O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.
Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.
Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.
É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.
O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.
Entre os dias 30/06 a 06/07 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) a inelegibilidade de Bolsonaro ; ii) a proposta do governo para o agronegócio (Plano Safra); iii) a percepção sobre a falta de manifestações após a condenação de Bolsonaro.
Ao todo, foram analisadas 139 interações, que totalizaram 4.011 palavras.
Bolsonaristas Convictos | Bolsonaristas Moderados | |
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Inelegibilidade de Bolsonaro | O grupo mostrou-se triste, mas não surpreso. As narrativas de que a corrupção e o comunismo haviam vencido foram recorrentes, bem como a percepção de que o indicado de Bolsonaro virá a ser o grande vitorioso no próximo pleito. | O grupo mostrou-se mais incomodado com o que avaliaram como a vitória da corrupção e o fim da liberdade de expressão. Muitos mostraram-se preocupados com o futuro do país, que estaria à mercê de "leis mal aplicadas". |
Avaliação do Plano Safra 2023/2024 | O grupo avaliou a proposta com desconfiança, reproduzindo os discursos de que se trataria de uma enganação, apenas propaganda, sem sair do papel ou ainda que seria mais uma forma de desviar verbas adotada pelo PT. | O grupo aprovou a proposta para o agronegócio, mas levantou muitas dúvidas acerca dos detalhes da mesma, sobretudo em relação à fonte de financiamento desse investimento, temendo que novos impostos fossem criados. |
Inércia Bolsonarista | O grupo argumentou que os bolsonaristas estavam sim apoiando o presidente, com as doações de PIX e evitando manifestações nas ruas por conta dos prejuízos causados ao ex-presidente com as invasões de 08/01. | A maioria do grupo avaliou que os apoiadores do ex-presidente estavam planejando formas de se manifestar que trouxessem apenas benefícios a Bolsonaro, evitando cometer os mesmos erros de 08/01. |
Os bolsonaristas convictos mostraram-se mais impactados sentimentalmente, recebendo a notícia, mesmo que já esperada, com tristeza e com a certeza reforçada de que Bolsonaro não havia feito nada errado, sem aceitar que o mesmo atentou contra a democracia.
Muitos elogiaram a atuação do ex-presidente durante seu mandato e retomaram os discursos de que ele estaria sendo perseguido pela esquerda, para que não pudesse mais concorrer (com a convicção de sua vitória em um novo embate).
O impedimento de Bolsonaro participar das próximas eleições foi usado como argumento para validar a tese de que a instauração da ditadura no país havia começado, sempre comparando os fatos com suposições de acontecimentos na Venezuela.
"estão fazendo isso, pra torna o Brasil igual d Venezuela q até lá eles comem comida do chão, e tão querendo roubar o dinheiro todo do Brasil" (G1, 16 anos, técnica em computação, SE)
"Eu fiquei muito triste, pois Bolsonaro se mostrou um ótimo presidente, sempre fez o que pode pra deixar o povo satisfeito!
Vai ser difícil ter outro presidente que queira ser honesto e combater a corrupção do Brasil!" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)
"Sentimento de tristeza, revolta por saber que isso ia acontecer, as cartas já estavam marcadas desde o início e medo do que está por vir. Deus abençoe a nossa nação. Nós livre desses esquerdopatas, cruéis, sanguinários que só querem enriquecer as custas do povo!" (G1, 47 anos, secretária, MG)
"Sentimento de vergonha. Vergonha de ser brasileiro e além de tudo sem um menor pudor perceber o nível de ódio e corrupção por parte da maioria destes ministros. A sensação que tenho e que o Pt e sua corja querem ficar no poder para sempre. Não acredito mais em justica humana, apenas divina. Aguardo novos candidatos apoiados por Bolsonaro. Eles não irão vencer" (G1, 25 anos, estudante, ES)
"Vai acontecer igual na Venezuela, vai perseguir todos de direita que apoiaram o presidente Bolsonaro, já pediram a cassação da Tv Jovem Pam, é daí pra virar comunismo, o mal do Bolsonaro foi não ter feito propaganda do que ele fez de bom pro país, a maioria das pessoas que votou nele nem sabe o que ele fez de obras só sabe as mentiras que a mídia contou, lamentável!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Quando recebi a notícia não fiquei surpresa. Fiquei triste pq o homem é bom, o bolsonaro fez o q muitos outros presidentes não conseguiram que foi tornar o povo patriota. Um povo que vai lutar até o fim contra a corrupção. Quem o bolsonaro apoia ficará mais forte no governo. Foi tudo manipulado por vingança. E tem gente com coragem de falar que o amor venceu." (G1, 34 anos, artesã , SC)
Para os bolsonaristas moderados, o luto deu-se pela certeza que o sistema havia falhado, sendo o julgamento prova de que a democracia estaria em risco, devido ao suposto fato de o direito de liberdade de expressão ter sido retirado de Bolsonaro e demais pessoas. Houve manifestação generalizada de desânimo com o Brasil e os rumos da política brasileira.
