O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.
Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.
Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.
É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.
O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.
Entre os dias 9/9 a 15/9, cinco grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 50 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 - Lulistas - votaram em Lula no segundo turno e aprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) baixa adesão à manifestação convocada por Bolsonaro em SP; ii) decisões de Marina Silva no combate às queimadas; iii) prisão de Deolane e responsabilidade de influencers na divulgação de jogos online.
Ao todo, foram analisadas 170 interações, que totalizaram 7.743 palavras.
Bolsonaristas Convictos | Bolsonaristas Moderados | Eleitores Flutuantes | Lulodescontentes | Lulistas | Evangélicos | |
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Queda do número de apoiadores em manifestação de Bolsonaro | Unanimemente o grupo demonstrou desconfiança dos números divulgados pela mídia e comparou o evento com o desfile oficial em Brasília. | A maioria do grupo avaliou a queda do número de participantes como efeito do feriado e da falta de divulgação do evento. | Alguns acreditavam que a população estava cansada de manifestações e outros apostaram na perda de credibilidade de Bolsonaro. | As respostas mais recorrentes foram sobre a percepção da população estar cansada de extremismos ou pelo tema do protesto ser desinteressante. | O grupo avaliou negativamente Bolsonaro após seu governo e via migração de apoiadores para novas figuras da direita conservadora. | Não houve respostas balizadas pela religião evangélica. |
Ações de combate às queimadas | O grupo avaliou a ministra como mentirosa, ineficaz e omissa, com críticas intensas à falta de ações concretas e rápidas diante das queimadas. | Os participantes apontaram a existência de uma incoerência entre o discurso da ministra e a ausência de medidas práticas para enfrentar a crise. | A fala da ministra foi vista como inadequada, por questionar a capacidade dos bombeiros e por ser apenas constatações, sem oferecer soluções. | Marina Silva foi considerada omissa e pouco proativa. Para os participantes, ela estaria deixando de liderar ações necessárias no combate às queimadas. | A maioria defendeu a postura da ministra como coerente e embasada. Alguns criticaram sua falta de protagonismo, sobretudo na tomada de decisões mais rápidas. | Os participantes responderam à questão de acordo com seus grupos de participação. |
Prisão de Deolane | Para os participantes, os influenciadores deveriam ser responsabilizados pela divulgação de jogos de azar, devido ao impacto negativo causado por eles e a possível conexão com crimes. | O grupo concordou com a responsabilização dos influenciadores, mas sugeriu que a maior culpa deveria recair sobre os donos das empresas de jogos. | Os participantes posicionaram-se a favor da punição de influenciadores, sugerindo a aplicação de multas e indenizações. | O grupo foi favorável à responsabilização dos influenciadores, destacando o caráter manipulado das apostas e a má fé por trás das divulgações. | O grupo defendeu a responsabilização dos influenciadores e dos criadores dos esquemas de jogos de azar, com ênfase no impacto social negativo causado. | Todos os participantes condenaram os jogos de azar e defenderam a punição dos envolvidos. |
Os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) negaram os dados apresentados e questionaram a validade dos mesmos, apresentando vídeos do Youtube como contra-argumento. Várias pessoas acreditavam que a contagem de participantes havia sido subestimada, afirmando que a manifestação tinha muito mais pessoas do que as 45,4 mil mencionadas. Esse sentimento de desconfiança se estendeu à mídia em geral, com alguns participantes expressando a ideia de que os dados foram manipulados ou distorcidos.
Alguns também compararam o evento com o desfile oficial em Brasília, para evidenciar que havia maior adesão a Bolsonaro do que a Lula.
