Relatório 26

De 06 a 12/10

Temas:

  • Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 06 a 12/10 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) o assassinato de médicos no Rio de Janeiro e a participação da milícia; ii) fake news sobre vacina contra Covid-19 e desenvolvimento do vírus da AIDS; iii) os conflitos no Oriente Médio entre Israel e Palestina.
Ao todo, foram analisadas 119 interações, que totalizaram 4.225 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
O assassinato dos médicos no RJ O grupo estava bem informado sobre o caso, narrando os fatos em conformidade com o que foi divulgado na imprensa. Muitos participantes atribuíram ao atual governo a culpa pelo suposto aumento da criminalidade e impunidade das milícias. O grupo sabia dos acontecimentos, mas identificou diversas motivações para eles, falando em crime político e envolvimento com drogas. O combate às milícias foi mais debatido, com sugestões para o aumento na rigidez das leis e punições mais severas. Houve associações entre milicianos e políticos em geral.
Fake News sobre vacinas A maioria do grupo afirmou se tratar de uma fake news, argumentando sobre a quantidade de outras notícias que já haviam sido disseminadas sobre o tema, sem qualquer comprovação. Mas alguns participantes trouxeram narrativas pessoais de efeitos colaterais da vacina. Ninguém do grupo acreditou na notícia. Muitos foram pesquisar em outros locais para se certificarem que era uma fake news. Alguns trouxeram histórias pessoais de outros problemas, supostamente desenvolvidos após a vacinação contra Covid-19.
Conflitos no Oriente Médio O grupo todo lamentou os atos de violência praticados, defendendo Israel perante os ataques palestinos. Alguns participantes interpretaram os fatos pelo viés religioso. Outros associaram a esquerda à defesa da causa palestina. O grupo se mostrou solidário ao sofrimento das vítimas, criticando o uso de guerras como forma de solução. Alguns sabiam os motivos das disputas históricas pela região. Outros utilizaram argumentos de cunho religioso.
Pergunta 74
Três médicos foram mortos a tiros e um foi internado baleado, em um ataque na madrugada desta quinta-feira (5) na Barra da Tijuca, no Rio. Um dos médicos era irmão da deputada Sâmia Bomfim, do PSOL de SP. Há fortes indícios de que a milícia esteja envolvida no crime. Vocês viram essa notícia? O que vocês acham que deve ser feito para que a milícia seja combatida no país?
Informados sobre os acontecimentos

Embora todos os participantes soubessem dos acontecimentos em relação ao assassinato dos médicos, o grupo 01 (bolsonaristas convictos) mostrou-se mais bem informados em relação aos fatos, debatendo as notícias mais recentes divulgadas na mídia.

O grupo 02 (bolsonaristas moderados) divagou mais em suas respostas, com muitos participantes associando o assassinato dos médicos a uma possível retaliação contra Sâmia Bomfim, e outros ao envolvimento com drogas.

"Vi hoje cedo no SBT News que a causa da morte pode ter sido por engano, um dos médicos é a cópia fiel de um outro homem que estava devendo e jurado de morte, alguém passou viu e se enganou e deu a dica, os assassinos foram lá e mataram pessoas que não tem nada a ver com a história, mas já encontraram os corpos de dois dos assassinos, pagaram pelo erro também, os marginais não estão de brincadeira, que tudo seja apurado e essas mortes tenha justiça!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu vi a notícia na TV, com certeza foram confundidos com criminosos, muito triste, morreram sem saber o porquê, que Deus console as famílias e amigos." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Vi sim as notícias em rádios, jornais e sites de notícias. O que falam nas notícias é que eles foram mortos por engano!" (G1, 41 anos, promotor de vendas , RS)

"sim esta em todos os telejornais, tendo por base o histórico do partido PSOL, acredito que a deputada e o marido tenha envolvimento, talvez foi um aviso pra eles, a historia contada de que o cara era parecido com o miliciano solto ta meio estranha mas não podemos descartar" (G2, 38 anos, corretor de imoveis, SC)

"Assim como ha indicios de milicia pode ter sido varios, afinal ninguem sabe o que as pessoas fazem por aí. Pode ter sido tambem grupo faccao que existem aos montes no RJ, fora o fato que muitas pessoas usam drogas, indente de ser medico ou nao, eu mesmo conheco varios. So porque tem parente de esquerdistas nao significa que o foco sao os milicianos, pode ate ser, mas precisa ser investigado." (G2, 57 anos, analista de TI, MA)

"Vi sim e acho também que foi motivação política e devem ter políticos no meio" (G2, 43 anos, motorista de aplicativo , GO)

Combate as milícias

Em ambos os grupos o combate às milícias foi avaliado como muito difícil, sobretudo pela associação ente milicianos e política.

