Relatório 20

De 25/08 a 31/08

Temas:

  • Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 24 a 31/08 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) o voto do ministro do STF, Cristiano Zanin, sobre a descriminalização do porte de drogas; ii) características do SUS e a agilidade do transplante recebido pelo apresentador Fausto Silva ; iii) a MP dos fundos exclusivos e taxação das aplicações financeiras no exterior.
Ao todo, foram analisadas 112 interações, que totalizaram 4.167 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Descriminalização do porte de drogas Todos os participantes mostraram-se contrários à proposta em votação, com argumentos pautados na moralidade e rejeição ao uso de drogas em geral, sem se ater aos reais efeitos da descriminalização. Muitos elogiaram Zanin por essa decisão. Unanimamente o grupo foi contrário à proposta em pauta, argumentando que existiam assuntos muito mais importantes para o STF se preocupar em pautar e apontando as consequências do uso de drogas para a saúde dos usuários.
Transplante recebido por Fausto Silva A maioria dos participantes acreditava em um suposto privilégio concedido a Faustão, por sua notoriedade e riqueza. Muitos casos de pessoas que morreram na fila de espera foram narrados como exemplos, para fortalecer a hipótese de que o apresentador foi beneficiado pelo SUS. A maioria do grupo avaliou que Faustão foi privilegiado por ter dinheiro, tendo recebido então tratamento especial pelo SUS. Muitos afirmaram não ter conhecimentos sobre os protocolos adotados para casos de transplantes.
MP dos fundos exclusivos e aplicações financeiras no exterior Unanimamente o grupo criticou as decisões da MP, avaliando que isso prejudicaria a economia do país (ao fazer os ricos retirarem seus investimentos e fecharem suas empresas). O planos de investimento para as verbas arrecadadas também foram questionados, com acusações acerca de Lula pretender "comprar políticos e apoio" com elas. O grupo ficou dividido. A maioria concordava com as medidas, avaliando-as como justas, mas houve a retomada, por parte de alguns, do debate sobre o desejo que impostos fossem diminuídos para todos e não aumentados, prevendo que haveria repasses para a população mais pobre.
Pergunta 56
O ministro do STF, Cristiano Zanin, indicado por Lula, votou contra a descriminalização do porte de drogas, divergindo dos colegas que defenderam uma flexibilização da lei para o porte de maconha. O placar atual do julgamento é de 5 votos a 1 para descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. O que vocês acham dessa proposta? Vocês estão de acordo com Zanin ou com os demais ministros?
Contrários à descriminalização

Todos os participantes foram contrários à decisão em pauta, avaliando que descriminalizar o porte de drogas seria o mesmo que liberar e apontando supostos problemas decorrentes do uso de drogas.

O grupo 01 (bolsonaristas convictos) mostrou-se mais preocupado com o aumento da violência que decorreria desse fato, avaliando que a criminalidade aumentaria, com pessoas assaltando para conseguir comprar drogas. Princípios morais, como "usar drogas é errado", e ilações práticas, como a que "a liberação incentivaria mais pessoas a usarem drogas e destruiria muitos lares" também foram muito citados pelos participantes para justificarem os motivos de sua desaprovação.

O grupo 02 (bolsonaristas moderados) também se preocupou com a já citada questão do aumento da violência e criticou o STF por preocupar-se com uma pauta "inútil", enquanto existiriam muitos outros problemas emergenciais para serem debatidos.

O vídeo de Alexandre Moraes destruindo pés de Cannabis foi citado para criticar o Ministro por sua suposta mudança de postura.

Em ambos os grupos a pauta foi vista como motivada pela esquerda, com o executivo sendo responsável, para alguns, por colocá-la em votação.