"E 45,4 mil pessoas é pouco ? e o que dizer do desfile em Brasília... fica o vídeo ai para comparações... 😉" (G1, 54 anos, músico, RS)
"Eu assisti a manifestação na Av Paulista e não tinha apenas 45 mil, tinha muito mais. Vazio estava o desfile em Brasília que foi um fiasco." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"No dia 7 de setembro, Avenida Paulista contou com a participação expressiva de mais de 100.000 pessoas. Mesmo sendo menos do que em eventos anteriores, o número ainda foi significativo. Em contraste, o desfile oficial com a presença de Lula teve um público visivelmente menor, com poucas pessoas presentes. Fica evidente o entusiasmo de um lado e a falta de adesão de outro.”" (G1, 45 anos, padeiro , PB)
"Eu acompanhei e vi a Paulista lotada, creio que tinha muito mais pessoas que o noticiado pela mídia. O capitão continua com o apoio expressivo da população,." (G1, 50 anos, engenheiro, SP)
"Eu acompanho todas as notícias sobre política através de grupos no whatsapp e Telegram, tbm sigo políticos e pessoas de direita. As informações são de que passaram pela Avenida no 7 de setembro por volta de 1 milhão de pessoas e não acho esse número pouco. Enquanto em Brasília, ficou completamente vazia. Então acho que algo está errado na contagem repassada pela mídia. O que vi foi um gasto absurdo em Brasília, para estar completamente vazia." (G1, 46 anos, cuidadora infantil, PR)
Os participantes dos grupos 2, 3, 4 e 5 (bolsonaristas moderados, eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) deram diversas respostas como justificativa para a queda de manifestantes.
Houve um consenso mais amplo no grupo 2 (bolsonaristas moderados) de que a menor adesão ao evento se deveu, em parte, ao contexto do feriado e à falta de divulgação adequada.
Nos grupos 3 (eleitores flutuantes) e 4 (lulodescontentes) muitos dos participantes acreditavam que o público estava se distanciando, tanto por uma percepção de falta de resultados concretos provenientes desses atos quanto pela saturação com as mesmas pautas repetitivas.
No grupo 5 (lulistas) alguns participantes também falaram da falta de recursos, por parte de Bolsonaro, para patrocinar a participação dos manifestantes.
"Acho que foi o local e a data,por ser uma data comemorativa milhares de pessoas viajam com as famílias e por isso não poderiam estar presente." (G2, 54 anos, aposentado, PB)
"Eu não sabia e nem vi nada a respeito mais acredito que as pessoas estão cansadas também e acabam percebendo que não dá em nada também." (G3, 40 anos, auxiliar de classe , SP)
"A queda de número de participantes se deve, acredito, pela diminuição dos apoiadores a alas políticas mais radicais por verem que o radicalismo político não é caminho seguro de mobilização política." (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)
"Não vi nada sobre, mas acho que as pessoas tão deixando de apoiar essas manifestações pois não resolve muita coisa." (G4, 27 anos, autônoma, PA)
"Acredito que não tenha mais o cartão corporativo para bancar as manifestações como se tinha antes." (G5, 49 anos, bancário , CE)
"Acredito que muitos apoiadores ficaram insatisfeitos com o governo de Bolsonaro. Sem contar que, agora ele não tem mais o capital que tinha antes para custear esses gastos." (G5, 26 anos, fisioterapeuta , PE)
Outro ponto levantado no debate, por participantes não bolsonaristas, mas com mais ênfase no grupo 5 (lulistas) foi a questão da credibilidade de Jair Bolsonaro. Alguns participantes indicaram que o ex-presidente pode ter perdido apoio por causa de suas declarações e ações ao longo dos anos, o que teria afastado parte de sua base, fruto de um desgaste acumulado.
Outro ponto levantado foi a migração de apoiadores para novas figuras políticas que compartilham valores conservadores, como Pablo Marçal, citado em algumas respostas. A percepção foi de que o movimento de direita permanece relevante, mas não mais centrado exclusivamente em Bolsonaro.
