Relatório 98

De 7 a 13/7

Temas:

  • Percepção de pobres x ricos
  • Implanon no SUS
  • Taxação de Trump
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 7 a 13/7, cinco grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 50 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 - Lulistas - votaram em Lula no segundo turno e aprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.

Ao longo do período, três temas foram abordados: i) percpeções sobre discurso de ricos versus pobres; ii) avaliação de novo método contraceptivo ofertado pelo SUS ; iii) reações ao anúncio de Trump sobre taxação de 50% sobre importações de produtos brasileiros.
Ao todo, foram analisadas 189 interações, que totalizaram 11.584 palavras

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados Eleitores Flutuantes Lulodescontentes Lulistas Evangélicos
Pobres x Ricos O grupo reconheceu a divisão entre ricos e pobres, mas atribuiu a desigualdade principalmente à corrupção política e ao discurso de governos de esquerda, que, segundo eles, acentuariam conflitos sociais e não resolveriam o problema. Os participantes admitiam a existência da desigualdade, mas muitos avaliaram que o governo usa o tema de forma oportunista, visando a arrecadar mais, sem compromisso real com os pobres. Alguns também responsabilizaram a própria sociedade por aceitar essa divisão. O grupo apontou a divisão social como evidente e estrutural, com destaque para desigualdades no acesso à saúde, educação e oportunidades. Houve forte reconhecimento da desigualdade e defesa da taxação dos mais ricos como medida necessária para promover equilíbrio social, ainda que alguns demonstrassem desconfiança quanto ao uso político desse discurso. O grupo via a desigualdade como histórica e estrutural, defendendo majoritariamente a taxação dos mais ricos como forma de corrigir injustiças. A maioria validou o discurso do governo como representativo. Os participantes elaboraram suas respostas de acordo com seus grupos de pertencimento.
Implanon A maioria avaliou positivamente a medida como forma eficaz de prevenir a gravidez precoce, mas parte demonstrou desconfiança quanto ao momento da proposta, suspeitando interesses eleitorais. Predominaram críticas à medida por considerar que poderia estimular o início precoce da vida sexual. Houve também preocupação com o aumento de DSTs. A maioria apoiou a iniciativa, ressaltando seu impacto social positivo e sugerindo ampliação da faixa etária e inclusão de orientação sexual como complemento necessário à política. As opiniões foram amplamente favoráveis, com destaque para a eficácia e acesso ampliado do método. Houve defesa de fiscalização e campanhas educativas. Houve apoio unânime à política como medida de justiça social e prevenção. Os participantes defenderam também sua ampliação a outras faixas etárias e públicos vulneráveis. Alguns participantes demonstraram resistência ao procedimento, apontando que ele seria um incentivo ao início da vida sexual precoce.
Taxação de Trump Os participantes responsabilizaram o governo Lula e o STF pela taxação, enxergando a medida como consequência de ações do presidente e de alinhamentos internacionais, enquanto a família Bolsonaro foi vista como defensora dos interesses do país. O grupo atribuiu a taxação principalmente às declarações e posturas de Lula no campo econômico, com críticas moderadas à família Bolsonaro, vista como coadjuvante no episódio e como mera divulgadora dos fatos. Os participantes criticaram fortemente tanto a taxação quanto a família Bolsonaro, apontando interesses pessoais e oportunismo político, além de rechaçarem a interferência dos Estados Unidos. A taxação foi vista como exagerada e puramente política, com críticas tanto à postura do governo americano quanto à atuação da família Bolsonaro. Alguns defenderam a soberania brasileira acima de tudo. O grupo rejeitou de forma contundente a família Bolsonaro, acusando-a de agir contra o país por interesses pessoais, e interpretou a taxação como uma jogada política antidemocrática e que deveria ser respondida pelo governo à altura. Os participantes deram suas respostas alinhados com seus grupos originais de pertencimento.
Pergunta 48
Quando se fala em justiça social e tributária, muitos afirmam que o Brasil precisa de uma reforma onde os mais ricos paguem mais impostos, com o argumento de que é preciso corrigir injustiças históricas e garantir mais direitos para os mais pobres. Ao mesmo tempo, muita gente critica esse discurso, dizendo que ele só acirra a divisão entre classes e aumenta o clima de ‘nós contra eles’ no país. Vocês acham que existe uma divisão entre ricos e pobres no país?
Desigualdade histórica

As falas dos participantes revelaram um diagnóstico unânime de que a divisão entre ricos e pobres no Brasil é profunda, antiga e escancarada. Todos os grupos reconheceram essa desigualdade como algo presente em praticamente todos os aspectos da vida cotidiana, como saúde, educação, moradia, alimentação, emprego e acesso à justiça. Muitos relataram que essa divisão se manifesta não apenas nas condições materiais, mas também nas oportunidades de vida, nos ambientes frequentados e até no modo como as pessoas são tratadas na sociedade. Em vários depoimentos, a visão foi de que os ricos desfrutam de privilégios e ambientes exclusivos, enquanto os mais pobres enfrentam dificuldades constantes e barreiras estruturais que dificultam o acesso a serviços básicos e de qualidade.

