Relatório 46

De 25 a 31/03

Temas:

  • Caso Marielle
  • Comissão de mortos e desaparecidos
  • Percepções sobre a ditadura
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 25 a 31/03 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, com 18 participantes, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) prisão dos suspeitos de mandarem matar Marielle Franco ; ii) reinstalação da comissão de mortos e desaparecidos políticos ; iii) percepções sobre a ditadura enquanto regime de governo.
Ao todo, foram analisadas 102 interações, que totalizaram 1.489 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Resolução do caso Marielle Franco Majoritariamente os participantes foram favoráveis aos resultados da investigação, aprovando a resolução do caso e indiciamento dos mandantes. Os vínculos com Bolsonaro foram avaliados como inexpressivos. O grupo demonstrou satisfação com a resolução do caso e expectativas para que os acusados fossem devidamente punidos. Bolsonaro foi avaliado como alvo de mais uma perseguição, ao ser supostamente associado ao crime.
Comissão de mortos e desaparecidos políticos Majoritariamente o grupo mostrou-se favorável à reinstalação da comissão, para que as famílias de pessoas desaparecidas recebessem respostas sobre seus entes. As respostas foram dadas em tom solidário. Majoritariamente o grupo foi contra a retomada das investigações. Para eles, o governo deveria gastar energia e verbas resolvendo as demandas atuais, como o problema da segurança pública e da economia.
Ditadura como regime de governo Unanimemente os participantes do grupo afirmaram serem contrários à ditadura enquanto regime político. Alguns defenderam a democracia por seus princípios de liberdade e garantia de direitos, outros fizeram comparações com o contexto de violência da época ditatorial no país. Todos os respondentes expressaram uma clara rejeição à ditadura como forma de governo. Eles citaram exemplos históricos de países que vivenciaram ditaduras e destacaram os efeitos negativos sobre a população, incluindo a falta de liberdade de expressão, a opressão e a violência.
Pergunta 27
Como mostra a foto, os irmãos Domingos Inácio Brazão e João Francisco Inácio Brazão, presos neste domingo, 24, como suspeitos de serem mandantes dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, fizeram campanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022. Quando era presidente Bolsonaro deu passaporte diplomático para membros da família de Domingos Brazão. Vocês souberam da prisão dos irmãos Brazão e de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do RJ, suspeito de planejar o atentado e atrapalhar as investigações? O que acham disso tudo?
Resolução do Caso

Unanimemente os participantes dos dois grupos aprovaram a resolução do caso, com a descoberta dos mandantes do assassinato e a revelação dos motivos do crime. Para eles, o esclarecimento do caso Marielle Franco foi um trabalho exemplar da polícia.

" Acredito que os culpados na morte dessa moça e do motorista tem que pagar pelo crime. É um alívio pra família e a polícia fez um bom trabalho." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"Sabemos que haviam muito mais pessoas envolvidas nesse caso nesse caso, Domingos foi apontado como mandante e outros suspeitos de esconder a arma ou qualquer investigação. Mas nada foi provado até então, esperamos que a prisão seja a casa constante pq bandidos tem que estar na cadeia que as provas da investigação senão suficiente pra mantê-los lá, afinal causou a morte de uma pessoa e que pelo jeito fazia a diferença e atrapalhava eles , por isso tiraram ela do caminho" (G1, 48 anos, modelista, SC)

"Acho que quando a justiça quer realmente consegue. Como dizem: " a justiça é cega, mas aos olhos de Deus, cedo ou tarde ela chega " (G2, 44 anos, radialista, DF)

"Eu acompanhei bastante durante o domingo e com uma certa satisfação com o desfecho definitivo do caso, que os mandantes sejam devidamente punidos." (G2, 27 anos, analista de sistemas , PA)

Pedidos de Desculpas

Bolsonaro foi majoritariamente avaliado como inocente e alvo de mais uma perseguição. Os participantes argumentaram que na época da foto, não havia qualquer indício de envolvimento dos acusados do crime, logo, o ex-presidente se associou politicamente a eles sem saber que eram os mandantes.

Muitos participantes, inclusive, exigiram uma retratação da mídia e do PT, pelas acusações injustas realizadas, ao identificarem Bolsonaro como potencial mandante do crime.

