Evangélicos | |
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Ataques de Israel | Predominou a defesa de Israel, com justificativas de autodefesa frente a ameaças terroristas e foco em distinguir alvos civis e militares. Houve também temor sobre o impacto global da guerra. | O grupo demonstrou maior neutralidade, sem defender nenhum país, com foco no sofrimento dos inocentes e descrença na resolução do conflito. | Os participantes demonstraram empatia com civis de ambos os lados e repúdio à violência. Algumas respostas destacaram a dificuldade de diálogo com grupos extremistas, recriminando as ações bélicas. | Houve uma crítica generalizada à guerra e aos governantes envolvidos, com falas de preocupação extrema com os civis. Algumas respostas condenaram explicitamente os atos de Israel como atos de dominação e violência. | Predominou a condenação direta às ações de Israel, vistas como desumanas, cruéis e desproporcionais. Os participantes mostraram forte empatia com as vítimas e exigiram posicionamento internacional mais firme. | Os evangélicos se dividiram entre os que defenderam Israel, os que condenaram e os que se concentram apenas na tragédia humana, sem tomar partido direto. |
Atuação do Governo | Para o grupo, a economia melhoraria com o combate à corrupção, o corte de privilégios da elite política e o fim dos gastos considerados supérfluos. | O grupo destacou a importância da redução nos gastos do governo e dos impostos. Defendeu também o estímulo à economia produtiva. | Os participantes defenderam a necessidade de uma reforma tributária para aliviar o peso sobre a população e empreendedores, o controle da inflação e a valorização do salário-mínimo. | Predominou críticas à estrutura pública inchada. Muitos defenderam políticas focadas na geração de empregos, controle da inflação e uso eficiente dos recursos. | O grupo propôs justiça fiscal, com taxação das grandes fortunas e alívio tributário para pobres e pequenos negócios. A geração de empregos formais foi vista como uma solução importante. | Os participantes elaboraram suas respostas de acordo com seus grupos originais de participação. |
Programas Sociais | Os programas foram avaliados como necessários, ainda que devessem conter prazos definidos e ter pareamento com políticas de geração de empregos. Houve forte crítica ao uso político dos benefícios e preocupação com a criação de dependência. | O grupo considerou os programas funcionais, mas carentes de maior fiscalização, critérios mais claros e de menos burocracia. Defendeu-se o incentivo à autonomia das famílias. | Os participantes demonstraram apoio aos programas sociais, com ênfase na necessidade de fiscalização e limitação do tempo de permanência. Defendeu-se uma análise mais rigorosa para evitar fraudes e assegurar o acesso a quem realmente necessita. | Os programas foram reconhecidos como necessários, mas percebidos como pouco eficazes diante da má gestão, da falta de critérios objetivos e do estímulo à dependência. Propôs-se maior fiscalização e foco na promoção da autonomia dos beneficiários. | Os programas sociais foram fortemente apoiados, sendo considerados fundamentais para garantir dignidade e combater a fome. Defendeu-se sua ampliação e o fortalecimento de contrapartidas como educação e capacitação profissional. | Os participantes elaboraram suas respostas de acordo com seus grupos de participação. |
As opiniões do grupo 1 (bolsonaristas convictos) foram marcadas majoritariamente por um posicionamento favorável a Israel, com forte ênfase na ideia de que o país estaria apenas reagindo a ameaças externas. Muitos participantes justificaram os atos de guerra como uma resposta necessária a ataques anteriores, especialmente do Hamas, e defenderam a legitimidade da ofensiva com base no direito à autodefesa. A suposta distinção entre alvos civis e militares foi um ponto central nos argumentos, com a ideia de que Israel miraria em estruturas estratégicas, enquanto seus adversários atacariam deliberadamente a população. Nesse contexto, mesmo diante dos altos números de mortos, houve uma tendência a relativizar os efeitos das ações israelenses e transferir a responsabilidade pelos danos aos grupos considerados terroristas e a seus aliados.