"Acho péssimo, é como se fosse a banalização da criminalidade para os usuários poderem comprar suas drogas( maconha, cocaína e etc)! Não estou de acordo, agora temo com a segurança da minha família se essa lei passar a vigorar!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Eu achei um absurdo isso, eles querem normalizar o errado e incentivam a nova geração, a tendência é que tudo piore com esse governo!"" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)

"Eu acho que assim já está tudo de pernas pro ar imagina se for liberado como que o país vai fica cada vez pior mais pessoas nas ruas mais famílias perdendo seu entes queridos tirando os adolescentes que nem crescem já está nessa vida,não vamos nem poder sair nas ruas que podemos ser assaltados" (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)

"Eu acho isso totalmente errado estão enfluenciando cada vez mais a pessoa pode usar drogas quantas pessoas então na ruas sem sua famílias por causa disso quantos lares não foi destruído por causa disso e quantos mais roubos vai ter muitos que usam não trabalha como vão manter seus vício roubando dos outros não acho que isso devia ser aprovado não....." (G1, 44 anos, técnico de informática, SP)

"Temos coisas mais importantes para pensar no momento, pois o uso ou não de maconha isto é uma decisão pessoal de cada um" (G2, 38 anos, técnico eletricista , RS)

"Hoje roubam pra comprar maconha. Se descriminalizar vão roubar para comprar ''legalmente''. Sinceramente o absurdo é colocar isso em pauta com tantas coisas mais importantes." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Sou contra a descriminalização, tenho amigo próximo que perdeu os neurônios por conta disso! E ainda muita contradição o Alexandre de Morais apoiar isso, ja que em 2015 tem video dele cortando pés da mesma se mostrando ali contra! " (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

"Realmente mim surpreende a cada dia. O Brasil com tanta coisa de futuro pra ser tratado e os políticos querendo votar isso. Si legalizar a maconha pronto, é o fim da picada. Então podem soltar esses traficantes que estão presos pra eles voltarem a fazer o seu "trabalho"." (G2, 44 anos, autônomo , AL)

"É um absurdo,e sou de acordo com o Zanin. Tanta coisa pra ser decidido nesse país, Lula com tanto a fazer e param pra votar um assunto sem relevância para a sociedade" (G2, 58 anos, administrador, MA)

Impressões sobre Cristiano Zanin

O posicionamento de Cristiano Zanin, em seu voto contrário à descriminalização, surpreendeu a todos, que esperavam um comportamento seu mais alinhado com as pautas da esquerda. Muitos elogiaram a atitude do recém-empossado ministro.

"Eu não esperava essa posição do Zanin, ainda mais que é o advogado do ex condenado, mas concordo com ele, nosso país tem tantas prioridades e querer liberar a maconha é o fim da picada" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Me surpreendeu o zanin achei que ele seria a favor da descriminalização do porte de drogas parabéns para ele. Sou totalmente contra a descriminalização das drogas. Precisamos de nos preocupar com o que realmente importa que é saúde, emprego e educação." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Me surpreendi com certeza, ainda mais pelo fato dele ter sido indicado pelo atual presidente. Concordo totalmente com ele, ainda bem que existe um ministro do STF com um pouco de coerência." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Eu confesso que fiquei surpresa com esse voto do Zanin, devido a ligação que ele tem com o atual Presidente! Mas, eu estou com ele nesse pensamento! " (G1, 39 anos, contadora, BA)

"Estou muito surpresa, até agora as decisões dele foram muito boas!!! Pelo menos por enquanto ele tem sido criterioso aparentemente responsável e com jeito de quem tem os pés no chão. Agiu e votou pelo certo, ele usou a constituição como embasamento, enfim, pode ser que o errado pode ser a via certa para a mudança." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Olhando os comentários foi pesquisar sobre a resposta do ministro Zanin,seguindo o que ele argumentou se for simplesmente pela saúde da população teríamos que equalizar com a constituição então teremos que proibir bebidas alcoólicas e o fumo, mais o ministro esta fazendo seu trabalho de trazer pensamentos para refletirmos mais sobre o assunto, vi também que a esquerda esta descontente com ele mais a ala do PSOL mais saliento que o supremo nao é lugar de apologia politica mais sim de.debates constitucionais" (G2, 38 anos, técnico eletricista , RS)

"Quem tem caráter não virá Maria vai com as outras, parabéns para zanin por não se corromper com essa gangue,demonstração de personalidade."" (G2, 39 anos, administradora, BA)