"Agora por fim, seria bom todos saberem se haverá um pedido de perdão da família da Marielle para Bolsonaro e sua família, como tbm um pedido de perdão de todos aqueles que acusaram a família Bolsonaro, pois acusaram eles sobre o crime e de nada eles tem envolvimento com esse crime." (G1, 46 anos, babá, PR)

"Agora se você conversar e ajudar alguém hoje e amanhã essa pessoa virar um assassino você e aliado dele ou dela vocês são bandidos,gente ninguém vem escrito na testa sou mal caráter sou bandido essa perseguição ao ex presidente já está ridícula e sobre o caso da moça em questão deve sim ser em investigado e prender os verdadeiros culpados mas sem ficar querendo mancha a reputação das pessoas sem ter uma prova concreta que ela e culpada(o) não e porque ele e um ex presidente que todos que passaram na vida dele ele deve ser vinculado com suas ações gente" (G1, 24 anos, do lar, GO)

"Estou acompanhando eles tem que ficar presos mesmo tem que pagar pelo que fizeram ,mais tentar colocar o bolsonaro nessa historia acho que não tem nada a ver acho que ele nem sabia disso na epoca se deu passaporet diplomatico para ele s naquela epoca é porque ele não sabia das falcatruas desses caras porque o presidente bolsonaro é uma pessoa honesta e senpre agiu nas 4 linhas" (G1, 63 anos, autônomo, DF)

"Nitidamente continuam tentando imputar algum crime ao Bolsonaro, é uma perseguição implacável é idiota por parte da esquerda, mais uma vez cai ser provado de que ele não tem nada haver com esse crime." (G2, 62 anos, corretor de imóveis, MA)

"Soube sim pela tv. Se realmente foram eles os mandantes, entao 3 coisas ha de se fazer: a) Que seja provado eles foram os mandantes, que tenham o julgamento conforme a Lei; b) Que haja um pedido formal da PeTralhada ( sei que nao vao ter a humildade de fazer) de desculpas ao Bolsonaro, por passarem esse tempo o acusando; c) Ja que toda a PF foi disponibilizada para " elucidar" o caso Marielle que agora eles elucidem quem mandou Adelio matar Bolsonaro. Finalmente Marielle agora vai ter paz no seu descanso e nos tb, brasileiros teremos a nossa paz de nao mais ouvir esse assunto." (G2, 51 anos, eletrotécnico, RN)

"Nitidamente continuam tentando imputar algum crime ao Bolsonaro, e uma perseguição implacável é idiota por parte da esquerda, mais uma vez vai ser provado de que ele não tem nada haver com esse crime." (G2, 62 anos, corretor de imóveis, MA)

Pergunta 28
O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao governo federal a reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) no prazo máximo de 60 dias. A solicitação foi enviada diretamente ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A comissão foi criada em 1995 e extinta no final de 2022, no fim do governo de Jair Bolsonaro (PL), e trata de desaparecimentos e mortes de pessoas por suas atividades políticas no período da Ditadura Militar. O governo é acusado de colocar em banho-maria a recriação da comissão. O que vocês acham desse assunto? A Comissão deveria ser reinstalada?
Favoráveis à reabertura das investigações

O grupo 01 (bolsonaristas convictos) mostrou-se favorável à retomada das investigações, avaliando que as famílias das pessoas desaparecidas mereciam receber respostas sobre seus familiares.

Alguns participantes questionaram a demora para a reabertura, afirmando que Lula e a esquerda estariam com medo, pois seus crimes do passado poderiam vir a ser desvendados. Outros tinham expectativas que mais informações sobre o comunismo surgissem. Aparentemente essa parcela de participantes não entendeu quem realmente seria investigado e quais crimes foram cometidos.

