O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.
Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.
Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.
É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.
O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.
Entre os dias 19//05 a 25/05, dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento.
Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas radicais (G1) e bolsonaristas moderados (G2).
Cada grupo foi composto de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Três temas foram explorados ao longo dessa semana: i) a cassação do deputado Deltan Dallagnol; ii) os atos racistas sofridos por Vinicius Jr e a intervenção política do governo Lula na questão; e iii) a avaliação da imagem de Michele Bolsonaro e de seu envolvimento no caso das joias recebidas.
Ao todos, foram analisadas 169 interações, que totalizaram 6840 palavras.
G1 (Bolsonaristas Radicais) | G2 (Bolsonaristas Moderados) | |
---|---|---|
Cassação de Dallagnol | O grupo ficou dividido entre quem apoiava a cassação, seguindo a premissa de que a lei deveria ser aplicada igualmente a todos – sejam civis ou políticos – e os que avaliavam que ele havia sido preso por uma "vingança" de Lula e parcialidade do STF. | A maioria do grupo apoiou a cassação, como resultante do combate à corrupção e irregularidades eleitorais, validando a importância da aplicação da Lei da Ficha Limpa. Muitos fizeram ressalvas acerca da parcialidade das ações, indicando que outros políticos também deveriam ser cassados (inclusive Lula). |
Atos racistas contra Vini Jr | O grupo mostrou-se solidário ao jogador e repudiou os atos sofridos por ele, defendendo assim os princípios de igualdade, respeito e amor ao próximo. A maioria do grupo aprovou as ações de Lula, mesmo fazendo questão de ressaltar que eram contra seu governo. | Unanimamente o grupo mostrou-se indignado com os fatos e avaliou que medidas mais fortes de punição (inclusive com intervenção diplomática) deveriam ser adotadas como forma de combate ao racismo dentro do esporte. O grupo seguiu favorável à intervenção política realizada por Lula e Anielle Franco. |
Imagem de Michele Bolsonaro | Unanimamente e com afinco o grupo defendeu Michele Bolsonaro das acusações, afirmando se tratar de perseguição política contra ela, que seria uma pessoa totalmente honesta e foi uma primeira-dama de comportamento exemplar. | A maioria do grupo posicionou-se de modo a aguardar pela conclusão das investigações, não inocentando a ex-primeira dama prontamente. |
A maioria dos participantes apoiou a decisão da cassação, avaliando que se tratou de uma medida efetiva ao combate da corrupção e irregularidades do país, sobretudo na área política. Houve valorização e fortalecimento das medidas da Lei da Ficha Limpa.
O discurso de que a lei deveria ser para todos foi recorrente entre os argumentos de aprovação à cassação.
Houve quem mencionasse ser um efeito do governo Bolsonaro, que muito se mobilizou no combate à corrupção.
"Eu achei essa decisão ótima, pois o Brasil só vai pra frente se acabar com a corrupção e roubo que tem no governo, com certeza concordo porque as coisas só vão melhorar se tiver honestidade é compromisso no governo!" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)
"Eu concordo totalmente com a punição dele,porque a lei tem que ser cumprida para qualquer um" (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)
"Achei eficaz ele ter sido preso! Eu concordo com a decisão porque o antigo governo já estava trabalhando em prol do combate à corrupção! Ser corrupto neste país têm suas vantagens para os políticos, a população é que sofre com a escolha indevida dos mesmos por troca de migalhas!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)
"Sim concordo .Diante de tudo q ele fez das fraudes q ele cometeu q foi gravissima foi a melhor decisão q as autoridades tomaram. porque se esse deputado continuar no mandato a corrupçao e as fraudes vão continuar acontecendo. não há como defender uma pessoa q denegriu as leis . as lei no brasil tem q ser cumprida. " (G2, 29 anos, desempregada, PI)
"Já tava na hora, lei é pra ser cumprida, concordo sim. Acho que tem que investigar mais políticos nesse Brasil." (G2, 28 anos, autônomo , AL)
"Concordo plenamente pois essa lei da ficha limpa deve ser seguida a risca pois o que vale para um vale para todos sendo assim tem que ser seguida. É uma lei que passa confiabilidade nas lei que daqui um tempo todos podem confiar que será seguida. Sem exceções" (G2, 38 anos, vendedor, RS)
"Concordo devido os crimes já cometidos por ele e já que tem a lei da ficha limpa nada mais justo que sejam para todos cumprirem. Foi essencial a cassação do seu mandato." (G2, 31 anos, contadora, BA)
Embora em minoria quantitativa, os argumentos de quem reprovava a cassação foram elaborados com mais justificativas.