Pergunta 57
Ontem, o ex-apresentador Fausto Silva (Faustão), realizou um transplante emergencial de coração. A agilidade do tempo para realização do transplante gerou comentários quanto à fila de espera para procedimentos do tipo. Vocês conhecem os protocolos do SUS para realização de transplantes? Vocês acham que algumas pessoas são privilegiadas em relação a outras na fila?
Partilham das dúvidas e desconhecimento sobre o sistema

A maioria dos participantes, em ambos os grupos, compartilhavam das mesmas dúvidas e insinuações acerca do tema, afirmando que Faustão teria sido privilegiado dentro do sistema e teria "furado" a fila. Esses mesmos, disseram não saber como era o funcionamento do SUS para esses casos.

Assim, por ele ser famoso e mais ainda, por ter dinheiro, os participantes levantaram suspeitas acerca da idoneidade e seriedade do SUS, recorrendo a inúmeras anedotas de pessoas que morreram em filas de espera, para validar suas hipóteses de que Faustão teria sido beneficiado no processo. Até acusações de compra de um coração foram feitas.

"A verdade é que ele não precisou do SUS para esse transplante, porque tem dinheiro e comprou um coração nos Estados Unidos." (G1, 51 anos, pensionista, GO)

"Existe outras pessoas na fila com a mesma gravidade dele! acho sim que ele foi privilegiado por ser uma pessoa conhecida no mundo dos famosos então isso não foi sorte foi privilégio!!" (G1, 41 anos, promotor de vendas , RS)

"Não sei como é a lista de espera e o protocolo do SUS, mas quando se tem quase 1 bilhão na conta é mais fácil conseguir o quase impossível!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Sim conheço, e a fila de espera é imensa, pra conseguir um transplante só um milagre, o Faustão pra ter conseguido esse transplante tão rápido com certeza não foi pelo sus! " (G1, 40 anos, pedagoga, RS)

"Os protocolos do sus esperaram até meu pai morrer na fila e isso que ele era o segundo para o transplante, de fígado.. foi tão demorado que ele não resistiu. Quem tem dinheiro compra tudo nesse país." (G1, 34 anos, artesã , SC)

"A única coisa que para mim é uma verdade é que esse Faustão além de rico é um baita de um Sortudo hein... E bote sorte nisso. Em resumo. Continuo achando que furaram a fila para ele. Nós brasileiros já sabemos como funciona nossa lei !!!" (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Confesso que fiquei muito chateada, conheço pessoas que morreram na fila esperando e nem chegou perto, creio que sejam por grau de necessidade, porém claro que o dinheiro aí falou mais alto, é certo que a muito mais tempo tem pessoas com a situação pior e sim existem sim privilégios para quem paga mais 😕" (G2, 28 anos, autônoma, DF)

" A fila de doação de órgãos é a mesma para todos,o procedimento do Faustão com certeza foi ilegal, provavelmente o dinheiro dele comprou,nunca acreditei nessa fila pois isso depende de quem você é e de quanto dinheiro tem" (G2, 39 anos, administradora, BA)"

"Conheço sim e eu sou uma dessas pessoas,tenho o mesmo problema que o Faustão,passei 20 dias inernado na uti em março e não fiz o transplante,sou liso,simples assim,não acredito nesse procedimento,o critério feito aí foi o dinheiro e a fama,não acredito que nenhum dos 383 da fila estavao bem e só ele em estado critico pois na semana passada gravou um vídeo sem nada de equipamento com ele e com 1 semana fez o transplante,mais uma vez o que vale no Brasil é o dinheiro e o poder" (G2, 58 anos, administrador, MA)

"O critério brasileiro é simples. Quem tem dinheiro faz primeiro." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Simplesmente mostrou mais uma vez a face do quem tem dinheiro tem mais privilégio. Deveriam fazer uma investigação sobre esse fato" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)

Conhecem o sistema e acreditam em sua seriedade

Poucos participantes conheciam as regras de funcionamento do SUS e mostraram-se satisfeitos com o sucesso e agilidade do processo, creditando-o apenas ao bom funcionamento do sistema de saúde.

