O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.
Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.
Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.
É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.
O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.
Entre os dias 26//04 a 04/05, dois grupos foram monitorados acerca de suas opiniões sobre questões do momento.
Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas radicais (G1) e bolsonaristas moderados (G2).
Cada grupo foi composto de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião.
Três temas foram explorados ao longo dessa terceira semana: i) a votação da PL 2630; ii) os principais canais de comunicação utilizados pelos participantes; e iii) as acusações de fraude na carteira de vacinação de Bolsonaro.
Ao todos, foram analisadas 984 interações, que totalizaram 6074 palavras.
G1 (Bolsonaristas Radicais) | G2 (Bolsonaristas Moderados) | |
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PL 2630 (PL das Fake News) | A maioria do grupo aprovava a PL, avaliando ser uma forma necessária de combate às fake news. Alguns participantes mostraram-se preocupados em ser uma maneira da esquerda censurar a liberdade de expressão. | A maioria do grupo mostrou-se favorável à PL e dizendo desejar punições severas a quem criasse e/ou divulgasse notícias falsas. Houve questionamentos acerca de como ocorreria a fiscalização. |
Principais formas de se informar | Redes sociais dos políticos, Rede Record e SBT foram os meios de comunicação mais citados como fontes de informação segura. O grupo Globo foi o mais criticado, seguido por páginas aleatórias do Instagram, considerados fontes de fake news e distorção de notícias. | Rede Globo e Rede Record (ambas citadas em suas modalidades de rede aberta e fechada) foram os canais mais citados como fontes de informação; já as redes sociais em geral foram citadas como os meios de maior propagação de fake news. |
Falsificação da carteira de vacinação | Majoritariamente o grupo avaliou Bolsonaro como inocente e de estar sendo perseguido de todas as formas. Alguns participantes questionaram a obrigatoriedade da vacina e outros afirmaram que isso era uma cortina de fumaça para esconder a derrota da votação da PL 2630. | A maioria do grupo afirmou esperar por investigações, para que os fatos fossem apurados e Bolsonaro respondesse por seus atos. Alguns afirmaram que seria então provado sua inocência. Também houve menções a ele estar sofrendo perseguição política. |
O principal ponto positivo elencado foi a necessidade de se combater a propagação de notícias falsas, pois elas prejudicam a população. Diversos exemplos foram dados, sendo a desinformação propagada acerca das vacinas da Covid o caso mais lembrado.
Anseios por mais informações sobre como seriam penalizados os responsáveis pela propagação dessas notícias falsas foram expressados em ambos os grupos, com questionamentos acerca de como ocorreria tal fiscalização e de como seriam os julgamentos e punições.
"Eu acho importante, porque só assim poderá ser evitado o compartilhamento de notícias falsas, gerando medo na população! Temos como exemplo as vacinas bivalente e a monovalente...estão espalhando que essas vacinas dão reação (matam as pessoas)!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)
"Gostei muito achei muito mega importante essa lei .. pq o que existe de fake News que acaba com a vida de um inocente .. creio que assim evitará muitas coisas. Só vejo lado bom e nada negativo.."(G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)
"Eu acho muito válido esse projeto , pois hoje essas fakes news alarmam a população e trazem muitos prejuízos. Temos que nos respaldar e ter compromisso apenas com a verdade.Quanto a coisas negativas não vejo nada" (G1, 47 anos, microempreendedora , SP)
"Acho super importante e fundamental para controlar e filtrar o que é verdade e mentira. Assim muitos vao pensar 2 vezes antes de espalhar fatos fakes." (G2, 43 anos, agente de turismo , GO)
"Se for aprovado tem que ser uma pena bem rigorosa para punir os responsáveis" (G1, 26 anos, estudante, ES)
"Vamos ver si na prática vai funcionar, si for punido realmente quem faz essas fake news é uma boa." (G2, 28 anos, autônomo , AL)
"Foi uma ótima iniciativa, pois a internet está cheia de fake news espalhando falsas notícias . Mas tenho dúvidas se de fato os autores que cometem esse erros vão ser punidos ." (G2, 26 anos, confeiteira, PB)
"O ponto positivo é que o cidadão vai ficar atento a ir atrás de fontes para checar a veracidade da informação. As fake News não é puro desejo de caluniar ou ajudar alguém, é Simplesmente ganhar dinheiro, as notícias falsas podem causar grandes impactos e consequências greves na reputação de uma pessoa." (G2, 39 anos, administradora, BA)
"É um excelente projeto, já que há anos sofremos com as famosas fake news, que são tão prejudiciais . Espero que a punição seja rigorosa. Mas como será abordado , fiscalizado? Acredito que tem muito o que ser discutido ainda" (G2, 34 anos, técnica de enfermagem , AP)
Dentre as críticas à PL, destacaram-se (1) a potencial limitação do direito de liberdade de expressão, o que redundaria em censura, por impossibilitar que questionamentos fossem realizados e (2) o filtro de narrativas que poderia fazer com que fatos fossem narrados apenas sob um único viés, atendendo assim aos interesses das emissoras de comunicação e da Globo, acima de tudo.
