Relatório 30

De 03 a 09/11

Temas:

  • #Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 03 a 09/11 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, com 18 participantes, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) falas de Lula sobre as dificuldades de atingir o déficit zero na economia; ii) denúncias de Mauro Cid sobre o "gabinete do ódio"; iii) percepções sobre o tema da redação do ENEM.
Ao todo, foram analisadas 114 interações, que totalizaram 4.170 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Déficit Zero na Economia Lula foi criticado por sua agenda econômica, com avaliações negativas sobre seus gastos exorbitantes na formação de ministérios, com viagens internacionais e outros exemplos. Ele foi avaliado como incompetente para gerir o país e acusado de estar sendo corrupto. O grupo criticou o governo, por gastar desnecessariamente muito mais do que arrecada. Os gastos com viagens de Lula e Janja foram bastante criticados e a economia, teoricamente controlada, da gestão de Bolsonaro, rememorada.
Gabinete do Ódio Unanimemente o grupo desqualificou as acusações de Mauro Cid, afirmando que eram mentiras e que Bolsonaro seguia sendo perseguido pela esquerda. Muitos participantes sequer sabiam o que significava o termo "gabinete do ódio" e negaram veementemente que o ex-presidente havia disseminado notícias falsas. A maioria do grupo, embora desacreditasse das acusações, preferiu aguardar o desenrolar das investigações, para que provas fossem mostradas e então Bolsonaro fosse condenado. Muitos avaliaram que os políticos em geral trabalhariam com disseminação de desinformação.
Redação do ENEM O grupo ficou dividido, entre os que aprovaram o tema por sua importância social (maioria mulheres) e aqueles que avaliaram como "lacração da esquerda", afirmando que outros temas seriam mais importantes de serem debatidos. A maioria do grupo criticou o tema, por suas pautas avaliadas como não tão importantes e como "mimimi da esquerda". Alguns participantes defenderam a proposta, validando sua necessidade de debate para a tratativa de políticas públicas.
Pergunta 86
O presidente Lula disse semana passada que dificilmente o governo alcançará a meta de déficit zero em suas contas em 2024. Ele disse: "Eu sei da disposição do Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição. Já vou dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero". O presidente destacou que não deseja abrir o ano de 2024 com cortes em investimentos, a exemplo de obras de infraestrutura. Quando vocês escutam falar desse tema do déficit zero na Economia, o que vocês pensam?
Má administração e gastos desnecessários

Em ambos os grupos os supostos gastos desnecessários de Lula, com inúmeras viagens internacionais, a ampliação do números de ministérios, a compra de apoio de parlamentares e até envio de dinheiro para suportar ditaduras vizinhas, foram citados como gastos responsáveis pelo exorbitante aumento das dívidas do país, que não condizem com a arrecadação.

Lula foi criticado por isso, chamado de incompetente e acusado de não saber gerenciar o Brasil.

Muitos participantes fizeram comparações saudosas ao governo de Bolsonaro, no qual supostamente havia superavit na economia.

"Se o nosso atual presidente não parar de esbanjar dinheiro público e usar o dinheiro do nosso país pra financiar países ditadores fica difícil isso acontecer! " (G1, 35 anos, administradora, MT)

"Vi que tbm para chegar ao déficit zero seria necessário 168 bilhões de receitas extras , ou seja quase impossível . Com tantos gastos e luxos lá fora , roupas de grife e etc .. realmente difícil chegar ao déficit zero em 2024 🤦🏾‍♀️"" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Me diga qual a obra que esse governo está realizando ? Empregar seus comparsas, só isso. Aumentou estupidamente a quantidade de Ministerios e suas secretarias, aumentou estupidamente a verba da lei Ruanet, gastanca generalizada com viagens pelo mundo com uma ampla comitiva, gastanca generalizada com verba p esse congresso podre, fim do teto de gastos, só valia p o governo Bolsonaro! " (G1, 57 anos, analista de TI, MA)

"Um desgoverno destes que chegou ao poder com um superávit primário de mais de 50 bilhões e em dez meses de governo já está batendo em um déficit de 140 bilhões deveria estar de volta ao presídio com toda sua equipe… " (G1, 57 anos, representante comercial, RS)

"Ao escutar essa fala do presidente afirmando que deficit zero e impossivel ja vemos o tamanho da incompetecia desse govervo alias isso nao e novidade pra nenhum brasileiro" (G1, 47 anos, administrador, GO)