"Sim conheço, as pessoas passam por uma triagem para que seja detectado o grau de gravidade do paciente. Na minha opinião, o apresentador Fausto Silva não foi privilegiado, ele realmente teve foi muita sorte de encontrar um doador compatível com ele! O SUS, está de parabéns pela eficiência do serviço!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Eu acho que não há é possibilidade porque a fila do sus é muito seria" (G1, 48 anos, do lar, SP)

"Eu achei uma surpresa com a rapidez que ele consegui mais o caso dele deveria ser muito sério e com urgência pra ele ter conseguindo tão rápido assim não acho que ele foi privilegiado porque o sus é um órgão muito sério e responsável." (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)

"No caso de transplante o sistema realmente funciona, no caso do Fausto Silva o primeiro da fila não pode receber e como ele era o segundo por complicações do quadro de saúde dele, por isso foi contemplado. Não tem nada a ver com ser rico ou pobre, e sim com a condição de saúde do paciente." (G2, 30 anos, pensionista, TO)

Pergunta 58
Nesta segunda-feira, 28, o governo federal editou uma Medida Provisória que equipara as regras tributárias entre fundos fechados e abertos. As novas normas buscam taxar os rendimentos de fundos exclusivos dos chamados “super-ricos”. Além disso, o Executivo enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei que trata da taxação das aplicações financeiras realizadas no exterior por meio de empresas offshore. Vocês acham que Lula acertou nessas medidas?
Não aprovam a MP

Todos os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) reprovaram as medidas adotadas, criticando o governo por só pensar em arrecadar fundos e de intencionar usar os mesmos para "comprar" apoio político.

Lula foi acusado de roubar a população e a medida avaliada como prejudicial também aos pobres, com repasses dos custos por parte dos empresários ou então com a retirada de verbas e investimentos do país, o que resultaria em desemprego e miséria.

Entre os (poucos) participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados), que reprovavam as medidas, os argumentos foram no sentido do desejo por redução de impostos para todas as classes.

"Eu acho que ele não acerta em nada nesse governo, tem é que parar de roubar pra sobrar dinheiro e não taxar os ricos, desse jeito muitos ricos empresários vão sair do país e fechar suas empresas aqui o que vai aumentar muito o desemprego e a miséria!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"O Lula sempre dando mancada eu acho que ele fez totalmente errado ele só que saber de ganha dinheiro nas custa do país desse jeito os empresários vão fecha suas empresas porque ele enventa cada dia uma coisa ele que leva o Brasil no desemprego e na miséria aí pra ele tá tudo certo"" (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)"

"Eu não concordo mais uma vez com ele. Isso é mais uma vez Pura enganação! Taxar super ricos no papel é lindo, quero ver na prática, historicamente quem fez isso acabou dando errado, sem falar que do que adianta tanto imposto, se não vemos resultado. Taxar fortunas pra arrecadar e não investir para resolver os problemas do país, de que adianta? É só mais dinheiro nos cofres pra gastarem com a classe política, o que a gente sabe é que eles precisam sim de muita arrecadação pra manter o toma lá dá cá. Nunca retorna pro povo, é pra eles ficarem mais poderosos. Só os políticos que enchem o bolso." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Fica difícil concordar com esse senhor, sinceramente! Apesar de parecer algo bom, pq atingiria somente os ricos, vai de cheio para todos, pois pode fazer com que esses investidores deixem de investir no país, o que vai gerar mais desemprego e fome!" (G1, 39 anos, contadora, BA)

"NÃO CONCORDO, ele encontrou mais uma forma de tirar dinheiro de todos! E pra comprar apoio no Congresso 🤦🏻‍♂️" (G1, 41 anos, promotor de vendas , RS)

"As grande maioria trabalha corre atras pra ter as fortunas que possuem o correto seria ele baixar os impostos de todos e cortar os gastos dele e do legislativo assim a população teria sobra pra movimentar a economia, nao acho certo eles gastarem horrores e nos termos que pagar a conta" (G2, 38 anos, corretor de imoveis, SC)