Além disso, muitos participantes destacaram que a desigualdade não é um fenômeno recente, mas uma herança histórica que se mantém e se aprofunda ao longo das décadas. Houve referências explícitas ao passado colonial e às estruturas econômicas que, segundo alguns, perpetuam a concentração de riqueza no país. Embora os grupos tenham opiniões divergentes sobre as causas e soluções para o problema, todos demonstraram perceber a desigualdade como um fato concreto, duradouro e que impacta diretamente a vida da maioria da população. Essa percepção foi reforçada por relatos que apontam a dificuldade de ascensão social, a distância crescente entre as classes e o sentimento de que o sistema favorece sempre os mesmos grupos, deixando os mais pobres em permanente desvantagem.

"No meu ponto de vist desde a colonização rsrsrsrs, hoje todo mundo sabe que existe mais pobres que ricos, só que agora está dividido por classe, eu acredito que se for pra distribuir o lucro nacional e render dinheiro para o povo, seria diminuir os 513 deputados, que agora serão 531, muito gasto com dinheiro público, aqui no Brasil o que vale primeiro é a politica, o resto é se dê certo, ê assim vai, ano pós ano, e nada muda, muito imposto, pouco emprego, saúde frágil, educação capenga, e segurança só sabe Deus, esse é o nosso País, espero eu que melhore e muito. Por fim; ainda tem a questão do roubo dos ricos encima dos pobre, por exemplo, o INSS agora, é uma piada esse no Brasil." (G1, 36 anos, assistente jurídico, BA)

"Sim claro mas ela é só discrepante quando tu consegue ver o abismo do valor que os realmentes ricos tem contra os pobres enquanto pagamos 1-10% do nosso salário pra carga tributária, os mais ricos conseguem driblar de maneira muito mais fácil mal chegando a 0.5% do salário deles, não adianta, quanto mais você faz "menos você paga" baseado no valor total dos seus rendimentos." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)

"Sem dúvida alguma existe uma divisão muito evidente entre ricos e pobres no país. Tudo é dividido, ricos usam plano de saúde, escola particular, tem casa própria, carros, frequentam determinados locais em que pobres claramente não são bem vindos. E pobres necessitam do SUS, escolas públicas, moram de aluguel ou se prendem em financiamentos por 30 anos. É muito complicado... E tem muito rico que não tem a menor noção de como é a vida do pobre, viver o mês todo com um salário mínimo, etc." (G3, 37 anos, médica veterinária, PR)

"Existe sim esta divisão, e tudo que o governo tenta fazer para diminuir esta divisão não funciona porque a classe rica tem poderes e autonomia para pressionar o governo e não permitir nenhum imposto ou taxas sobre a sua riqueza." (G3, 45 anos, professora, MT)

"Claro que existe uma divisão entre ricos e pobres no Brasil. A desigualdade está em todos os lugares (educação, saúde, oportunidade de empregos, acesso a justiça), cobrar mais de quem tem mais não é criar rivalidade é tentar buscar o equilíbrio, tentar buscar um país mais igualitário. O combate a desigualdade é fundamental para uma evolução como sociedade e garantir um futuro melhor para as próximas gerações." (G4, 36 anos, instrutor de informática, SP)

"Claro que existe essa divisão, desde que o Brasil foi invadido pelos Portugueses em 1500, sempre teve essa luta de classes, com alguns sendo donos de terras e alguns tendo que trabalhar para garantir o seu sustento. É mais do que necessário que o Lula e o PT comprem essa briga política, o Brasil já está dividido, como "As Meninas" já cantavam desde 1999:

Analisando essa cadeia hereditária

Quero me livrar dessa situação precária

Analisando essa cadeia hereditária

Quero me livrar dessa situação precária

Onde o rico (cada vez fica mais rico)

E o pobre (cada vez fica mais pobre)

E o motivo todo mundo já conhece

É que o de cima sobe e o de baixo desce

E o motivo todo mundo já conhece

É que o de cima sobe e o de baixo desce

Enfim, essa luta é muito mais do que apenas taxar os bilionários e corrigir uma injustiça histórica, é sobre conseguir melhorar aspectos sociais, econômicos e até mesmo de segurança, porque a violência no Brasil é uma questão de desigualdade também." (G5, 33 anos, tradutor, SP)

Corrupção e oportunismo político

Os participantes dos grupos 1 e 2 (bolsonaristas convictos e moderados) avaliaram que a divisão entre ricos e pobres sempre existiu no Brasil e continua sendo um problema atual. No entanto, eles não atribuíram essa desigualdade apenas às diferenças econômicas, mas principalmente à corrupção e ao mau uso do dinheiro público pelos políticos. Para eles, a raiz da desigualdade estaria nos privilégios e nas vantagens que políticos e pessoas ligadas ao poder acumulam em benefício próprio, enquanto a população segue sofrendo com impostos altos e serviços públicos precários.

