Relatório 31

De 10 a 16/11

Temas:

  • Militares na Política, Privatizações, Dama do Tráfico no Planalto
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 10 a 16/11 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, com 18 participantes, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) avaliação da proposta de proibir militares ativos de se candidatarem; ii) opiniões sobre privatização; iii) participação da "dama do tráfico amazonense" em evento oficial de Brasília.
Ao todo, foram analisadas 112 interações, que totalizaram 3.107 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Proibição de candidatura de militares ativos Unanimemente o grupo discordou da proposta, argumentando que todo cidadão tem direito a se candidatar e que militares são competentes e honestos, portanto, seriam melhores que Lula (numa alusão a ele ser analfabeto e condenado). O grupo ficou dividido. Uns discordaram da proposição, com argumentos de direitos democráticos. Outros concordaram, argumentando que os militares ativos são responsáveis pela defesa da soberania nacional e deveriam ser restritos a essa função.
Privatizações A maioria do grupo discursou de modo favorável à privatização, como uma forma de evitar a corrupção pública e o parasitismo dos concursados. Muitos fizeram ressalvas quanto a necessidade de inspecionar as empresas responsáveis. A maioria do grupo mostrou-se favorável à privatização, com argumentos de melhorias nos serviços ofertados, devido à possibilidade de concorrência. Alguns se contradisseram nos exemplos dados.
Participação da Dama do Tráfico A maioria dos participantes sabia do ocorrido e acompanhou a repercussão da notícia. O governo foi criticado por todos e associado, mais uma vez, à defesa da criminalidade. A maioria do grupo sabia do ocorrido. O governo foi criticado, sobretudo Flávio Dino, por ter seu nome vinculado ao caso. Os participantes fizeram associações entre ONGs, governo e defesa de criminosos.
Pergunta 89
O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) disse que estuda propor PEC para proibir militares da ativa que assumam o comando de Ministérios (a partir de 2025) e quer barrar que se candidatem já na eleição de 2024. Essa medida ainda está em fase de formulação. O que vocês acham dessa proposta? Concordam ou não? Por que?
Contrários à proposta

Todos os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) e a maioria do grupo 02 (bolsonaristas moderados) foram contrários à proposta apresentada, argumentando que todos os cidadãos têm o direito democrático de se candidatar. A proposta foi vista como ilegal, persecutória da classe militar (devido ao medo da esquerda) e insignificante perante problemas mais graves do país.

O militarismo foi bastante defendido, sobretudo entre os bolsonaristas convictos. Lula foi atacado, como um bandido que pode se eleger, para gerar um contraponto argumentativo de perseguição aos militares honestos que estariam sendo impedidos.

"Acho péssimo isso. Não concordo com essa proposta , acho que tem coisas mais importante para serem discutidas ..Vejo tantas pessoas sem conhecimento ( pra não falar outra coisa ) que se candidatam a cargo e ninguém barra . Discordo totalmente !"" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Achei ruim essa proposta ! Acho fundamental o militarismo no país, coisa que esse Jorge Kajuru abomina, ele realmente quer avacalhar de vez a imagem do nosso país!!!!"" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Não concordo, proposta de militante! O medo da esquerda é ter ordem no Brasil. Pior que não falam que isso é puro preconceito" (G1, 34 anos, artesã , SC)

"Isso é um absurdo. Total absurdo. Tem que proibir quem é condenado, quem responde inquerito! Nossos melhores governantes foram os militares." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Só no Brasil mesmo que os digníssimos estudam formas de inibir classes de se assumirem cargos estratégicos e de confiança. Um paradoxo, em vez de restringir ficha suja, condenados ou em julgamento ou em investigação em assumir os cargos de ministros, estudam essas proibições." (G2, 53 anos, administrador, ES)

"Eu não concordo ..tá de brincadeira só pode se até ex presidiário pode porque militar não pode não concordo jamais" (G2, 43 anos, motorista de aplicativo , GO)

"Não concordo, pois todos tem direito de se candidatar, afinal até quem tem problemas com a justiça consegue governar um país, não vejo problema pois o problema já está no comando." (G2, 42 anos, professora, PR)

Favoráveis à proposta

Pequena parcela de participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) foi favorável à proposição, argumentando que militares devem exercer apenas funções de defesa enquanto ativos, compreendendo as características da proposta. Para os que desejassem se candidatar, as funções militares deveriam ser abandonadas.