A primeira delas foi sobre Dallagnol estar sendo perseguido "a mando" de Lula, que buscaria por vingança contra um dos responsáveis por sua prisão.
Outro argumento foi o de que, se a lei fosse realmente justa e aplicada universalmente, Lula e muitos outros políticos também deveriam ser cassados e pagar por seus crimes.
Ambos os discursos derivavam de certezas de que o STF estaria corrompido e agiria em parceria com o atual governo, perseguindo todos que eram contrários a atual gestão.
Segundo essa linha de pensamento, em breve, a cassação dos direitos políticos de Bolsonaro será efetivada.
"A questão é o Deltan Dallagnol, só resta dizer que esse é o governo da vingança, e vão colocar todos que estavam envolvidos com a prisão em 3° instância do maior ladrão do Brasil, eu acho que é tudo vingança em se tratando de lei da ficha limpa." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Tbm acho é tudo vingança do Lula ele está com ódio de todos e quer prejudicar um por um." (G1, 47 anos, secretária, MG)
"Lei é lei e serve para absolutamente todos. É bom que ocorra situações assim, mas quantos que já deveriam ter seu mandato cassado, mas ainda não foram por influência política, por ser aliado e ter as costas quentes. Conclusão: Eles venceram, em apenas QUATRO meses. Deltan Dallagnol foi o PRIMEIRO e NÃO HÁ o que se possa fazer!" (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
"No Brasil tem sido assim, os bons perdem e os maus vencem, o que dá certo é a corrupção. Graças aos seres iluminados dos Tribunais Superiores, o Brasil vai se consolidando o país onde a corrupção é exaltada e quem a combate é humilhado. Infelizmente estamos vivendo o pior momento da política onde ministros do STJ se dobram diante de um partido e de um presidente corrupto ladrão. Para mim, tudo se trata de vingança. E o que vem por ai? É o que tudo indica que Bolsonaro não escapará da inelegibilidade." (G1, 39 anos, cabelereira, PE)
"Vejo com temor essa cassação! Porque, claramente, estamos vivendo uma perseguição política em todo as esferas, especial no STF, que se uniu ao Partido que ganhou a Presidência para destruir politicamente todos que foram ou são oposição a ele! É absurdo! Claro que existem leis e que todos nós estamos sujeitos à ela, mas o princípio básico da Justiça é a imparcialidade e não é o que estamos vendo nesse STF! Temo pelo que pode nos acontecer com esse país!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
"Achei uma decisão injusta, não houve fraude, ele pediu exoneração e foi dada. Ele mandou todas as provas e nem foi aceito, nem ouviram os advogados dele. Hoje toda a justiça está aparelharada por pessoas que querem comandar o país e que estão do lado de Lula." (G2, 39 anos, administradora, BA)
"É difícil concordar ou discordar dessa decisão. Por um lado há uma clara perseguição política por ele ter sido relator da lava jato e os processos que haviam conta ele já haviam cessado. Por outro lado a lei da ficha limpa deve ser cumprida mas não só pelo lado de um partido e sim por todos. As manobras políticas limpam a ficha de quem o supremo quer e suja de quem é contra suas atitudes." (G2, 43 anos, comerciante, TO)
"Acho que se fosse por conta disso que era o certo, nem presidente deveria estar em seu cargo, a única diferença é que tem ministro acobertando o mesmo! Tem que ser ficha limpa mesmo, mas para todos!" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)
Em ambos os grupos, unanimamente, os participantes repudiaram as ofensas racistas sofridas por Vinicius Jr.