"Um governo que incha máquina pública com cargos em comissão. Gastos desnecessários e sem controle. Encampar os aliados de forma desordeira. A matemática nunca vai ser exata." (G2, 53 anos, administrador, ES)

"Ele gastou dos cofres públicos 40 milhões em viajens é claro que a conta não vai bater , mas a nós só sobra aplaudir" (G2, 53 anos, fiscal, CE)

"Penso que o único compromisso que o governo tem é em gastar o nosso dinheiro para se sustentar. Vejo aumentos de gastos em prol do poder e aumento da base de governo. Quem trabalha, paga a conta." (G2, 41 anos, empresário, RS)

"Entendo que o governo tem que trabalhar controlando muito bem os gastos, déficit zero com esse governo é bem difícil de conseguir pois gasta mais (com coisas desnecessárias) e arrecada menos." (G2, 34 anos, contadora, RS)

"Difícil em, governo passado teve cortes, quitou grande parte das dívidas inclusive dos governos anteriores, ganhou respeito de vários países novamente inclusive de investimentos ao Brasil pra "narquia" desse governo fazer tudo isso de novo" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

"Sei que no governo passado se baixava e até isentava de alguns impostos e a arrecadação batia um recorde atrás do outro. Já nesse aumentou os impostos, voltou os que estavam a zero imposto criou se muitos outros impostos e a arrecadação está caindo muito." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

Gastos com corrupção

Muitos participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) e alguns do grupo 02 (bolsonaristas moderados) acusaram Lula de estar aumentado os gastos para bancar sua corrupção, roubando dinheiro dos cofres públicos através de obras superfaturadas e emendas.

"O que esperar de um governo que não tem teto de gastos? Abandonou o déficit zero, ele não quer abandonar a robalheira, afinal quanto mais gastamos mais ele poderá roubar." (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Penso que o único compromisso que o governo tem é em gastar o nosso dinheiro para se sustentar, desviando parte para o bolso do Lula e de seus comparsas. Vejo aumentos de gastos em prol do poder e aumento da base de governo. Quem trabalha, paga a conta." (G2, 41 anos, empresário, RS)

"Isso não é novidade os gastos desse presidente só com viagens e o arrombo de 90 e poucos bilhões e aumentando só os impostos gastos desnecessário mais vindo de esquerda já sabia ...e vai piorar, logo vem as descobertas da corrupção, logo alguém descobre pra onde ele tá desviando dinheiro, onde ele tá ganhando sítio e apartamento" (G1, 43 anos, motorista de aplicativo , GO)

"Quando o tema é esse no governo Lula já sabemos que lá vem corrupção kkk esse governo não tem capacidade alguma para governar um país Realmente não tem como Zerar porque os gastos foram maiores e eles não se deram conta!" (G1, 41 anos, promotor de vendas , RS)

"Eu penso que esse desgoverno não enganou ninguém, quem votou nesse infeliz sabia que ele era ignorante e ladrão, não foi por falta de aviso, nunca que esse ladrão daria certo na presidência do Brasil. Esperar agora o que disso tudo, se os políticos do Brasil são corruptos e têm as mãos sujas pela corrupção também. Não dá pra esperar nada de bom vindo desse desgoverno."" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu acho que o Lula está só prometendo muitas coisas pro povo e nada pro país eles querem zera os gatos para fala que nós corremos o ricos de inflação mais ele si tá piorando cada vez não vejo melhoras ele inventa cada vez só pra fazer lavagem de dinheiro e dizê que temos saindo das dívidas que cada vez estamos entrando nelas isso e só pra eles ganha dinheiro em cima de nós todos...."" (G1, 44 anos, técnico de informática, SP)"

Pergunta 87
O ex-braço direito de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, revelou em sua delação o funcionamento do chamado “gabinete do ódio”, composto por um grupo de assessores do ex-presidente, cujo objetivo era proferir ataques contra autoridades, difundir desinformação e criar fake news, para conquistar ganhos políticos ou ideológicos. O que vocês acham dessa denúncia? Vocês acreditam que Bolsonaro e seus assessores agiam dessa forma, criando desinformação para ganhar as eleições em 2018 e posteriormente dar suporte ao seu governo?
Negando as aparências, disfarçando as evidências

Unanimamente os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) negaram a existência de qualquer ação de Bolsonaro nesse sentido, afirmando que a deleção de Mauro Cid era falsa e tudo estava sendo orquestrado pela esquerda para prender Bolsonaro. Novamente as acusações de perseguição ao ex-presidente predominaram nas narrativas.