"Na minha opinião deve ser diminuído o imposto para os empresários que seriam incentivados a produzir mais pois baixaria o custo de produção e com isso o preço para o consumidor final. Gerando mais empregos e com isso a economia vai aquecer e gerar mais consumo o que aumentaria a arrecadação fiscal." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Até ter acertado sim, desde que o mais pobre, e classe média deixe de pagar alguns impostos! Pois esse ai foi criado para "super ricos" mais e o do pobre só muda o nome pq a taxação está sendo igual para todos! Exemplo disso, shein, Aliexpress e etc onde qualquer valor é taxado agora!" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

Aprovam a MP

Entre os participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) a maioria aprovou a decisão e aplicação das medidas, avaliando que trariam benefícios à população (se corretamente investidas), além de serem justas por fazerem a taxação proporcional à arrecadação do cidadão, fechando assim as brechas que os super ricos acham para não contribuir.

"Acho que acertou sim, até porque muitos mantém seus investimentos lá fora pra não pagar os impostos aqui no nosso país. Mas vamos esperar pra ver se realmente vai funcionar ou se é apenas mais uma maquiagem que costumamos ver por ai" (G2, 30 anos, pensionista, TO)

"É algo que já deveria existir a muito tempo, porém deveria ter maior controle e ver se vai dar certo se vai funcionar na prática, mas é correto taxar quem ganha mais e se safa dos impostos" (G2, 28 anos, autônoma, DF)

"Acho que está certo , alguma coisa nesse país tem que funcionar direito e proporcionalmente" (G2, 53 anos, fiscal, CE)

"Entendo que acertou, quem ganha mais ou tem grandes fortunas tem que ser taxado, e melhorar ou deixar de taxar os de classe média/baixa. Vamos ver na prática se vai funcionar." (G2, 34 anos, contadora, RS)

"Felizmente fez uma boa medida. Pois muitos ricos mantém suas fortunas aplicadas em paraísos fiscais" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)

"Na minha visão para entender melhor, seria importante considerar opiniões de especialistas, dados econômicos e o impacto real dessas mudanças ao longo do tempo, mas a princípio eu acredito que seja uma medida de justiça social e econômica sim" (G2, 42 anos, administradora, GO)

Considerações finais

Os resultados da semana mostram que, quando os temas debatidos são pautas morais e de costumes, os grupos tendem a convergir em suas opiniões, fato que não ocorre em alguns outros temas, como, por exemplo, a taxação dos mais ricos.

Dessa forma, a pauta sobre a descriminalização do porte de drogas gerou consenso entre os participantes, com bolsonaristas moderados e convictos criticando a possibilidade da aprovação da mesma, com argumentos conservadores e notório desconhecimento do que estava sendo debatido, pois, para eles, a medida seria sinônimo da legalização do uso de drogas. Há um tanto de desinformação nos argumentos de muitos, que afirmaram ser a descriminalização causa do aumento de violência, dependência e destruição dos lares, combinada com uma postura bastante conversadora em relação a costumes.

A desinformação acerca das políticas do SUS também uniu os grupos. A maioria dos participantes reproduziu falácias e dúvidas sobre o transplante de Fausto Silva. O tema nos propiciou a observação do complexo processo de formação da opinião bolsonarista, que combina fake news (compra de um coração dos EUA), descrença na ciência e desprezo pelas instituições públicas (com acusações de que o SUS seria falho, corrompido e injusto). Resta avaliar se é característica típica do bolsonarismo ou se outros grupos, com perfis ideológicos diversos, também compartilham dessas opiniões e em igual escala.

No tocante ao desempenho das medidas da área econômica do Governo Lula, os grupos voltaram a se distanciar. Bolsonaristas convictos criticaram intensamente as medidas adotadas, com alusões à corrupção e desvio de dinheiro. Já os moderados tenderam a avaliar a medida positivamente, como uma política de justiça tributária, porém reafirmando adesão aos princípios do liberalismo, como o anseio por redução de impostos para as demais classes. É importante notar que não somente há divergência nos posicionamentos político-econômicos dos grupos, mas que os moderados não usaram o tema para lançar mais uma invectiva contra Lula e o PT.

Distribuição de Participação
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As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.