Dando continuidade a essa ideia, outros participantes se manifestaram afirmando que a PL está sendo criada para permitir que as narrativas sejam monopolizadas pelos partidos da esquerda e pelo atual governo, o qual teria o objetivo de invalidar todas as informações que fossem contrárias a imagem de Lula ou a seu governo.
"Importante porém a maior rede de fake news são as próprias emissoras de tv!! Querem nos obrigar a ouvir e ver o q eles pensam e acham que é verdade ou melhor pra gente. Tomar uma única informação como verdade. Tirando de nós o direito de questionar ou manifestar uma ideia diferente ou uma opinião diferente do que está sendo dito." (G1, 29 anos, empregada doméstica , SP)
"Se for realmente para combater fake news tudo bem, ajudará em vários contextos,mas se for censurar isso já tirar nossa liberdade,pq somos livres pra falarmos a verdade" (G1, 28 anos, auxiliar de produção, MG)
"O ponto negativo para mim é como será abordado, será que fere a liberdade de expressão? Para mim ainda é muito vaga essa lei" (G2, 28 anos, autonôma, DF)
"É certo que gente não vai poder dar a nossa opinião e eles não vão precisar mostrar fatos que aquilo é verdade. Querem tirar a nossa liberdade de falar o que pensa." (G2, 40 anos, rodoviário, PE)
"Vai valer pra TODOS? Ambos os lados? Porque se for para combater o compartilhamento de mentiras em redes sociais e mídias sociais, beleza, tudo bem, é importante impor limites no compartilhamento de mentiras, mas sinceramente eu tenho muito medo que essa lei nos proíba de demonstrar nossa opinião verdadeira sobre determinados políticos, principalmente sobre o atual presidente. Eu ainda não tenho certeza, na verdade como eu disse, hoje eu tenho é medo, medo de que esse projeto se torne uma ameaça a nossa liberdade de expressão." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
"O que é Fake News? Isso é um gatilho pra fazer a censura a favor do atual governo, porque esse é o governo da mentira, mas a lei só vale pra punir a direita, a esquerda fala o que quer, mente, ofende deficientes, faz chacota homofóbica contra deputado federal de direita, mas o STF só enxerga a direita, estamos numa ditadura judicial, mas os esquerdistas que apoiam essa lei da censura chamada de "Fake News" se for aprovada vai chegar neles também, mas já vai ser tarde pra abrir os olhos e vê que essa lei das Fake News, nem era pra estar sendo discutida, porque vivemos em um país democrático e numa democracia não se fala em censurar quem quer que seja por suas opiniões!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"É preciso ter cuidado com o que chamamos de Fake News! Para que não se confunda com censura ou opressão de um lado! Obviamente, as fake news precisam ser combatidas! Contudo, é preciso separar o que realmente é uma informação mentirosa do que é manifestação divergente da opinião ou postura do atual governo é de seus seguidores!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
"Esperamos que parem de repassar notícias falsas, mas não queremos ser proibidos de expressar a nossa opinião. Não podemos deixar a esquerda nos calar." (G1, 47 anos, secretária, MG)
Os meios de comunicação do grupo Globo (Tv Globo, Globo News e site G1) foram os mais mencionados, atingindo um total de 21 citações, seguidos pelo grupo Record (Tv Record, Record News e site R7), com 19 citações.
A pergunta dividiu os grupos: bolsonaristas radicais disseram acompanhar massivamente os canais de televisão da Record e abominar os canais da Globo, avaliando-os (como veremos a seguir) como os mais distorcem as informações, a fim de prejudicar Bolsonaro. Já os bolsonaristas moderados, em sua a maioria, afirmaram se informar por canais de televisão do grupo Globo e também pelo site de notícias G1.