Além disso, os participantes desses grupos demonstraram forte desconfiança em relação aos discursos que defendem a taxação dos mais ricos. Na visão deles, governos de esquerda, especialmente o PT, utilizam o tema da desigualdade como uma ferramenta política para estimular conflitos entre classes sociais e reforçar divisões entre ricos e pobres. Para esses participantes, essa retórica não busca, de fato, reduzir as desigualdades, mas serve como uma estratégia de manipulação para desviar a atenção da população, criar ressentimentos e manter o controle político. Assim, ainda que reconhecessem a existência da desigualdade, viam o discurso governamental como oportunista e pouco genuíno.

"Essa divisão começa lá em cima por nossa conta mesmo, que aceitamos tudo calados, onde políticos que elegemos para nos representar, e seus aliados de todas as esferas, são os principais ricos que não pensam em mais ninguém depois que conseguem assumir o poder e começam a levar vida de magnatas. Nós brasileiros temos que acabar com a folga desses políticos que enriquecem as nossas custas, esses sim, são os verdadeiros ricos que precisam ser combatidos com veemência. Agora os ricos empresários que são ricos por seus esforços, que lutaram pra conquistar sua riqueza e ainda empregam trabalhadores, esses já pagam os impostos devidos e se aumentar a carga tributária muitos vão levar sua riqueza para fora do país, eles tem como pular do barco, deixando muitos trabalhadores sem emprego. O que esse desgoverno quer é afundar de vez o país, e deixar todos miseráveis para depois implantarem o tão sonhado socialismo, todos iguais, na pobreza, temos que nos libertar desse desgoverno antes que seja tarde demais, 2026 tá logo ali." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos, RJ)

"Tudo isso começou a partir de 2002 com a ascensão do Lula e PT ao poder. Desde então o discurso é sempre a luta de classes brancos x negros, ricos x pobres, trabalhador x empresários, MST x agro… eles estão até hje com este joguinho político, colocando uns contra os outros enquanto enchem os bolsos com corrupção." (G1, 54 anos, músico, RS)

"Sempre existiu a divisão de classes sociais, pobres, ricas, e milionárias. A diferença é que hoje com esse desgoverno eles querem menosprezar mais os pobres, com discursos que até parece que querem ajudar a classe mais desfavorecida, mas não! Querem se beneficiar disso, colocando os ricos como alvo, nesse caso dos tributos a serem pagos pelos mais ricos. Querem cobrar mais impostos, tributos, e encherem mais os bolsos, bando de ladrão, isso sim!" (G1, 64 anos, empresário, PR)

"Bom dia, creio que tem uma divisão, mas ela não é tão discrepante, esse discurso do governo é uma tentativa de fazer o povo ficar do lado deles, para conseguir arrecadar mais e assim gastar mais, não é porque eles se importam com o pobre, tem mais a ver com uma forma de tapar um pouco do buraco na economia que eles mesmos criaram." (G2, 26 anos, autônomo, DF)

"Boa tarde. Tem sim uma grande divisão, divisão essa que não tem como ser diferente, e eu acho sim que os que têm mais tenham que pagar mais, a começar pelos políticos que têm tudo na mão e não pagam nada por isso, tudo bancado pelo povo. Mas eu não vejo o PT preocupado mesmo com o pobre, isso é balela pra ganhar voto" (G2, 54 anos, aposentado, PB)

Pergunta 49
O governo anunciou que passará a oferecer no SUS o implante contraceptivo Implanon (implantado de forma subdérmica), destinado a adolescentes de 14 a 17 anos, como estratégia para prevenir gestações não planejadas e reduzir riscos médicos e sociais. Algumas pessoas criticaram a medida, argumentando que o SUS já oferece outros métodos gratuitos, enquanto os defensores do Implanon destacam que ele é mais eficaz, tem melhor adesão e custo semelhante aos demais. Como você avalia essa iniciativa? Você considera positiva essa distribuição ou tem ressalvas? Por quê?
Favoráveis, com acusações políticas

A maioria dos participantes avaliou positivamente a iniciativa do governo de distribuir o implante contraceptivo Implanon pelo SUS, reconhecendo seu potencial para reduzir a gravidez na adolescência e facilitar a adesão a métodos de prevenção. Destacaram a importância de ampliar o acesso a opções contraceptivas mais eficazes e duradouras, especialmente diante da vulnerabilidade de muitas jovens e da ausência de educação sexual adequada.

Apesar disso, uma parte do grupo expressou desconfiança quanto ao momento da proposta, associando a medida a possíveis interesses eleitorais. Essa visão foi sustentada pela percepção de que o governo estaria aproveitando o contexto pré-eleitoral para se promover por meio de políticas com forte apelo social. Entre esses participantes, surgiram dúvidas sobre o custo do método, a viabilidade prática da implementação e o real comprometimento do governo com a saúde pública, temendo que a ação não passe de promessa política. Ainda que não houvesse uma oposição frontal ao Implanon em si, essas vozes se mostraram cautelosas e críticas quanto aos objetivos e à execução da política.