"Eu acredito que exista muitas fake News envolvidas nesse assunto infelizmente ele perdeu muito a credibilidade ao longo do tempo e eu acho que realmente o evento foi bem menor, acho que ele perdeu bastante credibilidade com as falas e algumas atitudes que ele veio tomando ao longo desses anos." (G2, 24 anos, técnica em enfermagem , RJ)
"Eu acredito que ele esteja perdendo credibilidade, pois fala muito dos outros, mas muita gente já viu os podres dele também. Ele fez muita besteira e as coisas estão aparecendo, então acho que perdeu apoiadores. E tem também muita gente que não tem paciência pra essa briga política o tempo todo, as pessoas tem mais coisa pra fazer na vida, outras preocupações" (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)
"Acho que ele está tentando causar, e muita gente não gosta disso. A credibilidade dele está baixa e acredito que depois daquela invasão no Planalto ele perdeu a confiança de muitas pessoas." (G3, 45 anos, turismóloga , RJ)
"Acredito que tenha caído de conceito , após os acontecimentos com ele e os filhos. Além disso ele tá perdendo espaço pra outros representantes desses ideais" (G4, 25 anos, babá, RS)
"Penso que o Bolsonarismo ainda é muito forte e presente em várias regiões do Brasil, mas o Bolsonaro perdeu força, seja por causa da sua inegibilidade, seja porque não consegue mais captar o poder dos seus eleitores, algo que é ótimo para o Brasil. Assim, eu acredito que ainda exista uma força no movimento, mas não mais centrado nele, basta ver o quão forte está o Pablo Marcal na disputa eleitoral em São Paulo!" (G5, 33 anos, tradutor, SP)
" Sua popularidade vem diminuindo cada dia mais e como no cenário político vem surgindo mais pessoas com um perfil de extrema direita que agrada a muitos como o já citado Pablo Marçal, esses apoiadores do Bolsonaro que em 2018 buscavam uma terceira via vem demostrando uma migração para outros políticos "conservadores" que mantenham um discurso alinhado com seus valores." (G5, 46 anos, vendedora, AL)
"Acredito que o ex-presidente ainda tem uma legião de adeptos que vestem a camisa verde e amarela, Porém acho que caiu muito após a derrota dele. Acho qeuos eleitoriado mais sensatos perdeu um pouco a fé. após mandato dele, ele tinhá tudo pRa fazer uma belíssima campanha com a covidmans na minha humilde.opiniao vacilou"" (G5, 38 anos, chefe de RH, BA)
A maioria dos participantes reprovou a atuação de Marina Silva à frente do ministério do meio ambiente, acusando-a de ser omissa durante o episódio das queimadas e de ser retórica, sem de fato concretizar suas falas e discursos. Em todos os grupos, houve menções à falta de ação ou proatividade por parte de Marina Silva, que apesar de reconhecer a gravidade do problema, não implementava medidas coordenadas e eficazes para combatê-lo. Para muitos, havia uma incoerência entre o discurso e a prática, sugerindo que a ministra e o governo federal como um todo estavam mais preocupados com a repercussão midiática do que com soluções concretas para o combate aos incêndios.
Os grupos 1 e 2 (bolsonaristas convictos e bolsonaristas moderados) adotaram tons mais ríspidos contra Marina, relembrando suas críticas ao governo Bolsonaro.
"Está ministra é a mesma que nos 14 anos dos governos Lula e dilma ficava inventando desculpas para o desmatamento que acontecia na sua gestão... assim como faz agora. Mas passou os últimos 4 anos dando entrevista criticando o ministro e governo anterior por causas que agora ela não consegue resolver. é uma Hipócrita que só esta na política para se beneficiar" (G1, 54 anos, músico, RS)
"Essa ministra ,só está La para ter plaquinha de ministra ,antes era o Bolsonaro acabando com a amazônia ,e todos criticaram, e hoje é só a picanha do lula que está assando aff" (G1, 37 anos, professora de educação infantil , SP)
"Marina Silva mostra o que já se esperava, muita retórica, lacração. A pouco mais de dois anos apareceu condenando o governo anterior por toda queimada na Amazônia e Serrado, e hoje tem uma imensa dificuldade manter o IBAMA funcionando. Hoje os focos de incêndio são 10 vezes maiores que no governo Bolsonaro e as ações são lentas, e insuficientes, percebemos que só os governos dos estados tem se movimentado e a inercia do governo federal faz com que a devastação só aumente." (G2, 43 anos, administradora, GO)
"Acho que o governo federal fala uma coisa que estão preocupados e tudo mais mas o que transparece é que não estão fazendo muita coisa pra tentar mudar essas situação." (G2, 26 anos, autônomo, DF)
"Ao meu ver falou e falou e no final não disse nada e nem fez nada. Deixou a entender que existe um problema ou mal preparo em questão de treinamento do órgão competente no caso os bombeiros. Mas não deu nenhuma alternativa para o problema." (G3, 29 anos, vendedora , GO)