"Bom dia bem pra começar ñ foi Israel quem invadiu gaza e sim ao contrário eles quem começaram essa guerra desumana Israel somente revidou para se defendef ai depois vem ira tbm entrar numa guerra que ñ tem nada a ver com eles ai infelismente começa uma nova guerra e quem pg são os civis que ñ tem culpa..." (G1, 57 anos, confeiteira, PE)
"Bom dia! Sabemos que quem começou a guerra não foi Israel. Sabemos que em uma guerra os inocentes sempre vão morrer. Não sei qual seria a solução para essa guerra. Mas acredito que o Irã possa se render para acabar com essa guerra." (G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)
"A solução é acabar com todos os grupos terroristas no Líbano e em Gaza e Hezbollah. O povo israelita querem se libertarem." (G1, 46 anos, cuidadora infantil, PR)
"O que Israel tem feito é se defender, o grupo terrorista Ramas que impõe terror tanto para Israel quanto para os palestinos de bem. Esses terroristas desse grupo Ramas tem que sumir do mapa, já fizeram muitas atrocidades com os reféns de Israel, contra crianças bebês dentro de microondas, eles tem que ter um fim. Não acredito nos números da ONU, porque está toda aparelhada pela extrema esquerda e a esquerda mente muito e altera a realidade dos fatos, eu torço para a guerra acabar porque quem sofre são os inocentes, mas eu estou com Israel e oro pela paz em Israel."" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
Os participantes dos grupos 2 e 3 (bolsonaristas moderados e eleitores flutuantes) adotaram uma postura mais crítica ou neutra, com ênfase no custo humano da guerra e nos interesses dos poderosos por trás do confronto. Embora algumas falas no grupo 2 (bolsonaristas moderados) tenham mencionado preocupações com o avanço do Irã e a necessidade de defesa de Israel, o tom geral foi mais equilibrado e menos polarizado. A empatia pelos dois lados do conflito foi mais evidente neste grupo, incluindo o reconhecimento do sofrimento tanto de palestinos quanto de israelenses. A guerra foi encarada como uma tragédia geopolítica em que as populações comuns são sempre as maiores vítimas. O sentimento predominante foi de tristeza, repulsa e impotência diante da situação, com pouca ênfase em justificar os atos militares de qualquer uma das partes. Em geral, os participantes demonstraram receio quanto ao uso de armas nucleares e à possibilidade de uma escalada internacional do conflito.
"Guerra é sempre covardia, principalmente por que quem mais sofrem e são vitimados são os inocentes que nem se quer estão participando da guerra. Por que os presidentes dos países não tomam a frente de batalha e vão guerrilhar também,como faziam os grandes reis da história da bíblia." (G2, 54 anos, aposentado, PB)
"Boa noite, penso que é complicado, os pequenos sempre pagam pelos interesses dos grandes , além de ser uma guerra política, provavelmente tem aquela desavença religiosa, mas os líderes deveriam pensar mais em seus povos." (G2, 26 anos, autônomo, DF)
"É uma situação inaceitável essa guerra, sabemos que todos tem armas nucleares, como um conflito desses vai terminar? Espero que algum se renda e não lance essas armas que será terrível não só para eles, mas para o resto do mundo também." (G2, 43 anos, professora, SP)
"Eu fico indignada que na atualidade ainda se tenha tantas guerras. E o pior que quem não tem nada a ver com isso que paga o preço. Os políticos que idealizam e iniciam as guerras e o povo ainda é obrigado a lutar. Eles mesmos não se expõem, nem suas famílias. Ou seja, as famílias dos outros que sofre, que morre, que ficam dilaceradas. E ainda pra piorar quando acaba uma guerra, as armas vão parar nas mãos de facções e bandidos, alimentando o a violência e tráfico onde a guerra nem está acontecendo, então os tentáculos da guerra são longos e fortes, destroem muitas vidas. Sou contra todas essas guerras." (G3, 45 anos, turismóloga , RJ)
"Eu não concordo com esses atos de guerra, pois a maioria que morre ou sofrem as consequências com a falta de alimentos doenças e de uma lar são pessoas inocentes, no mundo que vivemos hoje poderia ter outras formas de negociação ou acordo para evitar tantas mortes."" (G3, 45 anos, professora , MT)
As respostas dos grupos 4 e 5 (lulodescontentes e lulistas) apresentaram uma forte condenação aos atos de guerra atribuídos a Israel, com muitos participantes utilizando termos como “genocídio”, “covardia” e “crueldade” para descrever as ações militares. O tom predominante foi de revolta e denúncia, especialmente contra a desproporção de força entre as partes e o alto número de vítimas civis, com foco em mulheres e crianças. A empatia com o sofrimento humano foi marcante, e a maioria das falas expressou dor diante das imagens divulgadas nas redes sociais e nos noticiários. Em contraste com grupos que enfatizaram a autodefesa de Israel, estes grupos se mostraram mais inclinados a considerar o país como agente agressor, destacando a violência como injustificável. A guerra foi retratada como produto de ambições políticas e desumanidade, reforçando um clamor por intervenção humanitária e por responsabilização internacional dos atores envolvidos.