"Eu concordo plenamente. Até porque a função do militar que está na ativa é com a soberania brasileira e pra isso ele não deve estar em um cargo político. Mas tem um cargo específico que tem ser preenchido por um militar da reserva, que é o de ministro da defesa. Esse cargo só pode ser ocupado por um militar, mas tem que ser da reserva" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"Apesar de ser de Direita eu concordo sim,lugar de Soldado é no quartel ou na guerra não tem que está na política,que vim pra política deixe a farda." (G2, 35 anos, engenheiro TI, SP)

"Eu concordo, eles precisam largar a farda antes. Lugar de militares não é na política."" (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Eu concordo, acho que não se deve misturar política com militares na ativa, acho que eles podem até se candidatar desde que renuncie caso eleito" (G2, 28 anos, autônoma, DF)

Pergunta 90
Desde 2018 a ENEL é a empresa responsável pela distribuição de energia elétrica em São Paulo. Ela assumiu quando a Eletropaulo foi vendida para o setor privado. Dias atrás, após uma forte tempestade, alguns locais da capital ficaram sem luz por muitos dias. Agora o governo estadual está licitando a venda da SABESP, companhia de água. O que vocês de privatizações de empresas públicas? São a favor ou contra? Quais os benefícios para a população?
Favoráveis à privatização

A maioria dos participantes, de ambos os grupos, posicionaram-se de modo favorável às privatizações. Entre os argumentos, a melhora na oferta dos serviços foi o mais citado, seguido pela possibilidade de quitar dívidas públicas com os valores arrecadados.

Muitos participantes abordaram a questão dos trabalhadores concursados das estatais, avaliadas como cabides de emprego e como vias para a corrupção, problemas que seriam extintos pela privatização.

Alguns participantes se contradisseram em seus exemplos, defendendo a privatização, mas citando casos em que as empresas privadas só prejudicaram a população.

"Sou totalmente a favor, porque o serviço passa a ter mais qualidade para o consumidor, e evita que políticos corruptos roubem dinheiro do povo através dessas empresas do governo." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu sou totalmente a favor, pois ajuda na redução do endividamento público, além do setor privado ter condições de oferecer melhores serviços a população." (G1, 35 anos, administradora, MT)

"Todo mundo sabe que estatal, fora alguns casos raros, só serve p uma coisa: cabide de empregos. A estabilidade pública só serve p uma coisa, o funcionário relaxar e empurrar com a barriga pq sabe que dificilmente perderá o cargo ou função." (G1, 57 anos, analista de TI, MA)

"Sou a favor da privatização o consumidor vai ter um serviço de maior qualidade e vai poder exigir o cumprimento do serviço prestado." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Eu sou a favor até porque pelo que vemos nos jornais todos os dias é que o serviço não ta sendo entregue como deveria, talvez tornando ela privada possa ser melhore o serviço a população de são Paulo" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"A minha opinião uma coisa não tem nada haver com a outra a tempestade aconteceria independente de ser pública ou privada, agora a questão da privatização sou a favor sim pois o governo é um péssimo gestor a empresa pública é tudo enxada e cabide de emprego." (G2, 35 anos, engenheiro TI, SP)

"A favor das privatizações. O poder público sempre demonstrou e demonstra a incapacidade de bem administrar serviços, seja por baixa qualidade ou corrupção. Ainda existe a questão de troca de favores em controle das estatais" (G2, 41 anos, empresário, RS)

"Sou a favor! Se objetivo for trazer melhorias no fornecimento e qualidade nos serviços. Depois que a Refinaria Isaac Sabbá( Reman). foi privatizada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Manaus (AM), vende hoje o gás de cozinha mais caro do Brasil. Segundo estudo do Observatório Social do Petróleo (OSP), o botijão vendido aqui é 37% mais caro que o das refinarias controladas pela Petrobras. Com isso não houve melhorias no oferecimento e qualidade nos serviços prestados pela empresa." (G2, 54 anos, nutricionista , AM)

"Eu sou a favor até porque pelo que vemos nos jornais todos os dias é que o serviço não ta sendo entregue como deveria, talvez tornando ela privada possa ser melhore o serviço a população de são Paulo" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

Contrários à privatização

Entre os contrários, argumentos exemplificando casos reais foram os mais utilizados, evidenciando a piora nos serviços prestados e o aumento de custos dos serviços.

A seletividade de prestação de serviços também foi citada, como algo que seria prejudicial, por não atender a todos de modo igualitário.