A narrativa sobre a corrupção também foi muito presente no grupo, em associação direta ao PT.
"A liberdade de expressão foi brutalmente massacrada. Se as urnas fossem seguras mesmo ninguém teria medo de adicionar mais um modo de conferir seus resultados. Isso se chama ditadura só não vê quem não quer." (G2, 43 anos, comerciante, TO)
"Uma verdadeira decepção, corrupção desenfreada, muito triste para o Brasil, podemos perder a esperança de um Brasil melhor. Já cortaram a cabeça da democracia a muito tempo, Infelismente." (G2, 39 anos, administradora, BA)
"Com certeza foi um retrocesso total, sinal que a corrupção do PT anda na frente." (G2, 38 anos, gerente de imobiliária , SP)
"Sentimento é de DECEPÇÃO, A CORRUPÇÃO REINA!" (G2, 24 anos, promotora de eventos , DF)
"Eu acho que o julgamento não foi correto, porém foi de acordo com as leis, acho que infelizmente nesse meio não tem como as coisas serem melhores, infelizmente a democracia e a liberdade de expressão não existe" (G2, 28 anos, autônoma, DF)
"Boa noite, tudo nos conformes, tudo o que eles queriam. Eles estão com a faca e o queijo na mão. Democracia já era. Só eles pode fazer o que quiser e nada acontece." (G2, 44 anos, autônomo , AL)
Mesmo com a clara percepção de que Bolsonaro estaria fora da disputa política, muitos participantes, sobretudo os do grupo 01 (bolsonaristas convictos), já calculavam os potenciais indicados do ex-presidente, avaliando com muita convicção de que seu retorno se daria por meio de seu legado e de seus indicados.
"Não adianta nada deixar o Bolsonaro inelegível, quem ele apoiar vai ser o novo Presidente do Brasil" (G1, 47 anos, secretária, MG)
"Mas se a Michele se candidatar como diz , meu voto já é dela ..Bolsonaro não pode se reeleger mas bandido pode estar no poder" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)
"Sentimento de tristeza e revolta mas estou com Bolsonaro até o fim quem ele indicar irei votar." (G1, 18 anos, aprendiz, SP)
"Isso é um absurdo, todos nós sabemos que é perseguição isso! Mais têm muita gente do teor de Bolsonaro, que segue as mesmas tradições e costumes das famílias tradicionais!!! Bolsonaro, sairá do cenário político mais virá outro pior que ele e nos honrará!!!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)
"Mas, também me sinto contente, porque a verdade é que tornaram o homem mais mito ainda, na próxima eleição quem ele apoiar vai ganhar de goleada, deram um tiro no próprio pé, a direita nunca esteve mais forte." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)
"bolsonaro vai colocar alguém forte e vamos vencer essa corrupção" (G2, 43 anos, motorista de aplicativo , GO)
Entre os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) a narrativa construída foi permeada por acusações e suposições de que o projeto não sairia do papel, sendo apenas propaganda do governo ou então de que seria uma forma criada pelo PT para desviar verbas.
A percepção de que seria uma estratégia da esquerda para conquistar o eleitorado do agro (avaliado como de direita) foi compartilhada por muitos, inclusive com lembranças de falas de Lula avaliando o agronegócio como fascista.
Foi notório que, após o julgamento de Bolsonaro, a rejeição a Lula e ao atual governo voltou a se intensificar entre o s participantes do grupo.