"concordo! Reinstalar essa comissão é crucial para lembrar, esclarecer e buscar justiça pelos desaparecimentos e mortes durante a Ditadura Militar no Brasil, para que a família das vítimas possa saber a verdade." (G1, 20 anos, auxiliar administrativo , MS)

"Concordo...E triste para um familiar não saber o que aconteceu com seu ente querido. A morte seja para qual lado for não é a solução se por ser de determinado viés político e alguém desejar que seja morto está falhando como ser humano. Espero que restabeleça as ações e de fato localizem as pessoas e as histórias por trás desse período triste na história do Brasil." (G1, 38 anos, administradora, RJ)

“Dessa comissão, deveria ser investigada mesmo, era as vítimas dos grupos comunistas que não época Dilma, Lula, José Dirceu, entre vários que hj tocam o terror no País, grupos estes que sequestravam, torturavam e assassinavam pessoas civis. Se houve comunistas mortos, só sinto que Dilma, José Dirceu e Lula sobreviveram, pq seria um livramento para o País hj em dia. Se na época o Exército tivesse tido atitudes severas, hj metade dos problemas não existiriam. Das vítimas sinto dó, mas dos comunistas não sinto. Esse assunto se estende a anos e ninguém conclui, embora digam que a investigação foi concluída. O governo atual teria muita coisa a explicar se forem a fundo." (G1, 46 anos, babá, PR)

"Acho que deve ser investigado, em respeito a vitimas, civis inocentes, famílias esperando um respaldo ainda. Que vão a fundo, mas acredito que vai sair bastante coisas do comunismo. Por isso Lula tá com medo. Será que vão mostrar tudo, tudo mesmo?" (G1, 58 anos, empresária , PR)

"claro que o governo não quer que seja instalada porque ele vai ter que explicar muitas coisas. Certeza tem pessoas grandes envolvidas" (G1, 63 anos, autônomo, DF)

Contrários à reabertura das investigações

Majoritariamente o grupo 02 (bolsonaristas moderados) foi contra a retomada das investigações. As argumentações foram bastante similares. Eles consideraram que, pelo tempo passado e dificuldades enfrentadas em outros momentos, os gastos não justificariam tal iniciativa. Para eles, o governo deveria focalizar energia e verbas na solução de problemas atuais, como o problema da segurança pública, de pessoas recentemente desaparecidas e da economia em si.

Entre os que foram favoráveis a reinstalação da comissão, os argumentos foram feitos em tons solidários às famílias das vítimas ainda desaparecidas.

"Acho que não, não se resolvem nem os crimes que estão acontecendo hoje ,imagine os dos tempos da ditadura. É perda de tempo,temos que evitar os que estão acontecendo hoje em todo o Brasil." (G2, 54 anos, funcionário publico, PB)

"Se preocupam em criar tanta coisa, mas não fazem o básico. Porque não aproveitam e resolvem também os problemas atuais que envolvem a violência? Não dão conta nem de reduzir o alto indice de homicídios e querem resolver o passado. É nítido que é só mais uma forma de ludibriar a população brasileira com esse papinho." (G2, 35 anos, estudante de pós-graduação , SE)

"Primeiro é colocar o Brasil no ranking de diminuição da violência. Isso é extremamente necessário no momento. Em todos esses anos não houve uma evolução significativa nessa comissão. No momento não é necessário a reinstalação da comissão." (G2, 47 anos, professora, AL)

“A minha resposta é não, já tiveram tempo suficiente pra solucionar esses crimes não se não resolveram acho que só é uma desculpa para casto de verbas públicas." (G2, 30 anos, dona de casa, PA)

"É mais uma comissao pra gastar dinheiro publico enrolar durante anos e nao resolver nada. Ficaram de 1995 a 2022 sem darem solução nao vai ser agora que vao dar." (G2, 54 anos, músico, RS)

"Olha pelo tempos acho meio difícil descobrir algo, os crimes de gente morte que tem no Brasil já não resolve imagina agora querer resolver o que já aconteceu no passado." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)

"Acredito que é fácil falar que isso é um assunto do passado mas muitas pessoas ainda esperam resposta. Ter um ente querido sumido sem uma satisfação deve doer. O governo deveria sim retomar a Comissão Especial porque é um sinal de respeito com os cidadãos.

Concordo que o país tem outras prioridades mas tem tanto político desocupado para assumir essa função. A Ditadura fez parte da história e ainda há muito o que ser esclarecido." (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

Pergunta 29

Vocês acham que a ditadura pode substituir a democracia em algum caso?

Cite exemplos.