"Todo método contraceptivo que for testado e aprovado cientificamente, sou a favor .. o que não sou a favor é usar isto como plataforma política para uma futura eleição, visto que estamos as vésperas de uma e os beneficiados são jovens que estão na faixa etária com direito a voto. Que coincidência né? ?" (G1, 54 anos, músico, RS)

"Eu vejo como algo positivo, vai evitar muita gravidez indesejada, porque pílulas e preservativo muitos adolescentes esquecem de usar, e o implante é muito seguro e tem baixo efeitos colaterais, tenho amigas que usam e só falam bem. Mas concordo com o colega, eles não dão ponto sem nó, vai usar isso pra enganar quem acredita em picanha e cerveja já que se aproxima o ano eleitoral. Porque esse método é caro, não é barato pra estar investindo agora é pra pegar desavisados." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Bom dia! Acho bom, seria mais um método pra evitar gravidez na adolescência. Mas tem que ver os custos também deste método. Ou se não se trata de propaganda pra conseguir votos, já que estamos próximos de futuras eleições." (G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)

"Bom dia a todos. Vejo esse método como uma boa opção para ajudar os jovens que começam a vida sexual cedo e, muitas vezes, não têm maturidade para se cuidar e evitar uma gravidez, como dura mais tempo, é mais fácil e seguro que outros métodos, só espero que não fique só na promessa, pois as eleições estão próximas, e isso pode se tornar só mais um atrativo para enganar os eleitores, já que o custo é alto para utilizar esse método contraceptivo." (G1, 45 anos, padeiro , PB)

Favoráveis, com observações conservadoras

Apenas uma parte dos participantes do grupo 2 (bolsonaristas moderados) se mostrou favorável à proposta, avaliando-a como uma forma de proteção a adolescentes vulneráveis e como medida eficaz para evitar gestações não planejadas. Para esses indivíduos, o Implanon poderia ser especialmente útil em situações específicas, como entre jovens com dificuldades cognitivas ou em contextos sociais de maior risco.

De modo mais intenso, muitos participantes demonstraram preocupação com possíveis efeitos colaterais do implante e com o impacto que a medida poderia ter sobre o comportamento sexual dos adolescentes. Avaliaram que a oferta do Implanon poderia funcionar como um incentivo indireto ao início precoce da vida sexual, o que seria contrário aos valores familiares ou religiosos que defendem. Houve ainda quem argumentasse que o foco deveria estar em educação sexual, orientação familiar e investimentos mais amplos em políticas de formação moral e preventiva. A percepção de que os adolescentes ainda não têm maturidade suficiente para esse tipo de decisão também foi recorrente, sendo sugerida a necessidade de autorização dos pais. Mesmo entre os que apoiaram a política, surgiram ponderações quanto aos riscos de aumento das infecções sexualmente transmissíveis, já que o uso de métodos contraceptivos hormonais pode diminuir o uso de preservativos. Também se questionou o custo do método e seus efeitos adversos.

"Eu considero uma ótima iniciativa, tudo que for feito para a juventude tem meu aval. Existem muitas situações onde esse implante pode ser um divisor de águas, principalmente para jovens com problemas mentais e outros que por opção podem retardar sua gestação." (G2, 43 anos, professora , SP)

"Não sou a favor, acredito que oferecer esse tipo de metoodo contraceptivo para os adolescentes pode acabar incentivando ainda mais o inicio precoce da vida sexual, o q vai contra os valores que defendo. O governo deveria investir mais em educação familiar e conscientização..." (G2, 43 anos, administradora, GO)

"Boa noite. Não concordo com isso, porque são adolescentes, isso só incentiva a ter/iniciar a vida sexual, precisa é educar tanto eles quanto a família deles, instruir esses jovens."" (G2, 35 anos, contadora, RS)"

"Boa noite,Seria positivo em partes,se tratando da gravidez,mais aí eles vão deixar de usar outros métodos contraceptivo por ex:camisinha,e isso pode levar a outros problemas tipo DST." (G2, 26 anos, vendedora , AL)

"Olá boa noite, eu avalio como uma boa iniciativa e considero positivo, mas todavia tem um fato que as DSTS serão bem mais comuns, porque normalmente o pessoal dessa idade não se previne e isso vai contribuir para o aumento de DST, uma vez que eles não vão achar mais necessário, o uso de outros métodos contraceptivos." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)

"Eu sei que o assunto é polêmico por se tratar de uma geração extremamente atacada,por vicios e paixões mas a Minha opinião é contra.