"Achei muito bom, pois vai ajudar bastante os pequenos produtores e grandes agricultores, mas precisamos ver pra crer que realmente vai dar certo, pois deste governo podemos esperar de tudo!" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)
"Difícil acreditar que saia do papel. Ainda mais depois de chamar o agronegócio de fascista. Ta tentando se redimir. Mas não acredito que vá de fato acontecer" (G1, 34 anos, artesã , SC)
"Eu achei uma proposta muita boa porque vão tira mais uma coisa do papel e eles devem estar ganhando algo a mais pra pode tira por fora....." (G1, 44 anos, técnico de informática, SP)
"Não sei dizer se isso será positivo para o agronegócio, esse governo só fala e pouco faz.Não dá pra saber o que vai acontecer nesse desgoverno de cartas marcadas." (G1, 47 anos, microempreendedora , SP)
"Bem interessante. Mas fico preocupada com os grandes valores, será que realmente será destinado ao setor correto? Tenho muitas dúvidas, ainda mais com o histórico do pt" (G1, 25 anos, estudante, ES)
"Eu acho mto bom, inclusive com um desenvolvimento sustentável do agro, todos ganham, inclusive nós, consumidores finais! Agora, eu acho que isso é mais por interesse, já que o agronegócios tem mta força política na direita e o que eles querem é atrai-los para a esquerda! É uma bela jogada, cheia de interesses" (G1, 39 anos, contadora, BA)
Os participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) avaliaram positivamente o projeto, considerando a importância do agronegócio para o país e validando o suporte também destinado ao pequeno produtores, porém, unanimamente foram feitos questionamentos acerca da origem dos recursos, com a percepção de que os impostos seriam aumentados e a população de baixa renda prejudicada, arcando com mais esse custo.
"E vai tirar esses bilhões de onde ? Se o nosso pis de 2022 ninguém sabe quando vão pagar" (G2, 53 anos, fiscal, CE)
"Também gostaria de saber aonde vão arrumar esse recurso" (G2, 43 anos, motorista de aplicativo , GO)
"É uma notícia muito boa. Mas a questão é da onde saíram esses recursos? Serão mais impostos cobrado do povo ?" (G2, 34 anos, técnica de enfermagem , AP)
"Essa e uma excelente proposta pois o agronegócio e muito importante para o Brasil. Contudo devemos saber de que fonte vai sair tais recursos. Pois se de tiver aumento de imposto ele vai tá dando com uma mão e tirando com a outra" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
"Que a safra não seja somente para exportação e sim para nossa alimentação barata e abundante." (G2, 39 anos, administradora, BA)
"Vejo de forma bem positiva o difícil e ter essa grana sem passar para o povo pagar que ai troca 6 por meia dúzia" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)
"Tomara que seja mesmo pra ajudar o Brasil, gerando empregos,não tenha aumento de impostos e nao favorece só a exportação.Vamos aguardar o que vai vir com esse Plano." (G2, 50 anos, dona de casa , DF)
"Gostei do plano, muito boa essa iniciativa do governo de promover a agronegócio sustentável, bem como esse pacote para pequenos produtores, porém o agronegócio já é o setor que mais fatura no país, de onde vão tirar esse aumento? com certeza terá mais impostos que afetará a população mais pobre. Acredito que o governo deveria investir na educação e geração de emprego e renda." (G2, 26 anos, administrador , GO)
Muitos participantes relembraram os desfechos das invasões à Praça dos Três Poderes, em janeiro, e avaliaram que a falta de manifestações seria por receios de novos problemas ou então de prejudicar Bolsonaro outra vez.
"Já perceberam que não vai adiantar nada, até porque desde as manifestações muitos inocentes foram presos. Acredito que seja medo, por um governante que busca vingança" (G1, 25 anos, estudante, ES)
"Eu tbm tenho percebido um certo desânimo por parte dos apoiadores! Talvez realmente seja pelo desfecho trágico do 08.01.23, onde o Presidente acabou sendo o maior prejudicado" (G1, 39 anos, contadora, BA)
"A meu ver os apoiadores de Bolsonaro viram que passaram dos limites e que acabaram o prejudicando de uma certa forma!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)
"Eu acho que ainda não é o momento, depois daquele quebra quebra todo, os apoiadores dele estão mais quietos, sinceramente acho até bom, evita causar mais transtornos, acho que só o apoio virtual é suficiente, e claro ele está recorrendo talvez ainda não devem ter aceitado o fim." (G2, 28 anos, autônoma, DF)
"Bom acredito que os eleitores estão com medos de se manisfestar e serem presos, pois viram o que aconteceu depois que Brasília foi invadida e teve aquele quebra quebra e viraram chacotas em todas as capitais do Brasil por ficarem acampados na frente dos quartéis." (G2, 34 anos, técnica de enfermagem , AP)
"Espero que tenha tido consciência que essas manifestações só fizeram prejudicar o governo de Bolsonaro e caso venham a fazer novamente, pode vim a prejudicar até o próximo candidato a presidência" (G2, 31 anos, contadora, BA)
A maioria dos participantes não concordou com a afirmação, afirmando que manifestações estariam acontecendo de modo planejado, primeiro com as doações via PIX, que seguiam sendo efetuadas, e depois nas redes sociais.