Além da solidariedade prestada ao jogador e da reprovação dos atos cometidos - tanto pela torcida quanto pela arbitragem e jogadores - os participantes discursaram em prol da criação de mais medidas punitivas, como formas de combate ao racismo, além da intensificação das cobranças para que as instituições envolvidas viessem a agir em prol da reparação dos danos sofridos e repreensão efetiva dos envolvidos.
No grupo 2 (bolsonaristas moderados), alguns participantes mencionaram a necessidade de o país tomar providências políticas. Ainda neste grupo, outras formas de intolerância foram lembradas, com lembretes de que a sociedade precisa atuar em conjunto para combater qualquer forma de discriminação.
"Nossa é triste !! Tenho nojo de pessoas racistas e homofóbicas!! Enquanto a lei lá fora e aqui não for mais perversa e mexer no bolso, nunca acabará" (G1, 29 anos, empregada doméstica , SP)
"Não vi o episódio, mas eu acho que o racismo tem que ser combatido porque todos nós somos iguais, ninguém é melhor que o outro, e racismo tem que ser combatido de berço, desde pequeno ensinar que não existe ninguém superior a outro, é lamentável esse tipo de coisa!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Um absurdo enorme que me faltam palavras para descrever 😥 Doeu na pele ver aquele vídeo ele chorando , meu coração sangrou .. o pior de tudo ele ser expulso sem ter feito nada , juíz , o dono do time todos conveniente 🥹"" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)
"O racismo é um crime tão insano que jamais poderia ser aceito por nenhuma sociedade! Mas, em pleno século XXI, um povo se comportar dessa forma é inadmissível! Acho que toda sociedade mundial, bem como os comitês esportivos em geral, deveriam se unir em massa, não só com repúdio a esse fato - que não é isolado, como tbm com punições contra os clubes, arbitragem, jogadores e torcedores, que se envolveram direta ou indiretamente nesses crimes! Não dá mais! Chega!! Aquela partida era pra ter sido interrompida e o clube punido para jogar sem torcida por um bom tempo! Só assim eles, talvez, entenderiam a importância de ser *antirracista*!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
"Eu quando vi a situação, eu sinceramente chorei, porque me identifiquei em situações passadas, de pessoas que duvidavam do meu trabalho e me botaram à prova... É uma vergonha para o futebol, é uma vergonha para o esporte, é uma vergonha para La Liga. Racismo é uma causa de todos, independentemente do time que você torce!! Espero que Vinicius Junior possa conseguir contornar essa situação e que se for o melhor para ele, que saia do Real Madrid!" (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
"Ninguém deve ser vítima de injúrias e ofensas por causa de sua cor de pele, etnia, nacionalidade, orientação sexual, gênero ou qualquer outra característica pessoal. É importante que as autoridades esportivas e governamentais tomem medidas sérias para punir os responsáveis por esses atos de racismo e implementar políticas para prevenir futuras ocorrências. Além disso, é fundamental que a sociedade como um todo se engaje na luta contra o racismo e promova a diversidade, a inclusão e o respeito mútuo." (G2, 38 anos, gerente de imobiliária , SP)
"Um absurdo, a punição deveria ser cadeia para eles. A liga espanhola não tomou nenhuma providência, são pessoas nojentas, a luta contra o racismo não pode parar. Chegou a hora da diplomacia do Brasil apertar as autoridades espanholas, não adianta esperar que essa liga resolva o problema, o governo Brasileiro e CBF tem obrigação de defender um atleta Brasileiro que é vítima de crime no exterior." (G2, 39 anos, administradora, BA)
"Um negro brasileiro vindo das favelas brasileiras ,sambando e incomodando toda uma Europa racista ,pra quem pensou que um dia o racismo acabou está muito enganado, tudo isso acontecendo em um dos maiores campeonato do planeta e diante do mundo e da Fifa ,o maior órgão do futebol mundial se cala, uma vergonha. É inaceitável." (G2, 34 anos, técnica de enfermagem , AP)
"Adorei que seja um tema mencionado aqui, infelizmente é algo que se tornou recorrente na Europa, o desrespeito tem sido visto dentro e fora de campo, mais a mudança tem que ocorrer, pessoas precisam ser punidas, torcidas também e se nada adiantar também os times, deve ser tomada posições duras e severas para que isso não seja algo mais banalizado, muito triste com isso.. De verdade" (G2, 28 anos, autônoma, DF)
"Acredito que uma política de penas mais severas deveriam ser imputadas as pessoas que cometem tais crimes. Pois só assim conseguiremos de diminuir tais crimes" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
A maioria dos participantes concordou com as ações do governo, como forma de intensificar as cobranças para que medidas fossem tomadas pelas entidades responsáveis.