Muitos participantes sequer sabiam da finalidade do termo "gabinete do ódio", respondendo com falas aleatórias sobre o tema.

"Não acredito que o Mauro Cid tenha falado isso em delação! Bolsonaro ganhou no voto da população que está cansada de ser enganada, a esquerda odeia a verdade, aí milita para espalhar mentiras que eles acreditam que se torna verdade. Mas não acredito mesmo em nada disso, cada dia mais isso fica evidente que eles querem esconder a verdade com as mentiras que eles inventam." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu não acredito, pois a turma do ódio disfarçado de amor é da esquerda, jamais Bolsonaro perderia tempo criando fake news, o que ele mostrava é a verdade, só que a verdade dói." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Eles tentam de tudo pra prejudicar Bolsonaro, e nunca conseguem nada , eles conseguem tudo o que eles querem, me pergunto porque eles não esquecem o presidente Bolsonaro !? Tem medo do que !? Eles tem o poder na mão deles . E ninguém nesse país vai fazer algo contra eles. Infelizmente." (G1, 44 anos, desempregada , PR)

"Essa questão é mais uma narrativa do establishment para desacreditar o governo mais correto e honesto que o Brasil já teve em todo o período democrático. Os ministros do STF colocados lá pelos governos petralhas não tem moral ou legitimidade nenhuma para acusar Bolsonaro ou o seu governo, aliás um governo que fala pelos seus muitos fatos e resultados positivos em todos os setores na sua gestão. E contra fatos não existem argumentos…." (G1, 57 anos, representante comercial, RS)

"Jamais! Isso não existe, na minha opinião estão usando de todas as artimanhas possíveis para criminalizar o antigo presidente visto que não encontram nenhum crime real. Com o atual presidente não precisamos nem procurar artimanhas para criminalizar, pois realmente já é criminoso!" (G1, 35 anos, administradora, MT)

"Eu desprezo esse tipo de denúncia, até quando vamos ver esse tipo de desmando envolvendo o ex presidente? É perseguição a ele. jamais ele postaria notícias falsas, oq ue ele fazia era mostrar a verdade que a mídia esconde. Esses canalhas não se cansam nunca é realmente lamentável." (G1, 51 anos, pensionista, GO)

"São tão engraçados, procuram e nada acham do Bolsonaro, eu estou achando que já virou uma patologia, estão desesperados. Fala sério! Perseguem, perseguem e não acham nada! O mais engraçado ainda é que eles não percebem que com essas acusações inundáveis e essa perseguição política, eles estão a cada dia fortalecendo mais ainda a nossa direita!" (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Minha opinião o Fale hoje chamar o Lula de ladrão,dizer que o maior criador de gado hoje é o Lulinha então montar uma rede pra falar do comunismo hoje recebe o nome de desinformação" (G1, 35 anos, engenheiro TI, SP)

Aguardando o andamento das investigações

A maioria dos participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados), embora não acreditassem nas acusações de Mauro Cid, inicialmente defenderam a inocência de Bolsonaro, mas em seguida disseram preferir aguardar o andamento das investigações, para que, a partir da apresentação de provas, houvesse um julgamento justo e com punições condizentes, caso Bolsonaro estivesse envolvido.

"Acredito que seja verdade, até porque isso declarado publicamente, mas tem que ver o grau de comprometimento dele com isso, tem que investigar" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"Acho que se deve ter cautela mas investigações. O subprocurador da República Carlos Frederico Santos alegou que muitas coisas não batem e devem ser investigado. Se for verdade é lamentável saber disso e deve ser julgado de acordo. Temos que aguardar todas as investigações serem concluídas e tomara que sejam imparciais." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Se realmente foi criado este "gabinete do ódio" acredito que bem investigado e comprovado ele deverá ser punido, porém sempre que surge uma denúncia contra atitudes de Bolsonaro a realidade é outra." (G2, 42 anos, professora, PR)

"Assim como os demais estou aguardando o resultados das investigações, tais divulgações são imparciais e não condizem com a verdade, pois se as fossem Já teriam concluído as mesmas." (G2, 54 anos, nutricionista , AM)