"Os atos de guerra de Israel são absurdos e totalmente descabidos. São uma clara tentativa de impor domínio sobre áreas fronteiriças e de dominar politicamente e militarmente a região ao seu entorno. Porém há diferenças substanciais entre a invasão de Gaza e os ataques ao Irã. A invasão de Gaza tem contexto geopolítico e ideológico histórico de eliminação dos palestinos por parte da extrema direita israelense sob a verdade incompleta de combate ao terrorismo, quando na verdade querem efetuar a eliminação e expulsão dos palestinos da Faixa de Gaza e efetuarem a anexação desse território como parte de Israel, desrespeitando todo um contexto sociopolítico histórico. Já o ataque ao Irã é uma clara tentativa - extremamente errada e temerária - de demonstração de força militar e de intimidação do Irã por seu apoio a lideranças contrárias aos interesses políticos de Israel." (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)
"Eu acho essa guerra o suco da inutilidade,dos dois lados,já virou uma luta de egos a muito tempo,nenhum lado tá preocupado com as vidas inocentes e com o sofrimento de ambos os povos,eu já entendi isso,eu só espero que isso que eles estão fazendo lá,fique por lá como sempre ficou ." (G4, 25 anos, babá, RS)
"Para mim não são atos de guerra e sim extermínio! O que eles estão fazendo é um genocídio em pleno século 21 e ninguém faz nada para evitar! É muito triste ver as imagens de bombas caindo sobre as cabeças de mães e crianças; é revoltante saber que crianças morreram de fome, pois Israel não permite a entrada de ajuda humanitária, isso não é uma guerra, é um ato de covardia e selvageria! É muito ruim quando tratam as ações dos dois países com a mesma medida, sendo que o poderio militar de Israel é 773737733 vezes maior do que a da Palestina! O Hamas apenas se defendeu depois de décadas de massacre e extermínio. Penso que o Brasil deveria se posicionar de forma prática, indo além dos discursos e rompendo relações diplomáticas com Israel."" (G5, 33 anos, tradutor, SP)
"Eu acho que qualquer ato de guerra, esse extermínio de inocentes é um absurdo muitos inocentes são mortos muitas vezes por terra,ou riquezas, quanta miséria fome ,morre tanto inocentes a troco de que ?? Estou acompanhando as notícia e todas as vezes eu choro. Quando.bejo as crianças no meio disso tudo,não sei quem tá certo ou errado, o que sei que é muito triste para todos os lados ."" (G5, 38 anos, chefe de RH, BA)
"n é de hoje que israel adota essa medida de responder a qualquer coisa que eles n gostem com ataques desproporcional. essas açoes sao completamente desumanas, crueis! eles fazem questoes de atacarem escolas e hospitais, matando MILHAES de civid inocentes. as pessoas nem se quer tem chances de se defenderem. e ainda ha quem defenda esses genocidas.
e ainda me atrevo a dizer que os países que tem como ajudar ou parar tudo isso e n param, sao cumplices por essa omissao."" (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)
Em linhas gerais, as críticas aos supostos altos gastos do governo e da classe política apareceram de forma recorrente e transversal nos cinco grupos, apontando para uma percepção generalizada de que o Estado brasileiro é dispendioso, ineficiente e pouco comprometido com o uso responsável do dinheiro público. Os participantes se mostraram especialmente indignados com os chamados “privilégios da elite política”, incluindo altos salários, verbas extras, viagens custeadas pelos cofres públicos e estruturas de apoio consideradas excessivas. Mais do que uma simples reclamação sobre desperdício, essas falas expressam um sentimento de injustiça distributiva, em que uma pequena elite usufrui de benesses enquanto a maioria da população enfrenta dificuldades para suprir necessidades básicas. Para muitos, cortar essas despesas não seria apenas uma medida de economia, mas uma correção ética e necessária para recuperar a confiança no poder público.
A defesa da redução de impostos também apareceu com força, especialmente em relação ao peso que recai sobre os mais pobres e os pequenos empreendedores. A carga tributária foi vista como desproporcional e um entrave ao consumo, à formalização de empresas e à geração de empregos. Muitos participantes expressaram que a alta taxação desestimula a economia real e reforça desigualdades, tornando urgente uma reforma que alivie esse fardo e incentive o crescimento do mercado interno. Entre os participantes do grupo 5 (lulistas) foi recorrente a defesa por políticas de redistribuição de recursos por meio da taxação das grandes fortunas, da redução de impostos sobre as classes mais baixas e dos microempreendedores, bem como da ampliação do poder de compra da população de baixa renda.
"Tem muitas coisas que um governo pode fazer para que nosso país evolua, e seja próspero, menos corrupção, ou seja menos corruptos no governo, menos impostos, menos taxas abusivas, menos gastos com luxo que os governantes fazem, como viagens, hotéis, restaurantes caros, um monte de vereador, deputado para cada coisa que inventam, acham necessário, para mim, quem sabe governar não vai precisar de acessória a vontade." (G1, 64 anos, empresário, PR)
"Primeiro passo é cortar gastos do próprio governo c/salários altos e demais benefícios que os políticos tem, segundo ajudar muito as empresas, indústria e comércio, já que a vida de todos e o sustento vem do seu trabalho, ou seja, diminuir os impostos das empresas e conceder incentivos fiscais, assim tanto indústria quanto comércio podem vender seus produtos com valor mais acessível, ajudando também no poder de compra do consumidor, gerar empregos. Também diminuir a taxa de juros." (G2, 35 anos, contadora, RS)