Em nenhuma hipótese

Em ambos os grupos, os participantes rejeitaram a instauração de um regime ditatorial. Sob nenhuma hipótese a ditadura foi avaliada como melhor do que a democracia. Exemplos de uso de violência foram os mais citados como justificativa, seguidos por casos de censura á liberdade de expressão e garantia de direitos.

"Não, a ditadura não deve substituir a democracia em nenhum caso. A democracia é essencial para garantir os direitos individuais, a liberdade de expressão e a participação política de todos os cidadãos. Exemplos históricos como a Ditadura Militar no Brasil mostram os abusos e violações de direitos que ocorrem sob regimes autoritários." (G1, 20 anos, auxiliar administrativo , MS)

"Acredito que a democracia é melhor que a ditadura. E não deve haver essa substituição. Pq em uma democracia temos liberdade de expressão." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"Não a Ditadura é fria, injusta desigualdade, é proibição de direitos etc ... Jamais deve substituir a democracia. Apesar de tanta coisas erradas no Brasil ainda somos e lutamos pra manter a Democracia, somos Brasileiros não desistimos nunca. Democracia pra todos ,com Direitos, liberdade e igualdade." (G1, 48 anos, modelista, SC)

"Claro que não. Temos muitos exemplos em todo o mundo que não é nada bom para a população.correia do norte , china etc" (G2, 47 anos, professora, AL)

"Não, eu não concordo pois um País Ditador não dá direito a liberdade de expressão, Países que são ditadores eles oprimem as pessoas de seu País sem direito a nada um exemplo a Coreia do Norte, e entre outros eles não dão direito de escolha para as pessoas se expressarem, qualquer descumprimento de regra pode levar até a morte." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)

"Dúvido, a população não iria deixar retrocesso acontecer,estamos atentos aos passos dos nossos governantes,hoje temos mídia sociais, internet acesso que onde agente pode acompanhar mas de perto nosso governantes." (G2, 33 anos, desempregado , MA)

"Nunca, ditadura é imposta na força e prejudicando a muitos inocente, enquanto não democracia temos direito de opinar e liberdade." (G2, 54 anos, funcionário publico, PB)

Democracia em risco

Muitos participantes, de ambos os grupos, afirmaram que o Brasil experienciava um estado semi-ditatorial, acusando o STF e Alexandre de Moraes de ferirem o Estado de Direito e o respeito às instituições jurídicas, particularmente por suas decisões “monocráticas”. Essa ameaça contaria com a colaboração da esquerda, com o fito de perseguir seus opositores.

Lula também foi citado como um presidente, comunista e ditador, que agiria, em alguns momentos, impondo suas visões de mundo aos demais cidadãos.

Eles apontam para outros supostos sinais de deterioração democrática, centre eles a corrupção e restrições à liberdade de expressão.

"eu acho que a ditadura não deveria subistituir a demogracia mais tem um porem nos estamos vivendo uma ditadura do supremo tribunal federal e do stf o alexandre de moraes é um ditador e oque dizer que o nosso presidente apoia varios ditadores como o presidente da venezuela que estende até tapete vermelho sendo que o seu povo esta tudo migrando para outros paises porque não tem comida comem até cachorro se for para continuar com essa ditadura da toca eu prefiro os militares" (G1, 63 anos, autônomo, DF)

"Eu sou totalmente contra a ditadura, mas com o STF que temos e esse desgoverno, estamos vivendo dia após dia uma ditadura, onde todos que são contra, são punidos injustamente. Alexandre de Moraes, vejo como um ditador em nosso País. Espero que a direita consiga restabelecer a ordem em nosso País, pois nosso maior bem é a liberdade." (G1, 46 anos, babá, PR)

"A ditadura não deve substituir a democracia, mas também não quero que meu Brasil seja um país comunista. O STF dita as regras, Alexandre de Moraes manda e desmanda. Isso é uma forma de ditadura. O Brasil está se tornando um país corrupto e não é de hoje, está cada vez pior." (G1, 58 anos, empresária , PR)