As redes sociais geraram outra controvérsia de posicionamentos, pois foram mais citadas como sendo fonte de informações pelos participantes radicais e bastante criticadas como canais de desinformação pelos moderados.
Ainda no que toca aos meios de comunicação usados para obterem informação política, algumas outras informações foram significativas. A rede Jovem Pan foi bastante lembrada por participantes de ambos os grupos, sendo avaliada como um canal verídico e imparcial em suas matérias.
A CNN também foi avaliada como um canal imparcial. Outras redes de televisão aberta foram citadas em menor escala, como o SBT e a Bandeirantes.
Alguns participantes disseram acompanhar podcasts (Flow e Café da Manhã) e outros ainda disseram seguir influencers e jornalistas independentes (Alexandre Garcia e Leda Nagle foram citados como pessoas importantes e disseminadores de informação confiável).
"Eu gosto de radio é realmente como a colega falou, é um meio de comunicação antigo mas muito serio, aqui em Salvador tem também a Metropole Fm e tem a Jovem Pan, que é uma estação de radio muito serio, gosto muito. Gosto de sites de informações que eu sempre encontro noticias de forma neutras, como o site Terra e UOL, R7, Estadão e Folha e gosto de ouvir podcast no Spotify, em especial Café da Manhã com Renata Lo Prete." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
"eu gosto de me informar pela Revista Oeste, Brasil Paralelo, Jovem Pam, CNN, SBT, Record News, alguns jornalistas independentes das redes sociais como Alexandre Garcia e Leda Nagle." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"eu acostumo ver pelo Instagram e pelos políticos que votei." (G1, 28 anos, auxiliar de produção, MG)
"Eu me informo através da internet, em sites de notícias como Folha de São Paulo, R7, Jovem Pan, Brasil Paralelo, CNN, entre outros! Na TV aberta, vejo mais os jornais da Record e Band, pois acho mais imparciais! Sigo alguns políticos no Instagram e Twitter e participo de alguns grupos no Facebook!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
"Gosto de assistir jornais e também em ler em sites como globo News, jornal da globo, jornal nacional" (G2, 31 anos, contadora, BA)
"eu costumo assistir o jornal da Record, gosto de assistir, ao Primeiro Impacto as 8 horas da manhã no SBT, gosto da CNN e ouço muito o rádio, pela Jovem Pam, principalmente enquanto dirigindo" (G2, 40 anos, rodoviário, PE)
"Eu costumo assistir vários jornais locais nacionais e internacionais. Tipo jornal nacional da Globo Record bandeirante cnn Brasil cnn internacional." (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
Assim como os canais mais acessados, houve divergência entre os grupos em relação aos meios que mais propagam notícias falsas.
Não houve variedade de citações como anteriormente. As respostas foram majoritariamente concentradas entre os meios de comunicação do grupo Globo e as redes sociais em geral.
Para o grupo 1 - radicais - a rede Globo seria o meio que mais distorce as informações, manipulando os dados para prejudicar o ex-presidente. Casos da pandemia foram relembrados, como forma de mostrar que a rede manipulava as informações. Quando citavam as redes sociais como meio de desinformação, o fizeram nominalmente, apontando os canais de esquerda e algumas pessoas específicas (como Janones e Felipe Neto), como exemplos de quem usa tais meios para postar fake news.
Para o grupo 2 - moderados - mesmo com alguns participantes também citando a rede Globo como um canal de manipulação de informações, as redes sociais em geral, com maior destaque para o Facebook e WhatsApp, lideraram as acusações de distorção de informação. Inclusive, houve retornou aqui o argumento da necessidade de se aprovar a regulamentação dos mesmos, como uma forma de inibir tais ocorrências.