"Algumas pessoas dizem que amigos de Bolsonaro espalharam notícias falsas para ajudá-lo politicamente, mas isso está sendo investigado. Eu particularmente não acredito muito nessas informações, porém é importante que as investigações sejam realizadas para esclarecer a veracidade das acusações." (G2, 42 anos, administradora, GO)

"Tem que ser investigado, não acredito muito, até pq independente se fosse algo óbvio que os de direita falassem era considerado como "fake news"." (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

"Não acredito,vamos aguardar as investigações" (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Eu acho irrelevante. Quando fala-se em ""fake news"", acho que cada um tem seu ponto de vista e isto está sendo julgado. É muita informação ""notícia"" tirada de contexto." (G2, 41 anos, empresário, RS)

Pergunta 88
Nesse domingo (05/11) ocorreu a primeira parte do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). O tema da redação foi: "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. O que vocês acham desse assunto ser escolhido para a prova?
Aprovavam a temática

No grupo 01 (bolsonaristas convictos), mais participantes aprovaram a temática do que no grupo 02 (bolsonaristas moderados).

A maioria das aprovações foi de mulheres, que argumentaram a respeito da necessidade de políticas para o enfrentamento da desigualdade social entre homens e mulheres e do reconhecimento dos trabalhos de cuidado.

O atual governo e Lula foram criticados, com exemplos das demissões das Ministras do Turismo e Esporte e da resistência de Lula a indicar mulheres ao cargo do Supremo.

"Há muitos anos as mulheres são desvalorizadas e as donas de casa são as que mais sofrem. Trabalham o dia inteiro e ainda escutam você não trabalha? Achei ótimo e pertinente" (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Achei muito bom o tema da redação ainda mais nos dias de hoje por mais que a mulher alcançou muita coisa , conseguiu seu espaço ainda muita coisa precisa mudar .. gostei muito do tema. o interessante é observar que o PT validou esse tema, mas o proprio Lula ta destruindo cargos de mulheres, né, tirou as duas lá, não quer indicar uma ministra mulher. Aquela coisa né, falar, até papagaio fala " (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Eu gostei do tema, sim, é um tema importante e desafiador. Mas, essencial quanto a necessidade de movimentos para mudar a postura do Estado. Não fiquei surpresa com assunto abordado desse ano, já que existem a falta de ações por parte do Estado que garanta a efetividade das leis já conquistadas pelas mulheres, principalmente quando estamos falando desse desgoverno." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Esse tema foi importantíssimo no que diz respeito ao trabalho da mulher embora o governo tenha demonstrado desinteresse e mantém contraditório nesse tema, uma vez que no seu governo pessoas já perderam cargo. Nomes como Daniela Carneiro, Ana Moser e outras aí me vem com um tema pra melhorar a sua reputação (governo)" (G1, 47 anos, administrador, GO)

"Achei um tema muito, muito específico, mas para quem soube comentar bem, deve ter falado sobre a negligência dos nossos governantes quanto a falta de reconhecimento e regularização da legislação, causando sobrecarga de horas trabalhadas e remuneração incompatível e a educação deficitária que representa um entrave na compressão da gravidade do problema. É uma negligência governamental sem limites." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Acho muito importante discutir isso para garantir que o trabalho delas seja valorizado e para q todos sejam tratados de forma justa, independente do gênero." (G2, 42 anos, administrador, GO)

"Nesse contexto a invisibilidade ou falta de valorização do trabalho de cuidado é um problema a ser enfrentado porque contribui para o aprofundamento da desigualdade de renda, além de ocasionar estresse, depressão ou ansiedade por causa da dupla jornada que muitas mulheres. Particularmente gostei do tema, fica como aprendizados para os participantes." (G2, 54 anos, nutricionista , AM)

"O tema da redação do Enem, que aborda os desafios relacionados à invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil, é relevante e significativo. Abordar questões de gênero e desigualdade social em uma prova de larga escala como o Enem é importante por várias razões. A desigualdade de gênero e a invisibilidade do trabalho de cuidado são questões relevantes na sociedade brasileira. Esses desafios afetaram a vida de muitas mulheres, influenciando sua participação no mercado de trabalho, acesso à educação e saúde, e qualidade de vida. A prova do Enem pode servir como uma plataforma para gerar discussão e conscientização sobre esses problemas. Em resumo, é uma oportunidade importante para gerar discussão e conscientização sobre questões sociais relevantes, desde que seja feito de maneira equilibrada e imparcial." (G2, 42 anos, professora, PR)

Reprovam a temática

Entre os que rejeitaram a ideia da propostas, muitos a avaliaram como "lacração da esquerda", que teria escolhido o tema para defender suas pautas de ideologia de gênero. Para esses, a proposta teria como intenção aumentar as desavenças entre homens e mulheres. Alguns até argumentaram que esse tipo de luta não é nem de interesse feminino.