"A Ministra Marina Silva foi bem infeliz na sua fala, porque os bombeiros tem competência e preparado para combater os incêndios, o que falta é investimentos e um quadro maior de funcionários para trabalhar. Era melhor ter ficado calada e agir com ações eficazes, que precisamos urgente." (G3, 45 anos, professora , MT)
"Achei que ela esta tentando se esquivar do problema e da solução da qual foi imposta a ela, não entendo qual motivo pois as queimas estão prejudicando a todos, porém, não achei ela nada coerente e nitidamente está fugindo deste assunto." (G4, 30 anos, gestão em TI, SP)
"Pelo que estou conseguindo acompanhar, vejo pouco sendo feito para o tanto que ela está falando e o que prometeu. Vejo essa questão como urgência nacional e pouco se fazendo efetivamente." (G4, 37 anos, analista de RH, ES)
"Eu acredito que nesse cenário onde está vendo queimadas e toda essa questão com o meio ambiente eu não vejo ela parecendo muito nem se posicionando porque ela tomou essa postura em comentar o que o ministro pediu depois que ele já havia tomado uma providência porque ela deveria primeiramente pedir pela força nacional por mais bombeiros pedir incentivo para poder salvar a floresta a flora e a fauna coisa que ela não está fazendo ela está apagada nesse cenário onde precisam tanto de uma representante do meio ambiente que no caso seria ela" (G5, 28 anos, auxiliar administrativa, RS)
"acho bem ok, não acho que seja o momento de ficar falando tanto sobre o que um ou outro disse, causando intrigas e etc. é o momento de agir, a quantidade de matas queimadas, animais mortos, cidades cobertas de fumaça é absurda. e realmente, combater o fogo quer muita competência. Mas ela só tá falando né" (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)
Alguns participantes do grupo 5 (lulistas) expressaram apoio à postura da ministra Marina Silva no que se refere à sua fala sobre as queimadas. Eles ressaltaram que sua experiência no campo ambiental e seu comprometimento com a causa a tornam uma figura respeitável, capaz de entender a complexidade do problema. Houve uma percepção de que a fala da ministra foi apropriada, considerando a gravidade da situação, e que sua ênfase na competência técnica era uma chamada válida para garantir uma ação eficaz no combate aos incêndios. Para esses participantes, o foco deveria estar em unir esforços e agir, em vez de gerar polêmicas sobre declarações isoladas.
"A postura da ministra Marina Silva sempre foi de muito comprometimento no que diz respeito ao Meio Ambiente. Temos que entender que o desafio em colocar fim as queimadas que estão tomando conta do nosso país está ligado a causas muito complexas, além das fortes influências das mudanças climáticas sabemos dos incêndios criminosos ligados a questões políticas. Tanto Marina Silva quanto Flávio Divo estão tendo posturas condizentes com o que seus cargos que ocupam." (G5, 46 anos, vendedora, AL)
"Acho que ela, mais do que ninguém, entende e muitoooooo do que está falando, por ter crescido em meio aos seringueiros, por ter sido ministra do meio ambiente anteriormente e principalmente por ter saído do Governo anterior por não concordar como as medidas de proteção estavam sendo realizadas. Assim, ratifico todas as suas ações e acho importante todos os posicionamentos dela desde do começo dessa crise, inclusive, afirmando sem medo de que se tratavam(e tratam) de incêndios criminosos e encomendados por gente bem poderosa!" (G5, 33 anos, tradutor, SP)
"Nunca entendi o motivo das pessoas nunca terem dado espaço a Marina Silva. Ela é pé no chão, articulada e inteligente. A fala dela foi defendendo algo que ela tem domínio então não se tem muito que argumentar." (G5, 26 anos, fisioterapeuta , PE)
"Eu acho que a fala dela está mais que certa. A maioria das queimadas são pessoas que colocam fogos proporcional mesmo pra prejudicar as pessoas e os animais. Ela sempre se posiciona de maneira positiva" (G5, 28 anos, autônoma, MT)
"Eu acho que ela esta correta, é preciso conhecimento no assunto para buscar a melhor maneira de contornar essa situação." (G5, 27 anos, enfermeira, PE)
Os participantes dos cinco grupos expressaram uma forte concordância sobre a necessidade de responsabilizar os influenciadores digitais pela divulgação de jogos de azar e apostas online. A maioria dos comentários destacou que os influenciadores, ao promoverem esses jogos, estão cientes das consequências e das perdas financeiras que muitas pessoas enfrentam, o que, para os respondentes, justifica uma punição. Além disso, alguns comentários ressaltaram que esses influenciadores usavam métodos manipulativos, como contas programadas para simular ganhos falsos, para atrair mais jogadores, tornando a prática ainda mais condenável.