"Acredito que o primeiro de tudo é controlar os gastos a mais de qualquer governo que nem deveriam existir! E depois o governo deveria reduzir os impostos, o brasileiro só paga, paga, paga e recebe muito pouco em troca. Deveria, como a colega acima disse, apoiar as pequenas empresas, ao invés de só colocar regras e mais regras, a gente não vence de pagar boleto. Deveriam também facilitar o financiamento de imóveis, para que a população pudesse sair do aluguel" (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)
"NA MINHA OPINIAO O GOVERNO TEM SIM QUE ELABORAR ESTRATÉGIAS PARA DIMINUIR A INFLAÇAO,O DESEMPREGO E AUMENTAR O SALÁRIO DO POVO BRASILEIRO E ELABORAR ESTRATÉGIAS PARA AJUDAR OS MAIS POBRES,É PRA ISSO QUE ELE ESTA NO COMANDO AO INVÉS DE FALAR BOBAGENS E FICAR LUDIBRIANDO OS TRABALHADORES DIZENDO QUE A INFLAÇAO DIMINUIU E O PODER DE COMPRA AUMENTOU MENTIRA PURA A CESTA BASICA AQUI NO SUL É UMAS DAS MAIS CARAS DO BRASIL ENTAO SENHOR GOVERNO O BRASIL TA AFUNDANDO E O SENHOR SÓ QUER SABER DE VIAGENS E OSTENTAÇAO MUITO TRISTE ISSO." (G4, 51 anos, professora, RS)
"acredito que o governo tem que controlar os gastos dos deputados/governadores/senadores etc, pois se for ver bem, a maioria gasta com futilidade." (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)
"Acho que a primeira coisa que o Governo Federal deveria fazer para melhorar a economia e dar mais estabilidade para as classes mais carentes é a mais que necessária reforma tributária, diminuindo o ISS dos produtos, que fazem com que a população mais carente, gaste proporcionalmente muito mais que os ricos. Por fim, uma última coisa que eu acho que deveria ser feita é a taxação das grandes fortunas, redistruibuindo esse dinheiro com mais programas populares!"" (G5, 33 anos, tradutor, SP)
"Acredito que o governo deveria começar a taxar realmente as grandes fortunas, infelizmente no país quem mais sofre com a economia assim sao as pessoas de renda inferiores, sem falar que todo dinheiro investido em projetos faz com que a economia movimente, tem sido uma década dificil." (G5, 25 anos, estudante, AL)
Os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) centraram-se na percepção de que a corrupção é o principal entrave ao desenvolvimento econômico do país. Os participantes expressaram indignação com o uso indevido de recursos públicos, destacando o contraste entre os altos salários e regalias da elite política e a precariedade vivida pela população comum. Houve uma defesa enfática de que o combate sério à corrupção, aliado à punição rigorosa dos envolvidos, seria um passo essencial para recuperar a confiança nas instituições e garantir um ambiente econômico mais justo e funcional. A figura de um presidente honesto e comprometido com o povo foi apontada como fundamental para a mudança desse cenário.
"Primeiramente, não roubar, não fazer gastos com viagens desnecessárias que não agrega em nada a economia do país, parar de criar novos impostos, porque a carga tributária do Brasil é a mais alta do mundo, reduzir o número de deputados, senadores, diminuir os salários astronômicos dos ministros do STF, desembargadores e juízes, acabar com as regalias desses cargos que já ganham salários milionários e não precisam de ajuda, se quiser regalias que usem o dinheiro do próprio bolso."" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Para a economia melhorar é só acabar com essa robalhera que acontece, e dar empregos com salários de verdade para a população.
Pois a única coisa q vejo é os bonitões viajando , aumentando o salário milionário deles . E a gente se ferrando."" (G1, 27 anos, microempreendedora , MG)
"Pra que o Brasil melhore, precisa de um presidente que realmente ame o seu povo. Que combata a corrupção com seriedade e que as leis sejam mais severas para casos de corrupção. Só assim acredito que o Brasil irá melhorar." (G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)
"Bom dia eu concordo com a nossa amiga lurdinha independente do governo,n̈ roubar,n̈gastar com coisas desnecessárias como viagens e luxo pq o dinheiro é do povo e n̈ deles n̈ inventar impostos p incobrir seus gastos parar de almentar seus próprios salários milionários e acho que com isso já é uma grande ajuda e gerar mais empregos aí a economia vai melhorar" (G1, 57 anos, confeiteira, PE)
"Tem muitas coisas que um governo pode fazer para que nosso país evolua, e seja próspero, menos corrupção, ou seja menos corruptos no governo, menos impostos, menos taxas abusivas" (G1, 64 anos, empresário, PR)
Nos demais grupos, com maior ênfase entre os participantes dos grupos centrais (bolsonaristas moderados, eleitores flutuantes e lulodescontentes) destacou-se a defesa de investimentos governamentais em setores estratégicos como forma de impulsionar a economia de maneira sustentável. O agronegócio foi frequentemente citado como uma área com alto potencial de retorno, tanto por sua capacidade de geração de empregos quanto por sua relevância para a segurança alimentar e o equilíbrio da balança comercial. Paralelamente, os participantes ressaltaram a importância de investir na qualificação profissional da população, entendendo que um povo capacitado tem mais chances de sair da dependência de auxílios governamentais e contribuir ativamente para o crescimento econômico.
Outro ponto recorrente foi a valorização do empreendedorismo, especialmente dos pequenos negócios, como motor da economia real. Houve críticas à concentração de incentivos nos grandes setores e isenções fiscais direcionadas aos já privilegiados, em detrimento dos microempreendedores que enfrentam obstáculos como carga tributária alta, falta de acesso ao crédito e escassez de políticas públicas específicas.