Outros avaliaram a temática como insignificante, perante outros problemas mais urgentes que poderiam ter sido debatidos. Para alguns, sequer havia o problema da invisibilidade do trabalho feminino.

Entre os críticos à temática, Lula também foi mencionado, por suas ações de retirada de mulheres de cargos ministeriais.

" Já era de se esperar que com o retorno do PT ao poder voltaríamos a ter pautas lacração como essas latentes no nosso Enem! " (G1, 35 anos, administradora, MT)

"Já se esperava desse desgoverno pautas com essas no Enem! Lamentável acontecer ainda onde a mulher luta pelos seus direitos." (G1, 48 anos, do lar, SP)

"Achei um tema bem fora do que se poderia ser apresentado existe outros temas que poderiam ser apresentado como redação ficou parecendo que não existia um tema para ser aplicado kkkk daí jogaram esse!!"" (G1, 41 anos, promotor de vendas , RS)

"Achei o tema bem hipócrita para a esquerda que gosta de lacrar, já tiraram três mulheres do ministério do ex condenado, esse governo não investe na saúde da mulher, tantas coisas pra beneficiar as mulheres que poderia ser feita e eles querem lacrar com esse título, se eu fosse fazer o Enem ia esculachar esse governo na redação, eles não fizeram nada pelas mulheres até agora."" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Acredito que não seja novidade alguma ,pois esse pessoal da esquerda gostam de serem tutores dos fracos e oprimidos,mais na verdade não fazem nada,o que se vê é o ex-presidiário colocando as mulheres para fora do seu governo. Eles defendem o mimimi, mas só por defender" (G1, 64 anos, nutricionista, AL)

"Me parece que estavam sem ideias. Escrever uma redação sobre esse tema se torna fácil pelos vários caminhos que se pode abordar, e com visões bem diferentes ideologicamente. Na minha opinião, existem muitos outros temas da atualidade que poderiam ser abordados" (G1, 34 anos, artesã , SC)

"Falar que o trabalho da mulher é invisível é ridículo. Querem comparar salários da mulher com o homem que ocupa cargo mais alto que ela e querem empurrar a todo custo que a mulher tem que ter cargos de alto escalão sem sequer saber se ela quer isso mesmo. Talvez uma minoria.Redação pra mais uma vez criar tensão entre as mulheres e homens."" (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Acho que tem assuntos mais relevantes no momento atual que deveriam ser abordados em uma redação de Enem, foi totalmente inesperado acho que deveriam abordar fatos atuais que tiveram maior relevância nesses últimos anos" (G2, 28 anos, autônoma, DF)

"Detestei o tema, achei muito genérico, redação militante, ridícula.A esquerda adora fazer Mimimi, quem é competente é valorizado no trabalho"" (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Achei totalmente irrelevante. P.S Reconheço que as mulheres não têm as mesmas oportunidades de assumir cargos executivos que homens, mas não enfrentam invisibilidade, ao contrário tem mais mercado de trabalho por serem mulheres que homens." (G2, 53 anos, administrador, ES)

Percepções dos Evangélicos

Os participantes evangélicos criticaram incisivamente Lula por sua atuação na área econômica – inclusive com a utilização de impropérios –, mas mantiveram as mesmas narrativas que os demais participantes.

Da mesma forma, na temática do gabinete do ódio, os evangélicos se comportaram mais de acordo com as características dos grupos aos quais pertencem. Os convictos negaram o envolvimento de Bolsonaro e o vitimizaram, enquanto os moderados, embora acreditassem em sua inocência, aguardavam pelo resultado das investigações.

Interessante foram os posicionamentos em relação à temática do ENEM. Houve uma divisão quase igualitária entre críticos a abordagem propostas e defensores. Princípios religiosos não foram utilizados para validar argumentos que justificassem as diferenças entre os sexos.