A discussão também levantou a questão de que a regulação das apostas poderia resolver o problema de maneira mais ampla, combatendo o crime organizado e lavagem de dinheiro, ao invés de focar exclusivamente na punição dos envolvidos pela divulgação.
"O nome já diz : INFLUENCIADOR. Se a pessoa faz propaganda de um produto e ganha para isso, ela com certeza tem que ser responsabilizada por ter influenciado pessoas a adquirir o produto que ela fez propaganda ...principalmente quando ela ganha em cima das vendas deste produto.. que éo caso das casas de apostas e cassinos."" (G1, 54 anos, músico, RS)
"Sim, todos sabem que casa de aposta são ilegais e pouquíssimas estão perto de funcionar dentro da legalidade, eles entraram sabendo que essas casas não tem sede no Brazil e estão em paraíso fiscal, eles só anunciaram sabendo que não ia dar em nada pra eles, até que uma hora a casa caiu, eles são a porta de entrada pra ilegalidade, é como você comprar um celular que foi roubado, você não participa ativamente do crime mas colabora pra que ele aconteça e cresça." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)
"Creio que sim, pois os mesmos ganham muito dinheiro com isso, as vezes prometendo algo que geralmente não virá a se cumprir, utilizando a sua influência de uma forma pra enganar seus seguidores." (G2, 26 anos, autônomo, DF)
"Com certeza, todos que se beneficiaram e se beneficiam dos jogos de azar tem que ser responsabilizados, a Deolane foi o “boi de piranha”, mas tem mtos outros influenciadores que devem ser responsabilizados tbm" (G3, 50 anos, pedagoga, RJ)
"Tem que ser responsabilizados e até pagar multas caríssimas. Pois toda bobagem que eles fazem ou dizem as pessoas bobas compraram, dão dinheiro e apoiam." (G3, 37 anos, assistente administrativa , MG)
"Acredito que todos aqueles que estão fora da lei,devem ser investigados,pois sempre os mais bem sucedidos saem em pune dos crimes que cometem. Espero que não só a Deolane seja punida,mas todos os envolvidos. Hoje em dia tudo é esses joguinhos do tigrinho e de futebol e com isso muitos perdem grandes quantias. Está sendo um absurdo tudo isso." (G4, 49 anos, artesã , CE)
"Acho que sim, afinal eles são pagos para fazer essas publi, postando ganhos absurdos que são em contas "programadas" ou até mesmo contas demo, as pessoas acabam acreditando e perdendo dinheiro." (G4, 25 anos, babá, RS)
"sim, esse dinheiro não é adquirido de forma totalmente ilegal, mas tem o intuito de prejudicar outras pessoas para bem próprio, causando vícios e outros problemas sérios. devem ser responsabilizados ainda mais os que estao usando a facilidade do meio para cometer crimes, assim como a deolane." (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)
"Sim, eles devem ser responsabilizados. Enquanto não houver uma legalização e uma legislação tornando essa prática legal, muitas dessas bets serão usadas para lavar dinheiro. E se é crime, quem faz parte do esquema deve ser responsabilizado." (G5, 49 anos, bancário , CE)
Os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) fizeram associações entre Deolane Bezerra e o presidente Lula, insinuando que a proximidade poderia gerar interferência em seu processo, com proteção e benefícios no processo.
"No caso da Deolane Bezerra, está envolvida até os fios do cabelo com tudo isso e com o PCC tbm. Ela sendo "amiguinha" do Lula, sabemos pq o papai Lula queria tanto regularizar jogos de azar. Esses tipos de jogos são "culpados" pela destruição de famílias, destruição de vidas." (G1, 46 anos, cuidadora infantil, PR)
"Antigamente haviam varias propagandas de cigarro na televisão. Quem divulga deve ser investigado para descobrir os verdadeiros responsáveis. Nessa cadeia alimentar, quem ta divulgando é peixe pequeno. São os primeiros a cair. Mas essa deolane não ta envolvida apenas com a divulgação. Mulher suja, amiga do descondenado" (G1, 35 anos, artesã , SC)
"E também essa senhora faz lavagem de dinheiro para tráfico de drogas, foi o que eu li, e pelos vídeos de entrevistas dela, age como se fosse acima do bem e do mau, acha que nada vai acontecer com ela porque é amiga do descondenado." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Quanto a Deolane, essa está além dos joguinho de azar, tem lavagem de dinheiro, envolvimento com PCC, e vai saber se não tem tráfico de drogas no meio disso tudo. Dessa vez nem o Lula conseguiu ajudar ela" (G1, 64 anos, empresário, PR)
A sugestão de perda de força política de Bolsonaro movimentou o grupo dos seus apoiadores mais ferrenhos, os bolsonaristas convictos, que prontamente questionaram os dados apresentados, recorreram às suas fontes de validação e traçaram comparativos com Lula, para respaldar suas convicções de força e superioridade do ex-presidente. Já os demais participantes, incluindo os bolsonaristas moderados, vislumbram, mesmo em graus diversos, que Bolsonaro pode estar perdendo seu capital político e deixando de ser o representante mais significativo da direita.