Os lulistas , além de defenderem a inclusão produtiva e a promoção de um modelo econômico que valorize o trabalho, expressaram uma forte ênfase na justiça social como base para a melhora da economia.
"Ele deveria investir mais no agro e se preocupar e profissionalizar o povo para que sejam capacitados a trabalhar e não depender de migalhas que o governo dá. Ele , também,tem que cortar gastos , começando pelo próprio governo e depois,pelos senadores e deputados,que tem muitas regalias ,se tirar 20% das regalias de cada político vai sobrar muito para o povo viver com mais dignidade."" (G2, 54 anos, aposentado, PB)
"Na minha opinião, independente de qual seja o governo,o papel dele é honrar o voto e compromisso que o mesmo assumiu para os seus eleitores.. Então, partindo desse princípio, pontos fortes devem ser observados,para controlar um desgaste na economia
Não deixar o comércio parar. Não deixar o agronegócio parar. Não deixar a inflação impedir o alimento básico parar de chegar na mesa.
Fazer com quer a nossa moeda não se desvalorize diante do dólar. Ter um sistema de incentivo para os contribuintes, com isso acredito que teríamos boas arrecadações. Acredito que isso,seria o básico do básico para superarmos uma crise e na medida do possível fortalecer a economia."" (G2, 42 anos, assistente logístico , PE)
"Bom dia, a economia de um país depende de vários setores , não somente do governo federal, mas o governo tem uma grande importância, utilizando o dinheiro do contribuinte de forma coerente, investindo o dinheiro em setores que dão mais retorno pra economia, como o agro, também investir na geração de empregos e na infraestrutura de um país ." (G2, 26 anos, autônomo, DF)
Redução tributária, controle da inflação, fazendo com que a inflação acompanhe o aumento do salário mínimo fazendo com que não haja ônus para o empregado comum.
"Ampliar incentivos fiscais para as áreas da indústria e do varejo, para que haja mais oportunidades de emprego e melhor valorização do profissional"" (G3, 25 anos, contador, RJ)
"O governo deveria apoiar pequenas empresas, empreendedores, dar apoio a quem realmente é trabalhador e quer realmente estudar e contribuir com o país.Da uma forma realmente justa, se acesso e financiamento a casa própria." (G3, 37 anos, assistente administrativa , MG)
"Além disso, deveria ser incentivado ainda mais os pequenos empreendedores, com planos que sejam justos e que façam com que eles consigam rentabilizar os seus negócios. Existe uma isenção bilionária para o agro e para os grandes empresários desse país, enquanto os pequenos sofrem demais." (G5, 33 anos, tradutor, SP)
As opiniões manifestadas nos grupos revelaram um reconhecimento generalizado da importância dos programas sociais como mecanismos de apoio à população em situação de vulnerabilidade. De modo geral, os participantes valorizaram o impacto direto dessas políticas na vida das pessoas mais pobres, reconhecendo que cumprem um papel relevante ao garantir acesso a moradia, alimentação e medicamentos.
Os grupos de centro e mais progressitas demonstraram maior reconhecimento da importância de políticas de assitência, mas nenhum grupo posicionou-se de modo contrário à existência desses programas. No entanto, esse reconhecimento foi frequentemente acompanhado por críticas à forma como esses programas são conduzidos, sobretudo em relação à ausência de mecanismos que incentivem a autonomia dos beneficiários e à percepção de que tais ações podem ser instrumentalizadas politicamente.
Houve também uma forte preocupação com a possibilidade de os programas gerarem dependência prolongada, alimentando um ciclo de assistencialismo que, na visão dos participantes, não promove a emancipação social e econômica das famílias. A maioria defendeu que os programas deveriam ter prazos definidos, ser melhor fiscalizados e acompanhados por políticas de geração de emprego, qualificação profissional e valorização salarial.
Entre os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) foi recorrente a crítica à utilização desses benefícios como moeda de troca eleitoral, com menções à necessidade de desvincular os programas sociais de estratégias político-partidárias, claramente referindo-se ao governo Lula, sem a realização de uma análise mais crítica das medidas adotadas pelo governo anterior em relação aos mesmos programas.