"Quando ouvi este discurso mentiroso deste sujeito que me nego a chamar de presidente, já sabia que era baboseira para enganar os poucos tolos que ainda acreditam nesta quimera em forma de gente. Espero que o senado se apresse em extirpar esse câncer que está acabando com o Brasil , sob o risco de se não fizer isso ainda esse ano , transformar 2024 no pior ano que o povo brasileiro já enfrentou em termos de crise financeira, desemprego, inflamação, etc…" (G1, 57 anos, representante comercial, RS)

"Penso que um idiota como ele tem sim um déficit de caráter, entrou no governo fazendo tanta besteira com gastos absurdos, sem necessidade alguma e agora vem com essa conversa de cerca Lourenço, pior que ele são os abestados que acreditam."" (G1, 51 anos, pensionista, GO)

"O que esperar de um governo que não tem teto de gastos? Abandonou o déficit zero, ele não quer abandonar a robalheira, afinal quanto mais gastamos mais ele poderá roubar."" (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Eu não acredito, pois a turma do ódio disfarçado de amor é da esquerda, jamais Bolsonaro perderia tempo criando fake news, o que ele mostrava é a verdade, só que a verdade dói." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Eu desprezo esse tipo de denúncia, até quando vamos ver esse tipo de desmando envolvendo o ex presidente? Esses canalhas não se cansam nunca é realmente lamentável." (G1, 51 anos, pensionista, GO)

"Tem que ser investigado, não acredito muito, até pq independente se fosse algo óbvio que os de direita falassem era considerado como "fake news"." (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

"Existem muitas questões mais relevantes que essa a serem tratadas no Brasil. Acredito que essa questão também é importante , mas não deve ser usada por motivos ideológicos “ falsos “ por assim dizer, como a esquerdalha adora fazer no Brasil para poder se apoderar de pautas por interesses puramente politiqueiros." (G1, 57 anos, representante comercial, RS)

"Detestei o tema, achei muito genérico, redação militante, ridícula.A esquerda adora fazer Mimimi, quem é competente é valorizado no trabalho" (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Muito relevante o tema abordado" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"Um tema bastante amplo, difícil de fazer uma redação com esse tema, mas excelente para ser pensado e debatido!" (G2, 35 anos, engenheiro TI, SP)

Considerações finais

Os bolsonaristas não conseguem reconhecer virtudes no atual governo. A economia é um dos pontos mais criticados e a repercussão do aumento do endividamento têm gerado razão para reprovação do atual presidente, sobretudo pela avaliação de que todos os gastos foram desnecessários. O presidente foi muito criticado, com afirmativas de que já haveria corrupção em sua gestão. Suas viagens internacionais não são valorizadas como pauta de relações internacionais, mas sim como gastos extravagantes.

As acusações sobre disseminação de fake news não geraram nenhum tipo de suspeitas em relação a Bolsonaro. Sua imagem segue intocada entre os bolsonaristas convictos, que rejeitam qualquer tipo crítica a sua atuação e sequer reconhecem (conhecem?) a existência do chamado “Gabinete do Ódio”. Os moderados mantiveram a postura adotada em outras questões espinhosas colocadas ao longo do projeto: abordam o tema com cautela e dizem esperar pela apuração de evidências concretas do envolvimento de Bolsonaro com o esquema, que, ao menos, não é desconhecido ou negado por eles. É importante notar que essa constância atitudinal ocorre mesmo após a substituição de participantes feita por nossa equipe, o que indica ser acertada a divisão que adotamos entre convictos e moderados.

Uma inversão interessante ocorreu com a temática do ENEM, com as participantes convictas mais dispostas a elogiarem o tema da redação, defendendo a necessidade do debate e reconhecendo a existência do problema. Alguns homens também partilhavam da opinião. Já o grupo dos moderados mais criticou a escolha, por considerá-la inexistente ou inferior a outras demandas. Em ambos os grupos, as demissões de Ana Moser e Daniela Carneiro foram citadas como exemplos para acusar Lula, o que evidencia que as ações do governo têm sido bastante exploradas por seus opositores, seguindo a chave de tentar mostrar que Lula não cumpre suas promessas.

Distribuição da Participação
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Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos

Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro

#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró

#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula

Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM

Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa

Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal

Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos

#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana

Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF

#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis

Militares na Política, Privatizações, Dama do Tráfico no Planalto

Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro

Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro

GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança

Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio

Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar

Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno

Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo

Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS

O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF

Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas

Relatório #19 MED

ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS

Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula

Bolsa família, Laicidade do Estado e MST

Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma

Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola

Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula

Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista

Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro

Julgamento, Cid e políticas sociais

Valores: Marcha, Parada e Aborto

Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro

Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.