A atuação de Marina Silva, majoritariamente avaliada como retórica, foi alvo de muitas críticas, isolando dessa vez, a outra ponta dos grupos, os lulistas. A maioria dos grupos expressou descontentamento com a inação percebida da ministra, como se ela deixasse uma lacuna de liderança. Somente os apoiadores do governo conseguiram perceber que a ministra possui competência para gerir o ministério e que não caberia somente a ela todas as decisões, trazendo à tona a questão da complexidade das queimadas e os desafios sistêmicos que dificultam ações imediatas.
Já a questão sobre os jogos de azar demonstrou convergência entre as opiniões. Em geral, os participantes expressaram indignação com a exploração das massas por essas figuras públicas e anseios para que tais jogos fossem monitorados com maior rigidez. A ideia de que a regulamentação dos jogos de azar no Brasil poderia mitigar o problema foi debatida como solução, demonstrando inclinação a práticas legalizadas e certa confiança nas instituições de regulamentação. É bastante surpreendente o fato de termos uma opinião pública tão avessa a essas práticas ao passo que os poderes da República, executivo, legislativo e mesmo o judiciário, tenham permitido que prosperassem e encontram enorme dificuldade para regulá-las.
Símbolos religiosos em órgãos públicos; PEC para fim da escala de trabalho 6x1; Atentado em Brasília.
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Pablo Marçal; Folha contra Moraes; Suspensão das Emendas
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Temático Segurança: Porte de Armas; Pena de Morte; Redução da Maioridade Penal
Desistência de Joe Biden; Declarações de Maduro; Declarações de Tebet
Atentado contra Trump; Cotas na Política; Fala de Lula
Espectro ideológico; Avaliação do Governo Lula; Isenção de Multa para Irmãos Batista
Saúde de Pessoas Trans; Lula e o Câmbio; Indiciamento de Bolsonaro
Aumento para os Procuradores de SP; Descriminalização da Maconha no país; Golpe na Bolívia
Lula no G7; Críticas de Lula ao BC; PL dos Jogos de Azar
Eleições nos EUA; Arthur Lira e o Conselho de Ética; PL 1904
Parada LGBT+; Terceirização da Escola Pública ; Escolas Cívico-Militares
Acusações contra Zambelli; PEC das Praias; Veto à criminalização das Fake News
Benefício Emergencial no RS; Absolvição de Moro; Imposto sobre Importações
Fake news da tragédia; Fala de Eduardo Leite; Fuga de condenados bolsonaristas
SEMANA PETROBRÁS - Privatização, Desenvolvimento e Meio Ambiente
Saídas Temporárias, Condenações de 8/1, Atuação de Presidentes em Calamidades Públicas
Manifestação pró-Bolsonaro em Copa, Novos programas para pequenos empresários e empreendedores; Elon Musk e Alexandre de Moraes
Caso Marielle; Comissão de mortos e desaparecidos; Percepções sobre a ditadura
Taxação dos super ricos; Fraude na carteira de vacinção; Áudios de Cid
Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura
#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres
Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos
Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro
#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró
#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula
Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM
Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa
Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal
Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos
#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana
Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF
#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis
Militares na Política, Privatizações, Dama do Tráfico no Planalto
#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM
Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro
Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro
GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança
Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio
Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar
Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno
Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo
Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS
O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF
Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas
Relatório #19 MED
ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS
Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula
Bolsa família, Laicidade do Estado e MST
Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma
Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula
Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista
Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro
Julgamento, Cid e políticas sociais
Valores: Marcha, Parada e Aborto
Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro
Meio Ambiente
Monitor da Extrema Direita
Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an
As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.
O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.
O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.
Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.
O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.
Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.
O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.
Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.
Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.
Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.