Eu não vou favorável a essa iniciativa,porque acredito ser um estímulo precoce para esses jovens e adolescentes. Governo deveria fazer outros investimentos e incentivos educativos em educação que nesse caso é o instrumento eficaz, também acredito quê a orientação pedagógica."" (G2, 42 anos, assistente logístico , PE)

Favoráveis, com anseios por ampliação

Os demais grupos 3, 4 e 5 (eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) avaliaram a iniciativa como positiva, reconhecendo seu potencial para prevenir a gravidez na adolescência e proporcionar maior autonomia às jovens. As falas destacaram a eficácia do método, sua praticidade em comparação com anticoncepcionais de uso contínuo e os benefícios sociais de se evitar gestações não planejadas, especialmente em contextos de vulnerabilidade socioeconômica. Alguns participantes também mencionaram a importância do implante para questões médicas, como o tratamento da endometriose, defendendo a ampliação do acesso a esse público. Houve ainda sugestões de expansão da política para além das adolescentes, como para mulheres em situação de rua e em idades mais avançadas. Além disso, houve recorrente sugestão de que a política fosse acompanhada por ações de educação sexual e orientações sobre saúde reprodutiva, a fim de ampliar seus efeitos e prevenir também doenças sexualmente transmissíveis.

"Bom dia, eu acho boa essa medida. A gravidez na adolescência ainda é algo muito frequente, principalmente em classes sociais mais baixas. Muitas vezes a menina acaba abandonada pelo namorado, grávida, sem ter terminado os estudos, como vai ser o futuro dela e da criança? Acaba sendo mais uma pessoa para usar bolsa família. Então eu acho que essa medida é um bem para os adolescentes e para a sociedade como um todo, pois esses jovens tem um futuro todo pela frente para estudar e trabalhar" (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)

"Boa noite,eu avalio com uma boa pra os jovens,minha nora tem 16 anos já tem um filho de 1 ano ,assim que ela ganhou bebê eles colocaram nela o inplanon , ela achou muito eficaz e não engravida mesmo não, talvez se não tivesse colocado o implanon já teria engravidado novamente, então apoio sim ." (G3, 32 anos, vendedor, MG)

"Achei ótimo até me surpreendi com a notícia , pois é um contraceptivo de valor mais elevado, bastante buscado hoje em dia , mas nem todas tem condições de comprar , muitas mulheres desejam conhecê-lo , e agora terão acesso. Não vejo nada de negativo nisso , o governo está buscando iniciativas para ajudar cada vez mais."" (G4, 25 anos, babá, RS)

"Se funcionar realmente pelo Sus vai ser maravilhoso porque é mais eficiente dura mais e seguro e tecnológico,e viva a ciência e a pesquisa,vai ajudar as jovens mais carentes a evitar gravidez indesejada e outra muita criança passando trabalho e fome" (G4, 51 anos, professora , RS)

"pra mim, é uma iniciativa 10/10, acho ótimo que tenham pensado nisso, pq muitos jovens estão sendo pais muito cedo e considero a distribuição positiva. a minha ressalva é que no futuro eles possam aumentar a idade para que mais mulheres possuam a oportunidade de usar esse método"" (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)

"Se alguem me fala que isso é algo negativo ou que influencia adolescentes a ter uma vida sexual ativa, eu passo 1h falando diversas coisas, oque mais existe no brasil sao adolescentes de baixa renda engravidando na adolescência, por diversos favores, sociais, econômicos, falta de instrução e de métodos anticoncepcionais, então acho uma forma extremamente eficaz e justa." (G5, 25 anos, estudante, AL)

Pergunta 50
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. A nova alíquota entra em vigor a partir do dia 1º de agosto. No documento, Trump atribui a cobrança à postura do STF (Supremo Tribunal Federal) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Eduardo Bolsonaro, a imposição das tarifas é fruto de um lobby que ele e aliados vêm realizando “desde o início do ano” com autoridades norte-americanas. O objetivo declarado seria denunciar supostos abusos do governo Lula e do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente em relação ao ministro Alexandre de Moraes. Ontem, Eduardo pediu para seus seguidores no X (antigo Twitter) agradecerem ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após ele anunciar as tarifas. O que pensam sobre a taxação e a postura da família Bolsonaro?
Defensores de Bolsonaro e Trump

As opiniões manifestadas no grupo 1 (bolsonaristas convictos) apresentaram um tom fortemente crítico ao governo Lula e ao Supremo Tribunal Federal, com predominância de interpretações que atribuíram a responsabilidade pela taxação imposta pelos Estados Unidos às ações do presidente brasileiro e do Judiciário. Os participantes enxergaram a medida como uma consequência inevitável da postura internacional adotada pelo governo e da aproximação com regimes considerados antagônicos aos interesses americanos. Houve uma percepção amplamente compartilhada de que a família Bolsonaro estaria agindo em defesa do país, sendo vista como vítima de perseguição política e como protagonista na luta contra o que foi descrito como um avanço autoritário da esquerda. De modo geral, os participantes demonstraram elevada desconfiança em relação ao governo e ao STF, interpretando a taxação como um efeito colateral necessário para conter o que entendiam como um processo de deterioração institucional no Brasil.

Interessante observar como o grupo rapidamente se mobilizou para responder à questão, com textos extensos e o compartilhamento de 6 vídeos, incluindo um de Nikolas Ferreira, para embasar seus posicionamentos.