"Mas a imprensa é corrompida pela esquerda, não assisto a rede globo tem uns 5 anos." (G1, 47 anos, secretária, MG)
"Sobre os canais de informações que trazem muitas informações mentirosas não gosto do grupo Globo. Entre eles a TV Aberta, o site G1 deles e suas redes sociais. Todos formadores de opiniões influenciadas por interesses que envolvem a empresa." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
"Quem mais posta fake News é o Grupo Globo e seu sistema de rádio e televisão, tudo que vem desse conglomerado de mídias e comunicação não sendo novelas a maior parte são fake News, pra mim perdeu totalmente a credibilidade!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Agora sobre FakeNews, pra mim, estão mais concentrados nessas páginas de políticos, personalidades e movimentos de esquerda, como as páginas do PT, CUT, Felipe Neto, o tal do Janones, G1, entre outros! Na TV aberta, com certeza, a Rede Globo é a que mais manipula a informação, disseminando notícias falsas e induzindo as pessoas a acreditarem como sendo verdadeiras!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
"quem mais postam fake news, uol, sites de fofoca do instagram, e algumas noticias da propria globo.com e rede globo onde mudam totalmente o contexto para falarem oque querem, igual faziam na pandemia com os dados de morte!" (G1, 24 anos, eletrotécnico , GO)
"Acredito que no Whatsapp e Facebook são os canais que mais tem Fake News." (G2, 18 anos, aprendiz, SP)
"O que acho que a maioria de fakes News são pelas redes sociais como Facebook e Instagram .. principalmente aquelas páginas sensacionalistas !" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)
"que o Facebook , Uol e Instagram não são tão seguros, é necessário procurar em um dos sites que citei para comprovar a informação." (G2, 24 anos, promotora de eventos , DF)
"e sem dúvidas nenhuma a maior fonte de fake news são as mídias de redes sociais tipo Facebook whatsapp etc. Isso se deve pela falta de uma regulamentação mais segura. Assim sendo a disseminação de fake news e muito grande." (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
"Os que postam mais fake news são os sites de fofocas no Instagram, Twitter, Facebook e Telegram." (G2, 26 anos, administrador , GO)
Majoritariamente, os participantes radicais avaliaram Bolsonaro como inocente, afirmando que se tratava de perseguição política a ele. Essa seria a nova manobra inventada para tentar incriminá-lo e prendê-lo.
Muitos relembraram o fato dele ter afirmado não ter tomado a vacina (sem atentar para o que de fato estaria acontecendo) e outros também colocaram-se contra a obrigatoriedade da mesma, retomando os discursos antivacina.
Por fim, ainda no grupo 1, alguns participantes disseram que tal escândalo teria sido criado para dissuadir as pessoas a refletirem sobre a PL das fake news e esquecerem a "derrota" sofrida pela esquerda, pela mesma não ter sido votada na data proposta inicialmente.
"As fraudes sempre irão existir, como os ""Cartões de Aposentadoria "" falsos! Sabemos muito bem do jeitinho Brasileiro para se obter vantagem nas coisas...
Querem prender Bolsonaro de qualquer jeito, mais creio que a carteira de vacina dele era mais real do quê a ""vacina "" que o presidente Lula tomou!!!"" (G1, 42 anos, técninca administrativa, PA)
"Bom é fraude pra todo lado em todo lugar, acho que essa vacina não deveria ser obrigatória, cada um sabe o que é melhor pra si! Mas se ele fraudou ele tem que responder por isso! E outra sempre estão dando um jeito de culpar o Bolsonaro por algo , isso se chama perseguição política" (G1, 29 anos, empregada doméstica , SP)
"Complicado tudo é culpa do Bolsonaro, acredito que ele não fraufou o cartão de vacina, não é obrigado a tomar." (G1, 47 anos, secretária, MG)
"Eu acho é muito engraçado, o povo antes ficava preocupado com corrupção, malas de dinheiro na casa de políticos, mas, a preocupação hoje, é se o Bolsonaro tomou a vacina ou não. E não, eu não acredito que ele fraudou o cartão de vacina, o que eu acho é que estão com um desejo grande de prendê-lo a qualquer custo." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
"Eu acho que estão fazendo de tudo para prejudicar ou sujar a imagem do Presidente Bolsonaro, que sempre prezou pela verdade e nunca nos enganou em relação a vacina! Tenho certeza que ele não fraudou cartão de vacina nenhum!"" (G1, 39 anos, contadora, BA)"
"Não, o Bolsonaro não faria isso estão arrumando algum modo de prender o Bolsonaro" (G1, 28 anos, auxiliar de produção, MG)
"Bolsonaro jamais faria isso o melhor presidente que já tivemos isso é uma injustiça tem que ser investigado querem fazer de tudo para incriminar bolsonaro mais nada tem provas" (G2, 43 anos, motorista de aplicativo , GO)
"Bolsonaro é uma pessoa correta, íntegra, que melhorou o país e procura sempre seguir a lei, confiamos que todas as dúvidas da justiça serão esclarecidas e ficará provado que ele não comenteu ilegalidades." (G2, 39 anos, administradora, BA)
"Ele não forjou nada, ele sempre quando questionado, falou que não tomou vacina. Mas, se houve alguma fraude ou uma ação contra a lei que se investigue. Mas, ate que se prove ao contrario, eu não acredito, para mim é somente perseguição. A esquerda faz isso mesmo: Se a pessoa respirar, a esquerda acha uma forma de acusar e prejudicar. É sempre assim, é bem o que parece." (G2, 40 anos, rodoviário, PE)
"Eu acho que é uma cortina de fumaça, pra abafar a pec da censura que foi cancelada ontem, mas o povo continua cego, surdo e mudo, manipulado pela mídia, abre os grandes sites de comunicação, como o grupo globo, vê se estão falando da lei da censura que foi adiada hoje, não, só falam do cartão de vacina do ex presidente!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Isso mesmo. É a esquerda tirando o foco da derrota de ontem." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
No grupo de moderados, os participantes se posicionaram a favor de Bolsonaro, mas, sem exceções, todos disseram desejar investigações, para que os fatos sejam apurados e ficasse provado sua inocência ou culpa no caso da fraude da carteira de vacinação.