Houve o reconhecimento de que Lula estaria agindo dignamente no caso, mesmo reforçando seus posicionamentos contrários a ele e a seu governo.
"Até que enfim fez alguma coisa útil !! Acho muito importante pois só assim diminuirá o preconceito, não é a primeira também não será a última, então tomar medidas sérias e cabíveis será q melhor coisa, mexer no bolso da FIFA " (G1, 29 anos, empregada doméstica , SP)
"Com certeza! desta vez tenho que concordar, o governo deve sim intervir e tomar providências, porque só assim vamos combater o fascismo e racismo! " (G1, 40 anos, pedagoga, RS)
"Acho que em fim o governo está fazendo uma coisa útil. Porque assim muitos veram que o governo está fazendo parte e tentando tira o racismo do Brasil,mais embora sempre vai haver com o sem governo mais eles estão mostrando a sua atitude pelo o jogar para todo mundo ver que isso não é certo a se fazer " (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)"
"Sou uma mulher de direita, conservadora e nacionalista, não gosto do Lula, mas tenho que admitir que foi um gesto nobre da parte dele reconhecer isso pelo Vinicius Jr. O fascismo, homofobia, misoginia e o racismo, são recursos desumanos que somente existem para depreciar e atacar os mais desfavorecidos. O governo deve intervir sim para que providencias sejam tomadas, porque o que estamos falando agora é algo que vai além de preferências políticas e o presidente está corretíssimo." (G1, 39 anos, cabeleleira, PE)
"Sinceramente, já passou da hora de tomarem providências, ele pode ser apenas um indivíduo, mais também é o Brasil lá fora, somos nós pessoas negras.. acho sim muito necessário que o presidente e a ministra tomem parte, acho super correto a posição dela e torço para que tomem sim os dois governos medidas para que isso não seja esquecido" (G2, 28 anos, autônoma, DF)
"Concerteza, ótima atitude do governo .. a união faz a força.. sendo o Brasil um países que luta pela igualdade cada dia , ainda sendo ele Vini Jr Brasiileiro, Devemos mostrar nossa força." (G2, 32 anos, autônoma, AP)
"Com certeza deve intervir, a voz dele é majoritária aqui dentro e sempre tem um peso muito grande, ainda mais que ele influencia muitas pessoas" (G2, 31 anos, contadora, BA)
"Concordo, o governo deve sim intervir nesse caso, visto que já são diversos ataques a Vini Jr e essa é a primeira vez que o governo brasileiro se manifesta a respeito disso. O racismo não deve ser tolerado em esfera alguma, espero que a liga espanhola e o governo tomem alguma providência o mais rápido possível." (G2, 26 anos, administrador , GO)
"Concordo, mas só acho desnecessário que em todo discurso use o termo fascista. Essa palavra voltou a moda. E sabemos mto bem que ele usa pra atingir o ex presidente, até quando não tem nada a ver." (G1, 34 anos, artesã , SC)
"Lula é uma raposa e sabe que não pode deixar passar essa repercussão toda sem ele se envolver e foi o que ele fez! Qdo ele se posicionamento publicamente, todos que são contra o racismo vão de certa forma ouvi-lo! E é isso que ele quer, espaço na mídia mundial! Mas, de qualquer maneira, eu achei mto necessário a colocação dele enquanto Presidente te do nosso país!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
Exclusivamente no grupo 1 (bolsonaristas radicais), e por poucos participantes, houve críticas às ações de Lula no caso, julgando que ele estaria apenas aproveitando o momento "para fazer média com a população".