“Estou acompanhando tudo e a culpa é somente da esquerda, somente do Lula e do Alexandre de Moraes. Quem planta vento, colhe tempestade! A conta de tanta besteira feita e falada por Lula e as atitudes do ditador Alexandre de Moraes, tiveram consequências. A conta chegou e vai chegar ainda mais. Por todo o desgoverno, já é motivo grave para impeachment de Lula. Lula está acusando Bolsonaro e o filho do Bolsonaro, como uma cortina de fumaça, para não admitir seus próprios erros. Lula chamou Donald Trump de nazista. Lula tirou a autonomia do congresso e defende STF sobre aumento do IOF. Lula recebeu navios iranianos no Brasil e forneceu urânio para a construção de bombas, indo contra os Estados Unidos. Lula defendeu o Irã e atacou Israel. No G7, Lula condenou Israel e diversas outras vezes. Lula se uniu a países comunistas como China indo contra os Estados Unidos. Lula se aproxima da Rússia, da Venezuela e do Irã, e se afasta de Países democráticos. Lula recebeu o ditador Maduro com tapete vermelho. Deu abrigo e recebeu Nicolas Maduro, um procurado do Governo Americano por tráfico internacional. Defendeu PCC e Comando Vermelho, para que eles não fossem incluídos na lista de grupos terroristas dos EUA. No Brics, Lula defende desdolarização do comércio Global. Defendeu o fim do dólar e defendeu uma moeda criada pelo Brics, que é criada pela maiores ditaduras do mundo. Lula enviou avião da FAB para dar asilo a ex primeira-dama do Peru Nadine Heredia que foi condenada por corrupção. Lula visita na Argentina, Cristina Kirchner em prisão domiciliar. Lula pintou o mapa de um país invadido com as cores do invasor. Lula pressiona STF para regular as redes sociais. Lula sequer nomeou embaixador brasileiro para a maior economia do planeta. Janja atacou Elon Musk. Alexandre de Moraes persegue e condena inocentes apenas por perseguição política. Depois de tudo isso e muito mais, será que esperavam de Donald Trump iria fingir demência? Agora a última, por enquanto, pq a cada momento é um notícia, Lula está pagando influenciadores, ativou o gabinete do ódio, com dinheiro público, para fazerem militância em redes sociais. Acho necessário que os brasileiros exijam o impeachment imediatamente do Lula, pq o próximo Presidente, vai pegar o Brasil em ruínas e não terá dinheiro para reerguer o País. O Brasil está entrando em colapso."" (G1, 46 anos, cuidadora infantil, PR)

"Bom dia! A culpa é toda do STF e TSE, que tiraram da cadeia um bandido pra colocar na presidência da república, o que esperar de um comunista, descondenado? Lula vem ofendendo o presidente Trump a muito tempo, ele tem se alinhado a ditadores pelo mundo, ficou do lado do Hamas, e acusou Israel, se essa taxa for para salvar a nossa democracia que assim seja, o mundo todo está vendo a perseguição política e a censura que está acontecendo no Brasil, quem acompanha a política sabe que o país vai quebrar e se não acontecer um milagre urgente vamos virar uma Venezuela. Para que as taxas sejam retiradas, só depende do descondenado e do STF. Vamos torcer para que o presidente Trump continue a nos ajudar a sair desse golpe que a extrema esquerda deu ."" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"O que penso sobre a taxação: é um meio de fazer o STF e o Lula parar com a perseguição à direita, em especial o presidente Bolsonaro. A postura da família Bolsonaro: Penso que eles estão lutando bravamente para que a extrema esquerda não se perpetue no poder, e essa ditadura do judiciário terminei, graças a Deus Eduardo Bolsonaro é um herói, que eu acho que tem mais coragem que o pai." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

Conflitos econômicos

As opiniões do grupo 2 (bolsonaristas moderados) revelaram uma visão majoritariamente crítica à taxação imposta pelos Estados Unidos, reconhecendo seus impactos negativos para o Brasil, especialmente para a população. No entanto, muitos participantes atribuíram a responsabilidade principal ao governo Lula, destacando falas e posturas diplomáticas consideradas inadequadas por parte do presidente, sobretudo em relação a Donald Trump e ao dólar. Houve certo ceticismo quanto ao real poder de articulação da família Bolsonaro nos bastidores internacionais, embora alguns tenham valorizado sua atuação como forma de expor o que consideram abusos cometidos pelo governo e pelo STF. Ainda assim, parte dos depoimentos demonstrou desconforto com a tentativa da família Bolsonaro de transformar o episódio em capital político próprio, interpretando essa postura como oportunista ou fora de tom diante do prejuízo à população brasileira.

