Relatório 22

De 08/09 a 14/09

Temas:

  • Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 08 a 14/09 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) impressões sobre o Desfile da Independência, em Brasília; ii) as decisões do ministro Dias Toffoli sobre a operação Lava Jato; iii) as ações do governo federal no auxílio às vítimas do RS;
Ao todo, foram analisadas 114 interações, que totalizaram 4.626 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Desfile da Independência Todos os participantes comentaram sobre a baixa participação popular no evento, comparando com a audiência do ano anterior. Alguns avaliaram os atos do exército como protocolares, enquanto outros como um desrespeito à pátria e aos "cidadãos de bem". O grupo lamentou o evento vazio, rememorando a robustez e alegria de eventos anteriores. Alguns afirmaram que a falta de público seria um sinal de reprovação da atual gestão. Quantos aos militares, o ato foi avaliado como um protocolo comum.
Operação Lava Jato O grupo repudiou as decisões tomadas, retomando as acusações a Lula e criticando ferrenhamente o sistema judiciário, vendo-o como corrompido, sem validar a legitimidade do processo de anulação dos depoimentos. O grupo reprovou as decisões tomadas, lamentando o ocorrido e avaliando como fruto de ações politicamente interessadas, sem a devida isenção jurídica e como um desacato à constituição. Muitos participantes mostraram-se revoltados com a anulação total das acusações contra Lula.
Auxílio ao Rio Grande do Sul A maioria dos participantes reprovou as ações do governo, avaliando o valor destinado às vítimas como irrisório e relembrando ações passadas de Bolsonaro. Alguns validaram as medidas, elogiando como acertadas e prudentes. O grupo majoritariamente reprovou as ações governamentais, classificando-as como insuficientes e criticando Lula e Janja por terem ido viajar, pelos gastos com viagens que poderiam ter sido revertidos em doações e também pela "dancinha" da primeira-dama na Índia.
Pergunta 62
Ontem ocorreram as comemorações da independência, com o tradicional desfile do 7 de Setembro, em Brasília. Vocês acompanharam? O que viram sobre o evento? Essa foto de militares prestando continência à Lula circulou em muitos meios de comunicação, o que vocês acham dessa imagem?
Impressões sobre o desfile

Os participantes não acompanham as comemorações da independência, mas estavam informados sobre a cerimônia.

Unanimamente, nos dois grupos, eles avaliaram a festividade como vazia, sem graça e realizaram comparações com a "linda e disputada festa" do ano passado, no governo Bolsonaro.

Para alguns, a falta de público foi vista como sinônimo de reprovação da atual gestão (bolsonaristas moderados), enquanto para outros como indícios de fraudes nas urnas, já que os eleitores de Lula não compareceram (bolsonaristas convictos).

"Eu não acompanhei pessoalmente porque viajei no feriado, mas eu ouvi muitas pessoas comentando que foi um total fiasco. Alguns canais de comunicação até tentaram mostrar pessoas nas imagens fechadas, mas nas imagens aberta a gente observa o vazio de pessoas. O que é certo, é que o Lula conseguiu só reunir os eleitores dele nesse 7 de setembro. E a gente vê bem claramente o desanimo das pessoas também." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Mas, o pouco que vi, vi que foi um evento frio, com pouca participação popular. Como dizem hoje, foi um evento flopado!!!" (G1, 39 anos, contadora, BA)

"Foi o desfile de 7 de Setembro foi o mais frio de todos os tempos, ah que saudades do desfile do ano passado com o nosso amado Presidente Bolsonaro." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Achei um fiasco , cadê os 60 milhões que votaram nele !? Mais uma prova que as urnas foram roubadas, isso não foi um desfile de 7 de setembro , comparação ao último ano de Bolsonaro , que foi de se emocionar. Lindo , inesquecível." (G1, 44 anos, desempregada , PR)

"Nunca vi um desfile mais vazio do que esse. Até nos outros mandatos do atual presidente nunca foi tão vazio. As poucas pessoas que lá estavam eram partidários políticos do presidente." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Acompanhei sim. Acho que tem muita diferença do dia 07 de setembro de 2022. Acho que muita gente tá caindo em si e tá vendo o que realmente está acontecendo no Brasil e como a atual gestão é péssima. Não acho normal essa diferença de 1 ano pra o outro." (G2, 44 anos, autônomo , AL)

Papel do exército

As saudações dos militares ao presidente foram avaliadas majoritariamente como atos protocolares, independentes de quem seja o Chefe de Estado.