"Os programas sociais são válidos sim, ajudam as pessoas mais vulneráveis, mas desde que não seja usado por governo de esquerda que se aproveita desses programas para ganhar votos e manter as pessoas refém dessa ""ajuda"". Eu acho que todo programa social tinha que ter data para começar e terminar, seria um prazo para que a pessoa se estabelecesse no mercado de trabalho e não como é atual, nesse desgoverno se assinar a carteira perde o benefício levando várias pessoas que se acham espertas a viver somente da ajuda do governo. O governo tem que criar novas formas de emprego com salário digno, reduzir os impostos em cima de quem emprega o trabalhador para que o salário dê para a pessoa arcar com suas despesas e sustentar sua família."" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Na minha visão estes programas são bem vindos desde que não se torne um curral eleitoreiro. Deveria ter prazo para os beneficiados utilizarem pois o que vemos nos últimos anos são milhões de pessoas tendo como renda apenas benefícios do estado. Quando deveria ser o contrário, estes benefícios deveriam ser uma renda a mais para complementar o salário. O governo ao invés de criar mais benefícios deveria incentivar a criação de novos empregos para que estas pessoas não ficassem submetidas a ações políticas ou econômicas. temos exemplos, a pouco tempo o governo precisando arrecadar mais, devido a inflação e seus próprios gastos, teve que cortar custos, e adivinhe qual programa foi o primeiro a ter cortes? Bolsa Família"" (G1, 54 anos, músico, RS)
"Os programas são necessários, pois realmente existe uma necessidade a ser suprida para a população mais carente, porém se faz necessário que se crie a porta de saída dos programas sociais para q essa população possa crescer e produzir sua própria riqueza. Mas esse não é foco do atual governo q usa os programas como forma de manter cativa essa parcela da população" (G2, 43 anos, administradora, GO)
"Boa noite, eu acho que esses benefícios são úteis, mas precisa ser feito uma análise correta de quem realmente precisa. O Bolsa Família deveria servir para tirar pessoas da crise, e não para sustentar famílias por anos, pois as pessoas deixam de trabalhar pra receber esse benefício. Farmácia popular, por outro lado, acho fundamental porque as pessoas precisam ter acesso a medicamentos. Então tem programas que realmente melhoram a qualidade de vida da população necessitada, enquanto outros são meio absurdos." (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)
"Os programas realmente são ótimos mais precisa ser mais verificado a fundo pois quem realmente precisa tem dificuldade em conseguir e quem faz burlar por algo consegue com mais facilidade."" (G3, 39 anos, analista financeiro , SP)
"Eu acho que os programas sociais ajudam muito e independente de quem governe, acho que precisamos de que quem governe continue pensando em ajudar a minoria , com mais fiscalização pois muitos não precisam." (G4, 27 anos, analista de sistemas , SP)
"Boa tarde,eu acredito sim nos programas sociais mudam famílias,mas eu gostaria que tivesse um acompanhamento mais de perto pra não só dá os benefícios,mas levar os beneficiarios a mudar de vida,dando cursos profissionalizantes e encaminhamento para empregos.
Já existiu o Pronatec que tinha cursos profissionalizantes maravilhosos,mais acabou infelizmente"" (G4, 49 anos, artesã , CE)
As respostas do grupo 5 (lulistas), mesmo que alinhadas com as demais, revelaram um posicionamento mais entusiasta e amplamente favorável aos programas sociais, com ênfase em seu papel fundamental para garantir dignidade, segurança alimentar e amparo às famílias em situação de vulnerabilidade. Os participantes destacaram que esses programas não apenas funcionam, mas “salvam vidas” e movimentam a economia, sendo considerados um dos maiores acertos do governo. A percepção geral foi de que tais iniciativas são indispensáveis num contexto de desigualdade estrutural e alto custo de vida, razão pela qual muitos defendem sua ampliação e diversificação.
Embora a maioria tenha se posicionado de forma entusiástica, também surgiram sugestões de aprimoramento, especialmente no que se refere à fiscalização e ao estabelecimento de contrapartidas. Entre as propostas, destacaram-se a vinculação dos benefícios a cursos profissionalizantes, educação formal e vacinação, com o objetivo de promover autonomia e desenvolvimento das famílias beneficiadas. De forma geral, o grupo expressou uma visão solidária, defendendo o fortalecimento das políticas sociais como estratégia de enfrentamento à pobreza e promoção da inclusão, mesmo reconhecendo a necessidade de maior controle sobre o acesso aos benefícios.
"""Os programas não só funcionam como salvam milhares de vidas. Com o custo absurdo de se viver nesse país. Deveriam existir mais programas beneficiam a população menos favorecida."" (G5, 37 anos, restauradora, SP)
"Eu sou completamente a favor dos programas sociais, eles alem de ajudar quem precisa, ainda movimentam a economia, ninguém fala dos salarios altos dos parlamentares, vejo quem nao precisa menosprezar os programas sociais, mas para mim é um dos maiores acertos do governo" (G5, 25 anos, estudante, AL)
"Sim , os programas funcionam para milhares de pessoas que necessitam. Só acho que a fiscalização devia ser mais eficiente, para que seja entregues a quem realmente necessita"" (G5, 27 anos, enfermeira, PE)
"Boa tarde! Sim o programas sociais funcionam é particularmente conheço pessoas que sobrevivem exclusivamente desses programas ou seja eles alimentam muitas famílias eu só acho que poderiam ter algo complementar nesses programas como cursos destinados para essas famílias, cursos técnicos e profissionalizantes para cada um poder mudar a realidade da sua família." (G5, 28 anos, auxiliar administrativo , AM)
Ainda que as narrativas apresentadas pelos participantes tenham sido atravessadas por sentimento de empatia pelas vítimas civis dos conflitos no Oriente Médio, as interpretações sobre os responsáveis e as justificativas para os atos de guerra dividiram fortemente os grupos. Entre os bolsonaristas convictos, prevaleceu uma defesa enfática de Israel, justificada pelo argumento da autodefesa frente ao terrorismo e reforçada por uma narrativa moralizada de combate entre o bem e o mal. Já os lulodescontentes e lulistas assumiram posições majoritariamente críticas, associando os ataques israelenses a práticas desumanas, desproporcionais e, em alguns casos, à promoção do genocídio dos palestinos — construindo, assim, a imagem de Israel como agente agressor, e não como vítima do conflito.