"Família Bolsonaro faz o necessário pra dar publicidade aos fatos que estão ocorrendo contra Bolsonaro, já a taxação vai muito além disso pois as mesmas acontecem após várias falas do Presidente Lula falar contra Trump e o dólar na cúpula do Brics." (G2, 43 anos, administradora, GO)

"Bom dia. Acho exagerado a atitude de Trump,mas não vem da familia Bolsonaro a culpa ela faz parte das consequências das atitudes de nosso Presidente que está comprando uma briga que não consegue vencer."" (G2, 54 anos, aposentado, PB)

"Essa taxação aconteceu exclusivamente pelas atitudes do atual presidente. Eu duvido que Eduardo Bolsonaro seja assim tão articulado na política americana." (G2, 43 anos, professora , SP)

"Boa noite, a taxação é um pouco absurda, provavelmente vai prejudicar muito o povo brasileiro , também me preocupa um pouco como o governo brasileiro tem lidado com esse tipo de coisa ultimamente , a família Bolsonaro tá articulando numa tentativa de se beneficiar nesse processo." (G2, 26 anos, autônomo, DF)

"O governo atual do Brasil se expôs demais com suas falácias,o presidente do Brasil na minha opinião é um irresponsável quando muitas das vezes comparou Trump ao nazismo etc... O ministério Alexandre de Moraes é outro que não sai muito desse parâmetro. Infelizmente o nosso Brasil não está sendo uma democracia e se tem deixado levar por esses homens loucos defensores ideológicos. Para a taxação é um reflexo do comportamento inaceitável dos que estão atualmente no poder do Brasil."" (G2, 42 anos, assistente logístico , PE)

"Bom dia, todos achamos ruim né acredito que isso é unânime, uma taxa dessa vai doer no bolso de geral Não importa se é apoiador ou não, agora eles pedirem para apoiar o trump é muito estranho, tudo bem que eles estão lá mas é a mesma coisa de você agradecer alguém que te bateu." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)

Forte rejeição e críticas intensas a Bolsonaro e Trump

Os demais grupos (eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) refletiram uma rejeição contundente tanto à taxação imposta pelos Estados Unidos quanto à postura da família Bolsonaro. Os participantes manifestaram forte crítica ao envolvimento do ex-presidente americano, considerando sua atitude inadequada, oportunista, irresponsável e antidemocrática, com questionamentos sobre sua legitimidade para interferir em assuntos de outros países. A família Bolsonaro foi associada a interesses pessoais e oportunismo político, sendo vista como responsável por fomentar conflitos em benefício próprio. A taxação foi vista como uma jogada política que acabaria sendo revertida, por gerar danos também aos Estados Unidos, além de atingir setores estratégicos como o agronegócio, tradicionalmente aliado ao bolsonarismo. Houve um tom de indignação generalizada, com muitos participantes destacando que, apesar dos danos econômicos imediatos, a medida poderia acabar fortalecendo politicamente o governo atual.

"Bom dia. Mais que absurdo agora não dizer outra coisa. Primeiro que o presidente do EUA tá dando conta nem das coisas do país dele e quer meter o o dedo em outras nações. Essa postura dos Bolsonaro só mostram o tipo de raça e gente ruim, maldosa que compensa nos próprios interesses." (G3, 37 anos, assistente administrativa , MG)

"Boa noite, concordo com os colegas. A taxação é absurda, atrapalha muito o comércio internacional do país. A família Bolsonaro se comporta de forma tão infantil, não se importam com o Brasil e muito menos com os brasileiros, só querem tentar mostrar o tempo todo que o Lula é ruim, tá errado, etc. Não gosto do Lula, mas essa família aí não pensa em outra coisa. E o Trump é uma piada, um velho louco que não sei como foi parar na presidência. Só faz besteira" (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)

"Tenho a opinião que essa taxação de 50% é absurda e completamente descabido. É uma ação puramente política e que não tem nenhuma relação com a balança comercial entre Estados Unidos e Brasil. É uma clara reação política de Trump baseada em seu claro apoio ideológico e político ao Bolsonaro e à família Bolsonaro. Também é uma clara reação de Trump ao possível distanciamento econômico dos BRICS dos Estados Unidos e da aproximação e apoio de Lula à ideia de comércio entre os países dos BRICS sem usar o Dólar como moeda." (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)

"Boa noite, é um absurdo atrás do outro.Nenhum presidente de um país deve se meter no governo de outro país. Esse presidente dos Estados Unidos é um doido,e essa raça do Bolsonaro e os bolsonaristas são mais doidos ainda. Não sei da onde esse povo tira a ideia que devemos baixar a cabeça pra esse presidente Donald Trump. Vamos vê no que vai dá essa taxação absurda."" (G4, 49 anos, artesã , CE)

"A família do Inelegível é o que há de pior na política brasileira: lambe-botas dos Estados Unidos, sem inteligência, sem capacidade analítica, sem um projeto de Governo e ainda atrapalha nos bastidores, graças a força que o Bolsanarismo tomou nos últimos anos. Sobre a taxação, tenho certeza que é algo que não irá para a frente, pois ao mesmo tempo que prejudica o Brasil, também prejudica bastante os Estados Unidos, que depende do nosso aço e do nosso minério para diversas atividades econômicas deles. O que o Bolsonarismo não percebe é que foi um tiro no pé, pois quem mais sai prejudicado é justamente o agro, formado em sua maioria pela extrema direita, então haverá um movimento para que essa taxação caia e o Lula saía ainda mais fortalecido dessa briga."" (G5, 33 anos, tradutor, SP)