Apenas um participante considerou Bolsonaro culpado, mediante as evidências e rememorou outras acusações que pesam contra o ex-presidente.
"Apoio Bolsonaro porém não coloco minha mão no fogo ainda mais quando se trata de política, pois na minha ideia o honesto sempre se corrompe. Vou esperar a investigação" (G1, 26 anos, estudante, ES)
"Ele não forjou nada, ele sempre quando questionado, falou que não tomou vacina. Mas, se houve alguma fraude ou uma ação contra a lei que se investigue. Mas, ate que se prove ao contrario, eu não acredito, para mim é somente perseguição. A esquerda faz isso mesmo: Se a pessoa respirar, a esquerda acha uma forma de acusar e prejudicar. É sempre assim, é bem o que parece." (G2, 40 anos, rodoviário, PE)
"Na minha opinião fraudes ou qualquer tipo de desvios relacionados a quebra de conduta devem ser investigadas.ainda mais quando se trata de uma autoridade como o presidente bolsonaro q e um homem q sempre pregou a conduta familiar .eu nao tenho certeza se ele realmente cometeu essa infraçao mas todo fato pra ser veridico ele tem q passar por uma investigaçao concreta para q ambas as partes nao cometa uma injustiça prendendo uma pessoa sem provas cabiveis q a incrimine." (G2, 29 anos, desempregada, PI)
"Estou acompanhando, acho que é uma maneira válida investigar é necessário para provar ou não a culpa, embora acho difícil que seja verdade, mais como se tem uma suspeita deve sim ser investigado e ser exposta todas as pessoas que cometeram fraude" (G2, 28 anos, autonôma, DF)
"Independente de ser um ex presidente ou qualquer pessoa que tenha um cargo influente na nossa política. Perante a lei ele e igual a qualquer cidadão brasileiro. Portanto se ele cometeu tal irresponsabilidade ele deve pagar por seu delito mediante as penalidade possíveis. Ninguém e melhor do ninguém. Não vamos julgar a pessoa. Mais sim o cidadão brasileiro" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
"Acho que deve ser investigado,se foi vacinado ou não sempre falou que não foi,não sabemos o motivo que mentiu se foi mesmo vacinado.Acho que não tem punição pra isso se tiver que cumpra a lei." (G2, 50 anos, dona de casa , DF)
"Na minha opinião já estava na hora de fazer uma investigação mais afundo para descobrir certas fraudes sendo que esses 16 mandatos para serem cumpridos todos ligados a Bolsonaro com certeza não resta dúvidas que ele fraudou sua carteira de vacinação pois ele sempre demonstrou ser contra" (G2, 38 anos, vendedor, RS)
Bolsonaristas, tanto radicais quanto moderados, foram dominantemente favoráveis à PL das Fake News e, mais importante, à regulação e punição para os veiculadores de notícias falsas. Isso mostra um forte descolamento entre a base bolsonarista e sua representação parlamentar.
No que toca os hábitos de consumo de mídia, os radicais confirmaram a tese da esfera de comunicação bolsonarista, mostrando-se presos a ela. Consomem notícias de perfis de políticos alinhados e de canais de TV bolsonaristas, como Record e SBT. Ao mesmo tempo, odeiam a Globo. Já os moderados demonstram frequentar um espaço comunicacional mais poroso, onde existe Record, mas também os canais do Grupo Globo. Os números do gráfico da página 8 mostram isso claramente. Na amostra, radicais consomem Rede Record duas vezes mais que moderados, mas esses últimos consomem canais globais muito mais que os radicais: a Rede Globo deu diferença de mais de 2 para 1 e o G1 8 para 1, em favor dos moderados.