Um ponto digno de nota foi o reposicionamento dos bolsonaristas moderados, que nesta rodada se mostraram menos assertivos na defesa de Israel. Conforme registrado em relatório anterior (MDP 41, fevereiro de 2024), esse grupo expressava apoio claro ao país, mas agora adotou uma postura mais ambígua e cautelosa, priorizando as consequências humanitárias e evitando tomar partido de forma explícita. Essa mudança pode indicar um certo desgaste da narrativa pró-Israel entre segmentos mais moderados do campo bolsonarista, diante da amplificação das imagens de sofrimento civil e da repercussão internacional dos ataques.
Quando questionados sobre a atuação ideal do governo diante dos problemas econômicos do país, observou-se uma relativa convergência entre os grupos em torno de alguns diagnósticos centrais. A maioria dos participantes apontou o desperdício de recursos públicos como um dos principais entraves ao crescimento econômico, associando um suposto inchaço da máquina estatal, os privilégios da elite política e a carga tributária elevada a um modelo disfuncional que penaliza a população. De forma transversal, emergiu a expectativa por um governo que priorize a geração de empregos, o aumento do poder de compra da população e o investimento em setores estratégicos, como o agronegócio, a indústria e os pequenos negócios.
É impressionante, mas ao mesmo tempo compreensível, constatar a enorme penetração do discurso da mídia grande que acusa o Governo de gastar muito, atribuindo a esse suposto fator o baixo crescimento econômico do país – um tipo de keynesianismo às avessas. Mesmo os participantes mais progressistas estão impregnados dessas interpretações neoliberais acerca do papel do estado na economia.
Entre os grupos, as divergências apareceram sobretudo nas interpretações sobre o papel prático do Estado na economia. Entre bolsonaristas e eleitores flutuantes, predominou uma visão liberal, com ênfase no corte de gastos, na redução de impostos e na limitação da intervenção estatal. Já entre os participantes com inclinações mais progressistas, especialmente os lulistas, ganharam força as propostas de redistribuição de renda, incluindo a taxação das grandes fortunas e a ampliação de políticas públicas voltadas às camadas mais vulneráveis.
A última questão também revelou um consenso geral sobre a função social dos programas de transferência de renda e de acesso a direitos básicos no Brasil. Em todos os grupos, reconheceu-se que essas políticas cumprem um papel fundamental no combate à pobreza e na garantia de uma dignidade mínima para a população mais vulnerável. Ao mesmo tempo, a maioria dos participantes demonstrou preocupação com a falta de fiscalização, os critérios de seleção considerados ineficientes e a percepção de que, em alguns casos, os programas acabam gerando dependência, em vez de promover autonomia. Foi recorrente, ainda, a sugestão de que os benefícios sejam condicionados a contrapartidas, como educação e capacitação profissional.
Apesar desse consenso geral sobre a importância dos programas, observaram-se distinções claras e bastante marcadas quanto à sua interpretação política. Conforme também visto em momentos anteriores, os participantes bolsonaristas convictos tenderam a associar os benefícios a estratégias de manipulação eleitoral. Já os lulistas destacaram com entusiasmo o impacto positivo direto dos programas na vida das famílias, defendendo, inclusive, sua ampliação.
Mais uma vez notamos forte penetração de discursos bastante pessimistas em relação às políticas sociais, que sem concentram em duas vertentes: que são mal administradas e que deveriam ter porta de saída. De fato, não há evidências concretas da má administração das políticas sociais do governo, pelo menos em um nível que justificaria o veredito sobre seu mal funcionamento. Tampouco é verdade que as políticas não têm porta de saída, ainda que tê-las ou não constitua em si assunto digno de um sério debate, o que não ocorre na nossa imprensa grande. No geral, é muito disseminada a percepção de que o estado faz tudo mal e que estaríamos melhor se as pessoas tivessem mais “liberdade” para empreender, o que requer menos impostos e regulação. Apesar de haver uma maior concentração dessas opiniões nos grupos de direita, elas aparecem também nas falas dos grupos mais progressistas – mais um sinal de que a informação recebida pela população é extremamente enviesada ideologicamente, o que se dá tanto pela cobertura desfavorável da política institucional e do governo, quanto pela omissão da publicação de dados positivos sobre políticas públicas exitosas.
Infraestrutura e falhas governamentais; Resgate de Juliana Marins; Anulação de Decreto (IOF)
CLT; Interregatório de Bolsonaro; Audiências de Ministros no Congresso
Política migratória dos EUA; Câmeras corporais nas fardas; Condenação de humorista.