"A ditadura jamais deveria substituir a democracia, mas estamos percebendo que está ocorrendo uma verdadeira ditadura no nosso congresso e no STF, nós ainda não temos um presidente declarado ditador, ele está fazendo aos poucos, como em alguns países comunista que conhecemos. Estamos vendo a tragédia que foi implantado nesses países,o sistema é implantado aos poucos, primeiro eles calam os legisladores, depois o povo, daí é um caminho sem volta. Por isso a sociedade, não deve se calar e lutar pela democracia." (G1, 40 anos, auxiliar administrativa, PR)

"Não. Mas estamos caminhando em direção a ditadura. Como exemplo vemos proibições nas redes sociais, a liberdade de expressão está começando a ser censurada. Falar certas palavras em público está ficando complicado, não é só relacionado a política, mas a religião, raça. A Coreia do Norte é um claro exemplo de que se falar o que pensa pode trazer sérias consequências." (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

"Nao acho .. Mas hje nao vivemos numa democracia plena. Vivemos uma democracia relativa onde só um dos lados politicos ( esquerda) tem seus direitos garantidos. Pode roubar , caluniar , mentir e até matar que nada acontece. A policia é tratada como bandidos e os bandidos sao vitimas da sociedade. Uma inversao de valores sem precedencia. Vivemos uma distopia caminhando a passos largos para uma ditadura." (G2, 54 anos, músico, RS)

"Não, a democracia com todos os seus defeitos ainda é o melhor regime de governo, a que está vigente no nosso país não é nenhum dogma, portanto qualquer um pode questioná-la, sugerir mudanças, entre outras coisas que são restritas nos regimes autoritários, por isso eu sou contra a qualquer tipo de ditadura." (G2, 27 anos, analista de sistemas , PA)

"Não. Os exemplos são os países que estão passando pela ditadura agora e os anos que nós passamos por ela também. A democracia é a melhor forma de se gerir um país ou uma nação,mas infelizmente hoje em dia estão querendo nos podar.Sem falar o tanto que a esquerda persegue seus adversários né" (G2, 30 anos, dona de casa, PA)

Considerações finais

Esta semana tivemos mais momentos de convergência entre os grupos. Duas, das três perguntas, foram respondidas de modos semelhantes, a ponto de parecerem ecoar argumentos recebidos por fontes de comunicação bolsoanristas.

A potencial resolução do caso Marielle Francos e Anderson Gomes foi um desses momentos. Os participantes deram respostas padronizadas, no sentido de comemorar o fim do inquérito e a identificação dos culpados. Mas as narrativas mais extensas foram feitas para defender e inocentar Bolsonaro, com afirmações que sua aproximação aos irmãos Brazão foi anterior à revelação do envolvimento de ambos com atividades criminosas.

A reação de ambos os grupos à pergunta sobre o apoio à ditadura confirma o que já havíamos observado em pesquisas feitas em 2021: a imensa maioria dos eleitores de Bolsonaro se negam a declarar apoio explícito ao regime ditatorial. Contudo, ao mesmo tempo, julgam estar o país no caminho de se tornar uma ditadura, interpretando as inúmeras frentes de investigação sobre os diversos crimes cometidos por Bolsonaro como perseguição política a abuso do sistema de direitos, isto é, como evidências da face autoritária do atual governo.

A retomada das investigações sobre os desaparecidos durante o regime militar dividiu as opiniões dos grupos. Entre os bolsonaristas convictos, encontramos participantes empáticos, que avaliaram a necessidade de reabertura das investigações para que as famílias das vítimas pudessem ter respostas sobre seus entes desaparecidos e, em menor escala, para que os envolvidos em crimes fossem julgados e punidos. Também nesse grupo, alguns participantes radicalizados (e desinformados) acreditavam que as investigações serviriam para incriminar os combatentes da ditadura, incluindo Dilma e demais nomes da esquerda. Lula foi acusado de não responder com celeridade ao MP por querer encobrir os crimes cometidos durante o período ditatorial pelo comunismo.

Surpreendentemente, entre os bolsonaristas moderados as opiniões convergiram para a rejeição da proposta de recriar a Comissão, por meio do argumento de que haveria demandas mais urgentes da sociedade brasileira do presente, como a segurança e a economia.

A convergência de posicionamento entre os grupos, observados nas últimas semanas nos leva a experimentar uma renovação dos participantes, a fim de testar a consistência dessa observação.

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Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.