No grupo 01 (bolsonaristas convictos), muitos citaram o atual governo como vinculado à criminalidade, aos traficantes e facções, o que impediria que a lei fosse cumprida.

No grupo 02 (bolsonaristas moderados) os participantes preferiram defender o endurecimento das leis e punições e o apoio do exército a ações de repressão mais contundentes.

"Complicado acabar com as milícias porque eles são apoiados pelos grandes marginais que governam o país." (G1, 51 anos, pensionista, GO)

"Em relação a combater a milícia é quase impossível, pois os criminosos estão no poder no Brasil." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Na minha opinião acho muito difícil acabar com eles, há muita coisa e gente envolvida por trás disso tudo ..eles são muitos fortes e com certeza quem tentar acabar com a Milícia vai acabar sobrando para a pessoa , creio que ninguém queira mexer com isso , há muito poder por trás !" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Quando os presídios comemoraram a vitória do Lula, eu ja tinha … já percebi o caos que seria em todo Brasil com traficantes e facções agindo livremente exterminando pessoas de bem!" (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Eu não duvido que a culpa seja da Milícia, mas a culpa não é somente deles, também é daqueles que subiram o morro para "confraternizar" com traficantes, a impunidade está no comando. Duvido que essas armas que estão sendo usadas pelo crime, são armas legalizadas!! É o aumento do crime organizado, é problemas da ausência do Estado, que permitiu o Avanço do crime! Os menores índices de violência foram no mandato do Bolsonaro. Agora como o amor venceu a criminalidade aumentou." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Precisamos urgentemente combater essa criminalidade e violência, mas ao mesmo tempo, fico me perguntando como, já que temos "como representantes ex presidiários e criminosos! Fica difícil acreditar!" (G1, 39 anos, contadora, BA)

"Pra acabar com a milícia e com os traficantes é necessário uma ação forte do estado contra o crime, todo ele e não apenas a milícia. Mas pra isso o estado não teria que ser corrupto também" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"Entendo que para acabar com a milícia é mudando as leis, serem mais duras e que as decisões sejam cumpridas, ou seja, nao adianta punir e depois a própria lei tet recursos para por em liberdade o que realmente sao bandidos." (G2, 34 anos, contadora, RS)

"Vi sim essa notícia, acredito que tem muitos políticos envolvidos na milícia então é complicado de combater." (G2, 44 anos, autônomo , AL)

Pergunta 75
Nos últimos dias circulou nas redes sociais a seguinte informação: "Notícia bombástica do governo alemão: 'Número alarmante de vacinados contra Covid-19 está desenvolvendo AIDS'." Segundo o post, o sistema imunológico de pessoas totalmente vacinadas contra a Covid-19 teria sido supostamente "degradado" em 87%, sendo que a maioria dos indivíduos que foram totalmente vacinados desenvolveria AIDS, induzida pela vacina. Vocês ouviram essa notícia? O que pensam dela?
Fake News

Quase unanimamente os participantes não acreditaram na notícia. Muitos foram pesquisar em outros locais e citaram os riscos das crenças em informações veiculadas apenas em redes sociais.

Apenas um painelista repercutiu a notícia dada como verdadeira.

"Misericórdia 😱😱😱não ouvi isso não .. vou procurar saber e me informar , mas creio que deve ser mais uma fake News ..já surgirão tantas informações falsas sobre a vacina !" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Não ouvi nada disso. E acredito que seja fake. Vou até pesquisar sobre." (G1, 34 anos, artesã , SC)

"Deus me livre isso for verdade,não ouvi fala sobre isso não já inventaram tantas coisas dessa vacina que não tem mais em que acreditar mais vou pesquisa sobre esse assunto mais tenho certeza que uma notícia fake News" (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)

"Ouvi sim mas na minha opinião nada a ver uma coisa com a outra , doenças totalmente diferente uma da outra , acho que isso é mais uma notícia falsa que espalham por aí" (G2, 53 anos, fiscal, CE)

"Nunca ouvi falar e todos os dias assisto jornalismo diariamente. Com certeza é mais um fake news" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)

"Eu particularmente nunca ouvi falar nisso. Nem tudo q roda nas redes sociais deve ser levado ao pé da letra. Tem q ter provas concretas de órgãos competentes, sem isso não dá p levar a sério." (G2, 57 anos, analista de TI, MA)

"Não ouvi falar nada mas acredito que seja falsa, até porque a AIDS é causada por um vírus, o HIV, que por sua vez é transmitido por fluidos corporais. Acreditar nesse tipo de notícia é o mesmo que acreditar que a terra é plana." (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"Não ouvi falar sobre informações confiáveis de que as vacinas contra a COVID-19 causassem o desenvolvimento de AIDS." (G2, 42 anos, administradora, GO)

"Sim, eu ouvi falar. E acredito que eles realmente querem diminuir a população, e isso é terrível pois estão prejudicando pessoas inocentes." (G1, 40 anos, pedagoga, RS)

AIDS NÃO, demais problemas SIM

Muitos participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) e alguns do grupo 01 (bolsonaristas convictos) não acreditaram na associação da vacina com o desenvolvimento do vírus da AIDS, porém trouxeram narrativas de outros problemas, supostamente decorrentes das vacinas contra a Covid-19.