Colocações acerca de pessoas da esquerda serem fascistas, racistas e homofóbicas também foram feitas, numa clara inversão de posicionamentos ideológicos.
"Esse governo que está aí quer lacrar em cima do que aconteceu com o jogador de futebol, se quisesse realmente combater o racismo teria tomado providências quando o deputado Hélio foi chamado de capitão do mato e o juiz não viu racismo nessa fala, e ficou por isso mesmo, não acredito em nada de bom que venha desse governo, eles são os verdadeiros fascistas e racistas, não enganam mais ninguém. Seria muito bom se fosse verdade que vão combater o racismo mas não vão porque eles próprios são racistas, homofóbico e tudo de ruim contra a minoria." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Eu concordaria se suas palavras fossem realmente de verdade. Quando sabemos que não é. Esse é o verdadeiro político, o que fala, é só para fazer média e passar por bom rapaz! O negócio é sério, Vinícius passando por momento de perseguição e o Lula vem com discurso de aproveitador. Tudo fascismo! Muitas palavras para um homem sem atitude. Um verdadeiro político..." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
Todos o grupo 1 (bolsonaristas radicais) e alguns participantes do grupo 2 (bolsonaristas moderados) partilham a opinião de que Michelle seria totalmente inocente perante as acusações, pois ela seria alvo de perseguição política e de notícias falsas - tal qual seu marido.
A ex-primeira dama foi caracterizada pelos participantes a partir de princípios condizentes à ideológica conservadora: dona de uma moral ilibada, religiosa, honrada e potencialmente futura ocupante de cargos públicos (foi citada para o senado e para a própria presidência).
Alguns sequer entendiam as acusações que estavam sendo feitas, avaliando como normal ela ganhar presentes.
Comparações veladas foram feitas com a atual primeira dama (Janja), essa sim acusada de gastar dinheiro público em viagens e lojas de grife.
"Acho que todo mundo têm direito de ganhar presentes, não acho que foi ilegal! Na minha opinião, ela é uma mulher que têm um trabalho social muito forte com a comunidade surda e com os especiais! Ela é uma mulher honrada, de caráter e temente a Deus. É uma forte candidata ao Senado❤️" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)
"Tudo fake News e intriga que já foram desmascaradas. Basta seguir as redes sociais e fazer uma pesquisa a respeito desse assunto que você descobre a verdade, porque a mídia esquerdista que só sabe queimar reputação das pessoas da direita não se dão ao trabalho de desfazer as narrativas mentirosas, quem quiser que se lasque pra espalhar a verdade. " (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Tenho a melhor imagem possível da Michelle Bolsonaro ela é uma mulher de Deus que ora pelo Brasil, luta pelas surdos e mudos, ajuda muitas crianças, fez um excelente trabalho como primeira Dama, a esquerda quer manchar a reputação dela pois eles estão com medo dela ser a nova Presidente do Brasil. Ela tem o meu voto." (G1, 47 anos, secretária, MG)
"Eu tbm acho , difícil acreditar nisso. Agora se fosse o atual Presidente com a mulher q só faz comprar em lojas de grife eu ia acreditar kkkk" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)
"Jair e Michelle Bolsonaro tem todas as características que valorizamos: competentes, mãos limpas, determinados, engajados, criativos e amam o Brasil. Enquanto isso Lula e Janja esbanjam, viajam pelo mundo torrando nosso dinheiro, isso sim é que é notícia." (G1, 39 anos, cabeleleira, PE)
"na minha opinião a familia de bolsonaro esta sofrendo uma perseguiçao da esquerda .a esquerda esta tentando incriminar bolsonaro e sua esposa por questoes politicas .michele bolsonaro e considerada uma mulher de carater e de respeito muito dedicada ao seu trabalho e ao seu esposo. Nao ha provas suficientes contra ela , desde o presente q ela recebeu e o dinheiro q supostamente apareceu na conta dela. enquanto as provas nao forem confirmadas michele será considerada inocente." (G2, 29 anos, desempregada, PI)
"A imagens dela é de uma pessoa de caráter. Até que se prove ao contrário." (G2, 32 anos, autônoma, AP)
"Na minha opinião não tem nada provado para incriminar Michelle isso é perseguição da esquerda acho q deveriam investigar a fundo antes de querer incriminar .." (G2, 43 anos, motorista de aplicativo , GO)
Como de costume, no grupo 2 (bolsonaristas moderados), os participantes colocaram-se em uma posição de espectadores, aguardando que a investigação fosse conduzida e finalizada, para então julgarem com propriedade a imagem de Michelle.