Uma minoria entre os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) argumentou baseada em teorias de que os militares que prestaram continência à Lula eram falsos ou estrangeiros e criticaram o exército por sua leniência perante o atual governo, baseados ainda no sonho de que o militarismo poderia ter interferido na democracia do país.

"Os militares estão certos, fazendo o trabalho deles, querendo ou não a pessoa do outro lado é presidente" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

"o que o exército fez é uma obrigação para com o presidente da República,independente do seu lado politico" (G2, 58 anos, administrador, MA)

"Não acompanhei o desfile, quanto os militares prestarem continência ao presidente é normal. Ele agora é a autoridade máxima do nosso país" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"Mas, qto à foto em questão, eu acho que foi um ato protocolar... Era necessário que ele solicitasse ao atual Presidente a permissão para a abertura do desfile e assim ele fez!" (G1, 39 anos, contadora, BA)

"Não achei nada demais sobre o militar batendo continência ao Presidente Lula! Na minha opinião os militares bateriam continência a quaisquer outro presidente que estivesse no poder!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Chega ser repudiante esta continência a onde um militar bate continência para um ex presidiário 🤦🏻‍♂️ sem contar que estava apenas Lula e seus comparsas!!" (G1, 41 anos, promotor de vendas , RS)

"Essa foto é um tapa na cara dos patriotas, um militar fazendo reverência a um ex condenado! Isso pegou muito mal para as forças armadas do Brasil, eles não tem amor a pátria, são como melancias, verdes por fora e vermelhos por dentro, em outras palavras, são comunistas disfarçados de militares que estão aí para proteger a população ao invés disso, entregou de bandeja para serem presos por amor a bandeira! Acho tudo isso lamentável, cada dia só piora!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Sobre essa foto, tem que ver que realmente é um militar porque está circulando vídeos que quando eles passavam nem olhavam na cara dele , e tem um vídeo circulando de uns militares que não parace brasileiros, porque falam umas coisas que ninguém entende nada " (G1, 44 anos, desempregada , PR)

"Eu também ouvi dizer isso que são militares de outro país" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu vi esse momento uma vergonha para as forças armadas lamentável parte continência para um ladrão são todos farinha do mesmo saco farinha podre." (G1, 48 anos, do lar, SP)

"É muito complicada a situação de um país quando o povo perde a confiança em suas forças armadas. Um dia já foram admiradas. Hoje não mais. Olha eu não sei vocês, mas essa cena de pedir permissão para o bandido dói muito, cadê o amor à pátria? Que vergonha. Só sinto vergonha." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

Pergunta 63
Na semana passada, o ministro Dias Toffoli, do STF, anulou todas as provas obtidas por meio do acordo com a construtora Odebrecht. Esses elementos serviram de base para diversas acusações e processos na operação Lava Jato. O magistrado declarou que essas provas são imprestáveis e que as mensagens trocadas entre autoridades e integrantes da Lava Jato, como o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro foram ilegais e possibilitam concluir que a prisão do presidente Lula foi, além de “um dos maiores erros judiciários da história do país”, uma “armação”. Como vocês avaliam esses desdobramentos da Operação Lava Jato?
Aparelhamento da Justiça

Os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) mostraram-se revoltados com a anulação das condenações, reforçando os discursos de aparelhamento entre Estado e Justiça, e que Lula estaria sendo inocentado por Dias Toffoli ser parcial em suas decisões.

Muitos compararam os casos de Lula e Bolsonaro, para validar a hipótese de perseguição e injustiça ao ex-presidente, enquanto "o verdadeiro criminoso" estava sendo inocentado.

Afirmações de corrupção durante o governo do PT foram constantemente realizadas.

A credibilidade do então juiz Sergio Moro foi retomada.