"A privatização seria uma forma de levantar recursos para que os serviços prestados à população sejam eficientes! Sabemos muito bem que isso está longe de acontecer, pois quando há a privatização o serviço piora cada vez mais! Não vejo nenhum benefício a população!!!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Sou totalmente contra pq quando era a Eletropaulo não ficamos tanto tempo sem energia por dias consecutivos . Sou totalmente contra essa privatização , creio que para a população não tenta benefício nenhum " (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Bens essenciais e imprescindíveis não devem ser privatizados. Não podemos ficar nas mãos do mercado. Vide a Petrobrás que é parcialmente pública, e privada! Estradas privatizadas tendo que pagar pedagio e ainda temos que pagar o ipva, tinha que ser uma coisas ou outra. Benefícios mesmo que é bom, nenhum."" (G1, 35 anos, autônoma , MA)

"Sou contra as privatizações porque acho que podemos perder controle do governo e aumentar desigualdades. Empresas do governo podem oferecer serviços importantes que beneficiam a todos" (G2, 42 anos, administradora, GO)

"Eu não sou a favor de privatizar nossas empresas , banco do Brasil, Petrobras, correios, Sefaz e outros , essas empresas privatizadas os serviços são umas M,,,,,,,,,,, , aqui no meu estado Ceará , é muita reclamação e raiva , essa Enel aqui meu Deus ninguém aguenta , então minha opinião é sou contra privatização" (G2, 53 anos, fiscal, CE)

Pergunta 91
Nos dias 6 e 7 de novembro, Luciane Barbosa Farias, mais conhecida como a Dama do Tráfico Amazonense, esteve em Brasília para participar do Encontro de Comitês e Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura. Ela foi investigada por envolvimento com Comando Vermelho e condenada há 10 anos lavagem de dinheiro para organização criminosa, mas recorre em liberdade. Em nota, o ministério dos Direitos Humanos alega que o comitê do Amazonas indicou Luciane como representante para participar do fórum e que os comitês estaduais possuem autonomia para fazer a indicação. Ela faz parte de uma ONG chamada Liberdade do Amazonas. Vocês ficaram sabendo disso? Receberam mais alguma informação sobre essa visita?
Condenam o ocorrido

A maioria dos participantes, de ambos os grupos, sabia do ocorrido. Todos condenaram o fato.

A participação de Luciane repercutiu de modo bastante negativo, afetando a imagem do governo, de Lula e de Flávio Dino. Muitos participantes retomaram o bordão da associação do governo com a criminalidade, dizendo inclusive que defende e ajuda bandidos.

Comparações com Bolsonaro foram feitas, insinuando que se fosse em seu governo, o STF já estaria investigando o ex-presidente.

"Eu vi sim a reportagem em um jornal na TV Aberta. E mais uma vez é mais um absurdo! Fato estarrecedor que revela os tentáculos do PCC no desgoverno Lula. Agora imaginemos se essa mulher só acenasse para o nosso PRESIDENTE BOLSONARO entre a multidão?????? O STF já teria solicitado a filmagem da passagem do nosso PRESIDENTE BOLSONARO e dado início a esse grande escândalo!" (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Eu vi sim, e é uma vergonha ser governado por um bandido que beneficia o tráfico de drogas no nosso país, e o pior que nada vai acontecer com quem convidou essa condenada, porque tudo está aparelhado, não temos mais justiça no Brasil . O próprio ministro da justiça na maior cara de pau falou que não sabia que essa condenada era bandida" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu vi isso sim , mais é normal afinal quem está comandando o Brasil !?" (G1, 44 anos, desempregada , PR)

"Sim, vi o noticiário pela net e pela TV. Só neste país que uma mulher condena a 10 anos de prisão por tráfico representa algo e é levada a sério, mas tem uma justificativa: o próprio Presidente e muitos que atuam nesse atual desgoverno. Não foi a toa que o chefe do pcc foi transferido pelo atual Ministro da Injustiça p Brasília. O tal Marcola" (G1, 57 anos, analista de TI, MA)

"Sim, eu ouvir falar sobre isso, o certo é que o Dino sempre fala que não viu e não sabe de nada e os imprestáveis parlamentares nada fazem. No Governo Bolsonaro o STF sempre dava prazo para o governo se explicar, um escândalo atrás do outro no governo do PT e o STF no silêncio. Se esse cidadão for indicado ao STF, o Brasil estará perdido e entregue a criminalidade!" (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Vi sim e mais ainda, o nosso então ministro da justiça Flávio Dino dizendo que é fã dessa senhora. Esses são os políticos que comandao nosso país hj ,ladrões, corruptos, bandidos, vagabundos e outros adjetivos mais."" (G2, 58 anos, administrador, MA)

"Acompanhei as notícias sobre isso e é um absurdo tanto do ministério do Amazonas quanto dos ministros que a receberam." (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"Eu não acompanhei a notícia, mas não tem como não se indignar com tal, infelizmente é o que vamos ver com recorrência, um país desgovernado." (G2, 42 anos, professora, PR)

"Fiquei ciente pela imprensa e tenho a certeza que que grande parte dessas Ongs tem vinculação partidária com pt e no discurso de defender o social são usadas como lavagem de dinheiro e desvios de recursos públicos." (G2, 53 anos, administrador, ES)

Percepções dos Evangélicos

A questão envolvendo os militares dividiu os evangélicos ao longo da divisão dos grupos a que pertencem originalmente, com os evangélicos convictos totalmente contrários à proposição e os evangélicos moderados divididos, com alguns apoiando a iniciativa.