Afirmações de que, caso ela fosse culpada, deveria pagar pelos crimes cometidos foram recorrentes, mantendo as características do grupo, de que apoiam Bolsonaro e sua família, mas não os idolatram acima de tudo e de todos.
Poucos participantes mostraram-se em posição contrária a ela, criticando intensamente suas ações e acusando-a de ter enganado a população, por ter fingindo ser honesta e moralmente correta.
"Pelo que se sabe tudo está sendo esclarecido. E infelizmente é pura perseguição política. Lula tente que devolver 559 presentes que recebeu em viagens internacionais e pagou pelos desaparecidos já no caso da Michele ela não rende que devolver porque não estavam em poder dela. Quanto aos pagamentos foi divulgado os valores e não chega a 100 mil reais o que pelo salário recebido por parlamentares por mês é pouco e está sendo investigado. Concordo que se deve investigar tudo que indicar corrupção mas não só do lado de um político e sim de todos. Estamos cansados de políticos sendo livres de seus atos de corrupção e ainda são eleitos por pessoas desinformadas." (G2, 43 anos, comerciante, TO)
"Devem ser averiguados os fatos, sendo comprovado, deve ser punida dentro da lei conforme qualquer cidadão." (G2, 24 anos, promotora de eventos , DF)
"O fato de ser uma figura pública não a isenta de pagar por seus crimes. Se realmente ela tive culpa tem que pagar por seus crimes perante a lei. Pois ninguém deve ficar impune. E que sirva de exemplo para todos. Pois a Justiça tem que ser feita independente de quem quer seja. Pobre rico não importa" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
"Se existem escândalos devem existir provas, se ela realmente cometeu esses crimes deve pagar por isso." (G2, 26 anos, administrador , GO)
"Sinceramente também acho que seja mais por perseguição, porém se for comprovado algo deve sim ser punida, da forma da lei, para mim até hoje não tenho nenhuma má impressão sobre ela, acho que tudo e todos tem que cumprir a lei" (G2, 28 anos, autônoma, DF)
"Nessa questão quando ela ainda era primeira dama se tinha a ideia de uma pessoa correta, idônea que estava a frente do seu tempo sendo a mesma uma pessoa de.figura pública sendo honesta da moral e bons costumes. Mas o que se viu logo depois foi vindo a tona que na verdade não era tudo isso que ela pregava e simm algumas falcatrua , recebendo valores altos em sua conta pessoa sem alegar nada além do escândalo das joias.esta mais que provada que ela se fazia passar por uma figura que nunca foi,entrar como primeira dama aumentou seu ego,parece que foi só ela sair do cargo de primeira dama que todos seus podres vieram a tona." (G2, 38 anos, vendedor, RS)
É notável a propensão em ambos os grupos de apoiar a cassação de Dallagnol, mesmo com as ressalvas de que isso pode ser armação da esquerda ou do PT. Isso mostra que o tema da corrupção ainda mobiliza muito os bolsonaristas, os radicais e também os moderados.
No que toca os ataques racistas sofridos por Vini Jr, praticamente todos os participantes os repudiaram. A maior propensão das pessoas identificarem o racismo nos outros do que em si mesmas é um dado da pesquisa científica já bem conhecido. Isso se aplica não somente aos indivíduos, mas também às sociedades. Seria esclarecedor fazermos, no futuro, teste similar envolvendo um caso de racismo no Brasil.