"Acho indiscutível falar qualquer coisa que seja a favor desses pilantras, wsse país não tem mais jeito, governado e regido por bandidos, canalhas e hipócritas. Sem dúvida alguma é um absurdo, mas já era esperado." (G1, 51 anos, pensionista, GO)

"É vergonhoso querer inocentar um culpado, mas já era esperado de uma corja na direção do Brasil. É triste ver inocentes como o Presidente Bolsonaro ser injustiçado, difamado por não se render ao sistema podre. E ver um bandido, ladrão solto e pior na presidência do Brasil. Que Deus nos abençoe." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Deprimente! Um governo com inversão de valores. Vergonhoso. É daqui pra pior" (G1, 34 anos, artesã , SC)

"O que estamos vendo não me surpreende, pq claramente, desde que começou, só tem um único objetivo: inocentar o bandido e criminalizar o Presidente, que sempre o perseguido por essa esquerda Comunista!" (G1, 39 anos, contadora, BA)

"Eu avalio que não existe mais justiça no Brasil, estamos vivendo a ditadura do judiciário corrompido, apodrecido, esquerdista, aparelhado pelo PT, que nunca foi um partido, mas uma facção criminosa. Não temos a quem recorrer, porque a última instância se vendeu por dinheiro ou por chantagens, e não temos saída! Isso que estão fazendo anular os depoimentos e documentos obtidos pela operação lava jato nada mais é do que reescrever a história do ex condenado e colocar ele na história como um santo, a esquerda é assim, mente e manipula a história da humanidade para colocar bandidos como ídolos." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Não há duvidas que teve sim corrupção no governo do PT. Nenhuma dúvida há de que o Senador Sérgio Moro, agiu dentro da lei, fazendo a mais límpida justiça, enquanto juiz. O resto é apenas inversão de valores, hoje no Brasil. Enquanto prevalecer a corrupção, não haverá espaço para a justiça. Que Deus tenha misericórdia da nossa nação." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

Retomada de evidências

Os participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) viram na devolução de valores, realizada pela construtora Odebrecht, uma prova indiscutível da culpa e envolvimento da mesma nos esquemas de corrupção, questionando assim as decisões de Dias Toffoli e avaliando-as como inconstitucionais.

A indicação de inocência de Lula foi bastante debatida e recriminada.

"uma vergonha pois o semi-deus do supremo esta legislando em causa propria e em favor do presidente, o cara esta rasgando a constituição e criando as proprias leis, o que certamente acontecera daqui pra frente é prisão de dallagnol e sergio moro" (G2, 38 anos, corretor de imoveis, SC)

"Falta agora devolver os BILHOES que a lava jato recuperou da Odebrecht pois se não há ""crime"" tem de devolver o dinheiro recuperado ilegalmente. Um absurdo esse STF,da nojo..." (G2, 58 anos, administrador, MA)

"Dá p acreditar nisso ? Com provas irrefutáveis, acordos, devolução de milhões (Quem em São consciência devolve milhões sem ter culpa no cartório). Sinceramente vivemos um período tenebroso em nosso país." (G2, 57 anos, analista de TI, MA)

"Infelizmente está se tornando comum inocentar bandidos no país. Mesmo com todas as provas e mesmo o bandido confessando o crime e devolvendo uma parte dos roubos no final ele é inocentado e provavelmente será devolvido o fruto dos seus roubos a ele. Lamentável" (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"É decepcionante, pois cada vez mais se torne comum absolver criminosos no país, mesmo quando há evidências claras e confissões por parte deles." (G2, 42 anos, administradora, GO)

"Um absurdo tudo isso. Tudo a favor desse presidente de merda. Então ele é um inocente o coitado. Roubou na cara dura. E agr tá aí rindo da cara do povo só gastando e o povo sofrendo. Por mim soltava uma bomba no meio lá desse bando de ladrões que não tá nem aí pra o povo." (G2, 44 anos, autônomo , AL)