"Bom dia ! A família do Bolsonaro é completamente criminosa agindo contra o próprio país por causa de interesses pessoais, em relação a taxação eu acredito que vai acontecer um acordo em breve porque ambas as partes vão sair prejudicadas eu acho que os Estados Unidos querem dar um susto e colocar uma pressão e nós devemos resistir porque o Brasil e um país soberano, não podemos aceitar o comando e a intromissão do presidente de outro país." (G5, 28 anos, auxiliar administrativo , AM)

Considerações finais

A primeira questão da semana demonstrou que há um certo consenso de que a desigualdade entre ricos e pobres continua sendo um problema estrutural no Brasil, com impactos perceptíveis em diversas áreas como renda, educação, saúde e justiça. No entanto, as interpretações sobre as causas desse problema e, principalmente, sobre o discurso político em torno da taxação dos mais ricos revelaram posições bastante distintas. Os grupos 1 e 2, compostos majoritariamente por bolsonaristas, demonstraram forte rejeição ao discurso do governo, especialmente quando associado ao PT. Para esses participantes, a retórica da justiça social seria usada de forma oportunista, com fins eleitorais e de manipulação ideológica. Eles expressaram ceticismo quanto à efetividade de reformas tributárias e viam o apelo à taxação como parte de uma estratégia de divisão de classes e encobrimento de problemas como corrupção. Em contraste, o grupo 5 (lulistas) apoiou abertamente o discurso do governo, considerando legítima e necessária a proposta de taxar os mais ricos como forma de enfrentar injustiças históricas e promover inclusão social. Os participantes desse grupo demonstraram alinhamento político com o governo atual e valorizaram seu protagonismo na pauta da desigualdade. Já os grupos 3 e 4 (eleitores flutuantes e lulodescontentes) adotaram uma posição intermediária: reconheceram a importância da justiça tributária, mas sem adesão clara a discursos partidários. Suas falas foram mais técnicas e pragmáticas, com preocupação em equilibrar a tributação sobre grandes fortunas e a proteção à classe média. Em suma, a análise revela que, embora o diagnóstico da desigualdade seja consensual, as reações ao discurso da taxação variam conforme o alinhamento político dos grupos.

Outro alinhamento ocorreu na questão sobre o novo método contraceptivo ofertado pelo governo para adolescentes e jovens. As análises dos cinco grupos revelaram um apoio majoritário à medida do governo de oferecer o Implanon pelo SUS, especialmente por seu potencial de reduzir a gravidez precoce em adolescentes em situação de vulnerabilidade. A percepção de que o Estado deve ampliar o acesso a métodos contraceptivos foi recorrente, com muitos enxergando essa política como uma forma de proteção social e de ampliação de direitos reprodutivos. Por outro lado, algumas divergências marcaram os debates. Os bolsonaristas moderados adotaram posturas mais conservadoras, expressando receio de que a medida incentivasse o início precoce da vida sexual, refletindo valores conservadores e defesa da educação familiar como estratégia preventiva. E os convictos, mesmo apoiando majoritariamente a medida, acusaram o governo de adotar tal ação para futuro uso político da medida, mirando no voto dos jovens.

Por fim, na última questão da semana, os grupos apresentaram percepções bastante distintas sobre o episódio da taxação. Enquanto os bolsonaristas convictos concentraram suas críticas no governo Lula e no STF, atribuindo-lhes total responsabilidade pela crise e enxergando a família Bolsonaro como defensora do país, os moderados adotaram um tom mais moderado, reconhecendo o impacto das declarações de Lula, mas relativizando o papel dos Bolsonaro. Em conformidade, ambos os grupos não criticaram Trump e sua decisão. Os demais grupos manifestaram desaprovações contundentes tanto a Donald Trump quanto à família Bolsonaro, rejeitando a postura de ambos no episódio. Os participantes condenaram a decisão de Trump, vista como intromissão indevida e ação política irresponsável, ao mesmo tempo em que acusaram os Bolsonaro de agirem em benefício próprio e contra os interesses nacionais. A taxação foi amplamente interpretada como um movimento político prejudicial, que penaliza a população e agrava as tensões entre países.

O tempo e a forma de reação dos grupos também foram diferentes, evidenciando uma capacidade de mobilização mais intensa entre os convictos, que, uma hora após o envio da pergunta, já haviam respondido massivamente à questão, com textos longos e detalhados, além de enviarem 6 vídeos com diferentes representantes (Nikolas Ferreira, Thiago Gagliasso e outros) tratando do tema. Os demais grupos mantiveram seu ritmo normal, com respostas mais curtas e sem referências externas. O grupo de lulistas sequer chegou a mencionar a entrevista dada por Lula ao Jornal Nacional na noite de quinta.

Distribuição da Participação

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Monitor da Extrema Direita

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.