Mesmo aqueles que se declaram contrários a Lula receberam bem sua postura de enfretamento aos ataques racistas sofridos por Vini Jr. Somente poucos radicais rejeitaram o comportamento do presidente, associando a sua crítica percepções bastante distorcidas acerca da agenda política da esquerda.
Novamente o tema da corrupção divide os dois grupos de eleitores de Bolsonaro, dessa vez de maneira muito clara. Os radicais apoiaram cegamente Michelle, afastando qualquer possibilidade de envolvimento, enquanto os moderados querem saber o resultado das investigações.
Em escala pequena, mas emergente, alguns participantes colocaram-se em posição de “traídos e enganados”, evidenciando o efeito corrosivo que tem o tema da corrupção para a imagem da família Bolsonaro, mesmo entre bolsonaristas. Tal resultado é altamente coerente em relação à recepção da condenação de Dallagnol, comentada acima. A questão parece ser menos a sensibilidade ao tema da corrupção, que parece ser altíssima entre todos os bolsonaristas, do que propriamente o acesso a narrativas que exponham as acusações contra a família Bolsonaro ou a narrativas exculpatórias.
Descriminalização das Drogas; Ens. Religioso; Escola cívico-militar; Aborto; Prisão de mulheres que abortam
Violência entre Datena e Marçal; Regras do debate eleitoral; Definição do voto
Manifestação convocada por Bolsonaro; Atuação de Marina Silva; Prisão de Deolane
Suspensão do X (antigo Twitter); Queimadas florestais; Acusações sofridas por Silvio Almeida
Semana Temática: Bolsa Família; Auxílio Brasil; Privatização das Estatais
Pablo Marçal; Folha contra Moraes; Suspensão das Emendas
Temático: Casamento Homoafetivo; Adoção por casal Gay; Cotas Raciais
ESPECIAL ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Interesse pelo Pleito; Gestor Ideal; Apoios de Lula e Bolsonaro
Temático Segurança: Porte de Armas; Pena de Morte; Redução da Maioridade Penal
Desistência de Joe Biden; Declarações de Maduro; Declarações de Tebet
Atentado contra Trump; Cotas na Política; Fala de Lula
Espectro ideológico; Avaliação do Governo Lula; Isenção de Multa para Irmãos Batista
Saúde de Pessoas Trans; Lula e o Câmbio; Indiciamento de Bolsonaro
Aumento para os Procuradores de SP; Descriminalização da Maconha no país; Golpe na Bolívia
Lula no G7; Críticas de Lula ao BC; PL dos Jogos de Azar
Eleições nos EUA; Arthur Lira e o Conselho de Ética; PL 1904
Parada LGBT+; Terceirização da Escola Pública ; iii) Escolas Cívico-Militares
Acusações contra Zambelli; PEC das Praias; Veto à criminalização das Fake News
Benefício Emergencial no RS; Absolvição de Moro; Imposto sobre Importações
Fake news da tragédia; Fala de Eduardo Leite; Fuga de condenados bolsonaristas
SEMANA PETROBRÁS - Privatização, Desenvolvimento e Meio Ambiente
Saídas Temporárias, Condenações de 8/1, Atuação de Presidentes em Calamidades Públicas
Manifestação pró-Bolsonaro em Copa, Novos programas para pequenos empresários e empreendedores; Elon Musk e Alexandre de Moraes
Caso Marielle; Comissão de mortos e desaparecidos; Percepções sobre a ditadura
Taxação dos super ricos; Fraude na carteira de vacinção; Áudios de Cid
Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura
#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres
Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos
Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro
#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró
#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula
Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM
Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa
Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal
Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos
#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana
Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF
#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis
Militares na Política, Privatizações, Dama do Tráfico no Planalto
#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM
Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro
Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro
GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança
Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio
Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar
Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno
Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo
Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS
O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF
Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas
Relatório #19 MED
ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS
Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula
Bolsa família, Laicidade do Estado e MST
Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma
Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula
Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista
Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro
Julgamento, Cid e políticas sociais
Valores: Marcha, Parada e Aborto
Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro
Meio Ambiente
Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an
As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.
O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.
O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.
Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.
O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.
Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.
O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.
Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.
Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.
Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.