Pergunta 64
Na semana passada um ciclone extratropical atingiu o Rio Grande do Sul, causando danos severos à região. Foram 46 mortes, 46 desaparecidos e 340 mil pessoas afetadas, de acordo com balanço da Defesa Civil divulgado na noite de segunda-feira (11). Na última quinta feira, o governo federal decretou estado de calamidade pública na região, o que permitiu que ações emergenciais fossem tomadas para assistência à população, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura e moradias atingidas. Vocês acompanharam esses fatos? Como vocês avaliam as ações do governo federal no auxílio às vítimas desse desastre natural?
Aprovam as medidas adotadas

Poucos participantes, com ênfase para os do grupo 01 (bolsonaristas convictos), aprovaram as medidas e ações adotadas pelo governo federal, vendo-as como acertadas e prospectando que mais ações seriam tomadas, para auxílio da população sul-rio-grandense.

Apenas um participante defendeu a ida de Lula para Índia, avaliando a necessidade do mesmo estar no evento e ponderando que ele havia deixado instruções direcionadas e o vice-presidente em seu lugar, para tomada de decisões emergenciais.

"Sim, eu acompanho e as atitudes do governo estão sendo positivas, poderiam ajudar com cestas básicas e de higiene também, essa ajuda só estou vendo por parte de ongs" (G1, 48 anos, do lar, SP)

"O governo está regindo super certo no dever deles de proteção às pessoas e poder arrumar um novo lugar pra moradia das pessoas que ficaram sem nada....." (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)

"Acompanhei as notícias pela TV e sites de notícias. O governo federal está correto em decretar estado de calamidade pública na região, será de ótima ajuda para todos os envolvidos desta situação então vejo 1 ponto positivo ao governo federal!"" (G1, 41 anos, promotor de vendas , RS)

"Em relação ao governo, finalmente achei algo positivo, pois embora ele mantenha o turismo internacional em dia, pelo menos ele deixou o vice com um plano de ajuda já pronto e liberado para a população de la! Então, eu achei que, embora o valor seja mto pequeno, dada as circunstâncias, as ações foram necessárias e positivas!" (G1, 39 anos, contadora, BA)

"Estou acompanhando as notícias e segundo o portal gov.br no dia 10/09/2023 foram disponibilizados 239 milhões para ajuda humanitária em ações socioassistenciais para o Rio grande do Sul entre antecipação de *BPC,* pagamento unificado do bolsa família, cestas básicas e apoio financeiro aos agricultores familiares, não acho que o presidente ficou indiferente ao Rio grande do Sul. Quanto a viagem ao G20, isso era necessário até porque o Brasil iria assumir a presidência simbólica do G20 como de fato assumiu, mas antes de ir tomou algumas providências pra auxiliar o estado como ligar pro governador e mandar seus ministros pra irem lá. *Quanto aos valores de ajuda ao meu ver é pouco, mas acredito que terão novas medidas pra ajudar o estado do Rio grande do Sul*" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"O governo anunciou planos e metas para ajudar a região a se recuperar, mas sabemos que o valor anunciado não é suficiente. Mas foi importante que as ações do governo sejam rápidas, funcionem bem e se concentrem em ajudar as pessoas que foram afetadas. O objetivo é reduzir o sofrimento das pessoas e ajudar as áreas atingidas a se recuperarem." (G2, 42 anos, administradora, GO)

Reprovam as medidas

Os discursos de reprovação das medidas de auxílio foram mais intensos e se concentraram em algumas narrativas.

A mais recorrente foi em relação a Lula ter viajado para o exterior, com críticas também a Janja, por sua "alegria e dancinhas" em um momento de crise.

O valor destinado às vítimas foi questionado, avaliado como insuficiente. Comparações com a atuação anterior de Bolsonaro em caso semelhante na Bahia, ou com supostos valores doados para a Argentina foram feitas

Notícias falsas também foram ecoadas, como a informação de que suprimentos estariam guardados à espera do retorno de Lula, para que ele se beneficiasse politicamente da entrega.