As redes sociais geraram outra controvérsia de posicionamentos, pois foram mais citadas como sendo fonte de informações pelos participantes radicais e bastante criticadas como canais de desinformação pelos moderados. Novamente vemos o tema das notícias falsas como capaz de sensibilizar bolsonaristas moderados, fazendo com que entrem em diálogo com as instituições democráticas.
Também é digno de nota a maior importância dada aos canais de televisão, se comparados às redes sociais, como meio de obter informações políticas em ambos os grupos. Esse dado coloca em dúvida a leitura apressada de muitos observadores da cena pública atual, que veem as redes sociais como hegemônicas no campo da comunicação política.
No que toca a falsificação da carteira vacinal, o grupo radical, como já lhe é de costume, isenta Bolsonaro totalmente. Já no grupo de moderados, todos apoiam investigações, ainda que alguns entre eles achem que será provada a inocência de Bolsonaro. Mais uma vez, a maior abertura desse grupo para razões e informações que corroem as narrativas bolsonaristas, apontam para possibilidades comunicativas. Menções a Bolsonaro estar sendo vítima de perseguição política surgiram em ambos os grupos.
Descriminalização das Drogas; Ens. Religioso; Escola cívico-militar; Aborto; Prisão de mulheres que abortam
Violência entre Datena e Marçal; Regras do debate eleitoral; Definição do voto
Manifestação convocada por Bolsonaro; Atuação de Marina Silva; Prisão de Deolane
Suspensão do X (antigo Twitter); Queimadas florestais; Acusações sofridas por Silvio Almeida
Semana Temática: Bolsa Família; Auxílio Brasil; Privatização das Estatais
Pablo Marçal; Folha contra Moraes; Suspensão das Emendas
Temático: Casamento Homoafetivo; Adoção por casal Gay; Cotas Raciais
ESPECIAL ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Interesse pelo Pleito; Gestor Ideal; Apoios de Lula e Bolsonaro
Temático Segurança: Porte de Armas; Pena de Morte; Redução da Maioridade Penal
Desistência de Joe Biden; Declarações de Maduro; Declarações de Tebet
Atentado contra Trump; Cotas na Política; Fala de Lula
Espectro ideológico; Avaliação do Governo Lula; Isenção de Multa para Irmãos Batista
Saúde de Pessoas Trans; Lula e o Câmbio; Indiciamento de Bolsonaro
Aumento para os Procuradores de SP; Descriminalização da Maconha no país; Golpe na Bolívia
Lula no G7; Críticas de Lula ao BC; PL dos Jogos de Azar
Eleições nos EUA; Arthur Lira e o Conselho de Ética; PL 1904
Parada LGBT+; Terceirização da Escola Pública ; iii) Escolas Cívico-Militares
Acusações contra Zambelli; PEC das Praias; Veto à criminalização das Fake News
Benefício Emergencial no RS; Absolvição de Moro; Imposto sobre Importações
Fake news da tragédia; Fala de Eduardo Leite; Fuga de condenados bolsonaristas
SEMANA PETROBRÁS - Privatização, Desenvolvimento e Meio Ambiente
Saídas Temporárias, Condenações de 8/1, Atuação de Presidentes em Calamidades Públicas
Manifestação pró-Bolsonaro em Copa, Novos programas para pequenos empresários e empreendedores; Elon Musk e Alexandre de Moraes
Caso Marielle; Comissão de mortos e desaparecidos; Percepções sobre a ditadura
Taxação dos super ricos; Fraude na carteira de vacinção; Áudios de Cid
Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura
#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres
Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos
Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro
#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró
#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula
Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM
Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa
Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal
Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos
#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana
Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF
#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis
Militares na Política, Privatizações, Dama do Tráfico no Planalto
#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM
Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro
Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro
GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança
Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio
Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar
Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno
Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo
Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS
O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF
Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas
Relatório #19 MED
ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS
Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula
Bolsa família, Laicidade do Estado e MST
Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma
Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula
Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista
Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro
Julgamento, Cid e políticas sociais
Valores: Marcha, Parada e Aborto
Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro
Meio Ambiente
Monitor da Extrema Direita
Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an
As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.
O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.
O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.
Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.
O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.
Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.
O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.
Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.
Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.
Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.