"Até agora os efeitos colaterais estudados em países como França, Itália, Inglaterra e outros são AVC, trombose e embolia pulmonar. Com muitos casos em pessoas que tomaram mais que duas doses. Porém HIV não." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Não ouvi nada a respeito mas depois do que aconteceu comigo que tive covid,tomei as 5 doses e hj estou com um grave problema no coração onde quase morri em março desse ano e segundo os cardiologista e pneumologista que me atenderam provavelmente a causa desse meu problema foi a vacina de covid,então acho que tudo é possível." (G2, 58 anos, administrador, MA)

"Não ouvi falar, mais como o outro participante do grupo tive complicações com a vacina, depois da 3 dose desenvolvi cardiopatia e arritmia segundo os cardiologistas as sequela foram da vacina pois não havia o pq de desenvolver a doença cardíaca, mais acredito que hiv é um pouco de mais para a vacina" (G2, 38 anos, técnico eletricista , RS)

"Não ouvi nada a respeito, sei que o meu sistema imunológico nunca mais foi o mesmo depois dessas vacinas vivo doente, mais não acredito que tenha nada a ver com a AIDS senão já teriam veiculado a notícia em maior proporção" (G2, 28 anos, autônoma, DF)

"Não ouvi falar, porém creio também que uma coisa não tem nada haver com a outra, PORÉM acredito que a vacina em si foi de uma maneira muito irresponsável e despreparada, algo criado em poucos dias sendo que sabiam que poderiam fazer mal a população por não ter nenhuma certeza do que poderia causar, tenho pessoas próximas que teve que amputar a perna pq tinha trombose tomou a vacina e atacou, sendo que não tinha nem uma informação contra trombose, isso foi comprovado o motivo de ter atacado!" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

Pergunta 76
Sobre os conflitos no Oriente Médio, entre Israel e a Palestina. O que vocês acham disso?
Solidários e partidários

A maioria dos participantes lamentou a violência sofrida pelo povo israelense, repudiando os atos terroristas e ataques cometidos.

O grupo do Hamas foi duramente criticado. Poucos participantes sabiam detalhes históricos sobre as causas do conflito, a maioria apenas se mostrou escandalizada com a violência do grupo terrorista, mencionando vídeos e fotos divulgados sobre bebês decapitados e mulheres violentadas.

A maioria dos participantes defendeu a casa pelo ângulo de Israel. No grupo 01 (bolsonaristas convictos) alguns painelistas criticaram e acusaram o atual governo brasileiro por defender a causa palestina e o terrorismo.

"É uma situação drástica de ver senas lamentável em pleno século que vivemos com acontecimentos de guerra! Lamentável 😔" (G1, 41 anos, promotor de vendas , RS)

"É pra se lamentar,pois a tenção sempre existe por ali,eles não admitem a existência do país ISRAEL,eles são terroristas e assim devem ser tratados,o que justifica esse ataque ao povo de Israel covardemente,terão a represália merecida,o que custa aceitar o que foi determinado e tentar conseguir o reconhecimento deles pela ONU,como um estado Palestino,assim serão tratados como terroristas." (G1, 64 anos, nutricionista, AL)

"Muito triste essa notícia. Pra ver até onde chega o fanatismo religioso. Mataram vários bebês inclusive sem cabeça" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)

"Guerra é sempre triste ainda mais quando é por ideologia política ou religiosa. Agora é orar pra que isso termine logo e que os inocentes não paguem pelos erros desses terroristas sem humanidade" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"conflito entre Israel e a Palestina é uma disputa antiga e complicada sobre território, poder, religião e cultura. Encontrar uma solução duradoura é difícil, e as opiniões sobre como fazer isso são diversas, mas principal problema no meu ponto de vista é religioso (perseguição com os judeus)." (G2, 42 anos, administradora, GO)

"Assustador! E o que mais me aterroriza é saber que temos um governo que apoia todas essas atrocidades" (G1, 34 anos, artesã , SC)