"Quanto ao governo federal, achei que fez pouco caso de uma situação tão grave, porque: Não foi até lá apoiar os brasileiros que foram atingidos, viajou para a Índia, essa mulher dele fez uma dancinha ridícula, não tem respeito pelo sofrimento alheio. Voltando da Índia foram até Brasília e de lá foi visitar Cuba, porque ele só se importa com as ditaduras vizinhas. Disponibilizou uma esmola de 800,00 reais pago de duas vezes para as pessoas que estão nas áreas atingidas, é um sem noção de solidariedade e piedade pelos irmãos que estão flagelados pela catástrofe, enfim um descaso total, fala tanto de amor e não prática o amor, só vejo ódio pelos brasileiros, parece que quer se vingar de todos. Tá difícil achar algo positivo!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"O governo não fez mais que a obrigação em decretar estado de calamidade. Se vier ajuda do governo tbm não é mais q obrigação. Afinal são todos pagadores de impostos. Espero que a ajuda venha." (G1, 34 anos, artesã , SC)

"E o presidente diz que vai dá R$800 reais pra quem perdeu tudo e ainda por cima do próprio FGTS, ou seja, deu nada. Bolsonaro quando era presidente enviou para Bahia 5 vezes mais, além das verbas aos prefeitos ele deu também 3 mil reais por família fora vale geladeira e fogão." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Cadê o senhor presidente? Em meio a tudo isso está na Índia. Ou seja, a agenda de Lula é mais importante que o povo brasileiro. Ele preferiu deixar o seu vice presidente para resolver algo que é tão delicado. Sobre o valor de auxilio, para a Argentina, foram 600 milhões de dólares, para os brasileiros que perderam tudo, 800 mirreis. Essa esmola é um tapa na cara do povo!" (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Acho que o governo está pouco se importando com o que aconteceu, vi uma funcionária publica que disse que o governo não queria autorizar as doações enquanto Lula não liberasse, eu achei um absurdo ele querer se promover em cima da desgraça das pessoas afetadas." (G1, 40 anos, pedagoga, RS)

"Quanto as ações do governo são ridículas. Criticaram tanto o ex presidente quando mandou só 700 milhões pra Bahia no desastre que ocorreu lá. Agora o governo atual não manda nem 100." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Da forma como ele agiu, deixando o país p viajar com sua esposa para o exterior, fazer dancinha lá, ainda q como representante do país foi no mínimo insensato e insensível a um grande problema em solo nacional, pois tratou-se de calamidade pública." (G2, 57 anos, analista de TI, MA)

"Nosso presidente Lula viaja pra fugir da responsabilidade,manda 700 milhões para ajudar os municípios, que é um valor vergonhoso, sendo que eles gastam 5 milhões em desfiles e mais de 2 milhões em viagens." (G2, 39 anos, administradora, BA)

Considerações finais

O tema do desfile da Independência, serviu para os participantes mais uma vez demonstrarem rejeição ao Governo Lula, agora tomando a baixa audiência do evento como sinal de seu fracasso. A maioria dos participantes demonstrou, no entanto, reconhecer a legitimidade de Lula enquanto presidente de seguir os protocolos referentes a atos cívicos e solenidades do país. Os bolsonaristas convictos mostraram-se novamente contaminados por versões paralelas dos fatos, dessa vez com a (des)informação de que os militares no desfile eram falsos, atores contratados para figurar na cerimônia. Por outro lado, alguns participantes convictos mostraram irritação em relação à instituição das Forças Armadas por acatarem princípios democráticos.

A pauta da corrupção ainda une os bolsonaristas, com discursos convergentes acerca da culpa de Lula, do roubo de milhões durante seu governo e da reprovação da anulação das provas produzidas pela Operação Lavo Jato. As diferenças ocorrem nas justificativas, enquanto os convictos acreditam no aparelhamento das instituições por parte da esquerda, os moderados criticam a anulação de provas com base em evidências de culpa geradas pela própria Odebrecht.

A atuação do Governo Federal no socorro às vítimas do Rio Grande do Sul foi desqualificada devido à viagem de Lula, com notas de reprovação cada vez mais estridentes direcionadas à primeira dama. O presidente foi acusado de gastar milhões em viagens, sem produzir efeitos positivos palpáveis no âmbito das relações internacionais.

Distribuição da Participação
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Monitor da Extrema Direita

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As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.