Alguns compararam Bolsonaro a Lula, afirmando que o ex-presidente estava solto, não havendo necessidade de mobilizações e concentrações.
Em ambos os grupos, havia a convicção de que apoiadores e lideranças estariam organizando protestos, mas para que ocorressem em momentos oportunos e estratégicos (uma vez que ainda existe a possibilidade de reversão).
"O presidente Bolsonaro não está preso, está inelegível, dando entrevistas e arrastando audiência, não vejo necessidade de sair às ruas. Mas nas redes sociais somos a maioria e contra isso só se o governo ditador cancelar a internet!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Os manifestantes não estão se manifestando porque acharam melhor dexa como está porque eles se manifestando ou não num vai ter muita diferença eles estão esperando a hora certa pra isso agora vejo que ainda não é momento" (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)
"Vi algumas pessoas a favor dele sim e até ajudando com o pix e creio que tbm lutar contra o sistema será tempo perdido já que o mal sempre vence , creio que as pessoas não quer se desgastar .." (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)
"Acredito que o povo está sem esperança e esperando o momento certo para agir mas eles estão apoiando ele sim como por exemplo através do Pix." (G1, 18 anos, aprendiz, SP)
"Acredito que por ser recente ainda a condenação do ex-presidente, seus apoiadores acreditam que ele conseguirá reverter a situação ainda da sua inegibilidade recorrendo ao STF e por não ser de tamanha gravidade quanto a prisão de Lula, mas acredito que as próximas condenações veremos mobilização de seus seguidores." (G2, 26 anos, administrador , GO)
"Hoje por preservação melhor nos mantermos apoiando em silencio, como foi falado em ações como o PIX e aguardando a quem Bolsonaro irá apoiar nas próximas eleições para voltarmos as urnas e voltarmos a defender nossos princípios." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
"Acredito que estão planejando algo bem feito, pra evitar aquela algazarra que aconteceu no início do ano." (G2, 24 anos, promotora de eventos , DF)
A Venezuela é de fato o exemplo preferido dos bolsonaristas para acusar o governo petista de desvios autoritários, como a supressão da liberdade de expressão e a perseguição a inimigos políticos.
É importante notar que tanto a demonização da Venezuela quanto sua associação ao PT e Lula são tropos do discurso da grande imprensa que os bolsonaristas repetem. O mesmo pode se dizer da associação entre a corrupção e o petismo. Ainda que nos dias de hoje os grandes meios de comunicação estejam mais comedidos, repetiram isso ad nauseam durante as coberturas da Lava Jato e do Mensalão.
É digno de nota o fato de a condenação de Bolsonaro ter intensificado a rejeição a Lula e ao atual governo entre os convictos.
O financiamento do agronegócio é assunto que suscitou divisões entre os dois grupos. Os convictos desqualificaram a ação como uma farsa petista. Já os moderados consideram-na positiva, mas desconfiaram da criação de mais impostos e do prejuízo da população de baixa renda. É importante notar essa abertura nesse grupo para questões de natureza prática, que mais adiante podem ser confrontadas com números sobre os resultados dessa medida.
A pergunta sobre a inércia do bolsonarismo revela uma sensação de perplexidade que parece contaminar ambos os grupos. Os convictos respondem reativamente, manifestando um desejo da volta das mobilizações sem saber precisar bem quando. Outros compartilham da sensação de encurralamento pela qual também parece passar Bolsonaro, incapaz de mobilizar os meios de ação que lhe eram costumeiros, por receio de maiores prejuízos. Alguns dizem se contentar com o fato de o ex-presidente estar discursando e participando de eventos, bem como a opção de poder vir a eleger seus indicados.
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#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana
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#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis
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Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro
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GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança
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Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar
Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno
Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo
Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS
O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF
Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas
Relatório #19 MED
ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS
Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula
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Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma
Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula
Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro
Julgamento, Cid e políticas sociais
Valores: Marcha, Parada e Aborto
Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro
Meio Ambiente
Monitor da Extrema Direita
Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an
As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.
O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.
O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.
Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.
O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.
Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.
O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.
Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.
Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.
Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.