"Acho lamentável pessoas aqui no desgoverno apoiarem o massacre de pessoas inocentes, mulheres sendo estupradas, bebês decapitados, e a esquerda fazendo protesto apoiando o Hamas, tá difícil assistir TV ou redes sociais, que Deus tenha misericórdia de todos que estão em Israel sofrendo essas atrocidades, que a justiça seja feita aqui também e quem apoia esses terroristas tenham o fim que merecem. Tá forte demais tudo isso." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"O que me impressiona é o atual desgoverno brasileiro, a esquerda e a imprensa brasileira defender o Hamas abertamente, sem me parece conhecer a história. Mas não é de se duvidar para quem apoia ditaduras pelo mundo." (G1, 57 anos, analista de TI, MA)

Profetização bíblica

Muitos participantes evangélicos e alguns católicos interpretaram os fatos de acordo com doutrinas religiosas, associando os acontecimentos a narrativas apocalípticas da escatologia bíblica.

"Lamentável e muito triste, mas para quem conhece a palavra sabe que tudo era previsto, pois a palavra tem que si cumprir." (G1, 51 anos, pensionista, GO)

"Acho que está guerra é horrível para os de Israel, mas isso tudo realmente é a palavra de Deus se cumprindo, só peço que Deus tenha misericórdia dessas pessoas, pois muitos inocentes estão morrendo."" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)

"Muito triste e preocupante o que está acontecendo em Israel é mais um sinal que Jesus Cristo está voltando! oremos pela paz em Israel." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Isso é uma monstruosidade ganancia por poder triste porque quem sofre é o povo por causa de tudo isso lamentável matam inocentes por causa de tudo isso esta se cumprindo que esta a escrituras sagradas" (G1, 48 anos, do lar, SP)

"Está se cumprindo os fim dos tempos como esta escrito na palavra vai ser cada dia uma coisa diferente e de pouco em pouco vai se acabando como está escrito na bíblia" (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)

"Lamentável ver isso acontece com pessoa inocente...muito triste em ver pessoal servindo de escudo humano...Mais também sabemos que isso era pre visto ...e bíblico...o templo de Salomão tem que ser estourado .... APOCALIPSE....." (G2, 35 anos, gestor, RR)

"Tenho acompanhado sim, situação muito triste, eu acredito que é fim dos tempos, tudo que tem na Bíblia tá acontecendo, que Deus proteja as pessoas de bem." (G2, 39 anos, administradora, BA)

Considerações finais

O tema dos assassinatos dos médicos no Rio de Janeiro induziu consenso entre os participantes de ambos os grupos em prol do endurecimento legal das punições contra criminosos. Os convictos, contudo, se mostrara muito mais bem informados sobre o assunto do que os moderados. Ainda que para conclusões mais abrangentes, seria necessário a exploração do tema da violência com outras questões, podemos dizer que ele parece, por um lado, unir os bolsonaristas sob a causa comum do endurecimento da lei e das medidas de segurança, mas, ao mesmo tempo, interessar mais aos convictos que aos moderados. Ou seja, as posições em si não são muito diferentes, mas a intensidade de preferências, de prioridade, parece ser. Os convictos mais uma vez usaram o tema para atacar Lula e seu governo, diferentemente dos moderados, que trataram o tema de modo mais geral.

Houve expressiva maioria na rejeição da notícia falsa sobre a vacina causar AIDS, mas, por outro lado, participantes em ambos os grupos relataram “saber” que as vacinas contra a Covid-19 causam efeitos adversos. Ou seja, isso indica a possibilidade de um efeito cognitivo durável da exposição repetida a notícias falsas sobre vacinas. Esse é outro assunto que merece exploração mais profunda.

O tema dos conflitos no Oriente Médio separou os painelistas mais em relação à intensidade de sua religiosidade e não propriamente entre convictos e moderados. Aqueles que trataram o tema de maneira mais secular, foram praticamente consensuais em defender Israel e condenarem os palestinos por serem terroristas. É nesse grupo que vemos também a expressão da ideia de que a esquerda, o PT e o Governo apoiam o Hamas contra Israel. É importante notar aqui que tal associação também foi feita pela grande imprensa, como por exemplo, por Monica Vladvogel, da GloboNews.

Vários participantes em ambos os grupos demonstraram intenso fervor religioso ao interpretar os fatos como o cumprimento de profecias apocalípticas da bíblia. Os palestinos não deixaram de ser culpados, mas agora a questão mais importante é o sinal do fim dos tempos, do retorno de Jesus, etc. Para além do dado alarmante da forte mistificação dessa fatia da população, é importante notar que pessoas que pensam dessa maneira estão altamente sujeitas a serem influenciadas pelos porta-vozes autorizados da fé, ou seja, os líderes religiosos, e estão provavelmente integradas a redes de comunicação religiosas que transmitem esse tipo de interpretação dos fatos.

Distribuição da Participação
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Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.