Imagem de Janja; Ataques a Marina Silva; Programa Mais Especialistas
Responsabilidade pela Segurança Pública; Programa SuperAção SP; Anistia a Dilma Rousseff
Número de Deputados Federais; Mídia e INSS; CPI das BETS
Fraude no INSS; Papa Francisco; Viagem de Lula à Rússia
Prisão de Collor; Terapias hormonais em adolescentes; Camisa vermelha da seleção
Bolsa Família como Inclusão Social; Minha Casa, Minha Vida para Moradores de Rua
Ampliação da Isenção para Igrejas; Código Brasileiro de Inclusão
Governadores em Ato pró-Anistia; Percepções sobre os EUA; Percepção sobre Donald Trump
Identidades políticas adversárias; Autoidentificação de grupo; Percepções sobre crimes de abuso sexual
Aumento da Faixa de Isenção do IR.; Condenação de Carla Zambelli.; Bolsonaro Réu por Ataques à Democracia.
Passeata de Bolsonaro por anistia; Licenciamento de Eduardo Bolsonaro; Avaliação do Governo Federal.
Prisão de Braga Netto;Aprovação do do pacote de cortes de gastos;Concessão de benefícios extras
Tarcísio de Freitas e o uso de câmeras;Regulamentação de IA;Declarações de Moro e a Cassação de Caiado.
Isenção do IR; PEC dos Gastos Públicos; Divergências entre Mercado e Governo.
Tentativa de Golpe: informações gerais; Indiciamento de Jair Bolsonaro; Pedido de Anistia
Especial G20: Falas de Janja; Percepeções gerais; Avaliação de pautas
Símbolos religiosos em órgãos públicos; PEC para fim da escala de trabalho 6x1; Atentado em Brasília.
Retirada de livros com conteúdo homofóbico.; Vitória de Trump.; Programa Pé de Meia.
Fragmentação da Direita; Anulação de condenações da Lava-Jato; Reunião de Lula com governadores
Participação do Brasil no BRICS; Mudanças de candidato no 2T; Caso Gustavo Gayer
Privatização de estatais; Fake News nas eleições; Eleição de policiais e militares
CPI das apostas online; Aumento da pena para crimes contra a mulher
Decisão do voto: Direita x Esquerda; Voto no PT; Campanha 2024 e expectativas; Avaliação dos Resultados
Descriminalização das Drogas; Ens. Religioso; Escola cívico-militar; Aborto; Prisão de mulheres que abortam
Violência entre Datena e Marçal; Regras do debate eleitoral; Definição do voto
Manifestação convocada por Bolsonaro; Atuação de Marina Silva; Prisão de Deolane
Suspensão do X (antigo Twitter); Queimadas florestais; Acusações sofridas por Silvio Almeida
Semana Temática: Bolsa Família; Auxílio Brasil; Privatização das Estatais
Pablo Marçal; Folha contra Moraes; Suspensão das Emendas
Temático: Casamento Homoafetivo; Adoção por casal Gay; Cotas Raciais
ESPECIAL ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Interesse pelo Pleito; Gestor Ideal; Apoios de Lula e Bolsonaro
Temático Segurança: Porte de Armas; Pena de Morte; Redução da Maioridade Penal
Desistência de Joe Biden; Declarações de Maduro; Declarações de Tebet
Atentado contra Trump; Cotas na Política; Fala de Lula
Espectro ideológico; Avaliação do Governo Lula; Isenção de Multa para Irmãos Batista
Saúde de Pessoas Trans; Lula e o Câmbio; Indiciamento de Bolsonaro
Aumento para os Procuradores de SP; Descriminalização da Maconha no país; Golpe na Bolívia
Lula no G7; Críticas de Lula ao BC; PL dos Jogos de Azar
Eleições nos EUA; Arthur Lira e o Conselho de Ética; PL 1904
Parada LGBT+; Terceirização da Escola Pública ; Escolas Cívico-Militares
Acusações contra Zambelli; PEC das Praias; Veto à criminalização das Fake News
Benefício Emergencial no RS; Absolvição de Moro; Imposto sobre Importações
Fake news da tragédia; Fala de Eduardo Leite; Fuga de condenados bolsonaristas
SEMANA PETROBRÁS - Privatização, Desenvolvimento e Meio Ambiente
Saídas Temporárias, Condenações de 8/1, Atuação de Presidentes em Calamidades Públicas
Manifestação pró-Bolsonaro em Copa, Novos programas para pequenos empresários e empreendedores; Elon Musk e Alexandre de Moraes
Caso Marielle; Comissão de mortos e desaparecidos; Percepções sobre a ditadura
Taxação dos super ricos; Fraude na carteira de vacinção; Áudios de Cid
Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura
#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres
Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos
Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro
#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró
#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula
Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM
Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa
Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal
Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos
#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana
Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF
#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis
Militares na Política, Privatizações, Dama do Tráfico no Planalto
#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM
Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro
Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro
GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança
Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio
Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar
Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno
Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo
Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS
O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF
Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas
Relatório #19 MED
ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS
Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula
Bolsa família, Laicidade do Estado e MST
Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma
Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula
Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista
Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro
Julgamento, Cid e políticas sociais
Valores: Marcha, Parada e Aborto
Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro
Meio Ambiente
Monitor da Extrema Direita
Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an
As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.
O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.
O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.
Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.
O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.
Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.
O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.
Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.
Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.
Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.