Também não houve uma tendência definida na questão das privatizações.

Por fim, como já vimos, ambos os grupos, incluindo os participantes evangélicos, criticaram a presença de Luciane no evento e convergiram em suas críticas ao atual governo, sobretudo nas acusações sobre defesa e associação com criminosos.

"Eu discordo, se analfabeto, bandido corrupto pode se candidatar, porque um militar que pra chegar onde está, estudou bastante não pode? É de se estranhar esse medo da esquerda. Todos tem o direito de se candidatar a cargos públicos, teriam que mudar o critério e ter no mínimo o ensino médio completo, isso sim, tinha que ser revisto, esse Kajuru é um pau mandado da esquerda não confio nele e em nada que venha da esquerda." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu sou contra a tanta coisas importantes para se preocupar vai se mete em quem vai candidatar vive prejudicando o Brasil com leis inúteis." (G1, 48 anos, do lar, SP)

"Eu concordo, se estiver em cargo ativo. Pois seria um retrocesso a continuar a manter acesso à cargos públicos." (G2, 54 anos, nutricionista , AM)

"Também sou a favor, acho que se torna mais barato para a população, mais como disse nosso colega aqui em cima , com uma fiscalização para manter os corruptos longe , que é uma coisa impossível acontecer no Brasil ultimamente." (G1, 44 anos, desempregada , PR)

"Privatização de bens essenciais e imprescindíveis não devem ser privatizados. Não podemos ficar nas mãos do mercado." (G1, 35 anos, autônoma , MA)

"Sou contra as privatizações porque acho que podemos perder controle do governo e aumentar desigualdades. Empresas do governo podem oferecer serviços importantes que beneficiam a todos" (G2, 42 anos, administradora, GO)

"Não ouvi falar sobre isso e nunca ouvi falar sobre essa mulher, mas só de ler o texto fiquei perplexa, como pode uma criminosa ser indicada pelo comitê do Amazonas para participar de um fórum, parece piada claro que ela é contra qualquer tipo de punição. Quer ficar livre para cometer crimes e ficar impune." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate a Tortura", na minha opinião o nome desse encontro deveria ser Encontro de defesa aos bandidos do Brasil. É uma verdadeira palhaçada, engraçado que quem reclama de tortura é só quem é envolvido com o mundo do crime neh!" (G1, 35 anos, administradora, MT)

"Eu não acompanhei a notícia, mas não tem como não se indignar com tal, infelizmente é o que vamos ver com recorrência, um país desgovernado." (G2, 42 anos, professora, PR)

"Como pode neh, uma das principais cabeças de um grupo que mais torturam nesse país estar a frente para uma campanha contra tortura, isso tudo é uma piada que vivemos" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

Considerações finais

Os temas da semana não evidenciaram significativas diferenças entre os grupos.

Apenas as proposições que afetariam a classe militar causou tal efeito, demonstrando que os bolsonaristas convictos seguem idolatrando a categoria, mesmo após inúmeros exemplos que colocam em xeque a integridade militar e os problemas de inserção da vida política.

Bolsonaro foi rememorado em muito exemplos, mesmo seu nome não tendo sido citado pelas perguntas da semana. A exaltação de sua imagem segue presente no imaginário dos bolsonaristas.

As respostas sobre privatizações mostraram um forte viés neoliberal em ambos os grupos, mesmo quando todas as evidências apontavam para os problemas da mesma. Houve, contudo, um pequeno contingente de dissidentes.

O caso da dama do tráfico, de conhecimento da maioria dos participantes, reforçou a evidência de que as ações do governo têm sido bastante exploradas por seus opositores, com suas falhas, mesmo quando não cometidas por Lula, servindo de munição para ataques à sua imagem e a seus ministros mais "fortes".

O bolsonarismo dá mostras de forte resiliência, com simpatizantes convictos e mesmo moderados se alinhando quase que automaticamente às posições ultraconservadoras do ex-presidente e de seu grupo. Nos próximos boletins devemos ficar atentos para o nível de dissidência entre grupos de participantes, pois ele parece estar diminuindo. Certamente, os simpatizantes continuam dando mostras abundantes de ter fácil acesso às narrativas bolsonaristas, seja quando se defendem de críticas e acontecimentos negativos ou quando interpretam notícias sobre Lula e o PT de modo extremamente negativo.

Distribuição de Particpação
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Caso Marielle; Comissão de mortos e desaparecidos; Percepções sobre a ditadura

Taxação dos super ricos; Fraude na carteira de vacinção; Áudios de Cid

Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura

#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres

Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos

Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro

#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró

#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula

Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM

Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa

Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal

Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos

#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana

Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF

#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis

#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM

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Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio

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Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.